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MONOGRAFIA PÓS GRAD VERSÃO FINAL

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FACULDADE DAMÁSIO
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM DIREITO PREVIDENCIÁRIO
THALITA RIBEIRO NUNES
A POSSIBILIDADE DE EXTENSÃO DO ADICIONAL DE 25% NAS DEMAIS APOSENTADORIAS
GOIÂNIA - GO
2017
FACULDADE DAMÁSIO
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM DIREITO PREVIDENCIÁRIO
THALITA RIBEIRO NUNES
A POSSIBILIDADE DE EXTENSÃO DO ADICIONAL DE 25% NAS DEMAIS APOSENTADORIAS 
Monografia apresentada à Faculdade Damásio, como exigência parcial para obtenção do título de Especialista em Direito Previdenciário, sob a orientação da professora Maria Eugenia Conde.
GOIÂNIA - GO
2017
THALITA RIBEIRO NUNES
A POSSIBILIDADE DE EXTENSÃO DO ADICIONAL DE 25% NAS DEMAIS APOSENTADORIAS
TERMO DE APROVAÇÃO
Esta monografia apresentada no final do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Direito Previdenciário, na Faculdade Damásio, foi considerada suficiente como requisito parcial para obtenção do Certificado de Conclusão. O examinado foi aprovado com a nota ______.
São Paulo, 29 de maio de 2017.
RESUMO
O presente trabalho monográfico tem como título: “A Possibilidade de Extensão do Adicional de 25% nas demais Aposentadorias”, tema este abrangido dentro do direito previdenciário brasileiro. Analisando primeiramente a Previdência Social como um todo, definindo seu conceito, sua finalidade e seus princípios. O segundo capítulo trata dos Tipos de Aposentadorias no Regime Geral de Previdência Social, com suas considerações gerais, especificando a aposentadoria por Idade, Aposentadoria por Tempo de Contribuição, a Aposentadoria Especial e a Aposentadoria por Invalidez. No terceiro capítulo discute-se sobre a Obtenção do Adicional de 25% na Aposentadoria por Invalidez, analisando suas características e requisitos, sua previsão legal, com o levantamento da possibilidade de extensão deste adicional para as demais aposentadorias e seu posicionamento jurisprudencial. O objetivo desse trabalho é o de realizar uma análise do adicional de 25% que é concedido aos aposentados por invalidez, levantando o questionamento da possibilidade de sua extensão para as demais aposentadorias. Utilizando um estudo exploratório-descritivo, com fundamentos e técnicas de pesquisas bibliográfico-documentais, leituras, intepretações de artigos e periódicos jurídicos, livros, normas, legislações, dissertações, teses, sítios que tratem do tema abordado. Em um primeiro momento empregou-se o método dedutivo, buscando o conhecimento da verdade acerca do adicional de 25% na aposentadoria por invalidez, e posteriormente aplicou-se o método dialético, observando os fatos em um contexto social.
PALAVRAS CHAVE: Previdenciário. Auxílio. Inativo.
ABSTRACT
The present monographic work has as its title: "The Possibility of Extension of the Additional 25% in other Repossessions", subject this covered within the Brazilian social security law. First analyzing Social Security as a whole, defining its concept, its purpose and its principles. The second chapter deals with Types of Retirements not General Social Security Regime, with its general considerations, specifying the retirement by Age, Retirement by Contribution Time, a Special Retirement and Retirement by Disability. In the third chapter on obtaining the 25% complement in Retirement Retirement, analyzing its characteristics and requirements, its legal forecast, with the possibility of extending the additional present for the other retirements and its jurisprudential positioning. The objective of this study is to perform an analysis of the additional 25% that is granted to retirees due to disability, raising the question of the possibility of their extension to other retirees. Using an exploratory-descriptive study, with foundations and techniques of bibliographical-documentary research, readings, interpretations of articles and legal journals, books, norms, legislations, dissertations, theses, sites dealing with the topic addressed. At first, the deductive method was used, seeking the knowledge about the question of about 25% in disability retirement, and later the dialectical method was applied, observing the problems in a social context.
KEYWORDS: Social Security. Help. Inactive.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	6
CAPÍTULO I - PREVIDÊNCIA SOCIAL	9
1.1	Breve Histórico	9
1.2 Conceito e Finalidade	13
1.3 Princípios	15
1.3.1 Da Universalidade de participação nos planos previdenciários	16
1.3.2 Da Uniformidade equivalência dos benefícios	17
1.3.3	Da seletividade e distributividade na prestação dos benefícios	17
1.3.4	Do cálculo dos benefícios	18
1.3.5	Irredutibilidade do valor dos benefícios	19
1.3.6	Do valor da renda mensal	20
1.3.7	Do caráter democrático e descentralizado da administração	21
CAPÍTULO II - TIPOS DE APOSENTADORIA NO REGIME GERAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL	24
2.1 Considerações Gerais	24
2.2 Aposentadoria por Idade	26
2.3 Aposentadoria por Tempo de Contribuição	28
2.4	Aposentadoria Especial	30
2.5	Aposentadoria por Invalidez	32
CAPÍTULO III - A OBTENÇÃO DO ADICIONAL DE 25% NA APOSENTADORIA POR INVALIDEZ	37
3.1 Características e Requisitos	37
3.2 Previsão Legal	38
CAPÍTULO IV - DA POSSIBILIDADE DE EXTENSÃO DO ADICIONAL DE 25% PARA AS DEMAIS APOSENTADORIAS	41
4.1 Posicionamentos Jurisprudenciais favoráveis	44
4.2 Posicionamentos Jurisprudenciais desfavoráveis	47
CONCLUSÃO	52
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	54
INTRODUÇÃO
O presente trabalho se reveste de tamanha importância dentro da sociedade, isso se deve porque a extensão do adicional de 25% nas demais aposentadorias é um assunto pouco conhecido, ainda não regulamentado em Lei, vez que é previsto somente para o aposentado por invalidez, assim, necessitando de uma discussão de forma ampla sobre os elementos e requisitos necessários para obtenção deste adicional, como também a sua extensão,
O adicional de 25% na aposentadoria por invalidez apareceu em nosso ordenamento jurídico através da Lei n°: 8.213/91 que dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social estabelece, em seu artigo 45, que todo segurado aposentado por invalidez que necessitar de ajuda da assistência permanente de outra pessoa terá direito a um acréscimo de 25% (vinte e cinco por cento) no valor de seu benefício.
Devemos salientar que este adicional vem para auxiliar o aposentado por invalidez que necessitar da assistência permanente de terceiro, sendo uma forma que o legislador usou para compensar o segurado dos gastos na contratação de uma pessoa que lhe vem a prestar assistência permanente, ou em caso de familiar para suprir suas despesas, pois este não poderá exercer outra atividade, a não ser o acompanhamento do aposentado.
O escopo primordial deste trabalho é analisar a possibilidade de obtenção do adicional de 25% para os aposentados por invalidez, ressaltando os requisitos necessários para essa aquisição, conceituar o que é a aposentadoria por invalidez, definir o que é o adicional de 25% na aposentadoria por invalidez, verificar a forma de obtenção do supramencionado adicional, informar a lei de que trata essa matéria, ressaltar o impacto que este adicional pode causar a sociedade, especificar seu respaldo em nosso ordenamento jurídico, e elencar as reais necessidades desse adicional na aposentadoria por invalidez, ou seja, o que deve custear, analisar a possibilidade de extensão dos 25% aos demais benefícios, concedidos pela Previdência Social.
Foi empregado na composição desse trabalho um estudo exploratório-descritivo, fundamentado nas técnicas de pesquisas bibliográfico-documentais, leituras, interpretações de artigos e periódicos jurídicos, livros, normas, legislações, dissertações, doutrinas, teses, sítios que tratam do tema e demais materiais relacionados à possibilidade de extensão do adicional de 25%nas demais aposentadorias.
GIL (1994) argui que a pesquisa bibliográfica é fundamental, pois é através dela que se pode desenvolver um estudo teórico, com embasamentos normativos, no que diz respeito a princípios constitucionais, opiniões de juristas e conhecimentos doutrinários acerca do tema, logo se trata de uma pesquisa aplicada, qualitativa e exploratória, que aborda um tema existente, corriqueiro e fundamental para a compreensão da possibilidade de extensão do adicional de 25% nas demais aposentadorias.[1: GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 4ª edição. São Paulo: Editora Atlas, 1994.]
A ideia inicial foi partir do geral para o particular, observando, analisando e conceituando sobre a possibilidade de extensão do adicional de 25% nas demais aposentadorias, aproximando esses conceitos de relações amplas, dinâmicas e contraditórias, confrontando tanto as legislações, como conceitos doutrinários com o escopo de demonstrar aplicação deste acréscimo aos demais segurados junto a previdência, buscando um aprofundamento do assunto para se chegar à realidade vivida hoje acerca do tema e seus reflexos na sociedade.
A pesquisa fez uso de métodos científicos para melhor concepção do tema, analisando sempre o principal objetivo do trabalho a possibilidade de extensão do adicional de 25% nas demais aposentadorias, colocando os fatos em um contexto social e real.
