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Casos concretos Direito Penal II1 questoes subjetivas

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Casos concretos Direito Penal III
Casos Concretos Aula 1 
Adamastor Vale foi condenado como incurso nas sanções do artigo 121, §2º, inciso IV, do Código Penal por ter matado Anatalino da Silva, utilizando de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, desferindo pauladas no ofendido, causando-lhe as lesões descritas no auto de necropsia de fls. 19 do Inquérito Policial, que foram à causa de sua morte. Na ocasião, o denunciado utilizando-se de um pedaço de madeira, uma “trama” para cerca, desferiu pauladas na vítima, quando esta tentava se retirar do pátio da residência do acusado. Por outro lado, não se pode deixar de registrar que, momentos antes do fato, a vítima estaria embriagada no pátio da casa do réu, proferindo diversas ofensas verbais a ele e sua cunhada, além de tentar invadir sua residência e agredi-los fisicamente, razão pela qual, Adamastor Vale interpôs recurso de apelação com vistas ao reconhecimento da nulidade da decisão proferida pelo Tribunal do Júri por não ter sido formulado quesito relativo à forma privilegiada do delito, consoante entendimento sumulado pelo Supremo Tribunal Federal (Verbete de Súmula n.162), pedido julgado improcedente, haja vista a tese relativa à forma privilegiada do ilícito não ter sido ventilada pela defesa técnica em nenhum momento processual, nem mesmo no julgamento em plenário, ocasião em que propugnou apenas pelo afastamento da qualificadora e pela absolvição. Sucessivamente: 
1. Arguiu o reconhecimento da causa de diminuição de pena (privilégio).
Ocorre que a Súmula n. 162 do STF prevê:
É absoluta a nulidade do julgamento pelo júri, quando os quesitos da defesa não precedem aos das circunstâncias agravantes.
Nestes termos, cabe a nulidade do julgamento pelo júri, afim de que seja afastada a qualificadora e a hediondez do delito que foi cometido sobre a égide da forma privilegiada prevista no art. 121, §1º:
Portanto, o recurso é procedente, e Adamastor Vale deve responder por homicídio privilegiado-qualificado, que é quando o homicídio qualificado é cometido sobe uma das formas previstas no §1º do art 121: impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima.
2. Afastamento da hediondez do delito? 
Sim, por ser um crime de homicídio qualificado-privilegiado
A partir do caso concreto narrado e dos estudos realizados sobre a teoria da pena, os crimes contra a vida e os institutos repressores da lei de crimes hediondos (Lei n.8072/1990) analise a procedência dos pedidos sucessivos.
Casos Concretos Aula 2 
Justiça manda a júri desempregada que fez auto aborto. Fonte: OABRJ DIGITAL. NOTÍCIAS. Disponível em: http://www.oabrj.org.br/noticia/72175-justica-manda-a-juridesempregadaque-fez-autoaborto 04/06/2012 – 11h42 Fonte: jornal O Estado de S. Paulo 
Uma mulher de 37 anos, que cometeu um auto aborto em 2006, vai a júri popular. Dependente de drogas, desempregada e mãe de dois filhos, ela foi denunciada pelo Ministério Público, absolvida em primeira instância, mas terá de sentar no banco dos réus por determinação do Tribunal de Justiça de São Paulo, que atendeu ao recurso da promotoria. Keila Rodrigues mora em Paulo de Faria, uma cidadezinha no interior de São Paulo com pouco mais de 8,5 mil habitantes, distante 150 quilômetros de São José do Rio Preto. Ela pagou R$ 100 por dois comprimidos Cytotec, um abortivo de uso restrito, comprados clandestinamente. No dia 31 de outubro de 2006, grávida de cinco meses, ela foi até o Hospital de Base de Rio Preto e colocou os comprimidos na vagina. Pouco tempo depois, passou a ter fortes contrações e precisou ser internada imediatamente. Como a gravidez era avançada, o feto não foi expulso naturalmente, e Keila entrou em trabalho de parto antecipado. O bebê - que recebeu o nome de Amanda - nasceu de parto normal no dia 2 de novembro, pesando 615 gramas. A menina viveu por 20 dias, mas não resistiu. Morreu em decorrência de uma infecção neonatal, provocada pela prematuridade extrema. O caso foi parar na polícia depois que uma enfermeira do hospital registrou uma queixa contra Keila numa delegacia. A atitude da enfermeira é condenada pelo Ministério da Saúde na nota técnica Atenção Humanizada ao Abortamento e pelo Código de Ética de Profissionais da Enfermagem. O inquérito foi concluído e enviado ao Ministério Público, que entrou com uma denúncia formal contra Keila na Justiça. Sem dinheiro para contratar advogado, Keila recebeu o benefício da assistência gratuita - uma parceria da Defensoria Pública com a Ordem