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ASAEE - Associação Sul Americana de Engenharia Estrutural | E-mail: asaee.secretaria@gmail.com | Página: www.asaee.org.br O CONCRETO EM OBRAS DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO LAS OBRAS DE HORMIGÓN DEL SECTOR ELÉCTRICO BRASILEÑO Walton Pacelli de Andrade (1) Eng. Civil e Eletrotécnico, Consultor, empresa Engeconsol, Goiânia, Brasil. Endereço para correspondência: wpacelli@uol.com.br; (A) apresentador Resumo O crescimento da economia brasileira está intimamente associado à disponibilidade de produção de energia elétrica. O início da produção de energia elétrica se deu com a entrada em operação da Usina Hidroelétrica de Marmelos Zero em Juiz de Fora em 05/09/1889. A partir desta usina o Brasil acompanhou o desenvolvimento de energia hidroelétrica mundial. Com a realização da construção de usinas hidroelétricas tendo intensificado a construção de grandes empreendimentos a partir da década de 60. Itaipu foi o grande coroamento da construção de obras de concreto, sendo referência mundial. A partir da década de 80 começaram as construções de barragens com utilização do concreto compactado com rolo. Neste trabalho são abordados alguns aspectos da construção de grandes obras do setor elétrico brasileiro. Como os assuntos abordados demandam muitas lustrações através de Figuras e Fotografias, este material será complementado e disponibilizado em Powerpoint aos interessados. O trabalho aborda os seguintes temas: Breve Histórico das Primeiras Usinas Hidroelétricas O Desenvolvimento do Concreto nas Barragens Informações Gerais Tucurui Itaipu Panorama Atual da Energia Hidroelétrica no Brasil Potenciais e Geração Hidrelétrica no Brasil Problemas Relevantes na Construção das Hidrelétricas Concreto Submerso O trabalhador Brasileiro – O Barrageiro Palavras-chave:concreto,, barragem, usina hidrelétrica, fundação,concreto submerso, Resumo El crecimiento de la economía brasileña está íntimamente asociado a la disponibilidad de producción de energía eléctrica. El inicio de la producción de energía eléctrica se dio con la entrada en operación de la Usina Hidroeléctrica de Marmelos Zero en Juiz de Fora, el 05/09/1889. Desde entonces Brasil ha acompañado el desarrollo de la energía hidroeléctrica mundial, con la construcción de usinas hidroeléctricas y la intensificación de la construcción de grandes emprendimientos a partir de la década de 1960. Itaipú ha sido la gran corona de la construcción de obras de concreto, siendo referencia mundial. A partir de la década de 1980, comenzaron las construcciones de diques con utilización de concreto compactado con rodillo. ASAEE - Associação Sul Americana de Engenharia Estrutural | E-mail: asaee.secretaria@gmail.com | Página: www.asaee.org.br En este trabajo se abordan algunos aspectos de la construcción de grandes obras del sector eléctrico brasileño. Como los temas tratados demandan muchas ilustraciones por medio de figuras y fotografías, este material será complementado y entregado en Powerpoint a los interesados. El trabajo aborda los siguientes temas: Breve Historial de las Primeras Usinas Hidroeléctricas El Desarrollo del Concreto en los Diques Panorama Actual de la Energía Hidroeléctrica en Brasil Informaciones Generales Tucuruí Itaipu Potenciales y Generación Hidroeléctrica en Brasil Problemas Relevantes en la Construcción de las Hidroeléctricas Concreto Sumergido El trabajador brasileño de los diques - El "barrageiro" ASAEE - Associação Sul Americana de Engenharia Estrutural | E-mail: asaee.secretaria@gmail.com | Página: www.asaee.org.br 1. BREVE HISTÓRICO DAS PRIMEIRAS USINAS HIDROELÉTRICAS Segundo Serafim[1] “ Nos finais do século passado, o betão feito com cimento Portland estava já a ser utilizado no núcleo de alvenaria ou na construção das suas paredes, e no interior de barragens de terra. A barragem de Crystal Spring, construída em 1888, foi, provavelmente, a primeira na qual a máxima quantidade de água a utilizar foi especificada. Várias outras a seguiram. Cerca de 1900, o betão começou a ser utilizado intensamente como único material empregue em barragens, usando-se cofragens de madeira em vez de paredes de alvenaria. A barragem de San Mateo, na Califórnia, de 52 metros de altura, construída entre 1887 e 1889, foi possivelmente a primeira a ser executada unicamente em betão”. 05/09/1889 1ª UH Instalada no Brasil para gerar energia elétrica a nível público Usina Marmelos Zero Potência instalada de 252 kW Appleton – Wisconsin – EUA – (25kW) Fotografia 1 No Brasil, no início do século, foi construída a Barragem de Parnahyba (hoje Edgard de Souza) [2]|. A usina de Parnahyba, perto então da Vila de Parnahyba, primeira hidrelétrica a abastecer a cidade de São Paulo, foi construída pela Light, em apenas 15 meses, apesar da dificuldade da época em transpor 33 quilômetros de distância. Todo o material foi levado por ferrovias até a estação de Barueri, e daí em carros de boi até o local das obras (mais 13 quilômetros). Inaugurada em 23 de setembro de 1901, passou a suprir as necessidades energéticas das bombas, dos motores das fábricas e da iluminação, antes atendidos precariamente por uma usina provisória a vapor, instalada na rua São Caetano. A barragem tinha na época 144 metros de comprimento, 11 metros de largura na base e altura variável entre 12 e 22 metros. O dique, todo construído em granito, tinha os paramentos de montante e jusante em alvenaria de blocos, regulados em fileiras de 60 a 90 centímetros de altura. O interior era construído em blocos de granito de enchimento irregular. Após a colocação do enchimento todos os interstícios foram preenchidos com concreto de granito, composto de uma parte de cimento, três de areia e cinco de pedra britada. O volume de alvenaria foi de 17.570 m³ [4]. ASAEE - Associação Sul Americana de Engenharia Estrutural | E-mail: asaee.secretaria@gmail.com | Página: www.asaee.org.br Fotografia 2 Fotografia 3 A construção de barragens de concreto sofreu um desenvolvimento acentuado no início da década de 30, quando começou a ser executado o controle de qualidade mais rigoroso. A investigação dos materiais passou a ser feita de maneira judiciosa e científica. 2. O DESENVOLVIMENTO DO CONCRETO NAS BARRAGENS Data do início da década de 30 a construção da Barragem de Hoover|, inicialmente conhecida pelo nome de Boulder. Esta barragem praticamente estabelece o marco da moderna tecnologia de construção de barragens de concreto. Construída em tempo recorde, entre 06 de junho de 1933 a 29 de maio de 1935, quando foram lançados 2.500.000 m³ de concreto (o projeto de Hoover consumiu 3.600.000 m³ entre 1931 e 1937). Quando de sua construção, esta barragem ultrapassou em mais de 90 metros a mais alta existente do mundo. Sua altura de 223 metros, espessura na base de 190 metros e comprimento no coroamento de 512 metros. Seu tipo em arco gravidade exigiu que sua construção fosse executada em 230 colunas verticais, com seções horizontais de 7,6 x 9,1 e 15,0 x 18,3 metros. As juntas circunferenciais eram desencontradas, e as radiais eram contínuas. Pela primeira vez foram empregados cimentos de baixo calor de hidratação, oriundos de 5 fábricas do sul da Califórnia. Foram efetuadas extensivas investigações de materiais e do concreto, abrangendo propriedades mecânicas, elásticas e térmicas. A construção de barragens de concreto, depois de Hoover, teve um desenvolvimento