O embasamento desse estudo utilizou-se a técnica de Triangulação de Triviños (1987) fundada na descrição, explicação e compreensão dos fatos, pois, não há como analisar a possibilidade de extensão do adicional de 25% nas demais aposentadorias de forma isolada, é preciso compreender seu aspecto e sua relevância social por isso é necessário entender as raízes históricas e os acontecimentos sociais a respeito do tema. [2: TRIVIÑOS, Augusto Nibaldo Silva. Introdução a Pesquisa em Ciências Sociais. Editora Atlas. São Paulo: 1987.]
A pesquisa vem sendo idealizada desde meados de 2016, porém começou a se materializar em fevereiro deste ano, obedecendo às seguintes etapas: discussão do tema com orientador, seleção de bibliografias pertinentes ao tema, orientação do tema e introdução, definição dos objetivos gerais e específicos, referencial teórico, método, conclusões, recomendações e limitações, entrega do artigo e preparação para a defesa e defesa da monografia.
Com base em estudos doutrinários e os posicionamentos legais que amparam o direito do aposentado por invalidez, será demonstrado que após a comprovação do segurado de que este necessite de assistência permanente de outra pessoa, é sim possível à extensão desse benefício a este segurado que porventura se tornou inválido.
No primeiro capítulo, o tema abordado foi a Previdência Social como um todo, com um breve histórico, seu conceito e sua finalidade para a sociedade, demonstrando também seus princípios, quais sejam: o da universalidade; da uniformidade e equivalência dos benefícios; da seletividade e distributividade na prestação dos benefícios; do cálculo dos benefícios; da irredutibilidade do valor dos benefícios; do valor da renda mensal e do caráter democrático e descentralizado da administração.
O segundo capítulo, abrangeu os tipos de aposentadoria no Regime Geral de Previdência Social, isto é, as aposentadorias pagas para todos aqueles que forem segurados da previdência social, quer sejam: a aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de contribuição, aposentadoria especial e aposentadoria por invalidez.
No terceiro capítulo, destacou-se sobre a obtenção do adicional de 25% na aposentadoria por invalidez, com suas características e requisitos, sua previsão legal no ordenamento jurídico. Salientando a importância que este adicional tem na vida do segurado que depende da ajuda de terceiros para garantir a sua qualidade de vida, uma vez que este por si só não consegue ser independente em seu cuidado diário.
Finalmente e não menos importante o quarto e último trata, da possibilidade de sua extensão às demais aposentadorias, com posicionamentos jurisprudenciais contra e a favor da extensão do adicional de 25% aos demais segurados filiados ao Instituto Nacional do Seguro Social, demonstrando a importância que estas decisões para o ordenamento jurídico brasileiro e para a garantia da extensão deste adicional.
CAPÍTULO I - PREVIDÊNCIA SOCIAL
Breve Histórico
A Previdência Social, desde a sua criação, já passou por diversas transformações, sua evolução histórica no Brasil advém de muitas mudanças estruturais ao longo do tempo, através da luta dos trabalhadores por melhores condições de vida.
 O primeiro ordenamento legal foi editado na Alemanha, por Otto Von Bismarck, em 1883, com a instituição do auxílio-doença e no ano seguinte, foi criada a cobertura compulsória para acidentes de trabalho (KERTZMAN, 2015, p.39).[3: KERTZMAN, Ivan. Curso Prático de Direito Previdenciário. 12.ed. rev., ampl. e atual. São Paulo: EditoraJuspodivm, 2015.]
Ao se examinar o passado, nos é fornecido importantes passos para uma melhor interpretação, assim no ano de 1891, a Constituição estabeleceu a aposentadoria por invalidez para os servidores públicos, custeada pela nação.
No ano de 1892, a aposentadoria por invalidez e a pensão por morte aos operários do Arsenal da Marinha foram instituídas.
Com o tempo se viu necessário uma melhor organização jurídica previdenciária, que veio a ocorrer em 1923 com o Decreto-Legislativo nº 4.682, de 14 de janeiro, conhecido como “Lei Elói Chaves”, que é considerado pela doutrina majoritária como o marco da previdência social brasileira, sendo que criou as Caixas de aposentadorias e Pensões para os ferroviários, mediante contribuição dos empregadores, dos trabalhadores e do Estado, assegurando aposentadoria aos empregados e pensão aos seus dependentes.[4: BRASIL, Decreto nº 4.682, de 24 de janeiro de 1923. Crea, em cada uma das emprezas de estradas de ferro existentes no paiz, uma caixa de aposentadoria e pensões para os respectivos empregados. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/historicos/dpl/dpl4682.htm>. Acesso em: 14 de março de 2017.]
Silva (2008, p. 38) assegura que foi a lei Eloy Chaves no ano de 1923, que estatuiu as Caixas de Aposentadoria e Pensão, para algumas classes de trabalhadores, na década de 30, onde surgem também os Institutos de Aposentadoria e Pensões com objetivo de proteger os trabalhadores, para o autor: com a industrialização o trabalhador ficava mais exposto ao risco de acidentes, porém mais conscientes de seus direitos, então o governo se vê obrigado a desenvolver medidas de proteção social para a classe trabalhadora.[5: SILVA, A. A. da. O Serviço Social na Previdência Social: entre a necessidade social e o beneficio. In: BRAGA, L; CABRAL, M. do S. R. O Serviço Social na Previdência: trajetória, projetos profissionais e saberes. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2008.]
Seguindo este mesmo entendimento, Faleiros (1991, p. 14) salienta que o marco da previdência social no Brasil foi também a Lei Eloy Chaves, porém antes promulgação dessa lei, vários acontecimentos serviram de embasamento para implantação da Previdência Social no país.[6: FALEIROS, Vicente de Paula. A Política Social do Estado Capitalista. 6. ed. São Paulo:1991.]
Esta Lei foi aprovada em 24 de janeiro de 1923, por meio do Decreto-Lei n. 4.682/23, e carregou este nome em homenagem ao deputado que a propôs, trazendo grandes avanços, sendo primordial para o desenvolvimento da Seguridade Social, trazendo para a classe de trabalhadores a previsão de aposentadoria por invalidez, a aposentadoria por tempo de serviço, pensão por morte e assistência médica. A Lei era inicialmente exclusiva para os ferroviários, porém ainda na década de 20 foi estendida aos portuários e marítimos.
De acordo com KERTZMAN, (2015, p.41) “Durante a década de 20, foi ampliado o sistema de Caixas de Aposentadoria e Pensão - CAP’s, sendo instituídas em diversas outras empresas, inclusive de outros ramos, como, por exemplo, as dos portuários,dos marítimos etc.”.[7: KERTZMAN, Ivan. Curso Prático de Direito Previdenciário. 12.ed. rev., ampl. e atual. São Paulo: EditoraJuspodivm, 2015.]
Na década de 30, as 183 Caixas de Aposentadoria e Pensão existentes foram reunidas, com a formação de Institutos de Aposentadoria e Pensão - IAP’s.
A Constituição de 1934 foi a primeira a estabelecer a tríplice forma de custeio, com a contribuição do Governo, dos empregadores e dos trabalhadores.
Após, no ano de 1960, surgiu a Lei nº 3.807 de 1960, sendo de muita importância para o Brasil, no qual estabeleceu a organização da Previdência Social, foi chamada de Lei Orgânica da Previdência Social, considerada um marco de unificação e uniformização das normas infraconstitucionais existentes sobre a Previdência Social.
Para KERTZMAN, (2015, p.42):	[8: KERTZMAN, Ivan. Curso Prático de Direito Previdenciário. 12.ed. rev., ampl. e atual. São Paulo: EditoraJuspodivm, 2015.]
Em 1960 foi aprovada a Lei Orgânica da Previdência Social – LOPS, que marca a unificação dos critérios estabelecidos nos diversos IAP’s, até então existentes para concessão de benefícios dos diversos Institutos, persistindo ainda a estrutura do IAP’s. 
A LOPS (Lei Orgânica da Previdência Social) foi à criadora de alguns benefícios, como o auxílio natalidade, o auxílio funeral e o auxílio reclusão. Deve ser lembrado que a essa altura a Previdência Social já beneficiava todos os trabalhadores urbanos.
ALVIM esclareceu sobre a importância da promulgação da LOPS, para ele:
[...] a LOPS foi o maior passo dado ao rumo da universalidade da Previdência Social, embora não se desconheça que alguns trabalhadores (domésticos e rurais) não foram contemplados pela nova norma, pois teve o condão de padronizar o sistema, aumentar as prestações ofertadas (auxílio-natalidade, funeral, reclusão e a aposentadoria especial) e servir de norte no percurso ao sistema de seguridade social. (ALVIM, 2005, p. 03).[9: ALVIM, Ruy Carlos Machado. Citado por FERNANDES, Aníbal. Uma história crítica da legislação previdenciária Brasileira. RDT 18/13. Citado por PEREIRA JÚNIOR, Aécio. Evolução histórica da Previdência Social e os direitos fundamentais. Jus Navigandi, Teresina, ano 9, n. 707, 12 jun. 2005. Disponível em: <http://jus.com.br/ artigos/6881>. Acesso em: 06 fev. 2017.]
Somente em 1967, foram unificados todos os IAP’s, com a criação do INPS – Instituto Nacional da Previdência Social (Decreto-Lei 72/66, que entrou em vigor apenas em 1967), consolidando-se o sistema previdenciário brasileiro.