dos Advogados. A advogada Maria do Carmo Rocha Chareti foi então nomeada para defender Keila no processo. E ela mesma teve dificuldade para localizar a acusada. "Keila mora nas ruas. É pobre, alcoólatra, dependente de drogas. Vimos-nos uma única vez antes da audiência com a juíza", conta. Na audiência, Keila compareceu aparentemente alcoolizada - o que, segundo Maria do Carmo, demonstra as condições precárias em que vive. Ela confirmou que tentou praticar o aborto, mas disse estar "profundamente arrependida". Diante da situação, Keila foi absolvida sumariamente pela juíza Milena Repuo Rodrigues, que entendeu que, diante das condições expostas por Keila, a conduta dela foi legítima e ela não poderia ser responsabilizada pelo crime de prática de  aborto. Recurso. O promotor Marco Antônio Lélis Moreira, no entanto, não ficou satisfeito com a absolvição e recorreu ao Tribunal de Justiça. Na argumentação, Moreira diz que não há dúvida de que houve o aborto. E emenda: "É lamentável, em pleno século 21, uma mulher experiente não se utilizar dos meios impeditivos de uma gravidez para depois, grávida, escolher a via criminosa do aborto e encontrar a benevolência do magistrado". Em entrevista ao Estado, o promotor Moreira diz que fez a denúncia contra Keila porque ela já tinha antecedentes criminais e porque ela não apresentou provas suficientes para demonstrar que vivia em condições sub humanas e seus dois filhos estavam sob a guarda da avó. "Além disso, ela confessou ter cometido o aborto. Essa ação vai servir de exemplo para a juventude da cidade prevenir a gravidez", afirmou o promotor. "No júri vou pedir a condenação de Keila como forma de prevenção geral. É uma punição moral para que as pessoas entendam que o aborto é criminoso", diz Moreira, admitindo que é raro que casos de aborto sejam denunciados e terminem em júri. A advogada Maria do Carmo diz que ficou surpresa com a decisão do TJ de mandá-la para júri popular. "Keila está arrependida. Tenho certeza de que os jurados vão absolvê-la." A partir do caso concreto narrado e dos estudos realizados sobre os crimes contra a vida, identifique. 
a) As figuras típicas do delito de aborto. 
R: Auto-aborto (ART. 124 CP) – Keila pagou R$ 100 por dois comprimidos Cytotec, um abortivo de uso restrito, comprados clandestinamente. Aborto praticado por terceiro c/ o consentimento da gestante (ART. 126) - No dia 31 de outubro de 2006, grávida de cinco meses, ela foi até o Hospital de Base de Rio Preto e colocou os comprimidos na vagina.
b) O momento consumativo do delito de aborto. Responda de forma objetiva e fundamentada. Consuma-se no momento da eliminação intra-uterina, independentemente da expulsão do feto do útero materno. Configura-se como delito material.
c) O fato de a criança ter nascido e vindo a falecer após 20 dias de seu nascimento descaracteriza o delito de aborto? Responda de forma objetiva e fundamentada. 
A causa morte da eliminação da vida teve origem quando esta vida ainda era intra-uterina, se é irrelevante se há expulsão do feto ou não, por conseguinte, não há diferença se a eliminação da vida se dá dentro ou fora do útero. A criança veio a óbito 20 dias depois, em decorrência de condutas praticadas quando ainda era vida intra-uterina, logo a eliminação da vida da criança caracteriza o delito de aborto. ART. 13, CAPUT CP. TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DAS CONDIÇÕES.
Casos Concretos Aula 3 
Deyse Neves foi denunciada como incursa no delito tipificado no art.1º, I, da Lei n.9455/1997, por ter havido, mediante a utilização de uma escova de cabelo de cabo de madeira e correia de cinto, agredido seu filho Wallace, de três anos de idade. Em juízo, confessou a ré ter tido como motivo das agressões físicas a negativa de seu filho em utilizar o banheiro para a realização de suas necessidades, bem como sua “pirraça” ao fazê-las no chão da sala de casa (fls.132/133). Restadas comprovadas autoria e materialidade das agressões e, consectárias lesões à integridade física da criança, o Ministério Público entendeu estarem presentes os elementos configuradores do delito de tortura e não do delito de maus-tratos, previsto no art.136, do Código Penal. Ante o exposto com base nos estudos realizados sobre o tema, indique, fundamentadamente, a correta tipificação à conduta de Deyse Neves, bem como diferencie os delitos supracitados. 
R: O delito praticado por Deyse foi crime de maus tratos e não tortura pela ausência do elemento sofrimento intensa física e mental. A tortura-castigo configura-se por causar intenso sofrimento físico ou mental. Maus-tratos Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina.