relativamente lento. O processo clássico consiste em dividir a barragem em blocos independentes a partir da rocha de fundação, para controle do comportamento térmico. Como os blocos sofrem a influência do meio ambiente,há que se prever a percolação entre eles com a colocação de veda-juntas. Os blocos são construídos em camadas que podem variar de 0,50 a 1,00 m em contato com a fundação e de 1,00 a 3,00 m nas camadas subsequentes. O adensamento por grandes vibradores de imersão foi iniciado nos fins de 1933 e permaneceu até a década de 50. Os grandes vibradores de imersão ou são a ar comprimido ou elétricos. ASAEE - Associação Sul Americana de Engenharia Estrutural | E-mail: asaee.secretaria@gmail.com | Página: www.asaee.org.br Fotografia 4 Fotografia 5 Para que haja melhor ligação entre as camadas de concretagem, há que se eliminar a nata de cimento formada na superfície horizontal das camadas. Entre as camadas era usual a utilização de uma argamassa de ligação. A eliminação desta nata de cimento, era feita com um jato de ar e água com pressão de 5,0 a 7,0 kg/cm², sendo esta operação conhecida como corte verde. Algumas barragens utilizaram o corte com jato de areia. A técnica do corte verde foi substituída com corte de água a alta pressão (350 a 400 kg/cm²), o corte com alta pressão possibilitou a eliminação da argamassa de ligação entre as camadas de concretagem. Fotografia 6 Fotografia 7 A Barragem de Grande Dixence (a mais alta do mundo em concreto, com 285 metros de altura), cuja construção foi iniciada em 1953 e concluída em 1961, marca outra etapa da construção de barragens. O concreto foi lançado por cabo aéreo, em caçambas de 6,0 m³, foi espalhado com trator de esteira e vibrado com 5 vibradores em penca, montados no trator. Esta inovação no adensamento do concreto foi copiada em muitas outras obras. No Brasil, a tecnologia de adensamento do concreto utilizando vibradores de penca, começou a ser empregada efetivamente na construção da Barragem de Itumbiara |5|, sendo aplicada extensivamente nas construções das Barragens de Itaipu, Tucuruí e Três Irmãos. ASAEE - Associação Sul Americana de Engenharia Estrutural | E-mail: asaee.secretaria@gmail.com | Página: www.asaee.org.br Fotografia 8 Fotografia 9 A utilização de vibradores em penca, possibilitou o aumento da velocidade dos lançamentos de concreto tendo como conseqüência direta a possibilidade de utilização de tratores com lâminas para o espalhamento das pilhas de concreto descarregados por caçambas de grandes volumes. No Brasil o espalhamento do concreto com tratores foi iniciado na construção das Barragens de Itaipu e Tucuruí, nestas construções foi utilizado o lançamento de concreto convencional em rampa, que depois foi utilizado pelos chineses para lançamento do CCR. 2.1. Tucuruí Centrais Elétricas do Norte do Brasil S/A - ELETRONORTE Diretoria de Planejamento e Engenharia - DE Gerência da Obras de Expansão da UHE Tucuruí - ETC Centrais Elétricas do Norte do Brasil S/A - ELETRONORTECentrais Elétricas do Norte do Brasil S/A - ELETRONORTE Diretoria de Planejamento e Engenharia - DEDiretoria de Planejamento e Engenharia - DE Gerência da Obras de Expansão da UHE Tucuruí - ETCGerência da Obras de Expansão da UHE Tucuruí - ETC Complementação das Unidades GeradorasComplementação das Unidades Geradoras 13 a 23 da13 a 23 da UHE TUCURUÍUHE TUCURUÍ Fotografia 10 A MAIOR OBRA EMA MAIOR OBRA EM CONCRETO GENUINAMENTECONCRETO GENUINAMENTE NACIONALNACIONAL Fotografia 11 BARRAGEM DE TERRA- ME VERTEDOURO CASA DE FORÇA UN-01 A 12 COMPLEMENTAÇÃO DA CASA DE FORÇA UN-13 A 23 CANTEIRO DE OBRAS OBRAS DAS ECLUSAS UHE TUCURUÍ ARRANJO GERAL Fotografia 12 Características do EmpreendimentoCaracterísticas do Empreendimento No. de Unidades Geradoras 11 Potência Nominal Instalada 4.125 MW Potência Total da Usina 8.370 MW Volume de Concreto 1.671.000 m3 Aterro 3.818.000 m3 Escavação em Rocha 2.035.100 m3 Escavação Comum 2.486.000 m3 Custo das Obras Civis em Jul/98 R$ 580 milhões Custo do Empreendimento em Jul/98 R$ 1,356 bilhão Operação Comercial Unidade 13 31/12/2002 Custo da energia adicional em Jul/98 R$ 17,50/MWh UHE TUCURUÍ - Unidades 13 a 23 Fotografia 13 ASAEE - Associação Sul Americana de Engenharia Estrutural | E-mail: asaee.secretaria@gmail.com | Página: www.asaee.org.br Fotografia 14 Fotografia 15 Fotografia 16 Fotografia 17 O transporte do concreto entre a central e os blocos, utiliza: caminhões basculantes (Dumpcrete) que descarregam nas caçambas. Estas são acopladas nos guindastes. A descarga de caminhões basculantes dentro dos blocos, só é possível em condições de acesso muito favoráveis quando os mesmos estão nas camadas próximas da fundação. 2.2. Itaipu Breve Histórico: A Usina de Itaipu é resultado de intensas negociações entre os dois países, que ganharam impulso na década de 60. Em 22 de junho de 1966, os ministros das Relações Exteriores do Brasil, Juracy Magalhães, e do Paraguai, Sapena Pastor, assinaram a "Ata de Iguaçu", uma declaração conjunta que manifestava a disposição para estudar o aproveitamento dos recursos hidráulicos Os números de Itaipu atestam sua grandiosidade: A produção mensal máxima atingida foi de 340.000 m³/mês, e a produção máxima diária atingiu 15.500 m³/dia. A utilização de fôrmas deslizantes e de 60.829 peças de concreto pré-moldadas foram, entre muitos outros, fatores de destaque na construção de Itaipu. Em Itaipu foi utilizada a maior fôrma deslizante já empregada em construção, a nível mundial. Os quadros abaixo sintetizam os principais eventos de Itaipu (do trabalho apresentado pelo Eng. Paulo Affonso Tassi, quando da realização do Itaipu-Three Gorges Seminar , realizado pela Eltrobrás em Three Gorges em Outbro/Novembro de 1994) , no qual foram apresentados os principais eventos da construção de Itaipu. Nesta ocasião apresentei aos profissionais chineses os estudos que foram realizados pelo Laboratório de Concreto de Furnas, referentes aos estudos de dosagens e caracterização de propriedades do concreto para a construção de Itaipu. Antes do inicio da construção e durante a construção de Itaipu mais de 150 missões de profissionais chineses visitaram Itaipu. ASAEE - Associação Sul Americana de Engenharia Estrutural | E-mail: asaee.secretaria@gmail.com | Página: www.asaee.org.br UNICON UNIÃO DE CONSTRUTORAS LTDA. Companhia Brasileira de Projetos e Obras – CBPO Construtora Andrade Gutierrez S.A. Construções e Comércio Camargo Correa S.A. Construtora Mendes Júnior Engenharia S.A. Cetenco Engenharia S.A ITAIPU PROJECT MAIN DATA Power Generation : 12,600 MW Max. Height: 196 M Number of Turbo Sets: 18 Um Frequency: 50/60 HZ Itaipu Project Main Structures Main Dam Right Side Dam Right and Left Side Junction Dams Rock and Earth Fill Dams Powerhouse River Diversion Works Cofferdams Water Intakes Spillway Itaipu Project Main Volumes Earth Excavation – 23,600,000 m3 Rock Excavation – 32,000,000 m3 Compacted Fills – 37,000,000 m3 Cofferdams – 11,350,000 m3 Concrete – 12,300,000 m3 Civil Works October 1975 Scope of The Contract Unicon Executive Planning Definition of Construction Methods Construction Activities Final Quality General Supplies Maintenace of Itaipu Binacional’s Equipment On Site Administration Personnel Administration Scope of The Contract Itaipu Binacional Basic Pkanning Engineering and Consulting Global Supervision of the Works Steel and Cement Supply Quality Lab Operation Safety Supervision of Campsite Supervision of Community and LeisureFacilities Itaipu Project Equipments Crusing Plants -2 1,080 T/h each Compressed Air Plant -1 50,000 CFM Refrigeration Plants -3 29,000 x 10 kcal /h Clinker Mills – 2 – 55 T/h each Concrete Plants -3 180 m3 each Concrete Monorail -2 500 m3 /h each Cableway -7 20 T Cap each Off Highway Trucks – 40 Cranes – 13 Backhoes -4 Itaipu Project Equipments Unicon ownership Off Highway Trucks - 76 Cranes - 28 Tire Tractors - 10 Crawler Tractors - 46 Motograder - 20 Compactors - 16 Concrete Dump Trucks - 57 Front end L - 16oaders Shovels - 7 ASAEE - Associação Sul Americana de Engenharia Estrutural | E-mail: asaee.secretaria@gmail.com | Página: www.asaee.org.br Drilling Machines - 36 Itaipu Project Equipments Itaipu Binacional Ownership Crushing Plants -2 1,080 T/H each Compressed air Plant -1 50,000 CFM Refrigeration Plant -3 29,000 x 103 kcal/h Clinker Mills -2 55 T/H each Concrete Plants -6 180 M3 each Concrete Monorail -2 500 m3 /h each CableWay -7 20T cap. Each Off highway trucks - 40 Cranes - 13 Backhoes -4 Itaipu Project Equipments Unicon Ownership Off Highway Trucks -76 Cranes 28 Tire Tractors 10 Crawler Tractors 46 Motograder 20 Compactors 16 Concrete Dump Trucks 57 Front end Loaders 16 Shovels 7 Drilling Machines 36 Training 5,000 Employees Trained per Year Catering 1,000,000 Meals per Month Catering Monthly Consume Rice 150 ton Meat 160 ton Bread 100 ton Brown Beans 45 ton Soybean Oil 20 ton Milk 210 ton Fruits & Vegetables 300 ton Catering 2 Cafeterias Total Area – 15,000 m2 Capacity / Round 2,580 Persons Time / Round 16 minutes Camps House Units – 9,515 Aver, Area/House – 85 m2 Total Persons – 36,000 Lodging Pavillions – 51 Total Persons 11,153 Health Care Hospitals – 2 Ambulatories - 4 Medical Care Peak of Services per Year – 2,400,000 Examinations Lab Tests Dentist Care Hospital Internation Other Peak of Services per Year 2,400,000 Unicon União de Construtoras Ltda Companhia Brasileira de Projetos e Obras – CBPO Construtora Andrade Gutierrez S.A. Construções e Comércio Camargo Correa S.A. Construtora Mendes Júnior Engenharia S.A. Cetenco Engenharia S.A ASAEE - Associação Sul Americana de Engenharia Estrutural | E-mail: asaee.secretaria@gmail.com | Página: www.asaee.org.br Fotografia 18 Fotografia 19 A construção de Itaipu foi o grande desafio vencido pela engenharia brasileira e o coroamento de nossa experiência na construção de barragens. Em Itaipu, foi utilizada uma monovia férrea que transportava as caçambas até as bocas de transferência para as caçambas acopladas nos cabos aéreos em número de quatro. Fotografia 20 Fotografia 21 A construção de Itaipu consolidou a tecnologia de construção de barragem de concreto, tanto a nível nacional como internacional. Fotografia 22 Fotografia 23 ASAEE - Associação Sul Americana de Engenharia Estrutural | E-mail: asaee.secretaria@gmail.com | Página: www.asaee.org.br O alto nível de desempenho alcançado, tanto da execução como do controle da qualidade, é reconhecido pelo meio barrageiro do mundo todo. Fotografia 24 Fotografia 25 Fotografia 26 Em Itaipu foram aplicados 26.000 m3 de CCR na rampa de acesso à jusante da estrutura de desvio. A aplicação de CCR em Itaipu foi antecedida de extensos estudos de laboratório e objeto de vários trabalhos publicados. Na apresentação da construção de Itaipu em Powerpoint, utilizei como referência Fotografias selecionadas e escanerizadas pelo Eng. Luiz Carlos Domenici Alves, que foi Diretor de Construções do consórcio Unicon. O Luiz Carlos me presenteou com cerca de 2900 Fotografias da construção de Itaipu, compreendendo o período entre 1975 a 1983. 3. PANORAMA ATUAL DA ENERGIA HIDROELÉTRICA NO BRASIL O texto apresentado na seqüência foi reproduzido do Atlas da ANEEL – 3ª edição. O caminho da água na produção de eletricidade Para produzir a energia hidrelétrica é necessário integrar a va- zão do rio, a quantidade de água disponível em determinado período de tempo e os desníveis do relevo, sejam eles naturais, como as quedas d’água, ou criados artificialmente. Já a estrutura da usina é composta, basicamente, por barragem, sistema de captação e adução de água, casa de força e verte- douro, que funcionam em conjunto e de maneira ASAEE - Associação Sul Americana de Engenharia Estrutural | E-mail: asaee.secretaria@gmail.com | Página: www.asaee.org.br integrada. A barragem tem por objetivo interromper o curso normal do rio e permitir a formação do reservatório Figura 2 Energia Hidráulica INFORMAÇÕES GERAIS A água é o recurso natural mais abundante na Terra: com um volume estimado de 1,36 bilhão de quilômetros cúbicos (km3) recobre 2/3 da superfície do planeta sob a forma de oceanos, calotas polares, rios e lagos. Mesmo assim, a participação da água na matriz energética mun- dial é pouco expressiva e, na matriz da energia elétrica, decres- cente. Segundo o último relatório Key World Energy Statistics, da International Energy Agency (IEA), publicado em 2008, entre 1973 e 2006 a participação da força das águas na produção to- tal de energia passou, conforme o Gráfico 3.1 abaixo, de 2,2% para apenas 1,8%. No mesmo período, como mostra a seguir o Gráfico 3.2, a posição na matriz da energia elétrica sofreu recuo acentuado: de 21% para 16%, inferior à do carvão e à do gás natural, ambos combustíveis fósseis não-renováveis, cuja combustão é caracterizada pela liberação de gases na atmosfera e Nos últimos 30 anos, também de acordo com levantamentos da IEA, a oferta de energia hidrelétrica aumentou em apenas dois locais do mundo: Ásia, em particular na China, e Améri- ca Latina, em função do Brasil, país em que a hidreletricidade responde pela maior parte da produção da energia elétrica. Nesse mesmo período, os países desenvolvidos já haviam explorado todos os seus potenciais, o que fez com que o volume produzido registrasse evolução inferior ao de outras fontes, como gás natural e as usinas nucleares. De acordo com o estu- do sobre hidreletricidade do Plano Nacional de Energia 2030, elaborado pela EPE, são notáveis as taxas de aproveitamento da França, Alemanha, Japão, Noruega, Estados Unidos e Sué- cia, em contraste com as baixas taxas observadas em países da África, Ásia e América do Sul. No Brasil o aproveitamento do potencial hidráulico é da ordem de 30%. Apesar das pressões, a China mantém inalterado o cronogra- ma da construção de Três Gargantas – que deverá ser a maior hidrelétrica do mundo, quando for concluída em 2009. Três Gar- gantas terá capacidade instalada de 18.200 MW (megawatts), ao superar a binacional Itaipu, no Brasil, com 14 mil MW. No Brasil, as usinas de Jirau e Santo Antônio, no rio Madeira (re- gião Norte), são pilares da expansão da oferta de energia elétri- ca prevista para o período 2006- 2015. No entanto, dificuldades O que é a energia hidrelétrica A energia hidrelétrica é gerada pelo aproveitamento do fluxo das águas em uma usina na qual as obras civis – que envolvem tanto a construção quanto o desvio do rio e a formação do re- ASAEE - Associação Sul Americana de Engenharia Estrutural | E-mail: asaee.secretaria@gmail.com | Página: www.asaee.org.br servatório – são tão ou mais importantes que os equipamentos instalados. Por isso, ao contrário do que ocorre com as usinas termelétricas (cujas instalaçõessão mais simples), para a cons- trução de uma hidrelétrica é imprescindível a contratação da chamada indústria da construção pesada. As principais variáveis utilizadas na classificação de uma usina hidrelétrica são: altura da queda d’água, vazão, capacidade ou potência instalada, tipo de turbina empregada, localização, tipo de barragem e reservatório. Todos são fatores interdepen- dentes. Assim, a altura da queda d’água e a vazão dependem do local de construção e determinarão qual será a capacidade instalada - que, por sua vez, determina o tipo de turbina, barra- gem e reservatório. Existem dois tipos de reservatórios: acumulação e fio d’água. Fotografia 27 A potência instalada determina se a usina é de grande ou médio porte ou uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH). A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) adota três classificações: Centrais Geradoras Hidrelétricas (com até 1 MW de potência instalada), Pequenas Centrais Hidrelétricas (entre 1,1 MW e 30 MW de potência instalada) e Usina Hidrelétrica de Energia (UHE, com mais de 30 MW). No Brasil, de acordo com o Banco de Informações da Geração (BIG) da Aneel, em novembro de 2008, existem em operação 227 CGHs, com potência total de 120 MW; 320 PCHs (2,4 mil MW de potência instalada) e 159 UHE com uma capacidade total instalada de 74,632 mil MW. Em novembro de 2008, as usinas hidrelétricas, independentemente de seu porte, respon- dem, portanto, por 75,68% da potência total instalada no país, de 102,262 mil MW, como mostra a Tabela 3.1 abaixo. ASAEE - Associação Sul Americana de Engenharia Estrutural | E-mail: asaee.secretaria@gmail.com | Página: www.asaee.org.br Tabela 1 Potenciais e Geração Hidrelétrica no Brasil Em 2007, segundo os resultados preliminares do Balanço Energético Nacional (BEN), elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética, a energia de fonte hidráulica (ou hidreletricidade) respondeu por 14,7% da matriz energética brasileira, sendo superada por derivados da cana-de- açúcar (16,0%) e petróleo e derivados (36,7%). Na oferta interna de energia elétrica, que totalizou 482,6 TWh (aumento de 4,9% em relação a 2006), a energia de fonte hidráulica produzida no país representou 85,6%, constituindose, de longe, na maior produtora de eletricidade do país. Além disso, em todo o mundo, o Brasil é o país com maior potencial hidrelétrico: um total de 260 mil MW, segundo o Plano 2015 da Eletrobrás, último inventário produzido no país em 1992. Destes, pouco mais de 30% se transformaram em usinas construídas ou outorgadas. De acordo com o Plano Nacional de Energia 2030, o potencial a aproveitar é de cerca de 126.000 MW. Desse total, mais de 70% estão nas bacias do Amazonas e do Tocantins/Araguaia, as principais usinas hidroelétricas são mostradas na Tabela abaixo. Figura 3 ASAEE - Associação Sul Americana de Engenharia Estrutural | E-mail: asaee.secretaria@gmail.com | Página: www.asaee.org.br 4. CONCRETAGEM DA TUBULAÇÃO DE DESCARGA SANITÁRIA DA UHE IRAPÉ 4.1. Introdução Durante a fase de enchimento do reservatório da UHE Irapé, houve um problema com a válvula borboleta do fechamento da tubulação da descarga sanitária, localizada no túnel de desvio superior. Na fase de execução, foi constatado, durante os testes de fechamento da tubulação de descarga sanitária, que a válvula borboleta apresentou problema de vedação, o que provocou uma descarga de água não prevista (através da câmara onde estava localizado o fechamento da válvula borboleta), que chegou a atingir uma vazão de 3 m3/s. Para contornar este problema foi necessário construir uma estrutura de concreto auxiliar, na qual foram embutidos 10 tubos de aço com diâmetro de 150 mm, pelos quais a água pode ser conduzida, e tamponada com válvulas esféricas. Com o fechamento destes tubos, a tubulação de 1450 mm da descarga sanitária ficou pressurizada, com a pressão equivalente ao nível do reservatório. Na época da realização desta operação a Barragem já estava com uma coluna de água de cerca de 180 m de altura. Algumas tentativas foram feitas para o fechamento da tubulação, que finalmente foi executada com a colocação de concreto subaquático, através de bombeamento sob pressão. O relato desta ocorrência é sumarizado na seguinte seqüência: Arranjo Alternativo da Tubulação de Vazão Sanitária Estrutura Auxiliar para o Desvio da Água Teste na Fábrica para Furação da Tubulação de Vazão Sanitária Tentativas Preliminares de Fechamento Planejamento do teste em verdadeira grandeza com Concreto Subaquático Dosagens de concreto utilizadas Concretagem do modelo em verdadeira grandeza Concretagem da Tubulação Pressurizada Conclusões Os seguintes profissionais participaram destas atividades Antônio Augusto de Castro Santos CCI Andreas Holf Zeller LEME Carlos Alberto Martini CCI Celso Barreto VOITH Cleider de Souza Claudiano CCI Dejair Soares Porto LEME Hamilton Vilar de Andrade CCI Hans Poll VOITH Jander de Faria Leitão LEME José Bernardino Botelho VLB Kamal Kamel INTERTECHNE Luciano Sarno Soares (Estagiário) ENGECONSOL Luis Alberto Fonseca Canan CCI Rodrigo Martinez CCI 4.2. Arranjo Alternativo da Tubulação de Vazão Sanitária Os desenhos 2-a a 2-c apresentam o arranjo alternativo em planta e cortes, ASAEE - Associação Sul Americana de Engenharia Estrutural | E-mail: asaee.secretaria@gmail.com | Página: www.asaee.org.br Figura 4 4.3. Estrutura Auxiliar para o Desvio da Água A fotografia 28 ilustra a situação do vazamento através da válvula borboleta antes da montagem da estrutura auxiliar para o desvio da água. Fotografia 28 ASAEE - Associação Sul Americana de Engenharia Estrutural | E-mail: asaee.secretaria@gmail.com | Página: www.asaee.org.br Com a finalidade de conduzir a água percolada sem controle, foi construída uma estrutura auxiliar, na qual foram embutidos dez tubos com diâmetro de 150 mm, pelos quais a água foi desvia A tubulação instalada é exibida nas fotografias 19 e 30. Fotografia 29 Fotografia 30 Fotografia 31 Fotografia 32 4.4. Dispositivo para a Concretagem – Mock Up O mock-up do dispositivo é apresentado nas figuras 5 e 6. ASAEE - Associação Sul Americana de Engenharia Estrutural | E-mail: asaee.secretaria@gmail.com | Página: www.asaee.org.br Figura 5 Figura 6 4.5. Planejamento do Teste em Verdadeira Grandeza com Concreto Subaquático A concretagem foi planejada para ser executada em verdadeira grandeza, com a tubulação cheia de água com pressão de 1,0 kgf/cm2. As fotografias 33 e 34 mostram a tubulação montada no pátio da oficina mecânica do Consórcio CCI. As figuras 7 e 8 mostram esquematicamente como foi concebida a concretagem, que foi planejada para ser executada em duas fases. A primeira com um volume de concreto suficiente para atingir o nível de brita colocada dentro ta tubulação. A segunda concretagem a ser realizada 24 horas após a pega do concreto da primeira. Foram feitos três furos na tubulação representativa da descarga sanitária, simulando a execução em verdadeira grandeza. No furo localizado na elevação mais baixa, foi montado o primeiro dispositivo, que foi utilizado para o preenchimento da tubulação com brita que servirá de anteparo para o concreto subaquático (fotografia 35). Nos furos das elevações mais altas foi montado o dispositivo da concretagem do concreto submerso, feita através de bombeamento (fotografias 36 e 37). A conexão entre o dispositivo de concretagem e a bomba de concreto foi feita com um mangote adaptado com flange (fotografias 38 e 39). ASAEE - Associação Sul Americana de EngenhariaEstrutural | E-mail: asaee.secretaria@gmail.com | Página: www.asaee.org.br Fotografia 33 Fotografia 34 Figura Erro! Nenhum texto com o estilo especificado foi encontrado no documento.