Buscar

Orçamento Público aula 06

Prévia do material em texto

Orçamento Público / Aula 6 - Receita Orçamentária Pública
Receita Pública — Conceito
Receitas públicas são ingressos de recursos financeiros nos cofres do Estado, que se desdobram em receitas orçamentárias, quando representam disponibilidades de recursos financeiros para o erário, e ingressos extra orçamentários, quando representam apenas entradas compensatórias. (Fonte: MTO 2016)
Dessa forma, depreende-se que apenas as receitas orçamentárias são públicas, e podem ser utilizadas para atender as despesas públicas.
Em linhas gerais, os artigos 3º, 9º, 11, 35 e 57 da Lei nº 4.320/1964 tratam das receitas públicas.
Receita Orçamentária
As receitas orçamentárias são os recursos financeiros que ingressam nos cofres públicos durante o exercício e representam as disponibilidades que podem ser utilizadas para execução das políticas públicas, por meio da sua aplicação nos programas e ações que têm como finalidade atender às necessidades públicas.
O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, por intermédio da Secretaria de Orçamento Federal (SOF), em parceria com a Secretaria do Tesouro Nacional (STN), do Ministério da Fazenda, editaram a Portaria Interministerial nº 163, de 4 de maio de 2001, que constitui, atualmente, o marco para a padronização da classificação de receitas, utilizada por todos os entes da Federação – União, estados, município e Distrito Federal.
As receitas públicas aumentam o saldo financeiro do Estado e são previstas na lei orçamentária anual (LOA), inclusive aquelas provenientes da alienação de bens ou de operações de crédito, em conformidade com princípio da universalidade da LOA, insculpido no art. 4º da Lei nº 4.320/1964.
Fonte: Chepko Danil Vitalevich / Shutterstock
As receitas obtidas através de Operações de Crédito por Antecipação de Receita Orçamentária (ARO) constituem uma exceção, e não são consideradas receitas orçamentárias.
Segundo o Dicionário de Termos da Contabilidade Pública, as Operações de Crédito por Antecipação de Receita orçamentária (ARO) constituem “o processo pelo qual o tesouro público pode contrair uma dívida por antecipação da receita prevista”. As ARO são contratadas junto a instituições financeiras e devem ser liquidadas quando ocorrer o ingresso dos recursos financeiros que foram antecipados.
As ARO são destinadas a atender a insuficiência de caixa dentro do próprio exercício financeiro e por não representarem novas receitas extraorçamentária. A matéria referente à ARO é disciplinada pela Seção XI do Decreto nº 93.872/1986, pelo art. 38 da Lei Complementar nº 4.320/1964, pelo e pelos artigos. 165, § 8º, e 167, X, da Constituição Federal de 1988.
A classificação da receita orçamentária é de utilização obrigatória pela União, estados, município e Distrito Federal, sendo facultado o seu desdobramento para atender às respectivas particularidades. As receitas orçamentárias são classificadas segundo os seguintes critérios:
Classificação por Natureza Econômica da Receita
A classificação orçamentária por natureza de receita é estabelecida pelo § 4º do art. 11 da Lei nº 4.320/1964. No âmbito da União, sua codificação é normatizada por meio de Portaria da SOF e para Estados e Municípios é feita por meio de Portaria Interministerial (SOF e STN).
A classificação da receita por natureza é utilizada por todos os entes da Federação e visa identificar a origem do recurso segundo o acontecimento real que ocasionou o ingresso da receita nos cofres públicos (fato gerador).
A partir de 2016, com o objetivo de simplificar, agilizar e dar maior transparência à gestão das receitas orçamentárias públicas entrou em vigor uma nova estrutura de codificação das Naturezas de Receita.
A nova estrutura tornou possível associar, de forma direta e imediata, a receita principal com aquelas dela originadas:
 Multas e Juros;
 Dívida Ativa;
 Multas e
 Juros da Dívida Ativa.
A nova estrutura é formada por um código numérico de 8 dígitos, com a seguinte composição:
Classificação por Natureza de Receita
Quando, por exemplo, o imposto de renda pessoa física é recolhido, classifica-se a receita pública correspondente no código de natureza de receita “1.1.1.3.01.1.1”, conforme representado a seguir:
Fonte: MTO 2016
Categoria Econômica
O art. 11, da Lei nº 4.320/64, classifica a receita orçamentária em duas categorias econômicas:
A codificação, em âmbito de categoria econômica, tem a seguinte forma:
Fonte: MTO 2016
Origem
A origem consiste no detalhamento das categorias econômicas e tem por finalidade identificar a procedência das receitas no momento em que ingressam nos cofres públicos.
Na origem, existem algumas arrecadações inter-relacionadas que dependem da existência de um fato gerador inicial a partir do qual, por falta de pagamento, são geradas outras receitas: multas, juros e dívida ativa. Ou seja, o não pagamento da Receita Orçamentária original, dentro dos prazos estabelecidos em lei, gera outras receitas.
Fonte: MTO 2016
Espécie e desdobramentos para identificação de peculiaridades da receita
Quanto à categoria econômica, vejamos:
Espécie
