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Perícia e Avaliação de Impactos Ambientais
 Por Dra. Flávia Peres
02
Conteúdo Programático
• Princípios, teorias e aplicação prática da Perícia Ambiental;
• Dano e crime ambiental; 
• Legislação, normatização e estudos técnicos;
• Investigação de campo e coleta de dados - a prova pericial;
• Avaliação de Impactos Ambientais; 
• Planilhas de Levantamento de Aspectos e Impactos Ambientais;
• Programas de Monitoramento Ambiental;
• Mitigação, reparação e compensação ambiental.
Perícia Ambiental Aplicada
Instrumentos e mecanismos de controle e fiscalização 
ambiental 
03
De acordo com IBAMA (2002), a “Fiscalização Ambiental” significa toda 
vigilância e controle que devem ser exercidos pelo Poder Público, visando 
proteger os bens ambientais das ações predatórias. Apresenta-se como 
uma necessidade do Estado para fazer cumprir sua missão de defensor 
e propugnador dos interesses relativos à ordem jurídica e social. A 
Fiscalização Ambiental deve ser acionada sempre que o interesse individual 
se sobrepuser ao interesse da sociedade, estando inseridas nesse contexto 
as infrações cometidas contra o meio ambiente.
No Brasil, a fiscalização ambiental em nível federal é atribuição do Ministério 
do Meio Ambiente, na atuação do IBAMA e ICMBIO, havendo a atuação 
dos órgãos estaduais e municipais, Polícia Militar Ambiental, Delegacias 
Especializadas em Meio Ambiente (DEMA) e Secretarias Municipais de Meio 
Ambiente, atendimento à Política Nacional do Meio Ambiente (Lei Federal 
Nº. 6.938 de 31 de agosto de 1981). Em conjunto, todas estas organizações, 
órgãos e entidades formam o SISNAMA.
04
Há diversas modalidades de ações fiscalizatórias, tais como:
- PROGRAMADAS: são as ações desencadeadas na execução de um Plano 
de Fiscalização, previamente estabelecido;
- DE DENÚNCIA: são as ações realizadas em atendimento à denúncia formal 
e informal. Destaca-se que as ações de fiscalização “Programadas” e em 
decorrência de “Denúncias” são as mais recorrentes nos órgãos de meio 
ambiente.
- DE OFÍCIO: são os trabalhos que ocorrem por iniciativa própria do órgão 
ambiental;
- EMERGENCIAIS: são aquelas realizadas para coibir infrações ambientais de 
alto impacto ambiental ou para prevenir danos iminentes ao meio ambiente. 
A ação de fiscalização emergencial tem a finalidade de interromper as 
infrações cujo potencial tenha reflexo na saúde humana, de espécies 
ameaçadas de extinção e áreas protegidas.
05
- DE ORDEM: são aquelas que ocorrem por determinação ou solicitação 
superior;
- JUDICIAIS: são desencadeadas por força de sentença, mandato judicial ou 
requerimento do Ministério Público;
- SUPLETIVAS: ocorrem em decorrência da inércia do Órgão Estadual 
de Meio Ambiente (OEMA) ou do Município, ou quando o IBAMA entender 
conveniente.
Procedimentos para realização de Monitoramento e Fiscalização Ambiental 
O processo de licenciamento ambiental deve ser fiscalizado constantemente 
e em todas as suas fases, para promover o controle permanente desde o início 
da implantação do empreendimento até a sua finalização. Assim, constitui-
se em um instrumento para avaliar se as previsões de impactos e as medidas 
de prevenção e controle sugeridas nos estudos ambientais mostram-se 
adequadas durante a implantação e operação do empreendimento. Esse 
acompanhamento constante permite avaliar ao longo do tempo a falhas e 
06
ineficiências no sistema de controle adotado (previsões incorretas, falhas 
humanas ou ocorrências de eventos imprevistos), de forma que se possa 
promover, com agilidade, as correções necessárias.
Sendo assim, cada um dos programas de monitoramento devem ser 
propostos com base nas peculiaridades do projeto, para ser uma ferramenta 
de avaliação sistemática dos resultados de sua implantação, permitindo 
verificar a validade e a exatidão dos impactos previstos já apresentados nos 
estudos ambientais. 
Para garantir a efetividade do monitoramento ambiental, deve haver a 
atuação conjunta entre o órgão ambiental, que fará o acompanhamento e o 
monitoramento ambiental, e a empresa, que realizará os serviços e prestará 
contas ao órgão ambiental. Os resultados do monitoramento são subsídios 
fundamentais ao se analisar os impactos cumulativos e/ou sinérgicos numa 
bacia ou sub bacia hidrográfica, ou região, sendo, portanto, subsídios ao 
planejamento setorial e/ou regional. 
07
Neste contexto, é fundamental a atuação da fiscalização na realização de 
inspeções nas instalações de empreendimentos, verificando a situação do 
ponto de vista documental perante o órgão ambiental (se possui licença 
ambiental, se está dentro do prazo de validade, etc), bem como fazendo uma 
checagem dos pontos críticos nas instalações passíveis de provocar alguma 
degradação ambiental.
Atuação do Ministério Público na Fiscalização Ambiental
Os temas “crimes ambientais” e “fiscalização ambiental” evidentemente 
estão diretamente relacionados às funções institucionais do Ministério 
Público, que, ao longo das últimas décadas, candidatou-se a exercer a tutela 
não exclusiva dos direitos coletivos. Em matéria penal, é função institucional 
do Ministério Público promover privativamente a ação penal pública. Os 
crimes previstos na Lei de Crimes Ambientais são crimes de ação pública e 
incondicionada. Assim, a relação entre o Ministério Público e a repressão às 
ofensas ambientais tipificadas como crime é muito estreita. No entanto, a 
investigação dos crimes ambientais não é realizada pelo Ministério Público 
e sim pela Polícia Judiciária.
08
O Ministério Público, além da ação penal pública de sua exclusiva titularidade, 
tem como instrumentos o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção 
do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses 
difusos e coletivos. 
