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006 Respostas Caso Concreto 106818 Teoria Geral do Processo CCJ0053

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
Curso de Bacharel em Direito 
Teoria Geral do Processo – CCJ0053 
Prof. Marcelo Carneiro – marcelo.advogado@yahoo.com.br 
Crevelino Pereira França Filho – crevelino.filho@hotmail.com – cel.: (22) 9955-3618 
 
006 Respostas Caso Concreto 106818 
 
1ª Questão - O Ministério Público Federal ofereceu denúncia em face de Alan Cunha, em virtude 
do mesmo ter supostamente praticado o crime previsto no art. 171, parágrafo 3º do CP, já que vinha 
recebendo benefício previdenciário manifestamente indevido. O processo criminal tramitou perante 
uma das Varas Federais Criminais da Seção Judiciário do Rio de Janeiro, culminando pela prolação de 
uma sentença penal condenatória. Neste mesmo ato decisório, o magistrado determinou que o 
denunciado deve ressarcir o INSS (autarquia federal) da importância de R$ 122.820,00, que seria o 
montante indevidamente recebido em virtude da sua conduta criminosa. Indaga-se: pode o magistrado, 
lotado em juízo especializado em matéria criminal, efetuar a liquidação dos prejuízos cíveis sofridos? 
Justifique a resposta. 
Resposta: Sim, pois o art. 63, parágrafo único, CPP, alterado pela Lei no 11.729/2008, que 
passou a admitir que o magistrado lotado em juízo criminal já possa, na sua própria sentença penal 
condenatória, liquidar os prejuízos sofridos pela vítima, observados os princípios da celeridade e 
economia processual, dispensaria uma nova liquidação perante o juízo de competência cível. 
Embora a constitucionalidade deste dispositivo seja duvidosa por estender a pretensão inicial do 
demandante (violação ao princípio da inércia), por conferir legitimidade ao Ministério Público para a 
defesa de interesses individuais disponíveis (patrimônio), por ampliar os limites objetivos da coisa 
julgada (ao incluir a obrigação de indenizar, ainda que seja por valor mínimo), dente outros motivos 
mais, na prática, ele é aplicado sempre que possível, mas é encarada no juízo cível como liquidação 
mínima, podendo ser apurados e liquidados outros prejuízos perante o juízo cível. 
 
Art. 63. Transitada em julgado a sentença condenatória, poderão promover-lhe a execução, no juízo cível, 
para o efeito da reparação do dano, o ofendido, seu representante legal ou seus herdeiros. 
• Vide art. 5.º, V, da CF. • Vide art. 91 do CP. • Vide arts. 68, 387, IV, e 630 do CPP. • Vide art. 186 do CC. 
• Vide Súmulas 491 e 562 do STF. • Vide Súmula 37 do STJ. 
Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença condenatória, a execução poderá ser efetuada pelo 
valor fixado nos termos do inciso IV do caput do art. 387 deste Código sem prejuízo da liquidação para a apuração 
do dano efetivamente sofrido. 
•• Parágrafo único acrescentado pela Lei n. 11.719, de 20-6-2008. 
 
 
2ª Questão - Assinale a alternativa correta em relação à autonomia ou independência da 
responsabilidade civil e criminal: 
a) a responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre 
a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem 
decididas no juízo criminal; Correta, vide artigo 935, CC. 
b) se tiver sido proferida sentença absolutória no juízo criminal, por qualquer que seja o seu 
fundamento, não se afigura possível o ajuizamento de qualquer ação civil objetivando a reparação do 
dano; 
c) a sentença penal condenatória não é título executivo hábil a permitir a instauração de uma execução 
perante o juízo de competência cível; 
d) a responsabilidade civil é independente da criminal e por este motivo é possível questionar sobre a 
existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, ainda que estas questões já tenham sido decididas 
no juízo criminal. 
 
Uma vez definido pelo juízo criminal a existência do fato e da autoria, isso não mais poderá ser discutido 
no juízo cível, conforme indica o art. 935, CC: “A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo 
questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem 
decididas no juízo criminal”.

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