Casos Concretos Aula 4 
O gerente da empresa XYZ Ltda., pretendendo que a empregada Rosa das Neves, portadora de deficiência física, apresentasse sua demissão, passou a afirmar que ela estava desviando dinheiro do caixa e que fazia uso dos recursos para manter sua relação extraconjugal com um colega de trabalho. Estas afirmações foram realizadas reiteradamente para todos os colegas, por mais de três meses, levando Rosa a sentir-se em um ambiente de trabalho insustentável. O Juiz do Trabalho reconheceu a prática de assédio moral e determinou a expedição de ofício para apuração de delitos. (TRT 14R - 2014 - TRT - 14ª Região (RO e AC) - Juiz do Trabalho MODIFICADA). A partir do caso concreto narrado e dos estudos realizados sobre os crimes contra a honra: 
Avalie a possibilidade de concurso de crimes entre os delitos de calúnia, difamação e injúria quando praticados no mesmo contexto fático. 
Resposta: a controvérsia sobre a possibilidade de concurso de crimes entre os delitos de calúnia, difamação e injúria quando praticados no mesmo contexto fático. Para. Rogério Sanches Cunha somente será possível o concurso de crimes quando as condutas lesionarem bens jurídicos distintos. Em síntese, no caso de ofensa ao mesmo bem jurídico, ex. honra objetiva, o melhor entendimento é no sentido de que há conflito aparente de normas, solucionado pelo princípio da absorção (Princípio da consunção) (sendo a difamação absorvida pela calúnia).
Identifique as consequências jurídico-penais caso o gerente promova a retratação antes da prolação da sentença. 
Resposta: cabe perdão judicial. A retratação, ato unilateral e subjetivo, quando proferida antes da prolação da sentença, conforme dispõe o art143, CP, configura verdadeira causa de extinção de punibilidade (art.107, VI, do CP).
O fato de Rosa das Neves ser portadora de deficiência física possui relevância para a tipificação da conduta do gerente? 
Resposta: para todas as condutas perpetradas contra a honra incide a causa de aumento prevista no art.141, IV, CP, exceto nos casos de injúria discriminatória sob pena de caracterização de bis in idem, conforme expressa disposição legal.
Casos Concretos Aula 5 
Walter Weber, conhecido por seu comportamento agressivo, foi denunciado e condenado como incurso nas sanções do art. 147 do Código Penal, a uma pena de 03 (três) meses de detenção, substituída por uma pena restritiva de direitos, consistente na prestação de serviços à comunidade, durante três meses, à razão de 07 (sete) horas semanais, por ter havido, no dia 05 de maio de 2010, por volta das 19 horas, ameaçado sua ex companheira Jacinta Silva, por meio da utilização de um facão. A referida conduta teve por elemento propulsor o fato de Walter não aceitar a separação do casal. Consoante provas testemunhais (fls.101/102) dos vizinhos, que a tudo assistiram, haja vista a conduta de Walter ter sido praticada no portão da garagem da casa do então casal, Walter teria ameaçado Jacinta de matá-la caso a visse com outro homem. Inconformado com a decisão interpôs recurso inominado, com vistas à reforma da decisão e consequente absolvição por insuficiência de provas, bem como sustentou, que o fato não passara de uma mera discussão entre marido e mulher não tendo a mulher prestado queixa. A partir do caso concreto narrado e dos estudos realizados sobre os crimes contra a liberdade individual, identifique. 
Os elementos da figura típica de ameaça e seu momento consumativo. Responda de forma objetiva e fundamentada. 
R: Momento consumativo do crime de ameaça é um delito formal, que no momento da própria ameaça cheque ao conhecimento daquele quem é feita, é indispensável que a ameaça seja séria, de modo a inspirar o receio de um atentado. O recurso não deve ser provido, pois Walter cometeu o crime tipificado no artigo 147 do CP (Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave).
A natureza da ação penal aplicável ao caso. Responda de forma objetiva e fundamentada. 
R: Ação pública condicionada à representação, ou seja, somente se procede mediante representação
Casos Concretos Aula 6 
Roberto Carlos, profissional autônomo, conhecido na pequena cidade em que trabalha pela qualidade de seus serviços nas reformas de cozinhas e banheiros foi surpreendido em determinado dia, durante o horário de almoço, pela subtração de sua máquina de cortar cerâmica. Desesperado por tratar-se de maquinário indispensável à sua atividade laborativa perguntou a todos os conhecidos sobre o ocorrido. Alguns dias após a subtração encontrou a máquina jogada à porta da casa na qual estava trabalhando. Os moradores da casa viram quando um homem, identificado posteriormente como Leozinho, a jogou na porta e saiu correndo. Dos fatos, Leozinho restou denunciado pela conduta incursa no art.155, caput, do Código Penal. Inconformado alegou em defesa a aplicação do princípio da insignificância com vistas à exclusão da tipicidade material de sua conduta e, sucessivamente, a isenção de pena em decorrência da devolução da máquina e consequente ausência de prejuízo a Roberto Carlos. A partir do caso concreto narrado e dos estudos realizados sobre o crime de furto, responda de forma objetiva e fundamentada: 
a) A defesa deve prosperar? 