Em 1977, foi instituído o SINPAS – Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social, responsável pela integração das áreas de assistência social, previdência social, assistência médica e gestão das entidades ligadas ao Ministério da Previdência e Assistência Social.
A Constituição Federal de 1988, foi o marco da objetivação democrática e social do Estado Brasileiro, aumentou o tratamento constitucional dado à Previdência Social, vez que dispôs pela primeira vez o termo "Seguridade Social", como um conjunto de ações integradas envolvendo saúde, assistência social e previdência social.
Para PEREIRA JUNIOR, 2005:[10: PEREIRA JÚNIOR, Aécio. Evolução histórica da Previdência Social e os direitos fundamentais. Jus Navigandi, Teresina, ano 10, n. 707, 12 jun. 2005. Disponível em:<http://jus.com.br/artigos/6881>. Acesso em: 14 fev. 2017.]
A Seguridade Social é uma técnica moderna de proteção social, que se busca implementar em prol da dignidade da pessoa humana. As suas diversas facetas, quais sejam, a assistência, a saúde e a Previdência Social, no sistema de Seguridade Social, deveriam atuar de articulada e integrada, mas percebe-se a existência de uma nítida separação no respectivo campo de atuação extraída do próprio texto constitucional. 
Em 1990, a Lei 8.029/90 criou o INSS – Instituto Nacional do Seguro Social, criado com base no Decreto nº 99.350 de 27 de junho de 1990, sendo uma fusão do IAPAS - Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social, INPS - com o Instituto Nacional de Previdência Social. ][11: BRASIL, Lei nº 8.029, de 12 de abril de 1990. Dispoe sobre a extinção e dissolução de entidades da Administração Pública Federal, e dá outras providências. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8029cons.htm.>. Acesso em mar 2017.][12: BRASIL, Decreto nº 99.350, de27 de junho de 1990.Cria o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) define sua estrutura básica e o Quadro Distributivo de Cargos e Funções do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores de suas Unidades Centrais e dá outras providências. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/antigos/d99350.htm .>. Acesso em mar 2017.]
Deve ser destacado que o artigo 194 da Constituição Federal de 1988 apresentou os objetivos que devem gerir a Previdência Social no Brasil:
A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos:
I - Universalidade da cobertura e do atendimento;
II - Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais;
III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;
IV - Irredutibilidade do valor dos benefícios;
V - Equidade na forma de participação no custeio;
VI - Diversidade da base de financiamento;
VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998).
Em 24 de julho de 1991, entraram em vigor os dois diplomas de grande importância para a Previdência Social no Brasil, a Lei n°. 8.212que dispôs sobre a organização da Seguridade Social e instituiu seu novo Plano de Custeio e a Lei n°. 8.213 instituiu o Plano de Benefícios da Previdência Social.[13: BRASIL, Lei nº 8212, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre a organização da Seguridade Social, institui Plano de Custeio, e dá outras providências. Disponível na Internet: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm. Acesso em 26 de fevereiro de 2017.]
Por fim, o Decreto n°. 3.048/99, que aprovou o Regulamento da Previdência Social no Brasil.[14: BRASIL, Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999. Aprova o Regulamento da Previdência Social e dá outras providências. Brasília: DOU 7 Mai, 1999, republicado no DOU de 12 Mai 1999, retificado nos DOU 18 e 21 Jun, 1999. Disponível em: <http://www4.planalto.gov.br/legislacao/legislacao. >. Acesso em: 14 mar 2017.]
1.2 Conceito e Finalidade
A Previdência Social é o segmento da Seguridade Social, sendo uma instituição pública, composta de um conjunto de princípios, de regras e de instituições destinado a estabelecer um sistema de proteção social.
O artigo 3º da Lei nº 8.212 dispõe que: [15: BRASIL, Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre a organização da Seguridade Social, institui Plano de Custeio, e dá outras providências. Disponível na Internet: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm. Acesso em 26 de fevereiro de 2017.]
A Previdência Social tem por fim assegurar aos seus beneficiários meios indispensáveis de manutenção, por motivo de incapacidade, idade avançada, tempo de serviço, desemprego involuntário, encargos de família e reclusão ou morte daqueles de quem dependiam economicamente
No mesmo sentido Martinez explica a previdência social como:
A técnica de proteção social que visa propiciar os meios indispensáveis à subsistência da pessoa humana – quando esta não pode obtê-los ou não é socialmente desejável que os aufira pessoalmente através de trabalho, por motivo de maternidade, nascimento, incapacidade, invalidez, desemprego, prisão, idade avançada, tempo de serviçoou morte – mediante contribuição compulsória distinta, proveniente da sociedade e de cada um dos participantes. (MARTINEZ, 2006, p. 83).[16: MARTINEZ, Wladimir Novaes. Comentários à lei básica da previdência social , 7ª. Ed. – São Paulo : LTr, 2006.]
Logo, podemos afirmar que esta lei visa proteger o cidadão com meios fundamentais para a sua subsistência, isso quando ele estiver impossibilitado de trabalhar e contribuir, tendo como escopo primordial proporcionar meios indispensáveis de subsistência ao segurado e a sua família, contra fatores sociais que possam reduzir ou perder a remuneração, como por exemplo, quando ele perde a capacidade de trabalho, seja pela doença, invalidez, idade avançada, morte, desemprego involuntário, a maternidade e a reclusão.
Pereira Júnior, também conceituou com grande exatidão a previdência social: 
É uma técnica moderna de proteção social, que se busca implementar em prol da dignidade da pessoa humana. As suas diversas facetas, quais sejam, a assistência, a saúde e a Previdência Social, no sistema de Seguridade Social, deveriam atuar de forma articulada e integrada, mas percebe-se a existência de uma nítida separação no respectivo campo de atuação extraída do próprio texto constitucional. (PEREIRA JUNIOR, 2005, p.04).[17: PEREIRA JÚNIOR, Aécio. Evolução histórica da Previdência Social e os direitos fundamentais. Jus Navigandi, Teresina, ano 10, n. 707, 12 jun. 2005. Disponível em:<http://jus.com.br/artigos/6881>. Acesso em: 14 fev. 2017.]
Quanto à finalidade da Previdência Social, Pulino afirma que:
[...] garantir condições básicas de vida, de subsistência, para seus participantes, de acordo, justamente, com o padrão econômico de cada um dos sujeitos. São, portanto, duas ideias centrais que conformam esta característica essencial da previdência social brasileira: primeiro, a de que a proteção, em geral, guarda relação com o padrão-econômico do sujeito protegido; a segunda consiste em que, apesar daquela proporção, somente as necessidades tidas como básicas, isto é, essenciais – e portanto compreendidas dentro de certo patamar de cobertura, previamente estabelecido pela ordem jurídica – é que merecerão proteção do sistema. Pode-se dizer, assim, que as situações de necessidade social que interessam à proteção previdenciária dizem respeito sempre à manutenção, dentro de limites econômicos previamente estabelecidos, do nível de vida dos sujeitos filiados. (PULINO 2001, p.33).[18: PULINO, Daniel. Direito previdenciário, Quarter Latin, São Paulo, 6ª ed., 2006.]
Assim, a Previdência Social irá garantir as condições básicas de vida aos segurados que não podem mais contribuir por diversos motivos como narrado anteriormente.
O fato é que é de extrema relevância conhecer a evolução histórica da seguridade social no decorrer do tempo, buscando ilustrar, de maneira sucinta, a sua gênese e desenvolvimento, tanto no direito estrangeiro como no nacional, de acordo com Araújo (2006).[19: ARAÚJO, Francisco Carlos da Silva. Seguridade social. Jus Navigandi, Teresina, ano 11, n. 1272, 25 dez. 2006. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina /texto.asp?id=9311>. Acesso em: 30 março 2017.]
1.3 Princípios
Os princípios e as diretrizes da Previdência Social são a universalidade de participação nos planos previdenciários, mediante contribuição; valor da renda mensal dos benefícios, substitutos do salário de contribuição ou do rendimento do trabalho do segurado, não inferior ao do salário mínimo; cálculo dos benefícios considerando-se os salários de contribuição, corrigidos monetariamente; preservação do valor real dos benefícios e previdência complementar facultativa, custeada por contribuição adicional. Assim, o conceito de previdência Social traz em si, ínsito, o caráter de contributividade, no sentido de que só aqueles que contribuírem terão acesso aos benefícios previdenciários. (CORRÊA, 1999).[20: CORRÊA, Wilson Leite. Seguridade e Previdência Social na Constituição de 1988. Jus Navigandi, Teresina, ano 3, n. 34, ago. 1999. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutri na/texto.asp?id=1431>. Acesso em: 30 março 2017.]
Os princípios da Previdência Social estão previstos no artigo 2º da Lei 8.213, quais sejam:
A Previdência Social rege-se pelos seguintes princípios e objetivos:
I - Universalidade de participação nos planos previdenciários;
II - Uniformidade E equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais;
III - Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios;
IV - Cálculo dos benefícios considerando-se os salários-de-contribuição corrigidos monetariamente;
V - Irredutibilidade do valor dos benefícios de forma a preservar-lhes o poder aquisitivo;
VI - Valor da renda mensal dos benefícios substitutos do salário-de-contribuição ou do rendimento do trabalho do segurado não inferior ao do salário mínimo;
VII - Previdência complementar facultativa, custeada por contribuição adicional;
VIII - caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa, com a participação do governo e da comunidade, em especial de trabalhadores em atividade, empregadores e aposentados.