Cabe ao Ministério Público, diante da falta de estrutura administrativa e 
policial, valer-se de tais instrumentos institucionais para melhor aplicação 
da lei penal, estando sempre alerta quanto aos reflexos penais de condutas 
e atividades investigadas no âmbito civil.
09
Perícia Ambiental Aplicada
Atuação e Realização da Perícia Ambiental
10
O Laudo Ambiental visa atribuir responsabilidades frente a Lei 6.938/81 - 
Política Nacional do Meio Ambiente – PNMA, que define a responsabilidade 
de reparação dos danos ambiental por quem causou o dolo ou degradação.
• Associações e Entidades de Classe:
CONPEJ – Conselho Nacional de Peritos Judiciais da República Federativa 
do Brasil.
www.conpej.org.br
FEBRAPAM - Federação Brasileira das Associações de Peritos, Árbitros, 
Mediadores e Conciliadores
www.Febrapam.com.br
• Objetivos:
-Organizar a atividade profissional em âmbito Nacional;
-Regulamentar a profissão junto aos órgãos competentes;
-Cadastrar e filiar os peritos em âmbito nacional;
-Formar profissionais para atuar no setor;
11
-Qualificar e especializar os profissionais;
-Organizar: cursos, palestras, seminários, congressos, etc;
-Efetivar convênios com entidades públicas e privadas;
-Manter intercambio, cultural, social e profissional com empresas;
-Representar a categoria junto aos órgãos do poder Judiciário;
-Manter intercâmbio com entidades internacionais
• Etapas e procedimentos de elaboração do laudo:
-Formulário específico no site do IBAMA IN14/2009: preenchido pelo 
perito, assinado por integrantes de conselhos de meio ambiente, empresa 
responsável, público em geral. 
- Vistoria para definição do poluidor/degradador: o empreendedor é 
responsável por quaisquer impactos nos meios físico, biótico e antrópico em 
decorrência da operação ou instalação do seu empreendimento. O Perito 
Ambiental deverá fazer relatório que subsidie a definição e quantificação do 
evento, ocorrência e magnitude dos impactos. 
12
• Metodologia:
-Deverá realizar o diagnóstico adequadoà área de estudo para atender aos 
objetivos da perícia;
-Avaliar a ocorrência e local de abrangência do agravo;
-Quantificar a magnitude e consequências do incidente;
-Avaliar os estudos necessários e demanda de corpo técnico especializado;
-Indicar a necessidade de mais estudos e aprofundamento das análises 
técnicas.
• Procedimentos em Campo: 
- Diagnóstico - registro fotográfico e documental;
- Coleta - avaliação/prognóstico dos impactos do agravo;
- Prognóstico – magnitude e abrangência do agravo;
- Quantificação – avaliação de material contaminante, seu deslocamento e 
seus reflexos territoriais;
- Mapeamento – localização geográfico do incidente e sua abrangência 
máxima;
13
- Interpretação do impacto – estimativa e sugestão dos cálculos de 
indenização e/ou reparação”. 
- Conclusão – emitir parecer conclusivo sobre as responsabilidades e 
sanções legais.
14
Excetuam-se os empreendimentos que operam de forma irregular, cujo 
conhecimento do órgão ambiental leva à exigência de providências mediante 
sanções. 
Em todas estas situações, é responsabilidade do empreendedor elaborar 
os estudos ambientais condizentes e adequados à realidade do local, com 
corpo técnico especializado. 
15
Perícia Ambiental Aplicada
Aplicação prática: elaboração do Laudo Pericial 
16
A necessidade da elaboração de Laudos Técnicos Ambientais é determinada 
de acordo com o objetivo e aplicação do mesmo, o que subsidiará seu 
escopo. Esta execução varia fortemente, de acordo com os objetivos do 
laudo, ocorrência do agravo, e especialmente magnitude do incidente, 
demandando sempre corpo técnico especializado.
O parecer ou laudo técnico contém o relato do especialista designado para 
avaliar um incidente relacionado à sua área de conhecimento, causada pela 
operação de determinado empreendimento. Neste estudo, pretende-se 
avaliar o fato ocorrido, nas diferentes perspectivas causadas pelo impacto, 
assim como suas implicações ao meio ambiente. 
No território nacional, o responsável pela execução de procedimentos de 
vistoria e perícia ambiental é o IBAMA. Assim, para orientar seus técnicos, o 
órgão elaborou um Manual Técnico para orientar na elaboração de laudos, 
que orientam a construção destes documentos de forma geral no Brasil, 
padronizando de acordo com as atividades.
 
17
Assim, o referido manual editado pelo IBAMA permitiu orientar esta prática 
no Brasil, ao estabelecer parâmetros que devem constar nos Laudos. O 
objetivo inicial foi permitir que os analistas do órgão pudessem acompanhar 
acidentes ambientais em território nacional, causados pelo derramamento 
de produtos perigosos na água e no solo, dentro outros, com base nas 
informações necessárias à sustentação de sanções administrativas, em 
consonância com as normas já estabelecidas no IBAMA. Entretanto, pode-
se afirmar que, tendo em vista a escassez de literatura correlata, foi de 
extrema importância para a sociedade a publicação de tal documento, 
que deve ser interpretado de acordo com a realidade local e o contexto do 
acidente. 
Embora o referido manual seja voltado à perícia e execução de laudos em caso 
de acidentes que resultem na contaminação de solo e água, considerando-se 
a restrição da legislação e bibliografia pertinente, pode servir para embasar 
a execução de perícias em território nacional, considerando-se que:
“A ocorrência de acidentes ambientais tem grande importância no contexto 
da atuação dos órgãos de meio ambiente, uma vez que tais situações podem 
18
ocasionar danos sociais e ambientais de extrema gravidade, a exemplo dos 
inúmeros desastres ocorridos com o setor petrolífero, transporte de produtos 
perigosos e indústrias químicas diversas, entre outros” (IBAMA, 2009). 
Dessa forma, a gama de danos ambientais que poderão ocorrer, sujeitam os 
profissionais envolvidos na área ambiental uma constante relação multi e 
interdisciplinar, no interesse em conseguir laudos conclusivos condizentes 
com a problemática.” 
