Buscar

Resumo de Ciência Política.

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

Resumo de Ciência Política – AV1
Teoria sobre a origem do Estado.
As Teorias Contratualistas - Hobbes, Locke e Rousseau:
Contratualismo: Conjunto de teorias políticas que veem a origem da sociedade e o fundamento do poder político num contrato, isto é, num acordo tácito ou expresso entre a maioria dos indivíduos, acordo que assinalaria o fim do estado natural e o início do estado social e político.
Três grandes pensadores modernos marcaram a reflexão sobre a questão política: Hobbes, Locke e Rousseau. Um ponto comum perpassa o pensamento desses três filósofos a respeito da política: a ideia de que a origem do Estado está no contrato social. Parte-se do princípio de que o Estado foi constituído a partir de um contrato firmado entre as pessoas. Aqui entende-se o contrato como um acordo, consenso, não como um documento registrado em cartório. Além disso, a preocupação não é estabelecer um momento histórico (data) sobre a origem do Estado. A ideia é defender que o Estado se originou de um consenso das pessoas em torno de alguns elementos essenciais para garantir a existência social. Porém, existem algumas divergências entre eles, que veremos a seguir:
Hobbes (1588-1679) acreditava que o contrato foi feito porque o homem é o lobo do próprio homem. Há no homem um desejo de destruição e de manter o domínio sobre o seu semelhante (competição constante, estado de guerra). Por isso, torna-se necessário existir um poder que esteja acima das pessoas individualmente para que o estado de guerra seja controlado, isto é, para que o instinto destrutivo do homem seja dominado. Neste sentido, o Estado surge como forma de controlar os "instintos de lobo" que existem no ser humano e, assim, garantir a preservação da vida das pessoas. Para que isso aconteça, é necessário que o soberano tenha amplos poderes sobre os súditos. Os cidadãos devem transferir o seu poder ao governante, que irá agir como soberano absoluto a fim de manter a ordem.
Locke (1632-1704) parte do princípio de que o Estado existe não porque o homem é o lobo do homem, mas em função da necessidade de existir uma instância acima do julgamento parcial de cada cidadão, de acordo com os seus interesses. Os cidadãos livremente escolhem o seu governante, delegando-lhe poder para conduzir o Estado, a fim de garantir os direitos essenciais expressos no pacto social. O Estado deve preservar o direito à liberdade e à propriedade privada. As leis devem ser expressão da vontade da assembleia e não fruto da vontade de um soberano. Locke é um opositor ferrenho da tirania e do absolutismo, colocando-se contra toda tese que defenda a ideia de um poder inato dos governantes, ou seja, de pessoas que já nascem com o poder (por exemplo, a monarquia). 
Rousseau (1712-1778) considera que o ser humano é essencialmente bom, porém, a sociedade o corrompe. Ele considera que o povo tem a soberania. Daí, conclui que todo o poder emana (tem sua origem) do povo e, em seu nome, deve ser exercido. O governante nada mais é do que o representante do povo, ou seja, recebe uma delegação para exercer o poder em nome do povo. Rousseau defende que o Estado se origina de um pacto formado entre os cidadãos livres que renunciam à sua vontade individual para garantir a realização da vontade geral. Um tema muito interessante no pensamento político de Rousseau é a questão da democracia direta e da democracia representativa. A democracia direta supõe a participação de todo o povo na hora de tomar uma decisão. A democracia representativa supõe a escolha de pessoas para agirem em nome de toda a população no processo de gerenciamento das atividades comuns do Estado.
Elementos constitutivos do Estado – Território, Povo, Soberania e Governo:
Povo, nação e população:
Povo é aquele grupo que possui vínculo jurídico-político com o Estado, podendo ser brasileiro nato ou naturalizado. Grupo humanizado integrado com a ordem jurídica estatal.