Com este artigo, percebe-se que existe uma grande gama de princípios que norteiam a Previdência Social, sendo assim, esse instituto deverá obedecê-los rigorosamente, para que sua função seja alcançada da melhor maneira possível para os trabalhadores.
1.3.1Da Universalidade de participação nos planos previdenciários	
Este princípio está elencado no inciso I, do artigo 2º da Lei n. 8.213, e se dá pelo fato do legislador não poder impedir o acesso de determinadas pessoas ao plano previdenciário mediante contribuição.[21: BRASIL, Lei n.º 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/Leis/L8213compilado.htm. Acesso em 08 dez. 2016.]
Assim, é garantido a universalidade na Previdência Social, pois qualquer membro da comunidade pode participar dos planos previdenciários. As pessoas que exercem atividade remunerada e estejam com a devida carteira de trabalho assinada, serão automaticamente filiados à Previdência Social, entretanto, aqueles que não trabalham, mas têm a intenção de participar da proteção previdenciária no futuro, poderão participar mediante contribuição, sendo titulado como contribuinte individual.
De acordo com os ilustres doutrinadores Leitão e Meirinho o requisito primordial para ser beneficiário da Previdência Social é: “[...] em regra, é necessário que o indivíduo esteja contribuindo. Porém, qualquer pessoa que queira contribuir, poderá fazê-lo, sem qualquer restrição de acesso”. (LEITÃO e MEIRINHO 2015, pág. 123).[22: LEITÃO, André Studart e MEIRINHO, Augusto Grieco Sant’Anna, Manual de Direito Previdenciário. São Paulo: Saraiva, 2015]
Este princípio determina que todos residentes no País tivessem direito aos benefícios previdenciários, sem distinções de nenhuma natureza. Martins diz que: “se a lei não previr certo benefício ou este não for estendido a determinada pessoa, não haverá direito a tais vantagens”. (MARTINS, 2009, p. 21).[23: MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da Seguridade Social. São Paulo: Atlas, 2009.]
1.3.2 Da Uniformidade equivalência dos benefícios
Este princípio está previsto no inciso II, do artigo supramencionado, possui a precípua finalidade de dar um fim a desigualdade de tratamento entre as populações urbanas e rurais, com base no princípio da igualdade elencado no artigo 5º, I, da Constituição Federal, assim, todos os cidadãos devem ter o mesmo tratamento.
A Carta Magna, em seu artigo 7º, também prevê a uniformidade no tratamento dos direitos trabalhistas entre trabalhadores urbanos e rurais.
Como bem leciona KERTZMAN (2015, p.49).[24: KERTZMAN, Ivan. Curso Prático de Direito Previdenciário. 12.ed. rev., ampl. e atual. São Paulo: EditoraJuspodivm, 2015.]
No passado, a população rural obtinha benefícios de valor inferior ao salário mínimo, pois contribuíamsobre bases ínfimas. A partir da nova Carta, os benefícios recebidos pelos rurais foram elevados ao patamar do salário mínimo, mesmo que inferiores a este valor. Isso fez com que a previdência social passasse a custear benefícios aos segurados que não contribuíram suficientemente para deles fazer jus.
O constituinte buscou acabar com a diferença de tratamento que ocorria antes da Lei 8.213/91 entre o urbano e o rural, estando este princípio diretamente relacionado aos mesmos benefícios e serviços, às mesmas proteções, assim sendo, o que será concedido ao trabalhador urbano deverá ser concedido ao rural e vice-versa. [25: BRASIL, Lei n.º 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/Leis/L8213compilado.htm. Acesso em 08 dez. 2016.]
Da seletividade e distributividade na prestação dos benefícios
Elencado no inciso III, da Lei tratada aqui, implica que tais prestações sejam fornecidas apenas a quem realmente necessitar, desde que se enquadre nas situações definidas em lei, assim, verifica-se que impõe limites ao princípio da universalidade de cobertura e atendimento.
 Neste sentido Martins discorre sobre o tema:
A seleção (escolha) das prestações vai ser feita de acordo com as possibilidades econômico-financeiras do sistema da seguridade social [...]. Nem todas as pessoas terão benefícios: algumas o terão, outras não, gerando o conceito de distributividade. No entanto, a assistência médica será igual para todos, desde que as pessoas dela necessitem e haja previsão para tanto [...]. (MARTINS, 2015, p. 60).[26: MARTINS Sérgio Pinto.Direito da Seguridade Social. São Paulo: Atlas 2015.]
O princípio da distributividade diz respeito a quem deverá ser protegido prioritariamente pela Seguridade Social, isto é, aquelas pessoas que estão em maior estado de necessidade.
Para LAZZARI (2009, p.109):[27: LAZZARI, João Batista. CASTRO, Carlos Alberto Pereira de. Manual de direito previdenciário. 4. ed. São Paulo: LTR, 2003.]
O princípio da distributividade, inserido na ordem social, é de ser interpretado em seu sentido de distribuição de renda e bem-estar, ou seja, pela concessão de benefícios e serviços visa-se ao bem-estar e à justiça social, conforme preceitua o artigo 193 da Carta Magna”. 
Em outras palavras o princípio da distributividade, auxilia na forma de seleção das formas de pagamento mais adequadas, podendo assim abranger de maneira mais eficaz a maioria da população.
Do cálculo dos benefícios
Este princípio está no inciso IV, do artigo em comento, impondo que o cálculo dos benefícios considerando os salários de contribuição, será corrigido monetariamente, isto para todos os beneficiários.
Além do que está previsto no artigo 2º, IV, da Lei n. 8.213/91, este princípio também é elencado no artigo 201, § 3º, da CF/88: “Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de benefício serão devidamente atualizados, na forma da lei”.
Percebe-se que este princípio também está diretamente ligado ao que dispõe o parágrafo 3º do artigo 29 da Lei 8.213/91:[28: BRASIL, Lei n.º 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/Leis/L8213compilado.htm. Acesso em 08 dez. 2016.]
O salário-de-benefício consiste:
[...]§ 3º Serão considerados para cálculo do salário-de-benefício os ganhos habituais do segurado empregado, a qualquer título, sob forma de moeda corrente ou de utilidades, sobre os quais tenha incidido contribuições previdenciárias, exceto o décimo - terceiro salário (gratificação natalina). [...].
Já o artigo 29-B da Lei 8.213, esclarece a respeito da correção monetária do benefício:[29: BRASIL, Lei n.º 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/Leis/L8213compilado.htm. Acesso em: 08 de dezembro de 2016.]
Os salários-de-contribuição considerados no cálculo do valor do benefício serão corrigidos mês a mês de acordo com a variação integral do Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC, calculado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.
Assim, os salários de contribuição vão ser utilizados para o cálculo da maioria dos benefícios previdenciários, assim, deverão ser corrigidos monetariamente na época que for ser concedido algum benefício, para que reflitam com a maior precisão possível o que o segurado recebia ou declarou na data da filiação
Irredutibilidade do valor dos benefícios
Este princípio, que está elencado no inciso V, é uma segurança jurídica, sendo contida também na Constituição Federal em benefício aos segurados diante da inflação, de forma a preservar o poder aquisitivo dos benefícios.
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
[...]
VI - Irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo.
Cretella Júnior citado por Mattos (2007), aduz que:[30: MATTOS, Mauro Roberto Gomes de. Do valor real de benefício previdenciário. Boletim Jurídico, Uberaba, MG, ano 1, n° 1. Disponível em: <http://boletimjurídico.com.br/doutrina/texto.asp?id=164> Acesso em: 18 março. 2017.]
A irredutibilidade do valor dos benefícios é outro dos pilares orientadores do Poder Público, na organização da seguridade social. Assim, uma vez concedido, deverá o beneficio manter-se inalterado, ou seja, conservando o poder aquisitivo inicial. Além disso, como medida complementar, para a referida mantença, deverá ser outorgado reajustamentos periódicos do valor recebido, o que, nas épocas de inflação galopante, tem maior importância. Como manter o padrão de vida, já baixo, com benefícios corroídos pela constante desvalorização da moeda? Se prevalecesse a regra da redutibilidade dos benefícios, o quantum, já irrisório, perderia todo o significado, no campo da seguridade social, pois insuficiente para quem outorga a função social, que lhe é inerente.
O artigo 201, § 4º, Da CF/88 também preleciona a respeito: “É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei.”.
Para CASTRO e LAZZARI este princípio:
Trata-se de preceito que suplanta a noção de irredutibilidade salarial (artigo 7º, VI, da Constituição) e de vencimentos e subsídios (artigo 37, X, da mesma Carta), pois nos dois casos não há previsão de manutenção do valor real dos ganhos de trabalhadores e servidores, mas apenas nominal, enquanto no princípio supre elencado, a intenção é “proteger o valor dos benefícios de eventual deterioração, resguardando-o em seu poder de compra.(CASTRO e LAZZARI, 2006, p.120).[31: CASTRO, Carlos Alberto Pereira de. Manual de Direito Previdenciário/Carlos Alberto Pereira de Castro; João Batista Lazzari – 14. ed. – Florianópolis: Conceito Editorial 2015.]