-c Figura 7 ASAEE - Associação Sul Americana de Engenharia Estrutural | E-mail: asaee.secretaria@gmail.com | Página: www.asaee.org.br Fotografia 35 Fotografia 36 Fotografia 37 Fotografia 38 Fotografia 39 Fotografia 40 4.6. Dosagens de Concreto Utilizadas 4.6.1. Ajustes na Composição do Concreto Submerso Devido à substituição do agregado graúdo que havia sido estudado por outro comprado de um fornecedor da região, foram feitos ajustes na composição da dosagem, que estão registradas na Tabela 2. A dosagem sugerida por Furnas foi ajustada na Central Dosadora, sendo utilizada ma betoneira de 80 l. O aspecto do concreto desta dosagem pode ser visualizado nas fotografias 41 e 42. ASAEE - Associação Sul Americana de Engenharia Estrutural | E-mail: asaee.secretaria@gmail.com | Página: www.asaee.org.br Fotografia 41 Fotografia 42 Tabela 2 Dados de Composição Dosagem Ajustada 1 Dosa gem Ajustada 2 Cimento Equivalente (kg/m3) Cimento (kg/m3) 478,0 467,1 Sílica ativa (kg/m3) 31,0 30,3 Água unitária (kg/m3) 243,0 263,3 Relação A/Ceq 0,0 Areia Natural (Kg/m³) 611,0 597,1 Brita 9,5 mm (Kg/m³) 621,0 606,9 Módulo de finura 0,0 Aditivo Hiperplastificante 5,2 5,1 Aditivo Acelerador de Pega (0,2%) 1,0 Aditivo Antiwashout 3,1 3,0 % areia em massa 467,1 Resultados dos ensaios realizados nas dosagens experimentais no LABC.T. Flow (cm) 50,0 55,0 a 60,0 Aditivos utilizados nos estudos Fornecedor Degussa Hiperplastificante Glenium 51 Antiwashout UV 410 Acelerador de pega Puzzut ec 20 Rheob uild 2000 B 4.7. Concretagem do Modelo em Verdadeira Grandeza 4.7.1. Primeira Concretagem A primeira concretagem foi feita no dia 05/10/06, conforme o croquis apresentado na figura 8. O volume de brita lançado para o anteparo do concreto atingiu entre 3 e 4 m3. ASAEE - Associação Sul Americana de Engenharia Estrutural | E-mail: asaee.secretaria@gmail.com | Página: www.asaee.org.br O concreto foi lançado utilizando a dosagem ajustada 1, com aditivo acelerador de pega. O volume lançado foi de 14,0 m3, necessário para atingir o nível superior da brita dentro da tubulação conforme fotografia 45. As fotografias 43 a 46 mostram o aspecto da brita e o concreto lançado, 24 horas após o lançamento, o concreto já estava endurecido e não atingiu o nível dos visores, como pode ser observado nas fotografias 47 a 50. Fotografia 43 Fotografia 44 Fotografia 45 Fotografia 46 4.7.2. Segunda Concretagem A dosagem foi ajustada novamente (Dosagem Ajustada 2, tabela 3) para aumentar a sua fluidez, e foi eliminado o aditivo acelerador de pega. A segunda concretagem foi realizada no dia 07/10/06, atingindo o volume 48 m3, conforme a figura 4-d. O concreto atingiu o nível dos visores, conforme pode ser observado nas fotografias 47 a 48. Na fotografia 49, pode ser visualizado o enchimento total da tubulação na região da colocação da brita. Na fotografia 50, pode ser visualizado o fechamento a montante, no qual foram utilizados pedaços de vergalhão para impedir a passagem do concreto para montante. ASAEE - Associação Sul Americana de Engenharia Estrutural | E-mail: asaee.secretaria@gmail.com | Página: www.asaee.org.br Fotografia 47 Fotografia 48 Fotografia 6-p Fotografia 6-q Fotografia 49 Fotografia 50 4.8. Concretagem da Tubulação Pressurizada 4.8.1. Introdução Para a concretagem da tubulação pressurizada foram usadas as mesmas dosagens e o mesmo esquema da tubulação do protótipo. 4.8.2. Montagem do Dispositivo na Tubulação A montagem do dispositivo da tubulação foi feita, também, na mesma seqüência do protótipo. 4.8.3. Verificação da Tubulação nas Seções dos dispositivos Antes do início da primeira concretagem foi verificado, através de uma vareta metálica inserida na furação dos dispositivos, o nível de enchimento da tubulação nas três seções, que eram: a) Primeiro furo A seção transversal do primeiro furo estava preenchida da seguinte maneira: 870 mm de calda de cimento; 60 mm de material sem resistência; 530 mm de pedrisco. b) Segundo furo A seção transversal do segundo furo estava preenchida da seguinte maneira: 260 mm de calda de cimento; 62 mm de material sem resistência; ASAEE - Associação Sul Americana de Engenharia Estrutural | E-mail: asaee.secretaria@gmail.com | Página: www.asaee.org.br 390 mm de concreto submerso (1ª etapa); 760 mm não preenchidos. c) Terceiro furo A seção transversal do terceiro furo estava preenchida da seguinte maneira: 220 mm de concreto submerso (1ª etapa); 1250 mm não preenchidos. A figura 10-a ilustra a situação descrita. Figura 8 4.9. Enchimento com Brita Foram colocados aproximadamente 400 l de brita na tubulação para o preenchimento das partes desta onde a seção transversal da tubulação ainda não havia sido preenchida. 4.10. Primeira Concretagem A primeira etapa da concretagem foi realizada no dia 14/11/2006, seguindo a mesma seqüência da concretagem no protótipo. Foram lançados 10,6 m3 de concreto. Na primeira tentativa de bombeamento, a tubulação de lançamento se desconectou em uma das juntas rígidas (tubo para lançamento de concreto), em função do entupimento na tubulação provocada pela lavagem do concreto pela água da adutora, visto que não foi colocado nenhum dispositivo de vedação que impedisse o contato do concreto com a água pressurizada da adutora (fotografias 51, 52 e 53). Na segunda tentativa a operação foi executada com a colocação de um “biriba” na válvula da tubulação de lançamento, impedindo que a água pressurizada entrasse em contato com o concreto antes que esse tivesse pressão suficiente para adentrar a adutora, garantindo o fundamento principal do concreto submerso, que é impedir a mistura do concreto com a água dentro da tubulação de concretagem (tremie) (fotografia 54). O concreto foi ajustado na central dosadora para ter um espalhamento entre 50 cm e 60 cm. Foi utilizada a dosagem nº 1 com aditivo acelerador de pega. ASAEE - Associação Sul Americana de Engenharia Estrutural | E-mail: asaee.secretaria@gmail.com | Página: www.asaee.org.br Fotografia 51 Superior a 2,5 horas, o concreto permaneceu com as mesmas características reológicas, o que tornou possível a continuação da concretagem com a mesma betonada de concreto. 4.10.1. Concretagem da Caixa A caixa possui 4,50x2,00x3,45 m, resultando em um volume total de 31 m3 e um volume útil de 28,7 m3, descontada a tubulação da vazão sanitária. 4.11. Conclusões 4.11.1. Planejamento e Execução da Concretagem do Protótipo O teste realizado comprovou que o planejamento da concretagem e a utilização dos dispositivos para sua execução foram efetivos, logrando o preenchimento da tubulação com o concreto subaquático. 4.11.2. Esquema de Segurança Durante a concretagem foram tomados todos os cuidados com a segurança da equipe e dos equipamentos utilizados na operação. Quando houve a desconexão da tubulação de lançamento, a pressão do jato da água da adutora ficou direcionado para baixo, devido ao amarramento da tubulação, não provocando nenhum dano pessoal ou material. Com vistas à segurança a concretagem foi realizada com pleno sucesso. 4.11.3. Concretagem Definitiva Os volumes lançados durante todas as etapas de concretagem foram: d) 10,6 m3 na primeira concretagem; e) 55,0 m3 na segunda concretagem; f) 1,5 m3 de argamassae 3,0m3 de calda de cimento, complementação do enchimento; g) 31,0 m3 na concretagem da caixa. 4.11.4. Vazão Remanescente O volume de concreto lançado atingiu aproximadamente 98 m3. A vazão remanescente está em torno de 4,4 l/s. ASAEE - Associação Sul Americana de Engenharia Estrutural | E-mail: asaee.secretaria@gmail.com | Página: www.asaee.org.br Fotografia 52 Fotografia 53 Fotografia 54 Fotografia 55 Fotografia 56 Fotografia 57 4.11.5. Verificação da Tubulação Após a Primeira Concretagem Na seção da adutora onde foi lançada a brita o concreto estava entre 7 cm e 12 cm da sua geratriz superior. Na seção onde foi feita a primeira concretagem, o concreto estava a uma altura aproximada de 75 cm da geratriz superior da adutora. Na seção onde foi feita a segunda concretagem, o concreto estava a aproximadamente 20 cm da geratriz inferior da adutora. 4.11.6. Complementação da Concretagem A complementação da concretagem foi realizada no dia 16/11/2006. ASAEE - Associação Sul Americana de Engenharia Estrutural | E-mail: asaee.secretaria@gmail.com | Página: www.asaee.org.br No dia (16/12/06) foram injetados 3 m³ de calda de cimento e 1 a 1,5 m³ de argamassa. 4.11.7. Verificação da Tubulação Após a Concretagem No dia 18/12/2006 foi realizado inspeção no ponto de injeção do pedrisco e não foi verificado vazamento, o vazamento da caixa também diminuiu consideravelmente. 4.11.8. Medição de Vazão No dia 20/12/06 por volta das 12:00 h foram realizadas medições de vazão em de dois pontos vazão sanitária: h) Ponto 01 - Primeira válvula de 6” da caixa (Sentido Fluxo, lado direito, inferior), o que consideremos com vazão da caixa; e i) Ponto 02 - Válvula de ½” instalada no tubo de 1,45m junto a segunda junta de dilatação, a jusante do ponto de injeção do pedrisco, o que consideramos como vazamento residual da tubulação de 1,45. As tabelas 4 a 7 registram as informações acerca das vazões remanescentes. Vazão da Caixa 6” - Ponto 01 - Válvula ½” Ponto 02 fechada Vo lume (l) Te mpo (s) Va zão (l/s) 20 0 57 3, 51 20 0 69 2, 90 20 0 70 2, 86 Vazão Média (l/s): 3, 09 Tabela 4 Vazão da Caixa 6” - Ponto 01 - Válvula ½” Ponto 02 aberta V olume (l) T empo (s) V azão (l/s) 20 0 74 2, 70 20 0 72 2, 78 Vazão Média (l/s): 2, 74 Tabela 5 Vazão na Válvula ½” Ponto 02 - Válvula da Caixa Aberta Ponto 01 V olume (l) T empo (s) V azão (l/s) 19 ,5 12 ,06 1, 62 19 ,5 12 ,16 1, 60 19 ,5 12 ,00 1, 63 Vazão Média (l/s): 1, 62 Tabela 6 Vazão na Válvula ½” Ponto 02 - Válvula da Caixa Fechada Ponto 01 V olume (l) T empo (s) V azão (l/s) 19 ,5 12 ,18 1, 60 19 ,5 12 ,66 1, 54 Vazão Média (l/s): 1, 57 Tabela 7 5. PROBLEMAS RELEVANTES NA CONSTRUÇÃO DAS HIDRELÉTRICAS: 5.1. Drenagem da Fundação A drenagem da fundação é de suma importância quando se inicia a construção das estruturas de uma usina hidroelétrica. As surgências de água devem ser drenadas e conduzidas para manilhas ou tubos de concreto que posteriormente deverão ser injetados e preenchidos com brita e concreto, após a estabilização do nível da água, dentro destes tubos. Alguns aspectos relevantes são destacados na sequência abaixo: ASAEE - Associação Sul Americana de Engenharia Estrutural | E-mail: asaee.secretaria@gmail.com | Página: www.asaee.org.br O controle das surgências ou infiltrações de água é imperativo em qualquer fundação das estruturas componentes de um aproveitamento hidroelétrico. A água não drenada na fundação pode desenvolver subpressão precoce, quer seja na fundação de uma barragem de terra ou de qualquer das estruturas auxiliares de concreto O controle das surgências de água deve ser feito desde o início da preparação da fundação Estas surgências de água podem ocorrer em zonas localizadas na fundação e nas paredes de rocha. Em linhas gerais o procedimento a ser adotado consiste na coleta destas infiltrações através de drenos feitos a partir de forro de brita com a colocação de tubos de PVC, que conduzem a água para tubos de concreto ou manilhas coletoras. A água coletada e´esgotada através de bombeamento No interior do tubo de concreto são deixados pelo menos dois tubos de PVC com diâmetro de 25 mm em contato com a parede do tubo e que deve atingir a rocha da fundação no local das infiltrações A base do tubo de concreto em contato com a rocha deve ser vedada com com argamassa rica com relação cimento arei de 1:3, na qual deve ser adicionado aditivo acelerador de pega para garantir a vedação da base do tubo. Durante esta etapa já deverá estar em funcionamento o sistema de bombeamento no interior do tubo, de modo a evitar qualquer carga hidráulica na argamassa recém colocada. O esgotamento deverá se prolongar por no mínimo 3 dias após a execução do poço e será retomado quando da execução da regularização da fundação e/ou da construção do aterro. O poço será elevado juntamente com o aterro através da instalação de novos tubos de concreto, uns sobre os outros, rejuntados entre si, até a estabilização da cota piezométrica no poço, quando será paralisado o esgotamento. Os tubos de injeção acompanharão a elevação do poço através da emenda de novos tubos aos instalados anteriormente. . O poço será então preenchido com brita Dmáx = 38 mm, até 0,50 m de sua boca, onde já estão posicionados os tubos de PVC (sendo um para respiro).Este trecho de 0.50 m será então concretado e 3 dias após, o poço será injetado com calda de cimento de fator A/C = 0,6. No caso da “surgência” ocorrer em pontos isolados próximos, ou numa junta ou fratura presente na fundação, poderá ser efetuado um dreno com brita de diâmetro de 38 mm junto a mesma, sendo que no interior do dreno de brita serão instalados 2 tubos de PVC com diãmetrode 25 mm para injeção por ponto isolado de “surgência” ou, 2 tubos de PVC com do mesmo diâmetro perfurados, no caso de “surgências” ao longo de toda junta. Toda a superfície exposta de brita de 38 mm deverá ser recoberta com brita de. 19 mm. O dreno de brita será todo revestido com argamassa 1:3 contendo aditivo acelerador de pega, visando sua completa impermeabilização. Caso se mostre necessário, poderá ser utilizado um impermeabilizante de pega rápida.. Este dreno será direcionado a um poço principal, construído preferencialmente sobre o local onde a “surgência” de água apresentar o maior volume. Este poço será construído conforme procedimento descrito no caso de “surgências” isoladas, porém, tomando-se o cuidado de se preservar as tubulações de injeção dos drenos, emendando-se as mesmas até o término do poço, sendo estes drenos injetados juntamente com o poço, após a estabilização da sua cota piezométrica.. Cuidados especiais devem ser tomados na construção destes drenos, tais como: - Os drenos no sentido montante-jusante devem ser evitados e, quando necessários, não deverão ser mais extensos do que a décima parte da largura do núcleo na cota de sua construção: - Os drenos construídos para controle de “surgências” em pontos isolados devem ser avaliados criteriosamente sob o ponto de vista benefício/risco de criação de um sistema de comunicação na fundação; e, ASAEE - Associação Sul Americana de Engenharia Estrutural | E-mail: asaee.secretaria@gmail.com | Página: www.asaee.org.br - Deverá ser verificado se os drenos encontram-se desobstruídos, assim como o comportamento das suas vazões, anteriormente ao lançamento do aterro do núcleo. No caso de existência de juntas ou fraturas com “surgências” de água em grande extensão, nosentido montante-jusante do núcleo, será necessária a injeção em toda a junta ou preliminarmente em trechos desta junta, de modo