Em todos os casos de ocorrência de agravos ambientais, o órgão fiscalizador 
ou IBAMA estabelece medidas para aplicação de sanções aos responsáveis 
com base no Decreto Federal n. 6.514/2008 e no Decreto Federal n. 4.136/2002. 
Esta legislação visa inibir os acidentes e danos ao meio ambiente, atribuindo 
sanções administrativas e restrições que são impostas aos infratores.
O conceito é atuar de forma repressiva para minimizar o potencial de 
ocorrência de acidentes, atuando proporcionalmente aos danos causados, 
cuja ação pode ser advertência, multas, embargos, apreensão de produtos 
ou equipamentos, suspensão parcial ou total da atividade e retirada e/
19
ou derrubada de construções. Além disso, o responsável legal pelo 
empreendimento e atividade poderá ser obrigado a reparar os danos 
causados.
Nesse contexto, a elaboração do laudo deverá conter o maior nível de 
detalhamento possível, para embasar o estabelecimento da sanção legal 
a ser aplicada. O diagnóstico será fundamental para iniciar o trabalho do 
perito, que deverá ter a preocupação de coletar todas as informações e 
evidências in loco. Para isto, a formação multidisciplinar e experiência do 
profissional serão essenciais, de forma que ele tenha a competência de 
observar alterações e indícios de impactos ambientais. 
O Laudo deverá apresentar minicioso relato dos fatos, abordando tópicos 
conforme descrito a seguir:
- Diagnóstico – “o que aconteceu”;
- Avaliação e/ou prognóstico – “impactos do agravo”;
- Magnitude e/ou valoração – “abrangência do agravo”;
- Quantificação ou dimensionamento – “avaliação de material contaminante 
20
ou reflexos da contaminação e degradação”;
- Interpretação do impacto – “cálculos finais de indenização e/ou reparação”.
 
Após a apresentação das evidências do acidente, as conclusões do laudo 
devem indicar a justificativa do técnico sobre o laudo, de forma a permitir e 
embasar as sanções determinadas pelo órgão ambiental. 
“O exame é realizado pelo técnico ou pessoa de comprovada aptidão e 
idoneidade profissional, para verificar e esclarecer um fato, ou estado ou a 
estimação da coisa que é objeto de litígio ou processo, que com um deles 
tenha relação ou dependência, a fim de concretizar uma prova ou oferecer o 
elemento de que necessita a Justiça para poder julgar. Portanto, a atividade 
pericial parte da ideia de que toda ação humana deixa marcas ou vestígios, 
sendo assim, o profissional imbuído de realizar uma perícia necessita 
analisar e/ou sintetizar esses vestígios para obter a prova material da 
existência do dano.”
21
Dentre os acidentes que demandam laudo ambiental, estão aqueles 
definidos pela Resolução CONAMA n.398/2008, em caso de poluição por 
óleo em águas sob jurisdição nacional, originados em portos organizados, 
instalações portuárias, terminais, dutos, sondas terrestres, plataformas 
e instalações de apoio, refinarias, estaleiros, marinas, clubes náuticos e 
instalações similares. Nestes casos, faz-se necessária a elaboração do Plano 
de Emergência Individual, e a referida CONAMA orienta a sua elaboração. 
Em complementação, através da Lei n.9.605/1998, art. 54, foi definido que: 
“Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam 
resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de 
animais ou à destruição significativa da flora, é apenável com reclusão de 
um a quatro anos, além de multa administrativa (BRASIL, MMA, 1998)”.
22
Perícia Ambiental Aplicada
Crime Ambiental
23
A Constituição Federal impõe ao Poder Público o dever de defender o meio 
ambiente ecologicamente equilibrado e preservá-lo para as presentes 
e futuras gerações. Ao Poder Público incumbe tomar todas as medidas 
elencadas nos incisos do Art. 225 para assegurar a efetividade do direito de 
todos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.Dentre essas medidas 
está a exigência, na forma da lei, de EIA, previamente à instalação de obra 
ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio 
ambiente.
Desta forma, a competência para o licenciamento é muito mais que um 
poder do ente federado, é um dever que deverá ser atendido sob pena de 
responsabilidade de seus técnicos e dirigentes. A Lei 9.605, de 12 de fevereiro 
de 1998, dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de 
condutas e atividades lesivas ao meio ambiente.
24
25
Ocorrência e Responsabilização do Crime Ambiental 
A Constituição Federal de 1988 foi um marco, pois antes disso só as pessoas 
(pessoas físicas) podiam responder a um crime. As pessoas jurídicas 
respondiam civilmente (multas, suspensão, encerramento de atividades). 
Com a Constituição de 1988 ficou prevista a possibilidade de se ter sanção 
penal para pessoas jurídicas, sendo que no seu Artigo 225: “as condutas e 
atividades lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas 
ou jurídicas a sanções penais”.
O Crime Ambiental passou a ser “Responsabilidade objetiva”, que tão 
somente liga a atividade e o dano, obrigando o responsável à reparar os 
danos causados. Sendo assim, cabem sanções administrativas ao infrator, 
além de responsabilização criminal e cível. 
As etapas e procedimentos de elaboração do laudo
Imediatamente após o incidente, espera-se que o responsável legal pelo 
empreendimento faça a comunicação do evento ao órgão ou polícia ambiental 
26
mais próximo. Quando o empreendedor não comunica o incidente, pode-se 
haver o relato da comunidade em geral, ou qualquer um de seus membros, 
e mediante vistoria o órgão ambiental fará a notificação. 
Há um formulário específico para tal comunicado no site do IBAMA, através 
do formulário padronizado instituído pela CGEMA, que deverá ser preenchido 
por integrantes de conselhos de meio ambiente, empresa responsável ou 
pelo público em geral. 
Em empreendimentos onde caiba a atuação do IBAMA, o escritório local 
enviará técnico assim que for notificado, para que possa realizar vistoria 
inicial e orientar a adoção de medidas que possibilitem a minimização 
dos danos ao meio ambiente. Neste momento, já se iniciam as coletas de 
evidência do acidente na área afetada, cujas informações serão utilizadas 
para embasar o perito em seu laudo técnico ambiental quanto à determinação 
de penalidades (Decreto Federal n.6.514/2008).