Assim, percebe-se a real necessidade da existência deste princípio mínimo, força constitucional, estando previsto no artigo 201, § 2º, da CF/88: “Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do norteando a previdência social, devendo ser assegurado aos contribuintes a irredutibilidade dos seus benefícios, vez que não podem ficar à mercê dos legisladores, protegendo assim, contra eventuais deteriorações.
Do valor da renda mensal
Este princípio preleciona que o valor da renda mensal dos benefícios substitutos do salário-de-contribuição ou do rendimento do trabalho do segurado não será inferior ao do salário segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo.
Renda mensal inicial é a primeira parcela do benefício que caberá ao segurado. O cálculo dessa renda é feito pela multiplicação do salário-de-benefício por uma alíquota variável estabelecida conforme o tipo de benefício o segurado iráperceber. No caso da aposentadoria por invalidez o artigo 44 da Lei nº 8.213/91, assegura que:[32: BRASIL, Lei n.º 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/Leis/L8213compilado.htm. Acesso em: 08 de dezembro de 2016.]
A aposentadoria por invalidez, inclusive a decorrente de acidente do trabalho, consistirá numa renda mensal correspondente a 100% (cem por cento) do salário-de-benefício, observado o disposto na Seção III, especialmente no artigo 33 desta Lei.     
§ 1º (Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997)
§ 2º Quando o acidentado do trabalho estiver em gozo de auxílio-doença, o valor da aposentadoria por invalidez será igual ao do auxílio-doença se este, por força de reajustamento, for superior ao previsto neste artigo.
Este salário de contribuição (rendimento) vem para que o segurado possa sobreviver, sendo natural que esse benefício não seja inferior ao salário mínimo, pois se assim não fosse, seria impossível a subsistência deste segurado e de sua família, adverte-se que este princípio só será aplicado caso o benefício venha para substituir o salário de contribuição do segurado.
Os benefícios previdenciários substituem, de forma geral, a remuneração do segurado, que foi perdida com alguma das contingências sociais que lhe impossibilitou de realizar atividade laborativa, causando-lhe a necessidade, assim, os valores dos benefícios previdenciários não podem ser inferiores a um salário-mínimo. 
Todavia, se o benefício não é prestado em caráter substitutivo, o seu valor pode ser inferior a um salário-mínimo (salário-família; auxílio-acidente). 
Do caráter democrático e descentralizado da administração
A Carta Magna assegura que é obrigação da Administração Pública a organização da Seguridade Social, estabelecendo os princípios constitucionais que a imperam, dentre eles podemos destacar o Princípio de caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados. 
Previsto no inciso VII, do artigo 194, da Constituição Federal este princípio demonstrou que o legislador se preocupou com o fato de que as pessoas que têm interesse na proteção da Seguridade Social participem da sua gestão. O Brasil, conforme o artigo 1º da Carta Magna é um Estado Democrático de Direito. 
À legislação infraconstitucional veio regulamentar esse princípio, instituindo os conselhos nacionais, estaduais e municipais da Seguridade Social, Previdência Social e Assistência Social, tornando possível a participação democrática com a descentralização (Lazzari, 2003).[33: LAZZARI, João Batista. CASTRO, Carlos Alberto Pereira de. Manual de direito previdenciário. 4. ed. São Paulo: LTR, 2003.]
O fato é que este princípio é amparado pela Lei mãe, permitindo a participação democrática de todos junto a Previdência Social, tornando o órgão um exemplo, pelo menos expressamente, do exercício da democracia e da participação popular.
Barros Júnior (2012, p.44), assegura que:[34: BARROS JÚNIOR, Edimilson De Almeida. Direito Previdenciário Médico. São Paulo: Editora Atlas, 2012.]
A Seguridade Social tem administração com caráter democrático e descentralizado mediante gestão quadripartite, ou seja, com participação nos órgãos colegiados dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do governo.
O artigo 10 da Constituição Federal elenca que: “a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais e previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação”.
Morales (2009, p. 34) assegura que este princípio que trata do caráter democrático e descentralizado da administração existe para: “que os atores sociais devem participem da administração do sistema, escolhidos na sociedade cível através de meios democráticos”.[35: MORALES, Cláudio Rodrigues. O Direito Previdenciário Moderno e sua Aplicabilidade ante o princípio da segurança Jurídica. São Paulo: LTR, 2009.]
Assim, o princípio do caráter democrático e descentralizado da administração assegura que cabe a todos os aposentados, trabalhadores e empregadores o gerenciamento da seguridade, não sendo somente de responsabilidade do governo. Sendo um gerenciamento descentralizado e democrático, vez que ao garantir a participação de todos os interessados acarreta em um maior controle. Deve ser lembrado, que todo órgão criado para discussões de questões previdenciárias, deve ser formado por trabalhadores e empregadores.
CAPÍTULO II - TIPOS DE APOSENTADORIA NO REGIME GERAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
2.1 Considerações Gerais
As prestações compreendidas pelo Regime Geral de Previdência Social são expressas em benefícios e serviços. As prestações são o gênero, do qual são espécies os benefícios e os serviços. Benefícios são os valores pagos em dinheiro aos segurados e dependentes. Serviços são bens imateriais postos à disposição do segurado, como habilitação e reabilitação profissional, serviço social, assistência médica etc.
Podem ser divididas as prestações quanto ao segurado, quanto ao dependente e quanto ao segurado e dependente. Quanto ao segurado, que aqui nos interessa, as prestações são as seguintes: aposentadoria por invalidez, aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de contribuição, aposentadoria especial, auxílio-doença, salário-família, salário-maternidade e auxílio-acidente. Neste trabalho, abordaremos as 4 primeiras prestações supracitadas.
Como se denota no artigo 18, da Lei 8.213/91:[36: BRASIL, Lei n.º 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/Leis/L8213compilado.htm. Acesso em 08 dez. 2016.]
O Regime Geral de Previdência Social compreende as seguintes prestações, devidas inclusive em razão de eventos decorrentes de acidente do trabalho, expressas em benefícios e serviços:
I - quanto ao segurado:
a) aposentadoria por invalidez;
b) aposentadoria por idade;
c) aposentadoria por tempo de contribuição;
d) aposentadoria especial;
e) auxílio-doença;
f) salário-família;
g) salário-maternidade;
h) auxílio-acidente; 
II - quanto ao dependente:
a) pensão por morte; 
b) auxílio-reclusão;
A administração do Regime Geral de Previdência Social (RPGS) é feita pelo Ministério da Previdência Social (MPS) e exercida por órgãos e entidades a ele vinculados, como também autarquias. Dentre os institutos, os que mais nos importam são os seguintes: o Conselho Nacional de Previdência Social – CNPS - e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
O CNPS é um órgão integrante da estrutura do Ministério da Previdência Social composto por 15 membros, sendo seis representantes do governo e nove representantes da sociedade civil, destes últimos, 03 representantes dos aposentados e pensionistas, três representantes dos trabalhadores em atividade e três representantes dos empregadores.
Este órgão possui as seguintes competências, elencadas no artigo 4º, da Lei 8.213/91:[37: BRASIL, Lei n.º 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/Leis/L8213compilado.htm. Acesso em 08 dez. 2016.]
	
Compete ao Conselho Nacional de Previdência Social - CNPS:
I - Estabelecer diretrizes gerais e apreciar as decisões de políticas aplicáveis à Previdência Social;
II - Participar, acompanhar e avaliar sistematicamente a gestão previdenciária;
III - Apreciar e aprovar os planos e programas da Previdência Social;
IV - Apreciar e aprovar as propostas orçamentárias da Previdência Social, antes de sua consolidação na proposta orçamentária da Seguridade Social;
V - Acompanhar e apreciar, através de relatórios gerenciais por ele definidos, a execuçãodos planos, programas e orçamentos no âmbito da Previdência Social;
VI - Acompanhar a aplicação da legislação pertinente à Previdência Social;
VII - apreciar a prestação de contas anual a ser remetida ao Tribunal de Contas da União, podendo, se for necessário, contratar auditoria externa;
VIII - Estabelecer os valores mínimos em litígio, acima dos quais será exigida a anuência prévia do Procurador-Geral ou do Presidente do INSS para formalização de desistência ou transigência judicial, conforme o disposto no artigo 132; 
 IX - Elaborar e aprovar seu regimento interno.
Parágrafo único. As decisões proferidas pelo CNPS deverão ser publicadas no Diário Oficial da União.
Já o INSS é uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Previdência Social, instituída pela Lei nº 8.029/90, sua principal função é gerir o plano de benefícios e serviços do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), administrando, concedendo e revisando os benefícios de prestação continuada da Assistência Social. Estas funções foram delegadas pela União.
A autarquia previdenciária é responsável pelo pagamento das aposentadorias, pensões, auxílios e etc., para todos aqueles que preencherem os requisitos necessários para a obtenção de tais benefícios.