A espécie está vinculada à origem e permite qualificar com maior detalhe o fato gerador das receitas. Por exemplo, dentro da origem “Contribuições”, identificam-se as espécies “Contribuições Sociais”, “Contribuições Econômicas” e “Contribuições para Entidades Privadas de Serviço Social e de Formação Profissional”.
Desdobramentos para identificação de peculiaridades da receita
Com a finalidade de identificar peculiaridades de cada receita, foram reservados 4 dígitos para desdobramentos, caso seja necessário. Desse modo, esses dígitos podem ou não ser utilizados conforme a necessidade de especificação do recurso.
Tipo de categoria econômica
Correspondente ao último dígito na natureza de receita tem a finalidade de identificar o tipo de arrecadação a que se refere aquela natureza, sendo:
O último dígito do código de natureza de receita contém um dos valores mencionados, fazendo com que as arrecadações de cada recurso – sejam da receita propriamente dita ou de seus acréscimos legais – fiquem agrupadas sob um mesmo código, conforme detalhamento a seguir:
Fonte: MTO 2016
Classificação por Identificador de Resultado Primário
Conforme essa classificação, as receitas do Governo Federal podem ser divididas em:
a) primárias (P), quando seus valores são incluídos no cálculo do resultado primário; e
b) financeiras (F), quando não são incluídas no citado cálculo.
Classificação por Fonte/Destinação de Recursos
A classificação por Fonte/Destinação de recursos visa a assegurar que receitas vinculadas por lei a finalidade específica sejam aplicadas exclusivamente em despesas destinadas a sua consecução.
A classificação da natureza de receita orçamentária procura identificar a origem do recurso segundo seu fato gerador, enquanto a fonte/destinação de recursos tem a finalidade de identificar o destino dos recursos arrecadados, que podem ser de dois tipos:
Destino vinculado
Consiste na vinculação entre a origem e a aplicação de recursos, em atendimento às finalidades específicas estabelecidas em leis que regulamentam a aplicação de recursos e os direcionam para despesas, entes, órgãos, entidades ou fundos.
O código de fonte/destinação de recursos exerce duplo papel no processo orçamentário:
Na receita, indica o destino dos recursos para o financiamento de determinadas despesas;
Na despesa, identifica a origem dos recursos que estão sendo utilizados.
Essa característica vai ao encontro do que estabelece o parágrafo único, do art. 8º, e do art. 50, inciso I, ambos da Lei de Responsabilidade fiscal.
Art. 8º [...]
Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados à finalidade específica serão utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso. [...]
Art. 50. Além de obedecer às demais normas de contabilidade pública, a escrituração das contas públicas observará as seguintes:
I - a disponibilidadede caixa constará de registro próprio, de modo que os recursos vinculados a órgão, fundo ou despesa obrigatória fiquem identificados e escriturados de forma individualizada.”
A classificação de fonte/destinação é representada por um código de três dígitos. O 1º dígito representa o grupo de fonte; o 2º e o 3º representam a especificação da fonte.
O Anexo IV, da Portaria SOF nº 1, de 19 de fevereiro de 2001, lista os grupos de fontes e as respectivas especificações das fontes de recursos vigentes.
Exemplos de fontes/destinação de recursos:
Fonte: MTO 2016
Classificação por Esfera Orçamentária
Essa classificação tem por finalidade identificar se a receita pertence ao Orçamento Fiscal, da Seguridade Social ou de Investimento das Empresas Estatais, conforme distingue o § 5º, do art. 165, da Constituição Federal de 1988.
Etapas e estágios da receita pública
O Manual da Receita Nacional estabelece que a receita pública percorra três etapas. Vejamos, a seguir, as etapas e os estágios dessa receita:
Atividade proposta
Entre as opções abaixo, assinale aquela que apresenta o nível de classificação da receita orçamentária com finalidade de identificar a procedência das receitas no momento em que ingressam nos cofres públicos.
Classe
Categoria Econômica
Espécie
Origem
Indicador
Corrigir
A classificação da natureza de receita orçamentária procura identificar a origem do recurso segundo seu fato gerador, enquanto a fonte/destinação de recursos tem a finalidade de identificar o destino dos recursos arrecadados, que podem ser de dois tipos:
fiscal e de seguridade social
orçamentário e extraorçamentário
corrente e capital
efetivo e não efetivo
vinculado e não vinculado
Corrigir
O art. 11, da Lei nº 4.320/64, classifica a receita orçamentária em duas categorias econômicas: receitas correntes e receitas de capital. A Portaria Interministerial STN/SOF n° 338, de 26 de abril de 2006, estabelece, ainda, a necessidade de identificação das receitas correntes e de capital:
intraorçamentárias
vinculadas
originárias
derivadas
extraorçamentárias
Corrigir
O Código Tributário Nacional, art. 142, trata do procedimento administrativo que tem por objetivo verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo o caso, propor a aplicação da penalidade cabível. A que procedimento o citado artigo se refere?
Recolhimento
Previsão
Lançamento
Arrecadação
Multa
Corrigir

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes