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NÍVEIS DE LINGUAGEM Há dois níveis de linguagem a serem atribuídos à comunicação: I – direto, imediato e que se encontra no dicionário II – figurado, poético, imaginativo, estilístico, a que se denomina linguagem figurada. EXEMPLOS I – DENOTAÇÃO: “Um ser humano pode viver isolado da sociedade?” II – CONOTAÇÃO: “ Um ser humano é uma ilha?” Esses níveis de linguagem podem ser utilizados na linguagem jurídica. Entretanto, ao se desviar da denotação, pode-se esbarrar, eventualmente, no ridículo, no pejorativo, no vulgar, sendo, portanto, aconselhável usar o sentido denotativo em petições, pareceres ou sentenças. Embora, muitas vezes, seja válido o texto jurídico, já que cumpre a sua finalidade, recomenda-se que seja o mesmo escrito, exclusivamente, em linguagem DENOTATIVA. Na CONOTAÇÃO a palavra aparece com outro significado, passível de interpretações diferentes, dependendo do contexto em que for empregada. Referencial Emotiva ou Expressiva Conativa Fática Poética Metalinguistica FUNÇÕES DA LINGUAGEM REFERENCIAL: É a função que se volta diretamente para a informação, para o próprio conteúdo, para o referente (que se refere, relativo), ou seja, para o CONTEXTO. Utilizada com a intenção de se transmitir dados reais. Na função referencial o uso das palavras são estritamente denotativo. Deve ser usada em discursos científicos, no texto jornalístico e nas correspondências oficiais e comerciais. A função referencial é conhecida também pelos nomes de Cognitiva, Informativa ou Denotativa. CARACTERÍSTICAS DA FUNÇÃO REFERENCIAL: Impessoalidade Capacidade de argumentação Objetividade I – Impessoalidade – o autor sempre se posiciona em 3ª pessoa, não se envolvendo emocionalmente com a mensagem. Ex.: Sabe-se que ...; Discute-se ...; É notório que ...; etc. II – Capacidade de Argumentação – o autor precisa argumentar com clareza, concisão, objetividade e, sobretudo, aprofundamento. Ex.: Há muito tempo atrás o homem vivia em cavernas, mas, atualmente, vive em casas diferentes daquelas de outrora. (ERRADO) Há muito tempo, o homem vivia em cavernas, atualmente, em casas. (CORRETO) III – Objetividade – não cabem recursos subjetivos. Ex.: “ O surgimento e a proliferação das favelas nas grandes cidades têm como causadores principais o êxodo rural e o baixo poder aquisitivo da população.” EMOTIVA OU EXPRESSIVA: É o oposto da função referencial, pois nesse tipo de texto o emissor se preocupa em expressar seus sentimentos, suas angústias e suas emoções. Também denominada Expressiva ou Exteriorização Psíquica, é centrada no EMISSOR e usada em depoimentos (linguagem do réu), nos argumentos da defesa (linguagem do advogado ao apelar junto ao Tribunal ou ao Júri). CARACTERÍSTICAS DA FUNÇÃO EMOTIVA Parcialidade Signos de pontuação Subjetividade I – Parcialidade – o texto é escrito em primeira pessoa a fim de comover o receptor ou interlocutor em relação a seus sentimentos. II- Signos de Pontuação – usam-se reticências e pontos de exclamação. III – Subjetividade – prevalecem os recursos subjetivos. Ex.: Suzane: “Ele foi plantando uma semente em mim. Ou eu ficava com ele sem meus pais, ou ficava com meus pais, mas sem ele.” Daniel: “Ela veio dizendo que queria matar os pais. Eu disse pra ela: para com isso. Isso é uma loucura.” CONATIVA: É centrada no RECEPTOR da mensagem. Na propaganda é utilizada para convencer o possível cliente a consumir um determinado produto; no universo jurídico é usada como forma de persuasão com o fim precípuo de estimular mudanças de comportamentos ou de ideias por parte do destinatário-alvo. DIVISÃO DA FUNÇÃO CONATIVA A função CONATIVA é também conhecida com função APELATIVA e pode ser dividida em: I – Exortação – apelo à linguagem poética, típica da propaganda. Utiliza também a linguagem conotativa. Ex.: “Entre na onda sem gastar os tubos” II – Volitiva – revela vontade, súplica, apelo. Ex.: “Confessa, pelo amor de Deus, meu filho”. III – Autoritária – típica do discurso jurídico. Ex.: Intime-se; Publique-se; Arquive-se; etc. A) Imperativo – verbos no modo imperativo, discurso categórico. B) Vocativo – emprego constante de vocativos, presença de interlocutor. CARACTERÍSTICAS DA FUNÇÃO CONATIVA OU APELATIVA POÉTICA: É a função cuja mensagem está centrada na CONOTAÇÃO. A prioridade é o ritmo, a sonoridade, o belo. A forma é mais importante que o conteúdo. I – Subjetividade – não se valoriza o teor objetivo da mensagem. II – Linguagem Figurada – uso de figuras de estilo (metáforas e outras). Ex.: “A morte é o corredor de acesso à vida eterna!” CARACTERÍSTICAS DA FUNÇÃO POÉTICA FÁTICA: É a que procura manter o receptor atento, com vistas a prolongar a extensão da linha comunicativa, testando sistematicamente o CANAL. É comum em discursos ou palestras quando se visa à atenção do ouvinte. Ex.: veja bem; presta atenção; compreende; alguma dúvida?; e daí; alô; etc. METALINGUISTÍCA: A mensagem visa explicar o CÓDIGO, já que para esse fim está voltada. No universo jurídico, é a linguagem dicionarizada, codificada, o entendimento denotativo do próprio léxico em suas inserções contextuais. É a linguagem centrada no código, utilizado pelo emissor e tem por características fornecer informações conceituais dar definições e explicações I – Descrição – filme que fala do filme; livro que fala do livro etc. II – Subjetividade ou Objetividade – depende do fim ao qual se destina. CARACTERÍSTICAS DA FUNÇÃO METALINGUÍSTICA Exemplos: a) Com subjetividade: “ Lutar com palavras é a luta mais vã, enquanto lutamos mal rompe a manhã” b) Com objetividade: “Justiça é estar em conformidade com o direito; a virtude de dar a cada um aquilo que é seu”
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