Não deve prosperar, pois como houve a subtração do bem, ocorreu à consumação do furto, e não podendo ser aplicado o princípio da insignificância pois o bem furtado não é de pequeno valor, e não há a exclusão da tipicidade material, pois a subtração não foi insignificante.
b) O fato de Leozinho ter restituído a máquina de cortar cerâmica poucos dias após a subtração possui alguma relevância jurídico-penal? Caso a res furtiva fosse restituída no curso da ação penal a reposta seria a mesma? 
Sim, com base no art. 16 do CP houve arrependimento posterior, podendo a pena ser reduzida de um a dois terços. Não, a resposta seria diferente, pois para configurar arrependimento posterior, a restrição do bem deve ocorrer até o recebimento da denúncia ou queixa.
Casos Concretos Aula 7 
Por volta das 7h de uma segunda feira, Jesuíno e Lorrany, casal de namorados, ambos de 20 anos, abordaram o carro de Cláudia, parada em um semáforo em frente à escola do seu filho após deixá-lo. Jesuíno portava um revólver calibre 38 municiado e obrigou Cláudia a sentar no banco de trás do veículo ao lado de Lorrany. Jesuíno conduziu o veículo até a esquina mais próxima onde, então, Wallace Augusto entrou no carro e sentou-se na frente, no banco do carona portando a arma de Jesuíno apontada para a cabeça de Cláudia. Circularam por cerca deduas horas com a vítima fazendo com que esta efetuasse diversos saques de sua conta corrente e cartões de crédito em caixas eletrônicos quando, então, decidiram por largá-la no local em que havia sido rendida. Os agentes fugiram com o veículo, todavia alguns funcionários da escola que conheciam Cláudia viram o que acontecia e avisaram à Polícia, vendo ainda que os dois criminosos apanharam um homem que os aguardava nas cercanias. Dos fatos, restou provado no curso da ação penal que Jesuíno, Lorrany e Wallace Augusto associaram-se de forma estável e permanente para a prática de crimes contra o patrimônio. A partir do caso concreto narrado, com base nos estudos realizados sobre os delitos de roubo, extorsão e extorsão mediante sequestro identifique: 
a) A correta tipificação das condutas. Responda de forma objetiva e fundamentada. 
As condutas do casal Jesuíno e Lorrany e de Wallace Augusto se convergiram para o mesmo fim, que era constranger a vitima mediante grave ameaça com o fim de que a mesma efetuasse diversos saques de sua conta corrente e cartões de crédito, portanto, todos os agentes incorreram no mesmo crime que esta tipificado no art. 158 do Código Penal:
Art. 158 – Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa:
Pena – reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º – Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a pena de um terço até metade.
§ 2º – Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo anterior.
§ 3º Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2º e 3º, respectivamente.
b) Caso os agentes sejam denunciados pelas condutas contra o patrimônio com a majorante e ou qualificadora resultante de concurso de pessoas, é possível a cumulação de penas com o delito de associação criminosa? Responda de forma objetiva e fundamentada. 
Quanto ao concurso de pessoas, de acordo com a agravante prevista no §1º do art. 158, há aumento de pena de um terço até a metade quando o crime é cometido por duas ou mais pessoas e com o emprego de arma. Art. 158 – Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa:
Pena – reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º – Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a pena de um terço até metade.
O crime de associação criminosa esta previsto no art. 288 do Código Penal, a redação do artigo é clara ao falar em “crimes”, e no caso concreto houve somente um crime, portanto, não há que se falar em cumulação de penas e da incidência deste artigo.
c) Caso no momento em que Cláudia fosse rendida pelos agentes, tivesse reagido e levado um tiro de Jesuíno que empreendeu fuga deixando a vítima ferida, qual seria a correta tipificação da conduta de Jesuíno? 
Se a intenção desde o inicio de Jesuíno era de cometer a extorsão, de acordo com o §3º do art. 158 do Código Penal, prevê que se o crime for cometido mediante a restrição da liberdade da vitima a pena é de reclusão de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além de multa; se resultar lesão corporal grave ou morte, será aplicada as penas previstas no art. 159, §§ 2º e 3º do Código Penal:
Casos Concretos Aula 8 
Claudinei Bom de Papo, proprietário de um veículo BMW, ano 1995, decide convidar Anabellla, colega de faculdade, para jantar em um caro restaurante próximo à casa da jovem a fim de impressioná-la. Combina de se encontrarem às 21h na porta do restaurante. Ao término do jantar romântico, Claudinei Bom de Papo estende o convite para um cineminha próximo à sua casa e pede que Anabella o acompanhe até o serviço de manobrista do restaurante para que ele possa retirar seu BMW. Poucos minutos após entregar o ticket de estacionamento ao manobrista recebe seu carro com um pequeno plus fornecido pelo restaurante? outro carro, BMW, da mesma cor, mas 20 anos mais novo. Ciente do engano do manobrista e sem tecer qualquer comentário pega as chaves de seu novo carro e vai embora do restaurante com Anabella. A partir do caso concreto narrado e dos estudos realizados sobre os crimes contra o patrimônio, responda de forma objetiva e fundamentada: sendo certo que Claudinei Bom de Papo não provocou o engano e tampouco não o informou ao manobrista qual a correta tipificação de sua conduta? 