2.2 Aposentadoria por Idade
A aposentadoria por idade é regulamentada pela Lei 8.213/91, previsto no parágrafo 1º do artigo 48:[38: BRASIL, Lei n.º 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/Leis/L8213compilado.htm. Acesso em 08 dez. 2016.]
A aposentadoria por idade será devida ao segurado que, cumprida a carência exigida nesta Lei, completar 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 60 (sessenta), se mulher
§ 1o Os limites fixados no caput são reduzidos para sessenta e cinquenta e cinco anos no caso de trabalhadores rurais, respectivamente homens e mulheres, referidos na alínea a do inciso I, na alínea g do inciso V e nos incisos VI e VII do artigo 11.    
Logo, será devido ao segurado que completar 65 anos de idade, se homem, e 60, se mulher, sendo esse limite reduzido para 60 e 55, respectivamente, para os trabalhadores rurais, como descrito no caput e no parágrafo 1º do artigo 48, da referida Lei.
Martins, (2009, p.102)explica a respeito:[39: MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da Seguridade Social. São Paulo: Atlas, 2009.]
O inciso II do parágrafo 7º do artigo201 da Lei Maior determina aposentadoria aos 65 anos de idade, para homem, e aos 60, para a mulher, reduzido em cinco anos o limite de idade para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exercem suas atividades em regime de economia familiar, neste incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescado artesanal.
A carência para a concessão deste benefício é de 180 contribuições quando se tratar de trabalhadores urbanos. No caso de trabalhadores rurais, não é exigido contribuições, porém, no momento de pleitear o benefício deverá comprovar mediante documentação, isto é, início de provas materiais, do efetivo exercício de atividade rural, mesmo que de forma descontinua, durante um período igual ao da carência exigida.
Amado (2015, p.25), define aposentadoria por invalidez como: “a incapacidade laborativa total, indefinida e multiprofissional, insuscetível de recuperação ou reabilitação profissional, que corresponde à incapacidade geral de ganho, em consequência de doença ou acidente”.[40: AMADO, Frederio. Direito Previdenciário. 7ª ed. rev. ampl. e atual. Salvador, Bahia: JusPodivm, 2015.]
De acordo com o artigo 49, da Lei 8.213/91 a data de inicío do benefício será:[41: BRASIL, Lei n.º 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/Leis/L8213compilado.htm. Acesso em 08 dez. 2016.]
A aposentadoria por idade será devida: 
I - Ao segurado empregado, inclusive o doméstico, a partir:
a) da data do desligamento do emprego, quando requerida até essa data ou até 90 (noventa) dias depois dela; ou 
b) da data do requerimento, quando não houver desligamento do emprego ou quando for requerida após o prazo previsto na alínea "a"; 
II - Para os demais segurados, da data da entrada do requerimento.
O cálculo do valor deste benefício será feito com base ao salário de benefício, sendo o equivalente a 70% do que ele recebia mais 1% a cada grupo de 12 contribuições mensais, até no máximo de 30%, podendo assim, totalizar 100%, como bem leciona o artigo 50 da Lei 8.213/91:
A aposentadoria por idade, observado o disposto na Seção III deste Capítulo, especialmente no artigo 33, consistirá numa renda mensal de 70% (setenta por cento) do salário-de-benefício, mais 1% (um por cento) deste, por grupo de 12 (doze) contribuições, não podendo ultrapassar 100% (cem por cento) do salário-de-benefício.
A aposentadoria por idade poderá ainda ser requerida pela empresa no seguinte caso, previsto no artigo 51 da mesma Lei:
A aposentadoria por idade pode ser requerida pela empresa, desde que o segurado empregado tenha cumprido o período de carência e completado 70 (setenta) anos de idade, se do sexo masculino, ou 65 (sessenta e cinco) anos, se do sexo feminino, sendo compulsório, caso em que será garantida ao empregado a indenização prevista na legislação trabalhista, considerada como data da rescisão do contrato de trabalho a imediatamente anterior à do início da aposentadoria.
Pelo exposto, trata-se de uma aposentadoria compulsória, em que o trabalhador já se encontra com idade avançada, caso em que será garantida ao empregado uma indenização pevista na legislação trabalhista.
2.3 Aposentadoria por Tempo de Contribuição
A aposentadoria por tempo contribuição, sendo também chamada de aposentadoria por tempo de serviço, é garantida a todos aqueles que completarem a exigência de 35 anos de contribuição, se homem, e 30 anos, se mulher.
A renda mensal deste benefício está elencada no artigo 53 da Lei nº 8.213/91, que assim leciona:[42: BRASIL, Lei n.º 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/Leis/L8213compilado.htm. Acesso em 08 dez. 2016.]
A aposentadoria por tempo de serviço, observado o disposto na Seção III deste Capítulo, especialmente no artigo 33, consistirá numa renda mensal de:
 I - Para a mulher: 70% (setenta por cento) do salário-de-benefício aos 25 (vinte e cinco) anos de serviço, mais 6% (seis por cento) deste, para cada novo ano completo de atividade, até o máximo de 100% (cem por cento) do salário-de-benefício aos 30 (trinta) anos de serviço; 
II - Para o homem: 70% (setenta por cento) do salário-de-benefício aos 30 (trinta) anos de serviço, mais 6% (seis por cento) deste, para cada novo ano completo de atividade, até o máximo de 100% (cem por cento) do salário-de-benefício aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço.
Assim, nota-se que a mulher receberá 70% do salário de benefício quando completos os seus 25 anos de contribuição, sendo acrescido de 6% a cada novo ano completo de trabalho e consequente contribuição, atingindo até no máximo 100% do salário de benefício quando completo os 30 anos de serviço. Para o homem o cálculo será da mesma forma, porém o tempo de contribuição para o recebimento inicial do benefício será de 30 anos, 5 anos a mais que as mulheres.
O professor tem uma redução nessa jornada de trabalho como descrito no artigo 201 da Constituição Federal: [43: BRASIL, Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, Senado, 2017.]
Art.201 [...]
§ 8º Os requisitos a que se refere o inciso I do parágrafo anterior serão reduzidos em cinco anos, para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio.
Assim, percebe-se que os professores comexclusivo exercício em funções de magistério, devendo ser na educação infantil, no ensino fundamental e médio, terão reduzidos o tempo necessário para a concessão do benefício, sendo que para as mulheres será de 25 anos de contribuição ao invés de 30, e aos homens 30 anos de contribuição ao invés de 35, como descrito no artigo 201, em seu parágrafo 8º da Constituição Federal.
O decreto 3.048 também leciona a respeito em seu artigo 56, parágrafos 1º e 2º:[44: BRASIL, Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999. Aprova o Regulamento da Previdência Social e dá outras providências. Brasília: DOU 7 Mai, 1999, republicado no DOU de 12 Mai 1999, retificado nos DOU 18 e 21 Jun, 1999. Disponível em: <http://www4.planalto.gov.br/legislacao/legislacao. >. Acesso em: 14 mar 2017.]
A aposentadoria por tempo de contribuição será devida ao segurado após trinta e cinco anos de contribuição, se homem, ou trinta anos, se mulher, observado o disposto no artigo 199-A.
§ 1o  A aposentadoria por tempo de contribuição do professor que comprove, exclusivamente, tempo de efetivo exercício em função de magistério na educação infantil, no ensino fundamental ou no ensino médio, será devida ao professor aos trinta anos de contribuição e à professora aos vinte e cinco anos de contribuição. 
§ 2o  Para os fins do disposto no § 1o, considera-se função de magistério a exercida por professor, quando exercida em estabelecimento de educação básica em seus diversos níveis e modalidades, incluídas, além do exercício da docência, as funções de direção de unidade escolar e as de coordenação e assessoramento pedagógico. 
O mesmo decreto nos esclarece a partir de quando será considerado tempo de contribuição para a previdência social, para posterior concessão de aposentadoria por tempo de contribuição, como descrito em seu artigo 59 e parágrafos:
Considera-se tempo de contribuição o tempo, contado de data a data, desde o início até a data do requerimento ou do desligamento de atividade abrangida pela previdência social, descontados os períodos legalmente estabelecidos como de suspensão de contrato de trabalho, de interrupção de exercício e de desligamento da atividade.
§ 1º Cabe ao contribuinte individual comprovar a interrupção ou o encerramento da atividade pela qual vinha contribuindo, sob pena de ser considerado em débito no período sem contribuição. 
§ 2º  A comprovação da interrupção ou encerramento da atividade do contribuinte individual será feita, no caso dos segurados enquadrados nas alíneas "j" e "l" do inciso V do artigo 9º, mediante declaração, ainda que extemporânea, e, para os demais, com base em distrato social, alteração contratual ou documento equivalente emitido por junta comercial, secretaria federal, estadual, distrital ou municipal ou por outros órgãos oficiais, ou outra forma admitida pelo INSS.
Com este artigo fica claro que o tempo de contribuição será contado a partir da data de sua inscrição no RGPS, até o requerimento administrativo no INSS para a concessão da aposentadoria pleiteada, devendo, se no caso do contribuinte individual vier a romper suas atividades laborais por certo período de tempo, comprovar, sob pena de ter que pagar o tempo que não recolheu as contribuições.
