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Valores Imobiliários aula 11

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DIREITO EMPRESARIAL II
aula 11
Prof. Carlos Alberto Veronese Serrão
caserrao@uol.com.br
Título :Valores Mobiliários 
 
Tema:Valores Mobiliários
Objetivos: Conceituar os diversos valores mobiliários emitidos pela sociedade anônima.
Identificar as características dos valores mobiliários emitidos pela sociedade anônima
Estrutura do Conteúdo
11.Valores Mobiliários
11.1 Debêntures.
  11.1.1 Conceito. Características.
  11.1.2 Conversibilidade em ações
  11.1.3 Garantias das Debêntures
11.2 Partes beneficiárias. 
11.3 Bônus de subscrição.
11.4 Opção de compra.  
11.5 Commercial Paper. ADRs.
11.Valores Mobiliários
Valores Mobiliários são direitos negociados em massa e em série no mercado de capitais;
A LEI Nº 6.385, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1976, Dispõe sobre o mercado de valores mobiliários e cria a Comissão de Valores Mobiliários.
Art. 1º Serão disciplinadas e fiscalizadas de acordo com esta Lei as seguintes atividades: I - a emissão e distribuição de valores mobiliários no mercado;
Art. 2o São valores mobiliários sujeitos ao regime desta Lei:
I - as ações, debêntures e bônus de subscrição;
II - os cupons, direitos, recibos de subscrição e certificados de desdobramento relativos aos valores mobiliários referidos no inciso II; 
III - os certificados de depósito de valores mobiliários; 
IV - as cédulas de debêntures; 
V - as cotas de fundos de investimento em valores mobiliários ou de clubes de investimento em quaisquer ativos; 
VI - as notas comerciais; 
VII - os contratos futuros, de opções e outros derivativos, cujos ativos subjacentes sejam valores mobiliários; 
VIII - outros contratos derivativos, independentemente dos ativos subjacentes; e 
IX - quando ofertados publicamente, quaisquer outros títulos ou contratos de investimento coletivo, que gerem direito de participação, de parceria ou de remuneração, inclusive resultante de prestação de serviços, cujos rendimentos advêm do esforço do empreendedor ou de terceiros.
11.1 Debêntures
As debêntures (do latim debo, debui, debitum, que significa dever, obrigação) são títulos de crédito emitidos pelas sociedades anônimas, em decorrência de empréstimos por elas obtidos junto ao público;
A quase totalidade da doutrina identifica a operação de emissão de debêntures como uma modalidade diferenciada de mútuo, em que a quantia total mutuada é divida em frações, que são distribuídas entre os credores, chamados debenturistas;
A decisão a respeito da emissão de debêntures é de competência privativa da assembleia geral, que deverá, observado o que dispuser o estatuto social da companhia emissora, deliberar os incisos de I a VIII indicados no art. 59 da LSA.
 11.1.1 Conceito. Características.
Conceito: A lei não as definem, limitando-se a especificar que elas conferem aos seus titulares direito de crédito, nas condições mencionadas pela escritura de emissão e certificado (art. 52 LSA)
São títulos de crédito representativos de empréstimos.
Espécie de valor mobiliário representativo de parcela de um único empréstimo tomado pela companhia.
São valores mobiliários que conferem direito de crédito perante a sociedade anônima emissora, nas condições constantes do certificado (se houver) e da escritura de emissão.. 
Regulamentação: 
Arts. 52 a 74 da LSA;
Características : 
São títulos de dívida das companhias, conferindo a seu portador ou titular um direito de crédito;
São títulos causais, estando, por isso, vinculados ao negócio jurídico subjacente.
Os requisitos para a emissão estão previstos no art. 62 da LSA.
Espécies
Quanto à emissão (art. 57)
Quanto à garantia (art. 58)
Simples
Conversíveis em ações.
Com Garantia Real;
Com Garantia Flutuante;
Quirografárias;
Subordinadas.
