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IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO
Princípio de Direito Internacional que exclui, em certas ocasiões, a possibilidade de um Estado ser submetido à jurisdição interna de outro Estado.
FUNDAMENTOS: 
- regra costumeira segundo a qual um Estado soberano não pode ser submetido à jurisdição interna de outro Estado, a menos que expresse o seu consentimento para tanto Par in parem non habet judicium – Entre pares não há jurisdição. 
- regra costumeira segundo a qual um Estado não pode ingerir-se em assuntos internos dos outros - princípio da não-intervenção ou não-ingerência em assuntos internos.
Ou seja, pautada na soberania, reciprocidade e não intervenção.
* Natureza jurídica processual ou Direito do Estado?
É visto claramente como Direito do Estado. Se fosse uma regra processual, o Estado sequer poderia ser citado, hoje, como é um direito, ele deve ser citado e SE QUISER LANÇA MÃO DESTE DIREITO.
EVOLUÇÃO
* CONCEPÇÃO ABSOLUTISTA – NUNCA e em NENHUMA HIPÓTESE o Estado poderia ser demandado (the King can do no wrong). Esta teoria passou, notadamente, a partir da década de 1970, por uma intensa relativização, deixando de ser pacificamente aceita.
* CONCEPÇÃO RELATIVISTA – em determinadas situações (de acordo com a natureza do ato praticado) o Estado poderá ser demandado. Assim, se for:
- Ato de IMPÉRIO (jure imperi) - natureza eminentemente pública, resultante da soberania estatal, não poderá ser demandado. CELSO D. ALBUQUERQUE MELLO assim classifica os atos de império:
a) atos legislativos; b) atos concernentes à atividade diplomática; c) os relativos às forças armadas; d) atos de administração interna dos Estados; e) empréstimos contraídos no estrangeiro.
	Atos de império serão aqueles que demonstram a atuação do Estado, como ente dotado de imperatividade e personalidade jurídica própria. Estão ligados à própria natureza jurídica do Estado, os mais essenciais e que permitem sua distinção em relação a outras pessoas jurídicas. Vinculam-se diretamente a soberania e autonomia.
- Ato de GESTÃO jure gestionis - caráter nitidamente privado, o Estado não faz jus à imunidade de jurisdição, podendo ser demandado no foro local do Estado estrangeiro.
Logo, nos casos em que o Estado estrangeiro atua não na condição de entidade soberana, mas na qualidade de mero particular, praticando atos de natureza privada (jure gestionis), tem-se admitido a possibilidade de ser demandado perante foro estrangeiro - reclamações trabalhistas movidas por ex-funcionários das representações diplomáticas ou postos consulares.
EVOLUÇÃO NO BRASIL: 
No passado, as ações movidas contra Estados estrangeiros no Brasil eram liminarmente extintas, sem que a parte demandada sequer fosse citada. Atualmente, prevalece o entendimento de que o Estado deve ser citado, ainda nos casos em que o Estado atuou como ente soberano (praticando ato de jure imperii), cabendo a ele manifestar se aceita ou não a jurisdição brasileira.
ALGUNS JULGADOS:
DIREITO PROCESSUAL E DIREITO INTERNACIONAL. PROPOSITURA, POR FRANCÊS NATURALIZADO BRASILEIRO, DE AÇÃO EM FACE DA REPÚBLICA FEDERAL DA ALEMANHA VISANDO A RECEBER INDENIZAÇÃO PELOS DANOS SOFRIDOS POR ELE E POR SUA FAMÍLIA, DE ETNIA JUDAICA, DURANTE A OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO FRANCÊS NA A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL. SENTENÇA DO JUÍZO DE PRIMEIRO GRAU QUE EXTINGUIRA O PROCESSO POR SER, A AUTORIDADE JUDICIÁRIA BRASILEIRA, INTERNACIONALMENTE INCOMPETENTE PARA O JULGAMENTO DA CAUSA. REFORMA DA SENTENÇA RECORRIDA.
A imunidade de jurisdição não representa uma regra que automaticamente deva ser aplicada aos processos judiciais movidos contra um Estado Estrangeiro. Trata-se de um direito que pode, ou não, ser exercido por esse Estado. Assim, não há motivos para que, de plano, seja extinta a presente ação. Justifica-se a citação do Estado Estrangeiro para que, querendo, alegue seu interesse de não se submeter à jurisdição brasileira, demonstrando se tratar, a hipótese, de prática de atos de império que autorizariam a invocação desse princípio. Recurso ordinário conhecido e provido”. (RO . 64/SP, Rel. Ministra Nancy Andrighi, Terceira Turma do STJ. Julgado em 13.05.2008. DJ 23.06.2008)
IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO - RECLAMAÇÃO TRABALHISTA - LITÍGIO ENTRE ESTADO ESTRANGEIRO E EMPREGADO BRASILEIRO - EVOLUÇÃO DO TEMA NA DOUTRINA, NA LEGISLAÇÃO COMPARADA E NA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL: DA IMUNIDADE JURISDICIONAL ABSOLUTA À IMUNIDADE JURISDICIONAL MERAMENTE RELATIVA 
- Recurso extraordinário não conhecido. Os estados estrangeiros não dispõem de imunidade de jurisdição, perante o poder judiciário brasileiro, nas causas de natureza trabalhista, pois essa prerrogativa de direito internacional público tem caráter meramente relativo. 
Imunidade de jurisdição o privilégio resultante da imunidade de execução não inibe a justiça brasileira de exercer jurisdição nos processos de conhecimento instaurados contra estados estrangeiros. (RE 222368 AgR, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Segunda Turma, julgado em 30/04/2002, DJ 14-02-2003 PP-00070 EMENT VOL-02098-02 PP-00344).
IMUNIDADE DE EXECUÇÃO 
O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (Ação Cível Originária nº 575. Supremo Tribunal Federal), tratando-se da questão pertinente à imunidade de EXECUÇÃO, continua entendendo que é de caráter ABSOLUTO, ressalvando as hipóteses excepcionais:
- de renúncia, por parte do Estado estrangeiro, à prerrogativa da intangibilidade dos seus próprios bens ou
- de existência, em território brasileiro, de bens, que, embora pertencentes ao Estado estrangeiro, sejam estranhos, quanto à sua destinação ou utilização, às legações diplomáticas ou representações consulares por ele mantidas em nosso País
	ATENÇÃO!! A imunidade de EXECUÇÃO não se confundem a imunidade de jurisdição sendo inclusive necessária NOVA RENÚNCIA NESTA FASE. Ou seja, o Estado foi citado e renunciou à sua imunidade de JURISDIÇÃO e acabou sendo sucumbente na demanda e não cumpriu espontaneamente a decisão, sendo necessária a execução. Neste caso, deverá haver NOVA RENÚNCIA À IMUNIDADE (DUPLA RENÚNCIA).
CONVENÇÃO SOBRE IMUNIDADES JURISDICIONAIS DO ESTADO E DE SEUS BENS: 
É uma iniciativa da Comissão de Direito Internacional da ONU, na sua 43ª Sessão, em 1991. Em 17/01/2005 foi aberta à assinatura em Nova York.
	ATÉ HOJE O BRASIL NÃO A ASSINOU E TAMPOUCO A RATIFICOU.
Essa convenção busca regulamentar o tema da Imunidade dos Estados. Na sua parte III (arts. 10 a 17) a convenção elenca os assuntos nos quais a imunidade de jurisdição do Estado não pode ser invocada perante um tribunal interno de outro Estado:
a)	Transações comerciais com Estados estrangeiros;
b)	Contratos individuais de trabalho, entre um Estado e pessoa física estrangeira;
c)	Casos de responsabilidade civil, em processos relativos à obtenção de reparação pecuniária por morte ou danos à integridade física da pessoa;
d)	Direitos relativos a bens móveis ou imóveis;
e)	Casos de direitos relativos à propriedade intelectual;
f)	Participação do Estado em sociedades ou outras pessoas jurídicas;
g)	Causas relativas à exploração de navios de propriedade do Estado ou explorados por ele; e
h)	Questões relativas a convenções de arbitragem surgidas nas transações comerciais com particulares estrangeiros, afetas à validade e interpretação do acordo de arbitragem, ao procedimento arbitral ou à anulação do laudo arbitral.
IMUNIDADE DOS ORGANISMOS INTERNACIONAIS
EMBARGOS. INTIMAÇÃO DO ENTE PÚBLICO ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI Nº 11.496/2007. CIÊNCIA EM 24.08.2007. IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO. ORGANISMOS INTERNACIONAIS. ONU/PNUD�. 
1. Diferentemente dos Estados estrangeiros, que atualmente têm a sua imunidade de jurisdição relativizada, segundo entendimento do próprio Supremo Tribunal Federal, os organismos.
2. Os organismos internacionais, ao contrário dos Estados, são associações disciplinadas, em suas relações, por normas escritas, consubstanciadas nos denominados tratados e/ou acordos de sede. Não têm, portanto, a sua imunidade de jurisdição pautada pela regra costumeira internacional,tradicionalmente aplicável aos Estados estrangeiros. Em relação a eles, segue-se a regra de que a imunidade de jurisdição rege-se pelo que se encontra efetivamente avençado nos referidos tratados de sede.
3. No caso específico da ONU, a imunidade de jurisdição, salvo se objeto de renúncia expressa, encontra-se plenamente assegurada na Convenção sobre Privilégios e Imunidades das Nações Unidas, também conhecida como "Convenção de Londres", ratificada pelo Brasil por meio do Decreto nº 27.784/1950. Acresça-se que tal privilégio também se encontra garantido na Convenção sobre Privilégios e Imunidades das Agências Especializadas das Nações Unidas, que foi incorporada pelo Brasil por meio do Decreto nº 52.288/1963, bem como no Acordo Básico de Assistência Técnica com as Nações Unidas e suas Agências Especializadas, promulgado pelo Decreto nº 59.308/1966. 
4. Assim, porque amparada em norma de cunho internacional, não podem os organismos, à guisa do que se verificou com os Estados estrangeiros, ter a sua imunidade de jurisdição relativizada, para o fim de submeterem-se à jurisdição local e responderem, em consequência, pelas obrigações contratuais assumidas, dentre elas as de origem trabalhista. Isso representaria, em última análise, a quebra de um pacto internacional, cuja inviolabilidade encontra-se constitucionalmente assegurada (art. 5º, § 2º, da CF/88).
5. Embargos conhecidos, por violação ao artigo 5º, § 2º, da Constituição Federal, e providos para, reconhecendo a imunidade absoluta de jurisdição da ONU/PNUD, restabelecer o acórdão regional, no particular. (PROCESSO Nº TST-E-ED-RR-900/2004-019-10-00.9, Relator Ministro Caputo Bastos, Data de Julgamento 03/09/2009).
OJ 416 SDI-I – TST: IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO. ORGANIZAÇÃO OU ORGANISMO INTERNACIONAL. 
As organizações ou organismos internacionais gozam de imunidade absoluta de jurisdição quando amparados por norma internacional incorporada ao ordenamento jurídico brasileiro, não se lhes aplicando a regra do Direito Consuetudinário relativa à natureza dos atos praticados. Excepcionalmente, prevalecerá a jurisdição brasileira na hipótese de renúncia expressa à cláusula de imunidade jurisdicional.
� O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento executa diversos projetos em diferentes áreas. Neles, o PNUD oferece aos parceiros apoio técnico, operacional e gerencial, por meio de acesso a metodologias, conhecimentos, consultoria especializada e ampla rede de cooperação técnica internacional. Com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento humano, o combate à pobreza e o crescimento do país nas áreas prioritárias, o PNUD Brasil tem a constante missão de buscar alinhar seus serviços às necessidades de um país dinâmico, multifacetado e diversificado. Os projetos são realizados em parceria com o Governo Brasileiro, instituições financeiras internacionais, setor privado e sociedade civil.
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