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01.06 Zoneamento abre

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A proposta de alteração da Lei de Ordenamento do Uso e Ocupação do Solo (Louos) de Mogi das Cruzes deve ser encaminhada para a Câmara Municipal até o final do próximo mês, com um atraso de quase quatro anos. Entre os temas mais polêmicos, a possibilidade de criação de corredores comerciais na Vila Oliveira - pelo menos por enquanto - está fora do novo Zoneamento. A minuta do novo projeto já está pronta, mas a população ainda pode sugerir alterações durante os próximos 15 dias. 
Responsável pelo projeto, o secretário municipal de Planejamento e Urbanismo, João Francisco Chavedar, garante que junto com o Zoneamento também encaminhará, para debate e aprovação do Legislativo, outros dois instrumentos de política urbana que mudam a forma como a Prefeitura lida com novos empreendimentos: a outorga onerosa e o parcelamento do solo.
As apresentações e as transcrições das audiências públicas realizadas no mês passado, na Câmara, foram disponibilizadas no site www.mogidascruzes.sp.gov.br/planejamento/nova-louos.php. As sugestões de alterações dos projetos podem ser feitas na própria Secretaria de Planejamento, localizada no prédio da Prefeitura, no Centro Cívico.
Após a fase de apresentação, Chavedar vai convocar o Conselho Municipal da Cidade (Concidade) para debater os últimos detalhes das propostas e fechar o documento, antes de ser encaminhado efetivamente para a Câmara.
Instrumentos
O instrumento de outorga onerosa se refere à concessão emitida pela Prefeitura permitindo ao proprietário do imóvel edificar acima do limite básico permitido, mediante contrapartida financeira. A proposta já passou por algumas alterações desde 2012, quando foi apresentada pela primeira vez, ficando menos restritivo.
Para entender o que outorga onerosa significa, antes é preciso saber como funciona o potencial construtivo de um terreno – a área passível de receber edificações. No zoneamento atual, esse valor é fixo. Um terreno de 1 mil metros quadrados (m²), por exemplo, poderá receber um imóvel de até 2 mil m² (um sobrado) caso o coeficiente de aproveitamento dele seja dois. Se o coeficiente for um, esse mesmo terreno pode receber até 1 mil m² de construção.
A nova proposta apresenta dois valores para o potencial construtivo: o básico e o máximo. Enquanto se mantiver no limite básico de metragem, o imóvel não sofre restrição quanto à área construída. Ou seja: se o terreno tem 1 mil m² e o coeficiente básico da região for dois, até o limite de 2 mil m² não haverá restrições (a não ser por interferência de outros fatores, como percentual de permeabilidade do solo ou recuos obrigatórios). Entretanto, se o empreendedor quiser construir um imóvel de 2,5 mil m², ele deverá pagar para a Prefeitura pelos 500 m² excedentes. O coeficiente de aproveitamento é diferente para cada área da Cidade; os tamanhos já foram definidos, em 2006, pelo Plano Diretor.
Já a proposta de parcelamento do solo vai ditar as regras para o nascimento de novos bairros (e condomínios) e determina também a largura das vias. Há ainda outros instrumentos que precisam ser fechados: o Código de Obras, a Transferência do Direito de Construir e o Estudo de Impacto de Vizinhança – documentos que devem ser encaminhados para aprovação do Legislativo em março, segundo Chavedar.

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