27
Dentre os procedimentos necessários que deverão ser avaliados para compor 
a avaliação e elaboração de Laudo Ambiental, deverão ser considerados no 
mínimo: 
Item 1: LOCAL DE OCORRÊNCIA DO ACIDENTE
Item 2: DESCRIÇÃO DO ACIDENTE
Item 2.1: Anotar a data, dia da semana e hora estimada do acidente
Item 2.2: Citar a data da vistoria, dia da semana e hora 
Item 2.3: Especificar causa do acidente, impactos e prejuízos ambientais.
Item 3: DESCRIÇÃO DOS DANOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS - em 
decorrência do acidente, deve ocorrer de maneira detalhada.
Item 4: MEDIDAS REALIZADAS. 
Item 4.1: Descrever as medidas iniciais realizadas (combate a incêndios, 
interdição da área, evacuação de pessoas, etc., para minimizar suas 
conseqüências e impactos). 
Item 4.2: Descrever especificamente as ações de limpeza do ambiente, 
28
incluindo as que buscam retirar o material/substância da área. 
Item 4.3: Devem ser indicados os procedimentos para a recuperação da 
área afetada e Projeto de Recuperação de Área Degradada. 
Item 5: INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES – instituições que atuaram no laudo 
ou emergência ambiental.
Item 6: ATENUANTES E AGRAVANTES 
Item 6.1: ATENUANTES: 
 - Baixo grau de escolaridade do infrator; 
 - Arrependimento do infrator, espontânea reparação do dano ou limitação 
significativa da degradação ambiental causada; 
- Colaboração com os agentes encarregados do controle ambiental;
- Comunicação prévia pelo agente do perigo de degradação ambiental. 
Item 6.2: AGRAVANTES: 
- Reincidência nos crimes de natureza ambiental e Infração cometida em: 
- Área de especial regime de uso; 
- Prejudicando propriedades de terceiros; 
- Em espaço protegido ou atingindo unidades de conservação; 
29
- Uso de recursos públicos; 
- Mediante fraude ou abuso de confiança, e coação de terceiro; 
- Em época de seca ou inundação; 
- No período de defeso da fauna; 
- Abuso de licença, permissão ou autorização ambiental; 
- Para vantagem pecuniária; 
- Facilitada por funcionário público;
Item 7: COLETAS: 
Deve conter informações dos procedimentos de coletas do meio aquático ou 
terrestre, pontos georreferencidos e croqui da área.
Item 8: DAS CONCLUSÕES E ENCERRAMENTO 
Este item deverá apresentar a conclusão do perito ambiental quanto a 
severidade e impacto do acidente, recomendando a sanção e multa, de 
acordo com registros de campo e apresentados no laudo ambiental. 
30
Aplicação de penalidades e multas
De acordo com a IN - Instrução Normativa IBAMA n.14, de 15 de maio de 
2009, as multas e sanções deverão obedecer determinados critérios:
Art. 12 - Os parâmetros iniciais para indicação da multa aberta nos autos 
de infração seguirão a aplicação das Tabelas constantes do Anexo 5, 
considerando que a adoção da regra não poderá implicar em indicação de 
multa em valor superior aos tetos máximos cominados para cada infração (IN 
14, de 15/05/2009). O valor da multa é calculando mediante a interpretação do 
acidente através do laudo do perito ambiental, que avaliará o dano causado 
e sua significância, considerando-se as categorias: pequeno, médio e grave.
A IN14/2009 do IBAMA, categoriza o dano causado ao porte do 
empreendimento, para estabelecer as sanções e multas correspondentes 
aos acidentes causados. A penalidade vai variar de acordo com a magnitude 
do empreendimento causados do acidente, seja microempresa, pequeno, 
médio e grande porte. 
Em sua conclusão no laudo ambiental, o perito deverá justificar a sanção 
aplicada de acordo com os indícios observados. 
31
Perícia Ambiental Aplicada
Avaliação de Impactos Ambientais
32
Impactos Ambientais 
A avaliação dos impactos ambientais de uma atividade ou empreendimento 
é a principal ferramenta para efetuar trabalhos de Gestão, Licenciamento e 
Perícia Ambiental. 
No licenciamento ambiental devem ser observados todos os aspectos 
do meio físico, biótico e antrópico. Antes de se proceder à análise do 
requerimento de qualquer licença é imprescindível uma vistoria à área para 
verificação da situação ambiental existente. Entre outros aspectos devem 
ser observados o uso e a ocupação do solo no entorno da atividade prevista, 
o zoneamento urbano para a área, a qualidade dos corpos receptores, a 
capacidade de resiliência do meio ambiente, a emissão de gases, vapores, 
ruídos, vibrações e radiações, a geração de efluentes líquidos domésticos e 
industriais, a geração de resíduos; volume e qualidade dos insumos básicos, 
de pessoal e de tráfego gerado, horários da atividade, riscos de incêndios, 
explosões, vazamentos e outras situações de emergência.
33
Nos casos de atividades de natureza não industrial, outros aspectos devem 
também ser enfocados como a alteração da paisagem, os possíveis impactos 
gerais do meio físico, faunísticos, florísticos, arqueológicos, espeleológicos 
e sociais.
A partir de 1986, a regulamentação pelo CONAMA da avaliação de impacto 
ambiental para o licenciamento de grandes obras de infraestrutura e de 
outras atividades de alto potencial poluidor, estendeu a obrigação de vincular 
ao licenciamento ambiental a uma ampla gama de empreendimentos, 
em particular, aqueles promovidos por empresas públicas, estatais ou 
organismos governamentais de administração direta.
A Resolução nº 001/86 do CONAMA, ao listar as atividades cujo licenciamento 
depende de apresentação de estudo e relatóriode impacto ambiental, 
reforçou a ação dos órgãos estaduais de meio ambiente. Por outro lado, 
a obrigação de Consultoria e Licenciamento Ambiental – Licenciamento e 
Fiscalização Ambiental licenciar impôs uma nova ordem no relacionamento 
dos órgãos ambientais com as entidades governamentais responsáveis por 
projetos de infraestrutura. Em alguns casos, já existem normas ou acordos 
34
com o objetivo de adaptar os processos de planejamento dessas atividades 
às etapas do licenciamento ambiental. Em 1986, o Conselho Nacional do Meio 
Ambiente (CONAMA) criou importantes dispositivos para o licenciamento e 
controle ambiental. 
Dentre os principais, pode-se citar: 
- Estudo de Impacto Ambiental (EIA);
- Relatório de Impacto Ambiental (RIMA);
- Plano de Controle Ambiental (PCA);
- Relatório de Controle Ambiental (RCA);
- Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD);
- Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS).
- Avaliação de impacto ambiental (AIA)
A avaliação de impacto ambiental foi instituída como um dos instrumentos 
da Política Nacional do Meio Ambiente, e mais tarde vinculada ao Sistema 
de Licenciamento de Atividades Poluidoras (SLAP), pelo Decreto 88 3 5 1, de 
1 de julho de 1983, que a regulamentou, porém apenas a partir da Resolução 
35
CONAMA 001, de 23 de janeiro de 1986, que estabeleceu os procedimentos 
e requisitos necessários para sua aplicação, que a AIA passou a ser 
implementada a nível nacional. Em 1988, a avaliação de impacto ambiental 
foi consagrada a nível nacional na Constituição Federal (artigo 225, parágrafo 
P, item IV).
A avaliação de impacto ambiental é um processo constituído por um 
conjunto de procedimentos técnicos e administrativos, visando a realização 
de uma análise sistemática dos impactos ambientais da instalação ou da 
ampliação e operação de um determinado empreendimento. Como parte do 
processo de avaliação de impacto ambiental é realizado o estudo de impacto 
ambiental (EIA) e seu respectivo relatório de impacto ambiental (RIMA), de 
acordo com instruções técnicas específicas que devem ser fornecidas pelos 
órgãos ambientais, tendo em conta as características do projeto e do local 
onde se pretende implantá-lo.
A Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) surgiu ao final da década de 60, nos 
Estados Unidos, como resultado de uma crescente demanda da sociedade 
por maior participação na gestão ambiental. A industrialização acelerada 
36
das décadas anteriores havia produzido sérias consequências sociais 
negativas e rápida degradação ambiental, dando origem a um movimento de 
conscientização do público quanto à necessidade de uma melhor avaliação 
dos projetos de desenvolvimento, considerando igualmente os fatores 
ambientais e sociais. 
Os métodos tradicionais, baseados na avaliação econômica de projetos 
não atendiam às novas demandas da sociedade, pois ao desconsiderarem 
os fatores ambientais, haviam conduzido a avaliações equivocadas, que 
propiciaram a implantação de projetos que resultaram na degradação 
ambiental de extensas áreas e em danos à saúde de populações, demandando 
elevados custos para sua correção.
A Avaliação de Impactos Ambientais - AIA 
A AIA foi adotada pela primeira vez em dezembro de 1969, quando o Congresso 
dos Estados Unidos aprovou Lei Nacional da Política Ambiental-1969, 
conhecida pela sigla NEPA, em que determinou que todas as propostas 
de desenvolvimento de atividades com grande potencial de impacto 
37
ambiental, de responsabilidade do governo federal ou por ele financiadas, 
deveriam apresentar uma declaração de impacto contendo detalhadamente 
os principais impactos ambientais da proposta e de suas alternativas, 
incluindo aquela de não implementação do projeto, os impactos ambientais 
irreversíveis e aqueles que não poderiam ser mitigados, a relação entre os 
usos do meio ambiente a curto prazo e a sua produtividade a longo prazo.
A primeira avaliação ambiental realizada no Brasil se deu em 1972, quando 
do financiamento, pelo Banco Mundial, da Usina Hidrelétrica de Sobradinho. 
Até 1986, um número considerável de projetos dependentes de financiamento 
externo tiveram seus impactos ambientais avaliados, embora os resultados 
não tenham sido encaminhados aos órgãos de controle ambiental. No 
Brasil, o regulamento pioneiro para uso da AIA é encontrado nas legislações 
do Estado do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia. Entretanto, somente 
em 1981 a avaliação de impacto ambiental foi introduzida formalmente na 
legislação federal, como um dos instrumentos relacionados na Lei n’ 6938, 
de 31 de agosto, que estabelece a Política Nacional de Meio Ambiente.
38
Mais tarde, o Decreto 88.3 5 1, de 1º de junho de 1983, ao regulamentar esta 
Lei, vinculou a AIA aos sistemas de licenciamento, e reservou ao Conselho 
Nacional do Meio Ambiente - CONAMA a responsabilidade de fixar os critérios 
básicos segundo os quais seria exigido o EIA para fins de licenciamento. 
Assim, somente a partir de 1986, com a Deliberação do Conselho Nacional 
de Meio Ambiente - CONAMA n’ 00 1 de 23 de janeiro, regulamentando a sua 
aplicação, é que o processo de AIA passou a ser efetivamente implementado 
no Brasil.
Somente então foram estabelecidas as diretrizes e os procedimentos para 
orientar as equipes dos setores governamentais responsáveis pela sua 
implementação, quanto às responsabilidades dos diversos participantes do 
processo, as diretrizes para elaboração dos estudos e a responsabilidade 
pelos custos do processo.
A Resolução CONAMA 001/86 estabeleceu ainda, em caráter exemplificativo, 
a relação de atividades e projetos que deveriam ser submetidos à AIA, bem 
como, o conteúdo mínimo do estudo de impacto ambiental, deixando aos 
órgãos estaduais de meio ambiente, IBAMA e aos municípios, responsáveis 
39
pela execução da política ambiental, a responsabilidade de detalhar os 
procedimentos técnicos e administrativos necessários à implementação 
deste importante instrumento de gestão.
A relação de atividades sujeitas a AIA, de acordo com a Resolução CONAMA 
001/86 inclui:
- Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamentos;
- Ferrovias;
- Portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos;
- Aeroportos
- Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários de 
esgotos sanitários;
- Linhas de transmissão de energia elétrica, acima de 230 kv;
-.Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos tais como: 
barragem para fins hidrelétricos, acima de 10 mw, de saneamento ou de 
irrigação, retificação de cursos d’água. -Extração de combustível fóssil 
(petróleo, xisto, carvão);
40
- Extração de minério, inclusive os da classe 11, definidas no código de 
mineração;
- Aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos tóxicos ou 
perigosos;
- Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia 
primária, acima de 10 mw;
-.Complexo e unidades industriais e agro-industriais (petroquímicos, 
siderúrgicos, cloroquímicos, destilarias de álcool, hulha, extração e cultivo 
de recursos hidróbios);
- Distritos industriais e zonas estritamente industriais - zei; 
- Exploração econômica de madeira ou de lenha, em áreas acima de 100 
hectares ou menores, quando atingir áreas significativas em termos 
percentuais ou de importância do ponto de vista ambiental;
- Projetos urbanísticos, acima de 100 hectares, ou em áreas consideradas 
de relevante interesse ambiental a critério da sema, dos órgãos municipais 
ou estaduais competentes;
-.Qualquer atividade que utilizar carvão vegetal, derivados ou produtos 
similares, em quantidade superior a dez toneladas por dia (conforme 
redação dada pela resolução conama 011/86);
41
- Projetos agropecuários que contemplem áreas acima de 100 hectares ou 
menores, nestes casos, quando se tratar de áreas significativas em termos 
percentuais oude importância do ponto de vista ambiental, inclusive nas 
áreas de proteção ambiental (incluído pela resolução CONAMA 011/86);
- Nos casos de empreendimentos potencialmente lesivos ao patrimônio 
espeleológico (conforme determina a portaria IBAMA 887/90).
Esta relação é exemplificativa e não impede que os estados exijam 
a apresentação de EIA e RIMA de outras atividades cujos impactos 
sejam relevantes. Posteriormente, em 15 de junho de 1988, a Resolução 
CONAMA 005, determinou que as obras de saneamento, para as quais seja 
possível identificar modificações significativas, também estão sujeitas ao 
licenciamento. 
Coube aos estados definir, no prazo máximo de 180 dias, os critérios e 
padrões para implementação da referida Resolução, assim como outros 
casos sujeitos ao licenciamento, de acordo com o porte e a localização do 
empreendimento, além dos sistemas de abastecimento de água, sistemas 
de esgotos sanitários, sistemas de drenagem, sistemas de limpeza urbana, 
42
obras de unidades de transferência, tratamento e disposição final de 
resíduos sólidos de origem doméstica, pública e industrial, obras de coleta, 
transporte, tratamento e disposição final de resíduos hospitalares, e entre 
outros. 
Para elaboração do EIA, em seu artigo 5°, a Resolução CONAMA estabeleceu 
as diretrizes gerais que devem ser adotadas na elaboração dos estudos de 
impacto ambiental (EIA):
- Contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização do projeto, 
confrontando-as com a hipótese de não execução do empreendimento;
- Identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais nas fases 
de planejamento, implantação e operação da atividade;
- Definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada 
pelos impactos, denominada área de influência do projeto;
43
- Considerar os planos e programas governamentais propostos ou em 
implantação na área de influência do projeto, e sua compatibilidade.
Estas diretrizes gerais devem ser complementadas a critério dos próprios 
órgãos estaduais e/ou municipais. 
Com relação ao conteúdo do EIA, a Resolução determina em seu artigo 
6’: “0 estudo de impacto ambiental desenvolverá, no mínimo as seguintes 
atividades técnicas:
I. Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto, completa descrição 
e análise dos recursos ambientais e suas interações, tal como existem, de 
modo a caracterizar a situação ambiental da área, antes da implantação do 
projeto, considerando:
a) O meio físico - o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os recursos 
minerais, os tipos e as aptidões do solo, os corpos d’água, o regime 
hidrológico, as correntes marinhas, as correntes atmosféricas;
44
b) O meio biológico e os ecossistemas naturais - a fauna e a flora, destacando 
as espécies indicadoras da qualidade ambiental, de valor científico e 
econômico, raras e ameaçadas de extinção e as áreas de preservação 
permanentes;
c) O meio sócio-econômico - o uso e a ocupação do solo, os usos da água 
e a sócio-economia, destacando os sítios e monumentos arqueológicos, 
históricos e culturais da comunidade, as relações de dependência entre 
a sociedade local e os recursos ambientais e a potencial utilização futura 
desses recursos;
II. Análise dos impactos ambientais do projeto e suas alternativas, através 
da identificação, previsão da magnitude e interpretação da importância 
dos prováveis impactos relevantes, discriminando: os impactos positivos e 
negativos (benéficos e adversos), diretos e indiretos, imediatos e a médio e 
longo prazos, temporários e permanentes, seu grau de reversibilidade; suas 
propriedades cumulativas e sinérgicas, a distribuição dos ônus e benefícios 
sociais;
45
III. Definição de medidas mitigadoras dos impactos negativos, entre elas os 
equipamentos de controle e sistemas de tratamento de despejos, avaliando 
a eficiência de cada uma delas;
IV. Elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento dos 
impactos positivos e negativos, indicando os fatores e parâmetros a serem 
considerados.
Parágrafo único - Ao determinar a execução do estudo de impacto 
ambiental, órgão estadual competente, a Sema, ou o município, quando 
couber, fornecerá as instruções adicionais que se fizerem necessárias, 
pelas peculiaridades do projeto e características ambientais da área”
Importância: 
- Estudos ambientais prévios;
- Previsão de impactos;
- Instrumento de controle e de monitoramento 
- Investir na qualidade ambiental;
46
- Programas de gestão ambiental;
- Diretrizes ambientais;
- Participação da comunidade.
Deve-se considerar, em qualquer estudo ambiental, a pertinências do 
Termo de Referência emitido pelo órgão ambiental, e sua adequação à 
área de estudo e empreendimento em questão. Para que esta análise 
tenha consistência técnica, é fundamental que os estudos sejam realizados 
atentando-se ao rigor científico e metodológico, além de adequados às áreas 
de estudo. Uma grande preocupação também é a relevância dos grupos que 
compõem os ecossistemas das áreas em análise, o que também poderá 
determinar novas vertentes para o processo de licenciamento ambiental.
47
Etapas e Métodos para elaboração da AIA
A Avaliação de Impactos Ambientais – AIA, deverá seguir as seguintes 
premissas:
-Estudo de gestão e planejamento ambiental;
-Avalia danos ambientais e prováveis impactos;
-A elaboração é apoiada em estudos ambientais de equipes multidisciplinares;
-Diagnósticos, descrições, análises e avaliações;
-Impactos efetivos e potenciais do projeto;
-Compensação e mitigação.
48
49
Em todos os estudos relativos ao licenciamento ambiental, deve-se atentar 
para a análise dos riscos ambientais inerentes à atividade. Cabe-se ressaltar 
que esta análise só pode ser feita à partir de estudos criteriosos em campo, 
considerando-se as análise adequadas às características biogeográficas na 
área em questão. 
Neste contexto, a avaliação das consequências ou interações das atividades 
de determinada empresa ou indústria sobre o meio ambiente é uma forma 
de evitar que acidentes ambientais ocorram e de se buscar a melhoria do 
processo de forma a minimizar os impactos sobre o meio ambiente, além de 
constituir um item fundamental para as empresas que buscam a certificação 
da série ISO14001 para seu sistema de gestão ambiental.
Possibilitando tal avaliação de forma adequada, é necessário fazer um 
levantamento do que chamamos de “aspectos” e “impactos” ambientais das 
atividades da empresa/indústria.
O “aspecto” é definido pela NBR ISO14001 como “…elementos das atividades, 
produtos e serviços de uma organização que podem interagir com o meio 
50
ambiente”. O aspecto tanto pode ser uma máquina ou equipamento como 
uma atividade executada por ela ou por alguém que produzam (ou possam 
produzir) algum efeito sobre o meio ambiente. Chamamos de “aspecto 
ambiental significativo” àquele aspecto que tem um impacto ambiental 
significativo.
Segundo a definição trazida pela Resolução n.º 001/86 do CONAMA (Conselho 
Nacional de Meio Ambiente), Artigo 1º, o impacto ambiental é: “…qualquer 
alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, 
causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades 
humanas que, direta ou indiretamente, afetam: I – a saúde, a segurança 
e o bem-estar da população; II – as atividades sociais e econômicas; III – 
a biota; IV – as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; V – a 
qualidade dos recursos ambientais.” Ou seja, “impactos ambientais” podem 
ser definidos como qualquer alteração (efeito) causada (ou que pode ser 
causada) no meio ambiente pelas atividades da empresa quer seja esta 
alteração benéfica ou não.
51
Esta definição também é trazida na NBR ISO14001 (requisito 3.4.1), onde 
o impacto ambiental é definido como: “qualquer modificaçãodo meio 
ambiente, adversa ou benéfica, que resulte no todo ou em parte, das 
atividades, produtos ou serviços de uma organização”.
A classificação dos impactos em: adversos, quando trazem alguma alteração 
negativa para o meio; e benéficos, quando trazem alterações positivas para 
o meio (aqui, entenda-se “meio” como a circunvizinhança da empresa/
indústria, incluindo o meio físico, biótico e social).
São considerados impactos ambientais significativos àqueles que por 
algum motivo são considerados graves pela empresa de acordo com sua 
possibilidade de ocorrência, visibilidade, abrangência e/ou outros critérios 
que a empresa/indústria pode definir. 
Levantamento de Aspectos e Impactos Ambientais 
O levantamento dos aspectos, impactos e riscos ambientais (LAIA) é 
um instrumento de gestão que objetiva a eliminação, a minimização, o 
52
controle ou a compensação dos efeitos ambientais negativos gerados no 
desenvolvimento de uma atividade.
A avaliação dos aspectos, impactos e riscos ambientais é a etapa que subsidia 
a elaboração do Plano de Controle Ambiental (PCA). Este visa garantir o 
nível de desempenho ambiental das atividades desenvolvidas.
É uma etapa fundamental a análise, identificação e interpretação de aspectos 
e impactos ambientais, para que seja possível avaliar os riscos advindos do 
empreendimento. Esta análise deve ser feita de forma separada para cada 
etapa da atividade alvo de licenciamento. 
Esta identificação e sua respectiva avaliação devem ser realizadas 
considerando-se os três níveis de áreas de estudo, além de todos os meios 
a serem avaliados. Assim, ao final da análise, a interpretação conjunta 
caracterização do empreendimento, de acordo com o meio incidente, seus 
componentes, permitirá avaliar os impactos do empreendimento.
53
Para um adequado Levantamento de Aspectos e Impactos Ambientais – 
LAIA, deve-se entender completamente o empreendimento e as atividades 
dos processos que estão englobadas. Por toda a sua importância, é possível 
atribuir ao LAIA a responsabilidade de avaliar as consequências dos 
efeitos do empreendimento sobre o meio ambiente, tanto benéficos quanto 
deletérios, possibilitando planejar ações de compensação e monitoramento.
Sendo assim, esta avaliação é de fundamental importância para a gestão 
ambienta, pois possibilita planejar e regular a realização das atividades 
que possam causar impactos significativos dos meios físicos, biológicos e 
socioeconômicos sobre oo meio ambiente.
Assim, o LAIA serve de embasamento para a análise dos efeitos deletérios 
advindos da implantação do empreendimento, e possibilita estabelecer 
estratégias pertinentes para o monitoramento e controle dos efeitos 
deletérios das atividades em questão. Esta importante ferramenta para a 
avaliação de impactos permite atuar de forma preventiva, auxiliando nas 
políticas de gestão ambiental, com base nos estudos ambientais. Portanto, 
o ideal é que cada técnico responsável pela elaboração dos estudos 
multidisciplinares façam a sua avaliação de impactos. 