A conduta de estelionato art. 171. Obter para si o para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, indevido ou mantendo alguém em erro, mediante artificio, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento.
Casos Concretos Aula 9 
STJ reforma decisão e condena homem por estuprar enteada Mariângela Gallucci – O Estado de S. Paulo 26 Agosto 2014, 16h 24 Disponível em: http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,stj-reforma-decisao-e-condenahomem-porestuprar-enteada,1549894 O relator do caso fez críticas aos argumentos utilizados nas decisões das instâncias inferiores que haviam inocentado BRASÍLIA - O Superior Tribunal de Justiça (STJ) reformou decisão do Judiciário paulista que havia absolvido um homem acusado de praticar sexo com a enteada de 13 anos. Por unanimidade, os ministros da 6ª. Turma do STJ decidiram condená-lo. O processo será encaminhado ao Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo para que a pena seja fixada. Relator do caso, o ministro Rogerio Schietti Cruz fez críticas aos argumentos utilizados nas decisões das instâncias inferiores da Justiça, que tinham absolvido o padrasto. "Repudiáveis os fundamentos empregados pela magistrada de primeiro grau e pelo relator do acórdão impugnado (no TJ) para absolver o recorrido, reproduzindo um padrão de comportamento judicial tipicamente patriarcal, amiúde observado em processos por crimes dessa natureza, nos quais o julgamento recai inicialmente sobre a vítima para somente a partir daí julgar-se o réu", afirmou. Para os ministros do STJ, a presunção de violência nos crimes de estupro e atentado violento ao pudor contra menores de 14 anos tem caráter absoluto. "A interpretação que vem se firmando sobre tal dispositivo é no sentido de que responde por estupro o agente que, mesmo sem violência real, e ainda que mediante anuência da vítima, mantém relações sexuais (ou qualquer ato libidinoso) com menor de 14 anos", disse o relator. O caso chegou à Justiça após o padrasto ter sido denunciado pela própria companheira. A juíza de 1ª. Instância concluiu que a menina não foi vítima de violência presumida porque "se mostrou determinada para consumar o coito anal com o padrasto". "O que fez foi de livre e espontânea vontade, sem coação, ameaça, violência ou temor. Mais: a moça quis repetir e assim o fez", disse: "A vítima foi etiquetada como uma adolescente desvencilhada de preconceitos, muito segura e informada sobre os assuntos da sexualidade, pois 'sabia o que fazia'. Julgou-se a vítima, pois, afinal, 'não se trata de pessoa ingênua'. Desse modo, tangenciou-se a tarefa precípua do juiz de direito criminal, que é a de julgar o réu, ou, antes, o fato delituoso a ele atribuído", concluiu Schietti. A partir do caso concreto narrado, identifique: 
a) Quais os reflexos da caracterização da expressão vulnerabilidade como absoluta ou relativa? Responda de forma objetiva e fundamentada. 
O legislador Penal estabeleceu uma maior proteção para quem é vulnerável, e com este termo não estamos tratando de uma vulnerabilidade eventual decorrente de determinadas circunstâncias em que todos estamos sujeitos, estamos tratando de uma vulnerabilidade classificatória de acordo com a idade e a capacidade da vítima. Nesta classificação, o legislador em alguns artigos como: arts. 217-A, 218e 218-A, referiu-se como vulnerável o menor de quatorze anos; já nos arts. 218-B, 230, § 1º, 231, § 2º, I, 231-A, § 2º, I, tratou do vulnerável como o menor de dezoito anos. Diante destas tratativas distintas para o vulnerável, temos a divisão em vulnerabilidade absoluta e relativa, sendo a absoluta para o menor de quatorze anos, e a relativa para o menor de dezoito anos.
b) Nos casos de estupro contra vulnerável quem possui legitimidade para a propositura da ação penal? 
De acordo com o art. 225, parágrafo único do Código Penal, o crime de estupro de vulnerável previsto no art. 217-A da lei Penal é de ação penal pública incondicionada se a vítima é relativamente ou absolutamente vulnerável.
c) O fato da conduta ter sido praticada pelo padrasto da vítima possui alguma relevância jurídica para fins de aplicação de pena? 