11.1.2 Conversibilidade em ações
A companhia pode emitir debêntures com cláusula de conversibilidade em ações nas condições constantes da escritura de emissão(art 57 da LSA);
A conversão implicará aumento do capital social (art. 166, III da LSA);
11.1.3 Garantias das Debêntures
Com Garantia Real;
São garantidos por bens do ativo da cia emissora ou por terceiros.
Com Garantia Flutuante;
Todo o patrimônio da cia é que garante, sem que nenhum bem seja separado.
Quirografárias;
Concorrem em igual condições com os demais credores quirografários.
Subordinadas.
Não gozam de garantias e contem cláusula de subordinação aos credores quirografários, no caso de liquidação da cia, teriam apenas preferência em relação aos acionistas.
11.2 Partes beneficiárias
Conceito:
Título emitido pela companhia fechada, sem valor nominal, estranho ao capital social, que garante ao seu titular direito de crédito eventual, consistente na participação de lucros anuais;
Regulamentação: 
Arts. 46 a 51 da LSA;
Emissão:
A título oneroso;
A título gratuito;
Sempre com objetivo econômico.
Prazo de duração:
Gratuitas – máximo de dez anos;
Onerosas e gratuitas destinadas aos funcionários – sem prazo máximo;
Resgate: 
Onerosas – fundo de reserva;
Gratuitas – sem desembolso para a companhia..
Conversão em certificados:
Ausência de interesse prático.
11.3 Bônus de subscrição
Inspirado nas stock options e nas stock purchase warrants do direito norte americano, o bônus de subscrição é o valor mobiliário emitido por sociedade anônima de capital autorizado, que assegura a seu titular o direito de subscrever ações da companhia emissora, respeitadas as condições constantes do estatuto ou da deliberação da assembleia geral que o criou;
Conceito:
Valor mobiliário emitido por sociedade anônima de capital autorizado, que assegura a seu titular o direito de subscrever ações da companhia emissora.
Regulamentação: 
Arts. 75 a 79 da LSA;
Emissão:
Gratuita
Onerosa.
Direito de Preferência:
Art. 171 LSA.
Diferenças:
Bônus de subscrição, típico valor mobiliário, (art. 171, § 3º) X Opção de Compra de Ações, natureza tipicamente contratual (art. 168, § 3º).
11.4 Opção de compra
As companhias vêm oferecendo aos seus empregados e candidatos de seu interesse, os planos de opção de compra de ações com preços pré-fixados no momento do acerto, mas com opção de aquisição após um período de carência ou maturação da ação.
As legislações trabalhista e previdenciária não tratam desta figura, que, no entanto, encontra respaldo no § 3º do artigo 168 da Lei das Sociedades Anônimas, o que não afasta a discussão sobre sua natureza jurídica.
A crescente utilização pelas companhias destes planos de remuneração fez com que a CVM editasse normas sobre sua regulamentação. A Instrução CVM n. 449, de 15 de março de 2007, alterou a Instrução CVM n. 358, de 3 de janeiro de 2002, para tratar da sistematização dos planos de opção de compra de ações.
Esta Instrução traz determinação no sentido de que ”os diretores, os membros do conselho de administração, do conselho fiscal são obrigados a informar à companhia a titularidade e as negociações realizadas com valores mobiliários emitidos pela própria companhia, por suas controladoras ou controladas, indicando os valores mobiliários que sejam de propriedade de cônjuge do qual não estejam separados judicialmente, de companheiro(a), de qualquer dependente incluído em sua declaração anual de imposto sobre a renda e de sociedades por elas controladas direta ou indiretamente”, indicando a quantidade, por espécie e classe, no caso de ações, a forma de aquisição ou alienação, preço e data das transações.