54
Aplicação prática do LAIA na Conservação Ambiental
Pode ser utilizado para uma análise consolidada das ações decorrentes 
dos processos, os impactos resultantes e, consequentemente, as ações 
propostas (projeto, programa, plano ou política) para a sua mitigação. 
Neste contexto, é possível também avaliar alternativas para impactos 
cuja mitigação será difícil, buscando soluções ou recomendações para a 
elaboração e implantação de programas adequados. 
O LAIA deve ser implementado seguindo-se o proposto na Resolução 
CONAMA n. 1/86, que define a metodologia e parâmetros específicos para a 
identificação, avaliação e análise dos impactos ambientais, como forma de 
estabelecer medidas mitigadoras.
Artigo 1º - “Para efeito desta Resolução, considera-se impacto ambiental 
qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio 
ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante 
das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:
55
I – a saúde, a segurança e o bem estar da população;
II – as atividades sociais e econômicas;
III – a biota;
IV – as condições estéticas e sanitárias;
V – a qualidade dos recursos ambientais.
Etapas do LAIA:
- Identificações dos Aspectos e Impactos Ambientais:
Devem ser identificados todos os aspectos do processo, como aspectos 
físicos, administrativos, ambientais, enfim, todos os aspectos que podem 
ser relacionar, direta ou indiretamente aos aspectos ambientais.
Caracterizações dos Aspectos Ambientais:
• Condição de operação (normal, anormal, emergencial).
• Intervenção (direta, indireta).
• Situação (real, potencial).
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Classificações dos Impactos Ambientais
• Freqüência/Probabilidade (baixa, média, alta).
• Severidade (baixa, média, alta).
• Abrangência (local, regional, global).
• Imagem (preocupação remota, latente ou manifestada).
Determinações do nível de significância
• Avaliação da Conseqüência (baixa, média, alta/local, regional, global)
• Avaliação da Freqüência/ Probabilidade (baixa, média, alta).
-Classificações do nível de significância.
• Desprezível.
• Moderado.
• Crítico.
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Estabelecimentos de medidas de controle
• Objetivos e metas;
• Controles Operacionais;
• Planos de Emergências
A metodologia utilizada para avaliar a importância dos impactos se faz 
através de uma combinação de atributos, conforme descrito abaixo:
Natureza do Impacto
• Positivo (P): É o impacto que representa benefícios à área diretamente 
afetada.
• Negativo (N): É o impacto que representa danos à área diretamente afetada.
• Situação Normal (N): É toda aquela em que as atividades, produtos 
e serviços do empreendimento estão em conformidade com as rotinas 
gerenciais e as especificações operacionais.
58
• Situação de Risco (R): É aquela situação na qual as atividades, produtos 
e serviços apresentam algum risco de acidentes/incidente ou condições de 
emergência. 
Abrangência do Impacto
Representa a extensão espacial sobre a qual o impacto age, incluindo três 
níveis de escala:
• Pontual: Dentro dos limites do empreendimento;
• Local: Área Diretamente Afetada (ADA)- definida pelo entorno imediato e 
áreas limítrofes do empreendimento;
• Regional: Área de Influência direta (AID)- composta pelas áreas definidas 
nos estudos ambientais. 
59
Cabe ressaltar que as definições dos limites da ADA e AID devem estar 
de acordo com o Estudo de Impacto Ambiental elaborados para fins de 
licenciamento prévio do empreendimento.
Frequência e Probabilidade
Está relacionada à temporalidade e aos aspectos em situação normal e a 
probabilidade relacionada aos aspectos em situação de risco.
• Baixa: frequência esporádica ou baixa probabilidade de ocorrência;
• Média: Frequência regular ou média probabilidade de ocorrência;
• Alta: Frequência contínua ou alta probabilidade de ocorrência. 
Importância do Impacto
60
O grau de importância do impacto será definido da seguinte forma:
• Não significativo: Impacto de importância irrelevante. Sem consequência 
e/ou prejuízos aos bens patrimoniais;
• Significativo: Impacto relevante. Com consequências e/ou prejuízos aos 
bens patrimoniais. 
61
Biografia Complementar
ABNT, NBR 14.653 – Avaliação de bens – Parte 6: Recursos naturais e ambientais (Fixa diretrizes 
para a valoração de recursos naturais e ambientais), 2008.
ALMEIDA, R. Avaliação de danos causados ao meio ambiente. Perícia ambiental criminal. 
TOCCHETO, Domingos (Org.). Campinas: Millenium, 2010. Lei 6.938, de 31/8/1981. Dispõe sobre a 
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Viana, E. C., Carvalho. R. M. M. A., Oliveira, P. R. S., Valverde, S. R.; Soares, T. S. ANÁLISE TÉCNI-
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ENTAL. Revista Árvore 27(4):587-595. Viçosa,
MOTTA, R. S. Manual para valoração econômica de recursos naturais. Brasília: Ministério do Meio 
Ambiente, 1998.
62
Dra. Flávia Peres
Bióloga, Mestre em Ecologia de Ambientes 
Impactados, Doutora em Ecologia e 
Conservação (PhD), Pós-doutora em 
Restauração Ecológica de Áreas Degradadas. 
É Professora de Pós-graduação em Meio 
Ambiente, Pesquisadora, Empresária e 
Diretora Técnica da Razão Consultoria 
Ambiental
Sobre a autora
O instituto Minere é uma organização especializada em desenvolvimento de capacidades 
e tecnologia para profissionais e empresas do setor de mineração, geologia e meio 
ambiente.
Qual o nosso negócio?
Aperfeiçoar a capacidade de geração de valores e desenvolver tecnologias que 
proporcionem auto realização das pessoas e o sucessos das iniciativas empreendedoras.
Que marca queremos deixar?
Pessoas realizadas em suas carreiras. Empresas e instituições ganhando em 
competitividade, lucro e relacionamento com seus stakeholders.
31 3657-5578 | WhatsApp: 99355-8384 - contato@institutominere.com.br
www.institutominere.com.br
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