O fato da conduta ter sido praticada pelo padrasto da vitima incide diretamente na pena que neste caso é aumentada de metade, esse aumento esta previsto no art. 226, II do Código Penal.
d) Caso na situação descrita à vítima tivesse 14 anos e a relação sexual fosse oriunda de grave ameaça proferida pelo padrasto as respostas anteriores se alterariam? Responda de forma objetiva e fundamentada. 
No caso do crime ser praticado mediante violência ou grave ameaça, há a descaracterização do crime de estupro de vulnerável previsto no art. 217-A do Código Penal para o crime de estupro previsto no art. 213, § 1º da Lei Penal.
Casos Concretos Aula 10 
Luana, Vanessa e Isabela, jovens de 22 e 23 anos, após terem sido demitidas da empresa de propaganda na qual trabalhavam resolveram alugar um imóvel e dividir as despesas do mesmo. Passados alguns meses sem que conseguissem novo emprego, decidiram trabalhar por um tempo como garotas de programa para seu sustento. A fim de evitar chamar a atenção de amigos e familiares resolveram utilizar a sua própria residência como local dos encontros. Para tanto, acordaram que Luana ficaria responsável pela administração do local, recebendo parte do dinheiro obtido por suas colegas com o serviço sexual, utilizando-o no pagamento do aluguel, anúncios, empregada e outras despesas necessárias à mantença do local. No mais, as próprias colegas agendavam e negociavam os programas que realizavam. Passados alguns meses do início das atividades, após diversas notificações às jovens reclamando sobre o excessivo movimento de estranhos no edifício, o síndico, desconfiado das atividades lá realizadas, notifica os fatos à autoridade pública, bem como a ocorrência de pequenos delitos no local. Após detalhada verificação de todos os fatos, inclusive através de interceptações telefônicas deferidas judicialmente, restou demonstrada a habitualidade das condutas de Luana, Vanessa e Isabela. Dos fatos, as jovens restaram denunciadas pela prática da conduta descrita no art.229, do Código Penal, sendo cumulada à conduta de Luana a figura típica do art.230, do Código Penal. Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre a moderna teoria do delito, quais as possíveis teses defensivas a serem apresentadas por Luana, Vanessa e Isabela? Responda de forma objetiva e fundamentada. 
Embora as condutas de Luana, Vanessa e Isabela encontrem previsão legal no delito previsto no art. 229 do Código Penal.
Art. 229. Manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em que ocorra exploração sexual, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
Não devem ser enquadradas neste dispositivo visto a tolerância por parte da sociedade em relação aos diversos estabelecimentos existentes destinados a praticas sexuais, e não só é tolerado pela sociedade, quanto é pelas próprias autoridades que conhecendo estes locais pela sua notoriedade não fazem vista grossa com relação a repreensão de tais prática, isso só deixa demonstrado que a conduta das indiciadas é tanto tolerada pela sociedade quanto até pelas autoridades que possuem a missão de zelar pela segurança e bem estar da sociedade bem como estão incumbidas da manutenção da segurança social e eliminação de todas as formas de delitos.
Nesse sentido a jurisprudência tem entendido de que o principio da adequação social deve ser levado em consideração no momento da aplicação da lei penal, analisando as transformações experimentadas pela sociedade afim de se buscar o alcance ou a negativa da lei penal a determinado caso concreto.
APELAÇÃO CRIME. MANUTENÇÃO DE CASA DE PROSTITUIÇÃO. ART. 229 DO CP. ATIPICIDADE. A manutenção de casa de prostituição com o pleno conhecimento da autoridade, que nenhuma restrição lhe opõe, desfigura o delito previsto no art. 229 do CP. Conduta que, embora inscrita na norma repressiva, em atenção às transformações de toda a ordem experimentadas pela sociedade, que traçam novos rumos, a partir do redimensionamento de valores coletivos e individuais, das quais o direito penal não se pode abstrair, em face das finalidades e princípios norteadores das normas recriminadoras; deve ser visualizada dentro de uma concepção maior, buscando a verdadeira finalidade da norma que incrimina a conduta, com todas as suas circunstâncias, inclusive respeitando as transformações sociais. Princípio da adequação social. Precedentes nesta Corte. Absolvição mantida.
(TJ-RS – ACR: 70035963552 RS, Relator: Fabianne Breton Baisch, Data de Julgamento: 12/01/2011, Oitava Câmara Criminal, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 10/02/2011)
No mais, no que tange o local onde supostamente era usado para exploração sexual, vale frisar que o mesmo é uma residência habitada por três mulheres e não um estabelecimento especialmente destinado a prática da exploração sexual com o caput do art. 229,  crime este que esta sendo imputado injustamente, visto que, não pode essas três mulheres ser imputado tal prática sendo que o que ocorria no ambiente residencial eram apenas alguns encontros que não podem ser interpretados desta forma grosseira e serem enquadradas em um tipo Penal como este.