a interromper esta comunicabilidade. Nos trechos não injetados em que persistir a “surgência”, serão construídos drenos ou poços, os quais serão injetados posteriormente. Cuidados especiais deverão ser tomados no lançamento do concreto na fundação e, no lançamento e compactação do núcleo, para que estas operações não venham a danificar os meios de controle de “surgências” implantados. A sequencia Fotográfica mostrada abaixo, ilustra uma parte do trabalho de preparação da fundação do Canal do Ferrador quando da construção da UHE Marimbomdo Fotografia 58 Fotografia 59 Fotografia 60 Fotografia 61 ASAEE - Associação Sul Americana de Engenharia Estrutural | E-mail: asaee.secretaria@gmail.com | Página: www.asaee.org.br Fotografia 62 Fotografia 63 5.2. Concreto Submerso A recuperação das guias de comporta da Tomada de Água da UHE Porto Colômbia, realizada em 2000, foi executada com concreto subaquático com muito sucesso. Em decorrência deste trabalho foram realizadas pesquisas no Laboratório de Concreto de Furnas Centrais Elétricas, localizado em Goiânia, que além de subsidiarem esta obra, possibilitaram o conhecimento das propriedades do concreto quando lançado a grandes profundidades . O desenvolvimento de aditivos hiperplastificantes associados a aditivos andispersantes subaquáticos (antiwhashout admixture) abriu novo horizonte para que a recuperação de concreto subaquático, por propiciar maior plasticidade bem como grande coesão as misturas empregadas nestas recuperações. São sumarizados os estudos de laboratório que foram apresentados em outros Congressos e Seminários , complementados com estudos posteriores visando sua aplicação para as duas situações em pauta. Nestes estudos foi utilizado um equipamento para a simulação de concretagem subaquática, com concretos fabricados com estes aditivos de ultima geração e complementados, neste Trabalho, com os resultados obtidos com adição de fibras de aço para produzir um concreto com alta tenacidade para ser aplicado em cortina de impermeabilização de fissuras. 6. EQUIPAMENTO PARA SIMULAR CONCRETAGEM SUBAQUÁTICA EM LABORATÓRIO Um equipamento de laboratório foi construído pela equipe de engenheiros do Laboratório de Concreto de Furnas, para simular o lançamento do concreto em águas profundas. O projeto e a construção deste equipamento foi desenvolvido compartilhadamente, a partir de uma concepção deste relator, com a parceria do Técnico Especializado Guilherme Leroy (in ASAEE - Associação Sul Americana de Engenharia Estrutural | E-mail: asaee.secretaria@gmail.com | Página: www.asaee.org.br memorian), para simular concretagens subaquáticas em laboratório. A evolução deste projeto foi feita gradualmente, tendo sido iniciada com a moldagem de corpos de prova submersos sem pressão. Posteriormente, foi feita a aplicação de água com pressão, através do aparelho de estudo de permeabilidade (modelo do Bureau of Reclamation), em uma mistura de concreto fresco, para se avaliar a influencia da pressão exercida pela água na resistência do concreto. Na seqüência das pesquisas, utilizou-se um protótipo do equipamento com duas campânulas que se comunicavam através da abertura de uma válvula. Na campânula superior se colocava o concreto fresco e na inferior, água. A campânula superior com o concreto fresco era vedada e nela aplicada uma pressão equivalente à coluna de água pretendida. A abertura da válvula entre as duas campânulas forçava o concreto a penetrar na campânula inferior e expulsar a água através de uma tubulação provida de uma válvula. Na expulsão da água o concreto sofria um pequeno turbilhonamento antes da sua saída pela válvula na extremidade do tubo. O equipamento foi sendo ajustado e aperfeiçoado, de modo a simular um lançamento subaquático sem o turbilhonamento da água na campânula inferior, e sua retirada garantindo que a pressão estipulada fosse mantida durante esta operação. A sua configuração final é mostrada nas Figuras 9 e 10. Resumidamente o equipamento ficou com a seguinte configuração: duas câmaras sendo a superior onde o concreto fresco é colocado para receber pressão (equivalente aquela da coluna de água onde os reparos serão efetuados) e a inferior que é preenchida com água e submetida à mesma pressão. Entre estas duas câmaras há um tubo metálico de 10cm de diâmetro e 2 m de comprimento, com duas válvulas. Quando estas estão abertas, todo o sistema fica sob a mesma pressão. A altura da coluna de concreto fresco no tubo entre as campânulas é suficiente para preencher, com a ação da gravidade, a câmara inferior simulando a colocação do concreto por tremonha (tremie). O equipamento pode trabalhar com qualquer pressão, e já foi utilizado para simular a pressão subaquática equivalente a uma coluna de água de 90m. Na simulação da concretagem é produzido um cilindro de concreto submerso de 31cm de diâmetro por 71cm de altura. Quando se pretende estudar a aderência entre o concreto novo e o velho o corpo de prova é moldado em uma forma prismática, onde é colocada uma laje de concreto envelhecido, para verificar a aderência entre eles. A simulação da concretagem permite que se ajuste dosagens com diferentes combinações de aditivos, visando um concreto adequado para aplicação subaquática. Para caracterização das propriedades do concreto endurecido são extraídos testemunhos do cilindro concretado, com diâmetro de 7,6cm com altura de 15,2cm, após o concreto ter sido submetido à cura na câmara úmida. ASAEE - Associação Sul Americana de Engenharia Estrutural | E-mail: asaee.secretaria@gmail.com | Página: www.asaee.org.br 5 3 4 6 2 1 Figura 9 Equipamento para Simulação de Lançamento Submerso do Concreto 1 – Câmara superior para concreto fresco (Volume de 85 dm³) 2 – Câmara inferior para água pressurizada (Volume de 24 dm³) para estudos de aderência (Volume de 58 dm³) para testemunhos de sondagem 3 – Tubo com diâmetro de 10 cm com 2 m de comprimento(Vol. de 14 dm³) 4 – Válvulas de controle 5 – Tubo de ar e pulmão a alta pressão 6 – Escada 17 18 33 11 95 SEÇÃO A-A 20 00 8 34 00 31 95 Plataforma Tubo galvanizado 2 1/2" 20 00 62 49 4 10 0 24 0 24 0 25 0 23 6 11 40 120 200 76 42 1 5 6 Manômetro Manômetro 4 3 Manômetro Manômetro Manômetro 15 0 Seção do aparelho Figura 10 Seção do Aparelho Simulador O procedimento de moldagem do ensaio de simulação de concretagem submersa sob pressão se resume a: ASAEE - Associação Sul Americana de Engenharia Estrutural | E-mail: asaee.secretaria@gmail.com | Página: www.asaee.org.br � Encher a campânula inferior (5) com água, aplicar pressão e fechar os registros; � Colocar o concreto na campânula superior (3) e fechá-la; � Aplicar a mesma pressão nas campânulas superior e inferior; � Abrir a chave de saída d’água (6); � Fechar a chave após a água ser expulsa da campânula inferior pelo concreto, na mesma pressão do ensaio. A câmara fica cheia de concreto; � Abrir o registro de pressurização na campânula superior. Para estudar a aderência entre o concreto novo e velho foi desenvolvida uma câmara adicional onde pudesse colocar uma laje de concreto velho na qual se procedia a um jateamento de areia úmida, para simular o tratamento do substrato antes de receber o concreto do reparo. Depois de concluída a construção deste equipamento, foram simuladas concretagens subaquáticas para a verificação da aderênciaentre o concreto velho e o novo. Uma pesquisa complementar foi conduzida posteriormente, para simular a concretagem de uma cortina de concreto com fibra para vedação de percolação do concreto em fissura transpassante no corpo de uma barragem. A pressão utilizada neste experimento foi a equivalente a uma coluna de água de 70m de altura. Alguns trabalhos apresentados em Congressos e Seminários [5;6;8] já mostraram este equipamento. 