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Caso concreto TGP

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Boa Tarde a todos,
Referente a postagem sobre o acesso a justiça, tem-se como enfoque a burocratização do sistema jurisdicional.
Tendo em vista a crescente preocupação dos órgãos do Poder Público com constantes demandas da população ao judiciário que resultam em volumosos gastos de recursos financeiros bem como de tempo, diversos mecanismos foram criados desde a promulgação da Constituição Federal de 1988 como: Os Juizados Especiais, os meios adequados de solução de conflitos, anteriormente denominados de meios alternativos e outros.
Todavia, esses mecanismos ainda não dão resposta suficiente a demanda do povo brasileiro ao efetivo acesso a justiça pois esse acesso não esta para a população como um acesso apenas como demanda mas sim como verdadeiro sentido de JUSTIÇA. Da mesma forma a economia processual pressupõe, celeridade, informalidade, boa-fé e ainda assim persistem as dificuldades de estancar essa dívida colonial do Poder Judiciário junto a população brasileiro porque esse problema é oriundo das mazelas da autocracia que reinou neste país e assumiu o poder judiciário distribuindo o acesso a justiça à partir de parâmetros de direitos positivados somente para determinada classe dominante.
Se antes, existiam volumes de processos no gabinete do Juiz, atualmente existem milhares de demandas que aguardam decisões de qualidade com respeito a dignidade da pessoa humana pois acesso a justiça com efeito de apenas decidir o conflito da lide com certeza tem repercussões no tecido social e por isso essas demandas, retornam com mais força porque são questões “aparentemente fáceis” mas que a sociedade inteiramente desinformada por não dispor de uma adequada formação bem como a técnica especifica do direito que dificultam por ora o entendimento principalmente da classe mais necessitada.
Sugere-se que o justo acesso ao Poder Judiciário seja possível através de Políticas Públicas (através de associações de bairro,assistentes sociais, sindicatos e outros, a promoverem atividades jurídicas nestes espaços comuns) que incentivem a classe desfavorecida a conhecer as possibilidades de proteção que o Estado tutela antes que ocorra a agressão ao seu direito.
Entende Fredie Didier Junior que o inciso XXXV do art. 5° da Lei Maior, retrata o direito fundamental à inafastabilidade da apreciação pelo Poder Judiciário. Referido professor ensina que:
“Prescreve o inciso XXXV do art. 5° da Constituição Federal do Brasil: “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. Trata, o dispositivo, da consagração, em sede constitucional, do direito fundamental de ação, de acesso ao Poder Judiciário, sem peias, condicionamentos ou quejandos, conquista histórica que surgiu a partir do momento em que, estando proibida a autotutela privada, assumiu o Estado o monopólio da jurisdição. Ao criar um direito, estabelece-se o dever – que é do Estado: prestar a jurisdição. Ação e jurisdição são institutos que nasceram um para o outro.”[1] (Acessado em 16/09/2017 as 11:24) 
É importante ressaltar que o acesso à justiça é algo mais denso que apenas o acesso ao Judiciário. Acesso à Justiça ou Acesso ao Judiciário, porque há que se questionar também, a igualdade de condições na busca de resultados socialmente justos.
No mesmo sentido, Andrighi (1996 apud Souza, 2004, p.33) afirma:
[...] é importante destacar que não se deve confundir acesso à justiça com acesso ao judiciário. Segundo o Prof. Kazuo Watanabe ‘acesso à justiça longe de confundir-se com o ‘acesso ao judiciário ‘, significa algo mais profundo: pois importa o acesso ao justo processo’. O acesso ao Judiciário, porém, antecede e é menos profundo que o acesso à Justiça. Consubstancia-se na possibilidade e facilidade colocada à disposição  do cidadão  para reivindicar os seus direitos. E somente após ter o acesso a esse Poder é que se pode mencionar o acesso à Justiça[..].
[1] DIDIER JR., Fredie. "Curso de Direito Processual Civil. Vol. 1. Teoria Geral do Processo e Processo de Conhecimento." 12ª ed. Salvador: Editora JUS PODIVM, 2010. Pág. 105

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