Além do mais, a jurisprudência tem entendido que para a configuração do delito do art. 229 do Código Penal, é necessária a transformação do estabelecimento em local exclusivo de prostituição, o que não restou comprovado.
CASA DE PROSTITUIÇÃO – ATIPICIDADE DA CONDUTA – ABSOLVIÇÃO – MANUTENÇÃO. Para a configuração do delito do artigo 229 do Código Penal, é necessária a transformação do estabelecimento em local exclusivo de prostituição.
(TJ-MG 100240305478550011 MG 1.0024.03.054785-5/001(1), Relator: DELMIVAL DE ALMEIDA CAMPOS, Data de Julgamento: 12/01/2010, Data de Publicação: 24/03/2010)
Casos Concretos Aula 11
Claudirene, às 20 horas do dia 15 de março de 1994, deu à luz um menino na única maternidade existente na pequena cidade onde morava. Ocorre, porém, que tão logo sai da maternidade, Claudirene, que havia sido abandonada pelo pai da criança e não desejava criá-la sozinha, acaba por entregar o recém-nascido para Lúcia, uma velha conhecida sua. Esta, visando evitar o trâmite legal do processo de adoção, registra o menino como sendo seu filho, levando-o para morar com ela em uma cidade distante. Em janeiro de 2010, o ex companheiro de Claudirene a procurou, pois desejava conhecer o filho que havia abandonado dezesseis anos antes. Ao tomar conhecimento do que havia acontecido, vai até a Delegacia de Polícia e relata o fato às autoridades. Instaurado inquérito policial, Lúcia acaba sendo indiciada pelo crime previsto no art. 242, do Código Penal. Seu advogado, no entanto, impetra habeas corpus visando obter o arquivamento do procedimento inquisitorial em razão da ocorrência de prescrição da pretensão punitiva. Com base nos estudos realizados, diga fundamentadamente se deve prosperar a pretensão defensiva. 
A questão diz respeito ao termo inicial da contagem do prazo prescricional nos crimes de falsificação de registro civil, regulado pelo art. 111, inciso IV, do CP. A pretensão defensiva não deve prosperar, pois no delito de parto suposto, a prescrição somente começaa fluir do dia em que o fato se torna conhecido por autoridade que possa promover a persecução penal. Dessa forma, o incidiamento de Lúcia foi correto, devendo ser mantido. 
Casos Concretos Aula 12 
Jonas Maurílio foi denunciado pela prática das seguintes condutas, in verbis: Consta do presente Inquérito Policial que no dia 10 de julho de 2014, por volta das 20:0 horas, na Rua..., nº..., Bairro..., nesta capital, o denunciado JONAS MAURÍLIO ameaçou causar mal injusto e grave à vítima Maria Amália, sua cunhada, pois a filha desta, sobrinha de JONAS MAURÍLIO, pegou emprestado um ventilador na casa do autor para utilizar em conjunto com a mãe e o irmãozinho caçula. JONAS MAURÍLIO, irritado, armou-se com uma faca e disse à vítima que "iria pegar o ventilador de qualquer jeito, que esfaquearia Maria Amália, pois não se simpatiza com a mesma" (sic). Ato contínuo, o denunciado causou incêndio na cama da filha de Maria Amália que havia pego o aparelho de sua residência, que fica encostado na parede que faz divisão com o imóvel de Maria Amália, visto que as casas são geminadas, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem. No local, encontrava-se a outra filha da vítima e sobrinha do agente, uma criança de apenas 02(dois) anos. Em momento posterior, ao ser detido por policiais militares, novamente proferiu ameaças à vítima, dizendo-lhe que "não ficaria preso e seria liberado, mas quando ele saísse, a situação ficaria pior para a vítima". A vítima representou criminalmente contra o denunciado (fls. X). Insta salientar que o denunciado possui outros boletins de ocorrência com suposta prática de delitos desta natureza (violência doméstica), conforme fls.X2. A partir do caso concreto narrado, identifique a correta tipificação da conduta de JONAS MAURÍLIO. 
Crime de ameaça art. 147, C.P. – causar mal injusto e grave, ação penal pública condicionada. Crime de dano art. 163, C.P. – causou dano por motivo egoístico, ação penal privada. Crime de perigo a vida – art. 132, C.P. crime subsidiário, ação penal pública incondicionada.