Aposentadoria Especial
A aposentadoria especial, é uma espécie de aposentadoria por tempo de contribuição, sendo devida ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condições especiais em que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante um certo período de tempo, isto é, durante 15, 20 ou 25 anos, como descrito no artigo 57 da Lei 8.213/91:[45: BRASIL, Lei n.º 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/Leis/L8213compilado.htm. Acesso em 08 dez. 2016.]
A aposentadoria especial será devida, uma vez cumprida a carência exigida nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser a lei.   
Segundo Martins (2009, p.355), “a aposentadoria especial é um benefício de natureza extraordinária, tendo por objetivo compensar o trabalho do segurado que presta serviços em condições adversas à saúde ou à integridade, que desempenha atividade com riscos superiores aos normais”.[46: MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da Seguridade Social. São Paulo: Atlas, 2009.]
A constituição Federal em seu artigo 201, parágrafo 1º bem esclareceu a respeito dos critérios diferenciados para a concessão da aposentadoria especial:
Art.201 [...]
§ 1º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previdência social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física e quando se tratar de segurados portadores de deficiência, nos termos definidos em lei complementar.
A Súmula nº 62 da TNU - Turma Nacional de Uniformização de jurisprudência dos Juizados Especiais Federais assegura que: [47: BRASIL. TURMA NACIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS. Súmula n.º 62. Disponível em: < https://www.legjur.com/sumula/busca?tri=tnu&num=62> Acesso em 20 de março de 2017. ]
O segurado contribuinte individual pode obter reconhecimento da atividade especial para fins previdenciários, desde que consiga comprovar exposição a agentes nocivos à saúde ou à integridade física.
A concessão desse benefício dependerá da comprovação do tempo de trabalho permanente, não ocasional e nem intermitente, em condições especiais, além disso, deve comprovar sua exposição aos agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes que prejudiquem a sua saúde ou a sua integridade física, que serão definidos pelo Poder Executivo, como descrito no artigo 65, do Decreto n. 3048 de 1999:[48: BRASIL, Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999. Aprova o Regulamento da Previdência Social e dá outras providências. Brasília: DOU 7 Mai, 1999, republicado no DOU de 12 Mai 1999, retificado nos DOU 18 e 21 Jun, 1999. Disponível em: <http://www4.planalto.gov.br/legislacao/legislacao. >. Acesso em: 14 mar 2017.]
Considera-se tempo de trabalho permanente aquele que é exercido de forma não ocasional nem intermitente, no qual a exposição do empregado, do trabalhador avulso ou do cooperado ao agente nocivo seja indissociável da produção do bem ou da prestação do serviço.
A comprovação destes agentes nocivos será realizada através de um formulário emitido pelo INSS, chamado de Perfil Profissiográfico Previdenciário PPP, que será preenchido pela empresa com base em um Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho (LTCAT), que deverá ser expedido por um médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho, estando previsto no artigo 58, parágrafo 2º da Lei 8.213:
Art.58 [...]
§ 2º Do laudo técnico referido no parágrafo anterior deverão constar informação sobre a existência de tecnologia de proteção coletiva ou individual que diminua a intensidade do agente agressivo a limites de tolerância e recomendação sobre a sua adoção pelo estabelecimento respectivo.
O Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho é definido por MARTINEZ, (p.169, 2004):[49: MARTINEZ, Wladimir Novaes. Aposentadoria especial em 720 perguntas e respostas. 4. Ed. São Paulo: LTs, 2004.]
Consiste numa declaração oficial, formalmente expressa, de caráter científico, afirmada com exclusividade por profissionais para isso habilitados técnica e legalmente, após avaliação do ambiente de trabalho, do exame da presença da concentração ou intensidade do agente nocivo (além ou aquém dos limites de tolerância) e da constatação da exposição do trabalhador, em caráter permanente ou ocasional, com utilização eficaz ou não dos equipamentos de proteção e beneficiando-se ou não da redução ou anulação dos seus efeitos deletérios, acompanhado da conclusão final relativaao perigo em relação à vida ou à integridade física.
A renda mensal deste benefício consistirá no equivalente a 100% do salário de benefício, sendo exigida a carência de 180 contribuições mensais.
Deve ser destacado que somente os trabalhadores do tipo: segurado empregado, trabalhador avulso e contribuinte individual cooperado, este sendo aquele filiado à cooperativa de trabalho ou de produção, terão direito a esta espécie de aposentadoria.
Aposentadoria por Invalidez
A aposentadoria por invalidez é tratada do artigo 42 ao 47 da Lei 8.213/91, sendo devida ao segurado que for acometido de incapacidade total e definitiva para o trabalho.[50: BRASIL, Lei n.º 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/Leis/L8213compilado.htm. Acesso em 08 dez. 2016.]
Como bem esclarece o artigo 42 da Lei mencionada:
A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.
Rubin (2014, p.43) assegura que:[51: RUBIN, Fernando. Benefícios por Incapacidade no Regime Geral da Previdência Social. Questões centrais de Direito Material e de Direito Processual. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2014.]
[...] é o benefício concedido em casos extremamente graves, quando formada convicção de que a lesão é irreversível e irá trazer prejuízo definitivo ao obreiro, representando déficit funcional máximo, que o impede de retornar ao mercado de trabalho.
Assim, tal benefício será para os insuscetíveis de reabilitação profissional, vez que antes de ser concedido, existe o auxílio-doença para os que possam vir a curar, quando as doenças forem temporárias, como, por exemplo, um pé quebrado. No caso da aposentadoria essa cura já não é mais possível, a doença já se encontra em um estado não mais possível de restituir a saúde de antes.
Assim, Horvath Júnior (2011, p.63) também define:[52: HORVATH JÚNIOR, Miguel. Direito previdenciário. Barueri, SP: Manole, 2011.]
Prestação previdenciária de caráter continuada na modalidade benefício devida aos segurados que se encontre em situação de incapacidade laborativa total e permanente. A aposentadoria por invalidez está regulamentada nos artigos. 42 a 47 da Lei n. 8.213/91 e 43 a 50 do Decreto n. 3.048/99.
Nota-se que esse tipo de aposentadoria é um benefício adequado para aquele obreiro que se encontra permanentemente impossibilitado de exercer qualquer atividade laborativa, não tendo como ser reabilitado para outra função, nem como retornar à função que exercia anteriormente, de acordo com a avaliação da perícia médica do INSS.
Santos (2013, p. 233) salienta que:[53: SANTOS, Marisa Ferreira dos. Direito previdenciário esquematizado / Marisa Ferreira dos Santos; coord. Pedro Lenza. – 3. ed. de acordo com a Lei n. 12.618/2012 – São Paulo : Saraiva, 2013.]
Aposentadoria por invalidez. Não perde a qualidade de segurado aquele que deixa de contribuir em razão de incapacidade para o trabalho, fazendo jus à aposentadoria por invalidez. A incapacidade, total ou parcial, temporária ou permanente, é contingência geradora de necessidade protegida pela Previdência Social, a que, uma vez configurada, faz nascer direito subjetivo a um benefício por incapacidade (auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez, conforme se trate de incapacidade temporária ou permanente), que, por várias razões, pode não ter sido exercido pelo segurado durante o período de graça.
Santos (2013, p. 623) ainda continua:[54: SANTOS, Marisa Ferreira dos. Direito previdenciário esquematizado / Marisa Ferreira dos Santos; coord. Pedro Lenza. – 3. ed. de acordo com a Lei n. 12.618/2012 – São Paulo : Saraiva, 2013.]
A aposentadoria por invalidez permanente, na forma como tratada pela EC 20/98, permaneceu basicamente com os mesmos contornos. Apenas com a EC 41/2003 houve pequena alteração que, contudo, não alcançou os requisitos dessa aposentadoria.
Contingência: incapacidade total e permanente para o trabalho. O benefício é concedido quando comprovado, por perícia médica, que o servidor está total e definitivamente incapaz para o trabalho.
Pela natureza do benefício, entendemos que o servidor público, em qualquer dos entes federativos, pode ser chamado para submeter-se à perícia médica mesmo depois de aposentado. Há disposição específica para os servidores federais.
Ao analisar os conceitos pertinentes a aposentadoria por invalidez, nota-se que este benefício está diretamente ligado ao fato da incapacidade total e permanente, tão logo se finda essa incapacidade, finda também o direito de receber o benefício. É o que também entende o Supremo Tribunal Federal, na Súmula 2017:
Tem direito de retornar ao emprego, ou ser indenizado em caso de recusa do empregador, o aposentado que recupera a capacidade de trabalho dentro de cinco anos, a contar da aposentadoria, que se torna definitiva após esse prazo.
Salienta-se que a pessoa que pleiteia a aposentadoria, deverá passar por um exame pericial, feito por um médico perito do INSS, especializado na área, para que este comprove a sua incapacidade, podendo ela ser temporária ou definitiva, se ele constatar que realmente existe a incapacidade definitiva do suposto aposentando, emitira um laudo favorável, colocando todas as suas conclusões acerca da doença incapacitante, quando ela iniciou, e se a pessoa realmente está insusceptível de melhora.
VIANNA (2014, p. 488) adverte que:[55: VIANNA, João Ernesto Aragonés. Curso de Direito Previdenciário. Editora Atlas, 7ª Edição, 2015.]
