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Direito das Coisas – Prof. Rodrigo Duarte Material 04 Acessões artificiais ou físicas ou industriais - Derivam de um comportamento ativo do homem, como plantações, construções, etc. Possui caráter oneroso e se submete à regra de que tudo aquilo que se incorpora ao bem em razão de uma ação qualquer, cai sob o domínio de seu proprietário. Toda construção ou plantação existente em um terreno presume-se feita pelo proprietário e à sua custa, até que se prove o contrário. Atenção para a leitura dos artigos – 1253 até 1259 do Código civil. USUCAPIÃO Trata-se do modo de aquisição originário que independe da vontade do titular anterior. Ocorre quando alguém detém a posse de uma coisa com ânimo de dono, por um tempo determinado, sem interrupção e sem oposição. Espécies: EXTRAORDINÁRIA Para que se tenha a usucapião extraordinária, são necessários os seguintes requisitos: - Posse pacífica, ininterrupta, exercida com “animus domini” (vontade de ser dono) - Decurso do prazo de 15 anos, que poderá ser reduzido para 10 anos se o possuidor estabelecer no imóvel sua moradia habitual ou nele realizar obras e serviços de caráter produtivo, aumentando a utilidade do bem. - DISPENSA-SE o JUSTO TÍTULO e a BOA FÉ ORDINÁRIO (art. 1.242, CC) - Posse pacífica, ininterrupta, exercida com “animus domini” (vontade de ser dono) - Decurso do prazo de 10 anos, que poderá ser reduzido para 05 anos se o possuidor tiver adquirido o imóvel onerosamente e cujo registro foi cancelado, desde que seja estabelecida a moradia no imóvel ou houver sido realizado investimentos. - EXIGE-SE o JUSTO TÍTULO e a BOA FÉ CONSTITUCIONAL URBANA OU (PRO MORADIA) - Posse pacífica, ininterrupta, exercida com “animus domini” (vontade de ser dono) - Decurso do prazo de 05 anos. - Dimensão da área de até 250 m² - Não podendo ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural. CONSTITUCIONAL RURAL OU (PRO LABORE) - Posse pacífica, ininterrupta, exercida com “animus domini” (vontade de ser dono) - Decurso do prazo de 05 anos. - Dimensão da área de até 50 ha - Não podendo ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural. FAMILIAR Temos aqui uma nova modalidade de usucapião de bem imóvel, inserida no Código Civil em 2011, cujo prazo é o menor de todos (02 anos). - Utiliza as regras da usucapião urbana. - A propriedade deverá ser dividida com ex cônjuge ou ex companheiro que abandonou o lar. - Não podendo ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural. USUCAPIÃO ADMINISTRATIVO A Usucapião Extrajudicial está veiculada no artigo 1.071 do Novo CPC, o qual modifica a Lei de Registros Públicos (L. 6015/1973) - Será processado diretamente perante o cartório do registro de imóveis da comarca em que estiver situado o imóvel usucapiendo. Necessidade de advogado. São quatro os documentos básicos: Ata Notarial Art. 216-A, inciso “I – ata notarial lavrada pelo tabelião, atestando o tempo de posse do requerente e seus antecessores, conforme o caso e suas circunstâncias“; O Novo CPC inovou ao prever o instrumento da ata notarial, em seu art. 384 dispõe o novo Código que “A existência e o modo de existir de algum fato podem ser atestados ou documentados, a requerimento do interessado, mediante ata lavrada por tabelião” que poderão incluir até mesmo dados representados por imagem ou sons gravados. Planta e Memorial descritivo Art. 216-A, “II – planta e memorial descritivo assinado por profissional legalmente habilitado, com prova de anotação de responsabilidade técnica no respectivo conselho de fiscalização profissional, e pelos titulares de direitos reais e de outros direitos registrados ou averbados na matrícula do imóvel usucapiendo e na matrícula dos imóveis confinantes“; A planta e o memorial descritivo sempre foram requisitos para a usucapião, a jurisprudência até permitia sua substituição por meros croquis em alguns casos específicos. Certidões Negativas Art. 216-A. III – certidões negativas dos distribuidores da comarca da situação do imóvel e do domicílio do requerente; O requerente deverá provar que não demanda o imóvel judicialmente (ou é demandado por ele), para isso basta uma certidão negativa da distribuição. Justo título IV – justo título ou quaisquer outros documentos que demonstrem a origem, a continuidade, a natureza e o tempo da posse, tais como o pagamento dos impostos e das taxas que incidirem sobre o imóvel. A uma primeira vista, poderíamos cogitar da impossibilidade da usucapião extraordinária em virtude da exigência de justo título, no entanto o próprio texto deixa claro, através da conjunção alternativa OU, que é possível suprir este quarto requisito também por outros documentos passíveis de comprovação de tempo do imóvel. Assim, será possível a comprovação do tempo no imóvel a partir de documentação idônea que não necessariamente é o justo título de aquisição (podem referir-se a posse – incluindo o tempo de posse). MODO DERIVADO DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL - Ocorre quando há transmissibilidade do domínio a) Pelo registro do título - Só é dono quem registra. - Visa dar publicidade – efeito “Erga omnes” - Transferência entre vivos - Imposto Municipal (ITBI) b) Pela Sucessão hereditária - É a forma de transmissão derivada da propriedade que se dá por ato causa mortis em que o herdeiro (legítimo ou testamentário) ocupa o lugar do de cujus em todos os seus direitos e obrigações. - Imposto Estadual (ITCMD) AQUISIÇÃO DE PROPRIEDADE MÓVEL - Completando as formas de aquisição da propriedade, temos aquelas que se referem aos bens móveis. 1 Modo Originário Ocupação É o assenhoramento da coisa móvel (inclui semoventes) sem dono, por não ter sido ainda apropriada OU por ter sido abandonada. Obs: A descoberta de coisa perdida não acarreta na aquisição da propriedade. Usucapião São duas espécies de usucapião de bens móveis: EXTRAORDINÁRIA (art. 1261, CC) - Posse pacífica, ininterrupta, exercida com “animus domini” (vontade de ser dono) - Decurso do prazo de 05 anos; - Não é necessário um justo título nem a boa fé. ORDINÁRIA (art. 1260, CC) - Posse pacífica, ininterrupta, exercida com “animus domini” (vontade de ser dono) - Decurso do prazo de 03 anos; - Exige-se um justo título e boa fé. Achado de tesouro Situação, comumente descrita em filmes, está prevista no arts 1264 a 1266 do CC. Requisitos cumulativos: Ser antigo; Estar escondido (oculto ou enterrado); O dono ser desconhecido; O descobridor ter encontrado casualmente (sem querer). Obs: O tesouro se divide ao meio com o dono do terreno. Se o descobridor estava propositalmente procurando o tesouro em terreno alheio sem autorização, não terá direito a nada.
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