Casos Concretos Aula 13 
Olimar, Lucivaldo e Hergílio com unidade de vontade e desígnios, no dia 20 de dezembro de 2012, por volta das 20h, mediante grave ameaça exercida com arma de fogo, subtraíram para si um telefone celular e um tablet de Antônio Pereira, quando este saía do estacionamento do shopping center Vilaverde. Ato contínuo, abordaram o veículo que vinha logo atrás de Antônio Pereira e subtraíram quinhentos reais em espécie e, ao tentar subtrair o veículo modelo Focus, marca Ford, placa EDV-X, de São Paulo, de propriedade de Marilene Mendes foram presos em flagrante. Após instrução probatória, Olimar restou condenado à pena de 20 anos, 6 meses e 2 dias de reclusão a ser cumprida inicialmente em regime fechado, pela prática dos crimes de roubo qualificado (art.157,§2º, I e I, CP) duas vezes, em concurso material,(art.69, CP) roubo qualificado na forma tentada (art.157,§2º, I e I, n.f art. 14, I, ambos do CP) e associação criminosa armada (art.288, parágrafo único, CP), em concurso material de crimes. Inconformado com a decisão condenatória a defesa de interpôs recurso de apelação com vistas, dentre outros pedidos, à exclusão da causa de aumento do parágrafo único do art.288, do Código Penal sob o argumento de configurar-se bis in idem, bem como ao reconhecimento da continuidade delitiva entre os delitos e não concurso material, como aplicado. Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre o tema responda de forma objetiva e fundamentada se os pedidos deverão ser julgados procedentes. 
Segundo posicionamento do STF é admissível o concurso entre os crimes de associação criminosa (quadrilha) e de furto qualificado, não se configurando bis in idem, pois o crime de quadrilha se consuma pela simples associação e não pela participação conjunta das pessoas associadas. Vale ressaltar que o crime cometido foi no ano de 2012, e antes da nova redação de 2013 anteriormente no crime de quadrilha ou bando, para que ocorresse a associação criminosa, era necessário a presença de, no mínimo, 4 (quatro) pessoas. A questão versa não de bis idem mas da conduta praticamente no tempo da ação obedendo o principio da teoria da atividade.
Casos Concretos Aula 14 
Cláudio Esperto adquiriu de pessoa desconhecida um aparelho destinado à falsificação de moeda. Em seguida, fabricou várias cédulas falsas de 10 reais. Resolvido a testar a qualidade de suas notas se dirigiu à uma padaria, adquiriu pães e bolo e pagou as compras com 4 notas falsas. Ainda que descoberta posteriormente a falsidade das notas em decorrência do prejuízo causado ao estabelecimento, sustentou em tese defensiva a incidência do princípio da insignificância para fins de exclusão de responsabilidade jurídico-penal de sua conduta. A partir do caso concreto narrado e dos estudos realizados sobre os crimes de moeda falsa: 
a) Aplique a correta tipificação às condutas praticadas por Cláudio Esperto. 
Cláudio Esperto praticou o crime de moeda falsa tipificado no (art. 289 CP), falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no pais ou no estrangeiro, tipificação inicial (art. 289, § 1°, e art. 291).
b) Avalie a tese defensiva apresentada por Cláudio Esperto. 
A tese é fundamentada no Princípio da Insignificância, trata de ações tipificadas como crime, mas cujo efeito concreto é completamente irrelevante e não causa qualquer lesão à sociedade, ao ordenamento jurídico ou à própria vítima.
Não se aplica o princípio da insignificância a fatos caracterizadores do crime de moeda falsa. A Turma do Tribunal afasta a aplicação do princípio da insignificância ao crime de moeda falsa por tratar-se de delito contra a fé pública" (HC 129.592-AL , Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 7/5/2009). Devem serem analisadas três requisitos:  a) a falsificação grosseira, b) a inexpressividade da lesão jurídica causada, e c) o fato de ter sido apreendida uma nota falsa no valor de R$ 5,00 em meio a outras notas verdadeiras.
Casos Concretos Aula 15 
Adriano Chefe confiou a Alessandro Correto o preenchimento de uma folha de papel assinada em branco, na qual deveria constar proposta de trabalho com orçamento que seria remetida a um cliente. Alessandro Correto guardou a folha em uma gaveta, planejando preenchê-la assim que retornasse do almoço. Aproveitando-se da ausência de Alessandro, Haroldo Ocara retirou o papel da gaveta, redigiu uma confissão de dívida de duzentos mil reais de Adriano Chefe a seu favor, embora este não lhe devesse coisa alguma, e se apropriou do documento. A partir do caso concreto narrado e dos estudos realizados sobre os crimes de contra a fé pública: 
a) Aplique a correta tipificação à conduta praticada por Haroldo Ocara. 
Resposta: crime de falsificação de documento particular art. 298, C.P. Crime comum, ação penal publica incondicionada. 
b) Caso Haroldo Ocara tivesse recebido a folha de papel assinada em branco de Adriano Chefe e tivesse redigido a referida confissão de dívida, a resposta seria a mesma? 
Resposta: Sim, pois Haroldo estaria praticando o crime de falsificação de documento particular.

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