Estabelece, ainda, que os acionistas controladores, e aqueles que elegerem membros do Conselho de Administração ou do conselho fiscal, ou “qualquer pessoa natural ou jurídica, ou grupo de pessoas, agindo em conjunto ou representando um mesmo interesse, que atingir participação, direta ou indireta, que corresponda a 5% (cinco por cento) ou mais de espécie ou classe de ações representativas do capital de companhia aberta”, devem enviar à companhia, informações sobre objetivo da participação e quantidade visada, bem como informações sobre composição do controle ou a estrutura administrativa
da sociedade, alienação ou a extinção de ações , aquisição que resulte ou que tenha sido efetuada com o objetivo de alterar a composição do controle ou a estrutura administrativa da sociedade. Este ofício, como se vê, pretende “regular” as ofertas de planos de opção de compra de ações por parte das Companhias, para que “estragos”, como o caso Enron1 não venham ocorrer.
Opção de compra....
Stock Option Plan, ou Plano de Opção de Compra de Ações pode ser definido como um programa de longo prazo que faculta aos empregados adquirirem ações da empresa onde trabalham, por um preço abaixo do mercado. Trata-se de uma opção privilegiada de compra de ações em que a empresa se compromete a vender em data futura, mantendo o preço das ações congelado em data presente e garantindo o direito ao funcionário de não realizar a compra futura, caso o preço das ações decaiam. 
O Stock Option Plan não é um instituto recente. Foi idealizado na década de 20 e teve seu ápice nos anos 90 quando funcionários de empresas que optaram por abrir o capital tornaram-se milionários, da noite para o dia, em razão da valorização exorbitante das ações das empresas em que trabalhavam. Os casos Microsoft e Google são bons exemplos a serem citados. 
O principal objetivo do Stock Option Plan é o alinhamento estratégico entre empregado e empregador de modo que o primeiro, ao investir na companhia, tem, no mínimo, interesse em que suas ações se valorizem de modo a obter o retorno financeiro ao capital investido. Ou seja, ganha o empregador e ganham os empregados. 
Para a implementação do Stock Option Plan é necessário que alguns requisitos sejam observados: 
i) a empresa deve ser uma sociedade anônima de capital aberto ou fechado;
 ii) existência de capital autorizado;
 iii) previsão expressa de sua instituição, nos estatutos da empresa;
 iv) o plano de oferta de opções de compra de ações deverá ser aprovado em assembleia geral da sociedade; e, ainda, 
v) que a compra de ações seja intermediada por um profissional do mercado de valores mobiliários, à luz das normas reguladoras provenientes da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). 
A natureza jurídica do Stock Option Plan é um contrato de natureza mercantil, oneroso, que se sujeita às flutuações do mercado de ações, que gera mera expectativa de direito ao empregado que ao mesmo adere e que, finalmente, independe do contrato de trabalho. 
Nesse sentido, e à luz do que disciplina a legislação trabalhista, discute-se se a opção de compra de ações poderia ser classificada, ou não, como um benefício de natureza salarial. Infelizmente, não há um consenso nesse sentido, mas a grande maioria dos doutrinadores brasileiros entende que o risco da Justiça do Trabalho considerar os planos de opções de ação como benefício salarial é mínimo. 
É que, do ponto de vista legal, o Stock Option Plan não pode ser confundido com o contrato de trabalho, uma vez que a opção de compra revela-se como relação de natureza societária, ainda que exercida no curso do contrato de trabalho, sendo certo que ao aderir ao mesmo, o empregado irá auferir ou não rendimentos de natureza não salarial, nos termos do que disciplina a Lei das Sociedades por Ações (Lei nº 6.404/76).[2] 
Alguns problemas oriundos da implementação de Stock Option Plan já divulgados pela mídia impressa e televisiva e, portanto, bem conhecido de grande parcela da população traduzem-se na falta de transparência, na manipulação de resultados, no desvio de foco baseado na preocupação excessiva com a cotação das ações, colocando em segundo plano a administração da companhia, dentre outros. 
