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1 
 
Motivação das decisões judiciais 
 
Consoante dispõe o art. 93, IX, CF, todas as decisões do Poder Judiciário devem ser 
fundamentadas, sob pena de serem consideradas nulas de pleno direito. Trata-se de 
dupla garantia: 
 
 de existir um fundamento e 
 de este ser explicitado. 
 
Dessa forma, é garantida às partes, para efeito de segurança das relações jurídicas e 
controle da atividade jurisdicional, a possibilidade de impugnar aquelas decisões que 
não estejam devidamente fundamentadas. 
 
Daí se revela essencial a motivação, demonstrando cuidadosa análise dos fatos e 
fundamentos aduzidos e a melhor interpretação e aplicação da lei, evitando 
surpreender as partes tanto quanto possível. Dessa forma, também se eleva o 
interesse público na prestação jurisdicional, corroborando a segurança jurídica 
(ALVARO de OLIVEIRA, 1998). 
 
Verifica-se a assertiva na medida em que, após a fase cognitiva, seja possível 
constatar, pelo exame da decisão proferida, se os elementos apresentados foram ou 
não apreciados pelo julgador em todas as suas minúcias. 
 
A motivação analítica reforça a decisão com fundamentos que esclarecem as razões 
pelas quais foram superados os elementos vencidos, ou, quanto aos que foram 
considerados, o motivo de terem sido total ou parcialmente acolhidos. 
 
A motivação permite às partes controlar se as razões e provas por elas apresentadas 
foram devidamente consideradas na decisão. Seria inútil assegurar o direito de ação e 
 
 
 
 2 
o direito de defesa se as alegações e provas trazidas aos autos pelas partes não 
precisassem ser obrigatoriamente examinadas pelo juiz no momento da decisão. 
Além disso, a motivação, ao revelar às partes os fundamentos da decisão, viabiliza a 
utilização pelo interessado dos meios de impugnação disponíveis no sistema. Isso 
porque a parte deverá, em seu recurso, demonstrar, claramente, seu ponto de 
insatisfação, sua discordância e, principalmente, suas razões para pleitear a reforma, 
a invalidação ou, até mesmo, a eliminação de obscuridade ou omissão contida no ato 
hostilizado. 
 
Salienta-se, modernamente, a função política exercida pelo aludido princípio, qual 
seja, a de permitir aferir a imparcialidade do juiz e a legalidade de suas decisões. A 
fundamentação está intimamente ligada à atividade cognitiva do juiz. É um dos 
chamados requisitos da sentença, na forma do art. 489, § 1° do NCPC. 
 
No Estado contemporâneo, o dever de fundamentação ganha uma especial relevância, 
tendo em vista o agigantamento dos poderes dos magistrados, bem como a utilização 
de cláusulas gerais e conceitos jurídicos indeterminados nos textos legais. 
 
A motivação também disponibiliza às partes e à sociedade como um todo a 
possibilidade de compreender os motivos pelos quais o juiz tomou determinada 
decisão, permitindo a fiscalização da atividade judiciária.

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