7. O TRABALHADOR BRASILEIRO – O BARRAGEIRO A célebre frase de Euclides da Cunha sobre o sertanejo: “O sertanejo é antes de tudo um forte”, pode ser aplicada para o trabalhador brasileiro que é antes de tudo um forte. No trabalho da construção de grandes obras de engenharia, notadamente a construção das hidrelétricas, esta constatação é evidente nas várias frentes de trabalho. Para ilustrar a capacidade e a dedicação dos trabalhadores, a seqüência de fotografias de armadores trabalhando na pré-montagem de armaduras, para concretagem com fôrma deslizante mostra a versatilidade destes dedicados operários: Fotografia 64 Fotografia 65 A jornalista americana Candice Millard autora do livro: O Rio da Dúvida (A Sombria viagem de Theodore Roosevelt e Rondon pela Amazônia) assim descreve a construção de uma jangada pelos camaradas de Rondon: ASAEE - Associação Sul Americana de Engenharia Estrutural | E-mail: asaee.secretaria@gmail.com | Página: www.asaee.org.br Sob o comando de Rondon, os camaradas puseram mãos à obra. Os membros da expedição deram a si mesmos apenas quatro dias de prazo para complementar a obra. Trabalhavam em turnos, e Rondon nunca saia do lado deles, dirigindo incansável a construção e garantindo que cada homem fizesse a sua parte. O preço pago pelos camaradas foi alto. As costas doíam, os braços tremiam de fadiga, e sob o ataque constante dos insetos, mãos, rostos e pés ficavam esfolados e inflamados. Sob o olhar resoluto de Rondon, nunca desistiam nem diminuíam o ritmo. Até mesmo depois do anoitecer, Roosevelt observava a labuta dos camaradas á luz de velas, nus da cintura para cima no ar quente e parado, alguns em pé dentro da canoa, outros debruçados sobre sua grossa borda. “O bruxuleio das luzes mostrava a floresta tropical emergindo da escuridão ao redor” ele escreveu: “Cor de azeitona, de cobre e de ébano, a pele deles reluzia como se estivesse untada, e ondulava com a incessante atividade dos músculos por baixo dela.”. Desde que testemunhara sua heróica luta para manter a canoas da expedição a salvo no meio das corredeiras, Roosevelt passara a nutrir uma profunda admiração pela equipe de camaradas. “Contemplando o modo como o trabalho era feito, boa vontade e resistência e a força taurina dos camaradas, bem como a inteligência e os incansáveis estorços de seus comandantes” escreveu, “era impossível não pensar na ignorância dos que não se dão conta da energia e da força que os homens dos trópicos possuem e desenvolvem com facilidade.” O ex-presidente que no passado chegara a acreditar que a raça branca era superior às outras, ficara impressionado com a resistência e a animação dos camaradas naquela jornada perigosa e angustiante. “Dizem que os brasileiros são indolentes!”, disse a Rondon um dia. “Bem meu caro coronel, um país que dispõe de homens como estes tem grande futuro diante de si, e certamente levará a cabo as maiores realizações do mundo.” Para finalizar gostaria de extender minha homenagem e manifestar meu respeito aos profissionais que trabalharam e trabalham na construção de barragens, conhecidos como barrageiros. Nesta homenagem não poderia deixar de rememorar o nome do mais famoso barrageiro brasileiro o Eng. Rubens Viana de Andrade (que aparece na Fotografia 66, quando foi lançado o 10.000.000 m3 da construção de Itaipu, na casa de força) Ele foi o grande maestro da construção de Itaipu e foi carinhosamente chamado pela mídia como Mr. Itaipu Fotografia 66 Fotografia 67 ASAEE - Associação Sul Americana de Engenharia Estrutural | E-mail: asaee.secretaria@gmail.com | Página: www.asaee.org.br 7.1. Mensagem aos Jovens Brasileiros Para finalizar este documento gostaria de prestar uma homenagem aos jovens brasileiros, deixando registrada a redação que minha neta de 17 anos apresentou no vestibular em Brasilia em junho de 2012. Esta redação me encheu de orgulho ,satisfação e cheio de esperança, em verificar que a juventude brasileira está muito atenta com o desenrolar dos acontecimentos nacionais e mundiais. Sem nenhuma sombra de dúvida uma grande transformação está em marcha em nossa sociedade, estando a juventude na vanguarda dela. 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] J. Laginha Serafim A Note on the History of the Materials for Dams- Materials for Dams 84 – ConferenceOrganized by Water Power & Dam Construction 12-14 December 1984-. Monte Carlo . [2]MIGUEZ DE MELO, FLÁVIO – “A Century of Dam Construction in Brasil” (do livro Topmost Dams of Brazil) – Edited by Revista Construção Pesada. ASAEE - Associação Sul Americana de Engenharia Estrutural | E-mail: asaee.secretaria@gmail.com | Página: www.asaee.org.br [3]Pedro Carlos da Silva Teles – “História da Engenharia no Brasil” – Século XX. [4]Diversos autores – Revista Construção Pesada – Abril/1982 – Ano 11 – n 135. [5]CARDOSO CRUZ, JOSÉ LUIZ – “A Eletricidade no Brasil, do Império à República de Hoje”. [6]PACELLI, W.A. – “Concretos Especiais para Grandes Volumes” – 6º Simpósio de Aplicação da Tecnologia do Concreto – SIMPATCON – Campinas – 1983. [7]VANDRADE, RUBENS VIANA – “Desenvolvimento de Novos Métodos Construtivos e Equipamentos de Construção para Barragens de Concreto” – Tema III – XIV Seminário Nacional de Grandes Barragens – 1981. [8]Itaipu Binacional – Aspectos Técnicos do Empreendimento Itaipu – Rio de Janeiro – 1989. [9] FARAGE DO NASCIMENTO J. F., MIACHON FILHO G., PACELLI DE ANDRADE W., ANDRADE C., MATOS C., (2001) - “Concreto Submerso do 2o Estágio das Guias dos Stop Logs na UHE Porto Colômbia”, 43O Congresso Brasileiro de Concreto, Foz do Iguaçu-PR. [10] MIACHON FILHO G., GUERRA M., DIAS SOBRINHO C. A., FARAGE DO NASCIMENTO J. F., PACELLI DE ANDRADE W., ANDRADE C., MATOS C. G. – “Recuperação das Guias dos Stop-Logs da Tomada D'Água nas Unidades Geradoras 1 e 2 da UHE de Porto Colômbia” [11] Miachon FILHO G., Sales Goz R., Dias SOBRINHO C. A., Bittencourt R. M., Pacelli de Andrade W. (2003) – “Underwater Concrete Restoration of the Water Inlet Stop Log Guides at Generation Units 1 and 2 of the Porto Colômbia Hydroelectric Plant”, 21st ICOLD Congress - Montréal. [12] SOARES A. M., VIANA M., CORRÊA N. L. A., CORRÊA S. F., CORRÊA M. F., ANDRIOLO F. R. (2003) - “Rio Descoberto Dam: Water Supply System for Brasília City - Brazil – Rehabilitation and Performance”, 21st ICOLD Congress - Montréal. [13] ROCHA ALVES E. F., LEROY G., BITTENCOURT R. M., PACELLI DE ANDRADE W., (2000) - “Estudo de Concreto Subaquático”, 42º Congresso Brasileiro do Concreto, Fortaleza-CE, pág. 134. [14] GRAÇA N. G., GUERRA E. A., MENDES H. S., FARAGE DO NASCIMENTO J. F., PACELLI DE ANDRADE W. (2003) - “Concreto para Lançamento Subaquático”, 45o REIBRAC [15] LOPES A. N. M., CARMO J. B. M., FARAGE DO NASCIMENTO J. F., BITTENCOURT R. M., PACELLI DE ANDRADE W., (2001) - “Simulação de Concretagem Submersa a Grandes Profundidades”, XXIV SNGB, Fortaleza, CE, Tema 3, Págs 371-380. [16] PACELLI DE ANDRADE W. (2003) - “General Repórter – Ageing and Rehabilitation of Concrete and Masonry Dams and Appurtenant Works”, 21st ICOLD Congress, Montreal.
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