No entanto, tais problemas não desqualificam o Stock Option Plan como uma excelente forma para o empregador reter talentos e, sobretudo, motivar seus empregados a produzir mais e melhor, dado que também ganharão com seu esforço. 
11.5 Commercial Paper. 
Valor mobiliário emitido pela sociedade anônima, com o objetivo de captar recursos a curto prazo instituído pela Res. 1723/90 do CMN e Instrução nº 134/90 da CVM.
Prazos: 
Cia fechada: venc. Mínimo 30 dias, máx. 180;
Cia aberta: venc. Mínimo 30 dias, máx. 360.
Negociação: 
Possibilidade de resgate antecipado total ou parcial mediante sorteio ou leilão;
Impossibilidade da Cia de negociar com o próprio título.
Emissão:
Emitido mediante a confecção de uma cártula, nota promissória de título de crédito, que faz as vezes de certificado, porém suas características se transmudam com os objetivos de sua emissão, pois não é a simples instrumentalização de um dívida da cia, mas a criação de um valor mobiliário que será negociado em massa no mercado, gerando direitos uniformes a seus titulares, cujos recursos serão aplicados na atividade econômica da sociedade;
Comercial Paper, valor mobiliário X Nota Promissória, título de crédito.
ADRs. American depositary receipts
São valores mobiliários, emitidos por bancos norte americanos, que possibilitam a captação de recursos, no mercado de capitais dos Estados Unidos, por sociedades anônimas sediadas fora deste país;
As Cias com sede no Brasil, como as de qualquer outro país, podem patrocinar a emissão de ADRs, com lastro em ações de sua emissão, ou eventualmente despertar a atenção de investidores e bancos norte-amercanos;
Para isso, dependendo do nível da operação, elas devem atender aos padrões norte-americanos de divulgação de informações sobre a gestão empresarial, especialmente no que diz respeito à sua contabilidade;
O inverso também pode acontecer, capital brasileiro pode ser investido em empresas sediadas no exterior através de mecanismo similar, BDRs, Brazilian depositary receipts;
A emissão e a distribuição do certificado dependem de prévio registro na CVM (Res. nº 2318/96; Inst. CVM nº 332)
CASO CONCRETO
Estaleiros Mauá S/A, sociedade anônima de capital fechado, planeja expandir suas atividades e, para tanto, necessita de recursos financeiros. A Sociedade, contudo, não pretende aumentar seu quadro acionário. Assim, emitirá debêntures, com garantia real, que serão colocadas junta a uma instituição financeira. Com base nesta situação hipotética, responda se a emissão de debêntures dependerá de prévia autorização da CVM - Comissão de Valores Mobiliários e se é obrigatória a contratação de agente fiduciário?
 
QUESTÃO OBJETIVA
QUESTÃO OBJETIVA 01 
Não constitui característica das debêntures:
A) As debêntures não fazem parte do capital social;
B) As debêntures poderão ser nominativas ou escriturais;
C) Cada série de debênture terá o mesmo valor de emissão e os mesmos direitos.
D) Chamadas de ações de gozo, são aquelas que substituem as ações inteiramente amortizadas.
 
QUESTÃO OBJETIVA 02
(135º Exame OAB / SP ? CESPE - 2008.2) Assinale a alternativa correta. O commercial paper, amplamente utilizado no mercado de valores mobiliários, instrumentaliza-se, no Brasil, por meio de:
A) nota promissória.
B) cédula de crédito.
C) bônus de subscrição.
D) letra de câmbio.
   
QUESTÃO OBJETIVA 03
(137º Exame OAB / SP ? CESPE - 2009.1) Assinale a assertiva correta. O valor mobiliário que confere ao seu titular crédito eventual perante a companhia, consistente na participação nos lucros anuais, é:
(A) a ação.
(B) o bônus de subscrição.
(C) o commercial paper.
(D) a parte beneficiária.

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