Nação é um grupo de indivíduos que estão em um mesmo território e possuem afinidades afins, como, econômicos, culturais, materiais, espirituais, raciais que mantem os mesmos costumes e tradições dos antepassados. Constitui a nação, brasileiros natos e naturalizados. Termo aplicado a uma comunidade de base histórico-cultural, com conceito idêntico de vida e iguais expectativas, pertencimento e existência.
População, abrange o geral em um determinado lugar. Brasileiros natos e naturalizados, estrangeiros e apátridas. Conjunto de pessoas que vivem em determinado território estatal, mesmo que nele se achem temporariamente.
Mar territorial, zona econômica exclusiva ou plataforma continental:
Características do território:
Unidade: não é geográfica apenas, nem natural e contínua somente. É sobretudo jurídica.
Impenetrabilidade: Ordem jurídica Nacional tem validade exclusiva para determinado território. Por exceção, tratados internacionais, passagem consentida em tempo de guerra, etc.
Abrangência do território: Solo, superfície da terra, rios, lagos internos, bacias, golfos e portos, sobre as áreas compreendidas sobre as fronteiras estatais, além das águas territoriais.
Mar territorial, a soberania do Estado costeiro sobre o seu território e suas águas interiores estende-se a uma faixa de mar adjacente - mar territorial - com dimensão de até 12 milhas marítimas a partir das linhas de base. No mar territorial, o Estado costeiro exerce soberania ou controle pleno sobre a massa líquida e o espaço aéreo sobrejacente, bem como sobre leito e o subsolo deste mar. Há direito dos navios estrangeiros de passagem inocente.
ZEE, compreende uma faixa que se estende das 12 ás 200 linhas marítimas, contadas a partir das linhas de base que servem para medir a largura do mar territorial. O Brasil tem direitos de soberania para fins de exploração e aproveitamento, conservação e gestão dos recursos naturais, vivos ou não-vivos, das águas sobrejacentes ao leito do mar, do leito do mar e seu subsolo, e no que se refere a outras atividades com vistas à exploração e ao aproveitamento da zona para fins econômicos. A realização por outros Estados, na zona econômica exclusiva, de exercícios ou manobras militares, em particular as que impliquem o uso de armas ou explosivas, somente poderá ocorrer com o consentimento do Governo brasileiro. É reconhecido a todos os Estados o gozo, na zona econômica exclusiva, das liberdades de navegação e sobrevoo, bem como de outros usos do mar internacionalmente lícitos, relacionados com as referidas liberdades, tais como os ligados à operação de navios e aeronaves.
A plataforma continental do Brasil, compreende o leito e o subsolo das áreas submarinas que se estendem além do seu mar territorial, em toda a extensão do prolongamento natural de seu território terrestre, até o bordo exterior da margem continental, ou até uma distância de duzentas milhas marítimas das linhas de base, a partir das quais se mede a largura do mar territorial, nos casos em que o bordo exterior da margem continental não atinja essa distância.
Governo:
Realiza o monopólio coercitivo dos meios racionais de violência do poder estatal. Representa o aparelho de mando e coerção exercitados pelo Estado.
Tipos de federalismo:
Por agregação: Estado Federal se forma a partir da união de antigos Estados soberanos, criando uma nova realidade nacional. Ex. Estados Unidos.
Por desagregação: deliberação de um Estado unitário em promover uma descentralização política interna. Ex. Brasil em 1889.
Federalismo dual: divide rigidamente as competências entre os entes federativos, cabendo a cada um o quanto expressamente disposto na Constituição.
Federalismo cooperativo: flexibilização desta rigidez, promovendo cooperação por meio da criação de atribuições comuns entre os entes da federação.
Federalismo simétrico: todos os entes federados são considerados iguais em termos de representação no Poder Legislativo nacional. Ex. Senado Federal no Brasil e nos EUA.
Federalismo assimétrico: há uma representação proporcional de acordo com a população no Poder Legislativo nacional. Ex. Câmarados Deputados no Brasil e nos EUA.
Soberania - interna, externa e características:
A soberania compreende duas faces: 
a) uma face interna, que denota o poder do Estado sobre as demais estruturas internas da sociedade; 
b) uma face externa, que denota a independência de um Estado em relação aos demais entes estatais.
Características da soberania:
Una: não se admite no mesmo Estado a convivência de duas soberanias.
Indivisível: se aplica à universalidade dos fatos ocorridos no Estado, sendo inadmissível a existência de partes separadas de uma mesma soberania.
Inalienável: aquele que a detém desaparece quando ficar sem ela.
Imprescritível: não há prazo certo nem definido ou limitado de seu exercício ou duração.
Exclusiva: só o Estado a possui.
Originária: nasce no momento em que nasce o Estado.
Soberania x Governo segundo Weber:
Estado não se confunde com governo. O Estado é organizado política, social e juridicamente, ocupando um território definido onde, normalmente, a lei máxima é uma constituição escrita. É dirigido por um governo que possui soberania reconhecida tanto interna como externamente. Um Estado soberano é sintetizado pela máxima "Um governo, um povo, um território". O Estado é responsável pela organização e pelo controle social, pois detém, segundo Max Weber, o monopólio da violência legítima (coerção, especialmente a legal).
Formas de Estado, características do Estado Federal:
– Autonomia dos Estados – Membros.
– Constituição como fundamento jurídico do Estado Federal.
– Inexistência de Direito de secessão.
– Aspectos Unitários nos planos internacional e interno.
– Repartição de Competências.
– Confederação tem como fundamento um Tratado, já o Estado Federal tem na Constituição o seu maior fundamento.
– O Estado Federal é uma comunhão perpétua e indissolúvel.
– Há uma cláusula proibitiva do desligamento dos entes federados – Maneira de proteção = Intervenção Federal.
– O Estado Federal é Uno, seja no plano internacional (nacionalidade, território e personalidade) ou interno.
– No plano interno a unidade da federação se manifesta pela existência, ao lado dos diversos ordenamentos jurídicos estaduais, de um ordenamento jurídico federal válido em todo o território nacional.
– Federação = sociedade de Estados – Previsão do Senado Federal.
– A federação, a rigor, é um grande sistema de repartição de competências (fornecem substância à descentralização do poder).
– Autonomia = autos (próprio) + nomos (norma) = edição de normas próprias.
– A autonomia dos Estados-membros pressupõe a repartição constitucional de competências para o exercício e o desenvolvimento de sua atividade normativa.
Federação x Confederação:
Federação:
Descentralização política e administrativa
Constituição escrita e rígida. Controle judicial do pacto federativo
Representação dos entes federados no Poder Legislativo nacional
Não há direito de secessão.
Cidadãos são nacionais do Estado Federal
Não há direito de nulificação: decisões dos órgãos centrais são obrigatórios para os entes federados. Órgãos centrais são os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
Órgão legislativo é bicameral: uma câmara para representar o povo do Estado Federal e outra para as unidades autônomas
Confederação:
União de Direito Internacional entre dois ou mais Estados soberanos. Tratado internacional. Natureza contratual. Cooperação militar e econômica.
Há direito de secessão por meio da denúncia do tratado.
Cidadãos são nacionais dos Estados da Confederação.
Estados membros da Confederação têm direito de nulificação, podem se opor às decisões do órgão central (Dieta).
Órgão legislativo é unicameral.
Estado Unitário:
Estado unitário é formado por um único Estado, existindo uma unidade do poder político interno, cujo exercício ocorre de forma centralizada; qualquer grau de descentralização depende da concordância do poder central - ex.: Brasil-Império, Itália, França e Portugal.
O Estado denominado unitário apresenta-se como uma forma de Estado na qual o poder encontra-se enraizado em um único ente interestatal. Ou seja, é o Estado centralizado cujas partes que os integram estão a ele vinculadas, não tendo, assim, qualquer autonomia.
No Brasil, tivemos essa forma de Estado à época da Constituição Imperial de 1824.
Monarquia x República: 
A monarquia é um sistema de governo em que o monarca, caracterizado pela figura do rei, governa um país como chefe de Estado. Ela é a mais antiga forma de governo ainda em vigor. Uma característica desse sistema de governo e que os monarcas governavam sem limites de poder, representado pela família real. O significado da palavra, inclusive, está ligado a essa característica. Quanto a escolha do governante, ela está ligada a hereditariedade, ou seja, o poder vai se revezando com os próprios membros da família, de acordo com a ordem de sucessão.
A república é uma forma de governo que o Chefe de Estado é eleito pelos representantes dos cidadãos ou pelos próprios cidadãos. Ele exerce a função de governar a nação durante um tempo limitado. Uma das características mais importantes da República é a vertente eleitoral do presidente. O presidente está subordinação a leis fundamentais e à constituição. Essas ferramentas servem de norte para a existência de um estado organizado.
Principais diferenças entre monarquia e república:
Cargo – Se na monarquia o rei governa até o fim da sua vida, ou enquanto tiver condições, na república, o presidente exerce a função durante um mandato que tem a duração estipulada na constituição do país.
Poder – Na monarquia, o rei não responde pelos atos políticos perante o povo. Em contrapartida, na república, o poder é dado a um representante popular por meio de votação direta.
Sucessão – Nesse caso, na monarquia a sucessão ao trono fica na própria família, seguindo a linha sucessória. Já na república, dependendo da forma com que as decisões por parte do presidente sejam tomadas, o presidente pode ser afastado das suas atribuições de forma definitiva, por meio de impeachment.
Separação de Poderes – tripartidarismo de poderes segundo Montesquieu: 
Teoria da separação de poderes em Montesquieu:
Tripartição de poderes:
a) Poder Legislativo: fazer as leis.
b) Poder Executivo: guerra e paz, segurança interna, defesa nacional, execução das leis.
c) Poder de julgar: punição dos crimes e julgamento das querelas entre os indivíduos. Poder de julgar: nulo e invisível, pois decorreria da lei. Magistratura deveria ser transitória, e não permanente. Julgar as leis.
Origem do Estado – Poder Político: 
O conceito de poder político está relacionado com as disputas políticas inseridas nas instituições e na convivência diária dos indivíduos de uma sociedade. O Poder Político, por conseguinte, está atrelado tanto ao conceito de Poder Social que envolve as relações humanas em sociedade quanto à função de mediação de conflitos da política. Isso, entretanto, está inserido em um contexto específico no Estado moderno: o monopólio do uso da força. De maneira concisa, isso quer dizer que o poder político do Estado moderno se sustenta no domínio exclusivo do uso da violência de forma legítima, o que, em contrapartida, não quer dizer que o poder político se configura pela utilização da violência, mas, sim, pelo controle da utilização dessa força como forma coativa. Em outras palavras, o poder político configura-se pela exclusividade do uso da força em relação a um conjunto de grupos que formam um mesmo contexto social. Essa exclusividade, todavia, deve ser resultado de um processo que deve ocorrer em toda a sociedade organizada, em que todo o poder de coação individual seja relegado ao Estado. Dessa forma, a disputa política ocorre pelo controle desse poder agregado na figura da instituição, que, por ter sido legitimada pela população que aceita viver sob suas determinações, passa a ser a fonte de todo poder de ação legítima. O Estado é, portanto, a única entidade que possui o poder genuíno de lançar mão do uso da força como forma de intervenção,caso se verifique a necessidade, nas ações dos sujeitos que estão submetidos à sua jurisdição. O Poder Político pode ser entendido, portanto, como a capacidade de influenciar as ações dos sujeitos inseridos em um contexto social por meio das instituições políticas que regimentam as relações desse espaço. Essa, entretanto, é apenas uma das inúmeras interpretações do conceito de Poder Político.

Outros materiais