A concessão de aposentadoria por invalidez dependerá da verificação da condição de incapacidade mediante exame médico-pericial a cargo da previdência social, podendo o segurado, às suas expensas, fazer-se acompanhar de médico de sua confiança. A invalidez deve ser permanente no momento da perícia médica. Explica-se. Na oportunidade da perícia médica, a conclusão do expert deve ser no sentido da existência de incapacidade total e definitiva para o trabalho; entretanto, nada impede que, no futuro, o segurado volte a ter aptidão laboral, hipótese em que o benefício deve ser cancelado, daí dizer-se que o mesmo é concedido sob condição resolutiva.
A carência exigida para a sua concessão será de 12 meses de contribuição, como esclarece MARTINS (2015, p. 346):[56: MARTINS Sérgio Pinto.Direito da Seguridade Social. São Paulo: Atlas 2015.]
Há necessidade de carência de 12 contribuições mensais. Não há carência para a aposentadoria por invalidez decorrente de acidente ou par casos dos segurados especiais. Enquanto não for elaborada pela Previdência Social a lista de doenças infecciosas, independe de carência a concessão de aposentadoria por invalidez se o segurado, após filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social, for acometido das doenças mencionadas no artigo 151 da Lei nº 8.213. O segurado especial devera comprovar apenas o exercício de atividade rural nos 12 meses imediatamente anteriores ao do requerimento administrativo.
Cabe ressaltar que existe exceção quanto a esta carência exigida, como se denota no inciso II, do artigo 26 da Lei nº. 8.213/91:[57: BRASIL, Lei n.º 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/Leis/L8213compilado.htm. Acesso em 08 dez. 2016.]
Independe de carência a concessão das seguintes prestações: 
[...]
II - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social, for acometido de alguma das doenças e afecções especificadas em listaelaborada pelos Ministérios da Saúde e do Trabalho e da Previdência Social a cada três anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência, ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado;       
Deve ser frisado que a doença ou lesão que o segurado já for portador quando se filiar ao RGPS não lhe será conferido o direito à aposentadoria por invalidez, exceto quando a incapacidade vir por motivo de progressão ou agravamento desta doença ou lesão, como descrito no parágrafo 2º do artigo 42 desta Lei:
[...] 
§ 2º A doença ou lesão de que o segurado já era portador ao filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social não lhe conferirá direito à aposentadoria por invalidez, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão.
A remuneração deste benefício será o correspondente a 100% do salário de benefício, de acordo com o artigo 44 da mesma Lei:
A aposentadoria por invalidez, inclusive a decorrente de acidente do trabalho, consistirá numa renda mensal correspondente a 100% (cem por cento) do salário-de-benefício, observado o disposto na Seção III, especialmente no artigo 33 desta Lei.
§ 2º Quando o acidentado do trabalho estiver em gozo de auxílio-doença, o valor da aposentadoria por invalidez será igual ao do auxílio-doença se este, por força de reajustamento, for superior ao previsto neste artigo.
O aposentado que retornar ao trabalho terá sua aposentadoria automaticamente cancelada, vez que a invalidez para o trabalho é pressuposto para a concessão deste benefício, assim ele voltará a verter contribuições para a previdência, e posteriormente caso necessite novamente deste benefício, terá direito de recebê-lo, como descreve o artigo 46 da Lei 8.213/91.[58: BRASIL, Lei n.º 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/Leis/L8213compilado.htm. Acesso em 08 dez. 2016.]
CAPÍTULO III - A OBTENÇÃO DO ADICIONAL DE 25% NA APOSENTADORIA POR INVALIDEZ
3.1 Características e Requisitos
O adicional de 25% na aposentadoria por invalidez tem por função ajudar financeiramente aqueles que se encontram totalmente incapazes para sua vida independente, isto é, além de não terem condições de trabalho, também já não conseguem ter uma vida normal.
O Decreto n°. 3048/1999, em seu anexo I, possui um rol de exemplificativo das situações em que será devido este adicional ao aposentado por invalidez, quais sejam: cegueira total; perda de nove dedos das mãos ou superior a esta; paralisia dos dois membros superiores ou inferiores; perda dos membros inferiores, acima dos pés, quando a prótese for impossível; perda de uma das mãos e de dois pés, ainda que a prótese seja possível; perda de um membro superior e outro inferior, quando a prótese for impossível; alteração das faculdades mentais com grave perturbação da vida orgânica e social; doença que exija permanência contínua no leito. (Decreto 3.048/99).[59: BRASIL, Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999. Aprova o Regulamento da Previdência Social e dá outras providências. Brasília: DOU 7 Mai, 1999, republicado no DOU de 12 Mai 1999, retificado nos DOU 18 e 21 Jun, 1999. Disponível em:< http://www4.planalto.gov.br/legislacao/legislacao.>. Acesso em: 14 de março de 2017.]
Esse é o entendimento de CASTRO E LAZZARI, (2006, p.558) vez que: “Essa relação não pode ser considerada como exaustiva, pois outras situações podem levar o aposentado a necessitar de assistência permanente, o que pode ser comprovado por meio de perícia médica”.[60: CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de Direito PrevidenciárioSão Paulo, LTR, 7ª ed., 2006.]
A relação de enfermidades, assim, não pode ser exaustiva, vez que o legislador deve dar a possibilidade de inclusão de outras doenças incapacitantes.
Deve ser destacado que o requerente deve demonstrar que depende de auxílio e assistência diária de uma terceira pessoa para os atos da vida diária, como se locomover, se vestir, se alimentar e etc.
3.2 Previsão Legal
O acréscimo de 25% na aposentadoria por invalidez está elencado no artigo 45 da Lei 8.213/91·: “O valor da aposentadoria por invalidez do segurado que necessitar da assistência permanente de outra pessoa será acrescido de 25% (vinte e cinco por cento).”.[61: BRASIL, Lei n.º 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/Leis/L8213compilado.htm. Acesso em 08 dez. 2016.]
Neste sentido o doutrinador Horvath Júnior, (2010, p. 260), conceitua a incapacidade total e permanente da seguinte forma:[62: HORVATH JÚNIOR, Miguel. Direito previdenciário. Barueri, SP: Manole, 2011.]
É a incapacidade total e permanente de tal proporção que acarreta a necessidade permanente do auxílio de terceiros para o desenvolvimento das atividades cotidianas, em virtude da amplitude da perda da autonomia física, motora ou mental que impede a pessoa de realizar os atos diários mais simples, v. g., à consecução das necessidades fisiológicas, higiene, repouso, refeição, lazer, dentre outros. 
Esse adicional possui o intuito de compensar os gastos do segurado aposentado que vier a contratar uma pessoa para lhe dar assistência permanente, ou até mesmo cobrir o impedimento de um familiar que não possa trabalhar para suprir seus próprios gastos, devido aos cuidados com o adoentado.
O parágrafo único do artigo 45 da Lei 8213/91, assim determina: 
Parágrafo único. O acréscimo de que trata este artigo:
a) será devido ainda que o valor da aposentadoria atinja o limite máximo legal;
b) será recalculado quando o benefício que lhe deu origem for reajustado; 
c) cessará com a morte do aposentado, não sendo incorporável ao valor da pensão.
Percebe-se com o parágrafo único supracitado que o adicional de 25%, poderá ultrapassar o limite de 100% do salário de benefício do aposentado, sendo este adicional cessado com a melhora de sua saúde. 
Deve ser lembrado que com a morte do mesmo, também será cessada, não sendo transferível para uma eventual pensão por morte, que será concedida aos dependentes do de cujus.
Wladimir Novaes Martinez aduz a respeito da cessação quando houver melhora do aposentado: “Evidentemente (embora a lei ou o regulamento silenciem sobre a matéria), o direito é do carente de atendimento pessoal de um auxiliar, não se justificando, desse modo, se o titular, no curso da percepção da aposentadoria, melhora suas condições a ponto de dispensar a referida ajuda.”.[63: MARTINEZ, Wladimir Novaes. Comentários à lei básica da previdência social , 7ª. Ed. – São Paulo : LTr, 2006]
A Instrução Normativa 45/2010 INSS/PRES, determina que este acréscimo será devido a partir da data do requerimento administrativo, assim sendo, o INSS tem o dever de averiguar a situação, com a perícia médica, para a sua concessão[64: SOCIAL, Instituto Nacional do Seguro. Instrução Normativa INSS/PRES Nº 45, de 06 de agosto de 2010 - DOU de 11/08/2010 – Alterada. Dispõe sobre a administração de informações dos segurados, o reconhecimento, a manutenção e a revisão de direitos dos beneficiários da Previdência Social e disciplina o processo administrativo previdenciário no âmbito do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS. Disponível em: <http://sislex.previdencia.gov.br/paginas/38/inss-pres/2010/45_1.htm> Acesso em 14 de fevereiro de 2017.]
Como se verifica na Instrução Normativa citada: 
Art. 204. O aposentado por invalidez a partir de 5 de abril de 1991, que necessitar da assistência permanente de outra pessoa, terá direito ao acréscimo de vinte e cinco por cento sobre o valor da renda mensal de seu benefício, a partir da data do pedido do acréscimo, ainda que a soma ultrapasse o limite máximo do salário-de-contribuição, independentemente da data do início da aposentadoria.

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