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Utilização dos meios telemáticos para citação

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UTILIZAÇÃO DOS MEIOS TELEMÁTICOS PARA CITAÇÃO E 
PROCEDIMENTOS PROCESSUAIS 
Raquel Rodrigues Galetti 
Com o intuito de diminuir a morosidade no Poder Judiciário, os legisladores 
editaram a Lei 11.419 de 19 de dezembro de 2006, que tem por escopo legalizar o uso 
dos meios eletrônicos nas atividades do Poder Judiciário. 
A referida lei permitiu o uso do meio eletrônico para o trâmite de peças 
processuais e a prática de atos processuais, tais como intimação e citação eletrônica, 
bem como o uso do Diário da Justiça Eletrônico, medidas que paralelamente apresentam 
como objetivo dar mais agilidade ao desenvolvimento do processo. 
O artigo 1º, § 2º, inciso II, da lei dispõe sobre o uso do meio eletrônico para a 
tramitação do processo judicial: 
“Art. 1º O uso de meio eletrônico na tramitação de processos judiciais, 
comunicação de atos e transmissão de peças processuais será admitido nos 
termos desta Lei. 
(...) 
§ 2º Para o disposto nesta Lei, considera-se: 
I - meio eletrônico qualquer forma de armazenamento ou tráfego de 
documentos e arquivos digitais; 
II - transmissão eletrônica toda forma de comunicação a distância com a 
utilização de redes de comunicação, preferencialmente a rede mundial de 
computadores; (...)” 
 
O Novo Código de Processo Civil que entrou em vigor em 18 de março de 
2016, em seu artigo 334, § 7º, prevê que a audiência de mediação ou conciliação, até 
mesmo a audiência inicial do procedimento comum, poderá ser realizada por meio 
eletrônico. 
E ainda, os artigos 236, § 6º, 453, § 1º e 461, § 2º, também do Novo CPC 
admitem em razão do local de tramitação processual e da celeridade processual, a 
prática de atos processuais por videoconferência, ou outro recurso tecnológico de 
transmissão de sons e imagens em tempo real, o depoimento pessoal da parte, a oitiva 
de testemunhas e até mesmo o caso de acareação. 
Diante dessas novas possibilidades, tem se iniciado uma discussão sobre a 
utilização dos meios eletrônicos de comunicação como WhatsApp e Facebook pelos 
Tribunais Brasileiros como forma de intimação e citação, pois os juízes tem se validado 
da ferramenta para enxugar custos e proporcionar mais agilidade ao processo, bem 
como evitar que as partes se esquivem do cumprimento das suas obrigações, pois diante 
da frustrada utilização dos meios tradicionais de intimação, cabe ao judiciário meios 
alternativos. 
Se a Lei 11.419/06 instituiu a tramitação eletrônica do processo e o Novo 
Código de Processo Civil admitiu a pratica de atos processuais através de meios 
eletrônicos, não há qualquer empecilho de que os mesmos sejam praticados através de 
E-mail, Facebook, Skype e WhatsApp, afinal estes são formas de comunicação 
eletrônica que se utilizam de redes de internet, permitindo o tráfego de documentos e 
troca de mensagens, os aplicativos possuem ícones que comprovam o recebimento da 
mensagem e, inclusive, apontam a leitura pelo receptor da mensagem. 
Os meios telemáticos, tais como o próprio WhatsApp, podem ainda se 
enquadrar na previsão do § 4º do artigo 5º da Lei 11.419/06, que possibilita o envio de 
mensagem eletrônica em caráter informativo para cientificar a existência de uma citação 
ou intimação, bem como da abertura de prazo processual aos que manifestarem 
interesse. 
Por fim, o § 5º do mesmo artigo 5º, prevê, ainda, em caso de urgência, desde 
que determinado pelo juiz e com o fim de atingir determinada finalidade, a possibilidade 
de realização de ato processual por outro meio, quando evidente a tentativa de burlar o 
sistema ou a forma prevista no “caput” desse artigo puder causar prejuízo a qualquer das 
partes. 
Ora, se pensarmos que a utilização de outro meio que não o portal 
eletrônico seria em caráter eventual por motivos de urgência, com o intuito de atingir 
certa finalidade e afastar prejuízo a uma das partes, pode-se considerar válida a citação 
ou intimação através do WhatsApp e outros aplicativos semelhantes.

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