Buscar

Caso 4 (Katharina Freud)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

O CASO DE KATHARINA
Numa viagem de férias, Freud é abordado por Katharina, que lhe fala sobre seus sintomas de falta de ar, sufocação, etc. Apesar de estar de férias, Freud, interessa-se pelo caso porque achou interessante constatar que uma neurose tivesse florescido numa cidade pequena, situada a mais de 2000 metros de altitude. 
 (É preciso lembrar que, antes de Freud inventar a psicanálise, um dos tratamentos recomendados para as doenças nervosas era o repouso numa região de clima ameno - o que esta cidade tinha, pela sua altura - e tranquila). 
E foi assim, a partir de uma mera conversa, que veio o estudo de caso de Katharina...
Sintomas de Katharina..
Acontecia de repente. Parecia que havia alguma coisa pressionando seus olhos, a cabeça ficava pesada, escutava um zumbido terrível, ficava tonta que quase chegava a cair, então alguma coisa lhe esmaga o peito que quase não consegue respirar. A garganta fica apertada como se fosse sufocar, sente marteladas fortes na cabeça. Ela acha que vai morrer, no dia que a crise acontecia não saía para lugar nenhum, e ficava achando que havia alguém atrás dela que ia agarrá-la de repente.
No que Katharina pensava quando aconteciam as crises?
Em um rosto medonho que a olhava de maneira terrível, de modo que ficava assustada.
Katharina sentia-se mal o tempo todo, ficava sempre pensando na cena. Então dois dias depois, tornou-se a cair doente, e de cama por três dias seguidos.
Para Freud estar doente significava repulsa. Mas repulsa do quê?
Katharina então começou a contar dois grupos de histórias mais antigas que aconteceram dois ou três anos antes do momento traumático. 
O primeiro grupo de histórias, contou que houve ocasiões em que esse mesmo tio fez investidas sexuais contra ela, quando tinha apenas 14 anos de idade.
O segundo grupo de histórias, se relacionava com ocasiões em que notava algo entre o tio e Franziska
Então foi descoberto o motivo da repulsa de Katharina...
Ela não sentiu repulsa pela visão das duas pessoas, mas pela lembrança que aquela visão despertava, ou seja, a lembrança da investida contra ela na noite em que “sentiu o corpo do tio”. 
Em suma, a repulsa surgiu quando entendeu o que o tio queria fazer com ela, que era a mesma coisa que estava fazendo com Franziska.
Assim o caso ficou esclarecido, mas e o rosto medonho que via sempre nas crises e lhe causava medo? Era do tio que culpava Katharina pelo seu divórcio e quando a via, seu rosto se transfigurava em ódio.
MECANISMOS
Ao não usar a hipnose, Freud tentava buscar uma maneira de encontrar as recordações patogênicas: então perguntava se recordava do primeiro momento em que se havia demonstrado o sintoma pela primeira vez, aos que dizia que não recordavam, Freud insistia que em algum momento deveriam recordar e a outros que faltava algo. 
Para isso deveria superar a ‘resistência’ 
Então foi descoberto o motivo da repulsa de Katharina...
Ela não sentiu repulsa pela visão das duas pessoas, mas pela lembrança que aquela visão despertava, ou seja, a lembrança da investida contra ela na noite em que “sentiu o corpo do tio”. 
Resistência: em psicanálise, se faz uso quando todos os atos e palavras do analisado se opõem ao acesso de seu inconsciente. 
Ao analisar algumas representações patogênicas, em geral, se encontrava as que eram muito penosas para o paciente. E preferiam não ter passado por essas circunstâncias. 
De onde vem a ideia de DEFESA 
DEFESA: operação que tem como finalidade reduzir ou eliminar modificações que podem por em perigo a integridade do indivíduo
A angustia que Katharina sentia em seus ataques era
histérica.
Em toda análise de casos de histeria baseados em traumas sexuais, verifica-se que as impressões do período pré-sexual não produzem nenhum efeito na criança, mas atingem um poder traumático numa data posterior, como lembranças quando a moça ou a mulher casada adquire uma compreensão da vida sexual. 
O QUE É HISTERIA PARA PSICANÁLISE? 
É uma neurose complexa caracterizada pela instabilidade emocional. Os conflitos interiores manifestam-se em sintomas físicos, como por exemplo, paralisia, cegueira, surdez, etc. Pessoas histéricas frequentemente perdem o autocontrole devido a um pânico extremo.
Pela descrição dos sintomas, Freud percebeu que Katharina sofria de crises de angústia. E a angústia, segundo ele, é algo relacionado, nas moças, com "o horror de que mentes virginais são tomadas ao se defrontarem pela primeira vez com o mundo da sexualidade" 
A moça concorda prontamente com essa intervenção e começa a relatar o que havia desencadeado o sintoma. Mas, neste ponto, Freud encontra uma resistência e não insiste. Apenas pede para que Katharina relatasse o que se seguiu ao ocorrido 
Freud relata: " A última parte que me contara, numa forma aparentemente sem sentido, proporcionou uma admirável explicação do seu comportamento na cena da descoberta. Naquela ocasião, ela carregava consigo dois conjuntos de experiências de que se recordava mas que não compreendia, (...)
Quando vislumbrou o casal no ato sexual, estabeleceu de imediato uma ligação entre a nova impressão e aqueles dois conjuntos de lembranças, começou a compreendê-los (...) Seguiu-se, então, um curto período de elaboração, após o qual os sintomas de conversão se instalaram, com vômitos funcionando como um substituto para a repulsa moral e física

Outros materiais