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CONTESTAÇÃO plano de aula 11 (joão pinho)

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ANÁPOLIS/GO
Processo nº 
JOÃO PINHO, espanhol, viúvo, contador, portador da carteira de identidade n°, expedida pelo, inscrito no CPF/MF sob o n°, residente e domiciliado na Rua Uruguai, n° 180, bairro, Goiania, GO, CEP, endereço eletrônico, nos autos da AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO, pelo rito comum que lhe move a EMPRESA XYZ, vem por seu advogado legalmente constituído que, para fins do artigo 106, inciso I do Código de Processo Civil, informa seu endereço profissional situado à Rua, n°, bairro, Cidade, Estado, CEP, endereço eletrônico, vem, perante Vossa Excelência apresentar sua
CONTESTAÇÃO
Pelos fatos e fundamentos jurídicos que a seguir expõe:
DAS PRELIMINARES
DA INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA DO JUÍZO:
Vem a ré, preliminarmente, indicar a incompetência absoluta do juízo em respeito ao artigo 337, inciso II do Código de Processo Civil.
“Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:
(...)
II – incompetência absoluta e relativa.”
Observa-se que a presente ação é fundada em direito pessoal, sendo regida pela regra geral processual civil, ou seja, deve ser proposta no foro de domicílio do réu nos termos do caput do artigo 46 do CPC.
“Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em erro direito real sobre bens imóveis será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu.”
Tratando a regra de competência absoluta, deve ser notado que o réu reside na comarca de Goiania e que a demanda tramita na comarca de Anápolis.
Por esta razão resta a incompetência absoluta deste juízo, devendo, portanto, ser a demanda remetida a Vara Cível da Comarca de Goiania, GO.
DO DEFEITO DE REPRESENTAÇÃO:
A lei Processual Civil vigente determina a alegação preliminar do defeito de representação no artigo 337, inciso IX.
“Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:
(...)
IX – incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização;”
É sabido que aparte autora deve ter capacidade de estar em juízo e capacidade postulatória, esta sendo conferida, por lei, aos advogados. Estes, por sua vez, devem acostar aos autos o documento de representação, qual seja a procuração.
Há de ser notada a ausência de procuração do advogado da autora nos autos. Sendo isto um defeito de representação, e, consequentemente, um vício da demanda há para a parte autora a incumbência de saná-lo.
DA AUSÊNCIA DE LEGITIMIDADE:
O Código de Processo Civil determina a alegação preliminar da ausência de legitimidade no artigo 337, inciso XI:
“Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:
(...)
XI – ausência de legitimidade ou de interesse processual.”
É presente a ausência de legitimidade passiva, tendo em vista que a parte autora busca a anulação de um negócio jurídico realizado entre o réu e suas filhas. 
Sendo certo que a anulação do negócio jurídico, se deferida, não atinge somente o doador, qual seja, o réu, como também as beneficiárias.
Assume o polo passivo da demanda, por ora, apenas o doador do negócio jurídico, devendo, em respeito ao artigo 339 do Código de Processo Civil, indicar as beneficiárias da doação.
“Art. 339. Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o sujeito passivo da relação jurídica discutida sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com as despesas processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação.”
Em cumprimento deste indica o réu suas filhas Mara Pinho e Marta Pinho residentes e domiciliadas na Rua, n°, bairro, Cidade, Estado, CEP, para que estas integrem o polo passivo da demanda. Sendo formado litisconsórcio passivo necessário e unitário nos termos dos artigos 114 e 116 do mesmo dispositivo legal.
“Art. 114. O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando, pela natureza da relação jurídica controvertida a eficácia depender da citação de todos que devam ser litisconsortes.”
“Art. 116. O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes.”
Demonstradas as preliminares passa-se a contrapor o mérito.
DO MÉRITO
DA PREJUDICIAL DO MÉRITO
DA DECADÊNCIA
Em sua inicial a parte autora manifesta pela anulação do negócio jurídico realizado em 06 de janeiro de 2012, sendo proposta a ação apenas em 08 de novembro de 2016.
Pelo que dispõe o artigo 178, inciso II da lei civil brasileira vigente existe, para pleitear anulação de negócio jurídico, prazo decadencial de quatro anos:
“Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação de negócio jurídico, contado:
(...)
II – no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico.”
Sendo o negócio jurídico realizado pelo réu apontado como fraude contra credores pela autora, há de ser aplicado o retro mencionado artigo.
Nesta forma, contando quatro anos da data de realização do negócio jurídico, o prazo para pleitear a sua anulação seria até 06 de janeiro de 2016. Para tanto a anulação só fora pleiteada em 08 de novembro de 2016, ou seja, dez meses após o fim do prazo legal.
Logo, resta demonstrado que o direito da autora de pleitear anulação do negócio jurídico decaiu, sendo certo que neste caso o efeito é a extinção do processo com resolução de mérito, nos termos do artigo 487, inciso II do Código de Processo Civil de 2015.
“Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz:
(...)
II – decidir, de oficio ou a requerimento, sobre ocorrência de decadência ou prescrição.”
Analisada a decadência do direito pleiteado pela autora passa-se a observância dos fatos alegados pela autora.
DOS FATOS
Alega a autora em sua inicial que ao ser locadora de um imóvel cujo locatário foi Mario Vargas, em contrato de locação firmado, este teve como fiador o réu. 
O locatário tornou-se inadimplente a partir de 06 de Abril de 2014, o que gerou a ação de despejo contra este que encontra-se em fase de execução para cobrança dos alugueis na 2ª Vara Cível de Anápolis.
Diante de tal inadimplência do locatário a autora está buscando o réu, na posição de fiador do inadimplente, para receber os débitos.
Ocorre que o contrato de locação firmado determinava, inicialmente o prazo de 30 meses, mas passou a vigorar por prazo indeterminado. Para tanto o réu, 120 dias antes do contrato de locação terminar, realizou a devida notificação a autora e ao locatário de que não renovaria a fiança se houvesse prorrogação contratual.
Como dito o contrato locação passou a vigorar em prazo indeterminado, logo o réu já não possuía obrigação para com a autora, nem com o locatário.
A parte autora busca por esta demanda anular o negócio jurídico realizado entre o réu e suas filhas para que este tenha patrimônio suficiente para responder pelo débito deixado pelo anterior inquilino da autora, tendo em vista que o réu se pôs como fiador de Mário Vargas.
No entanto, o locatário entrou em inadimplência apenas em 06 de Abril de 2014 e o réu realizou a doação às suas filhas, como adiantamento da legítima, em 06 de Janeiro de 2012.
É certo observar que na data da doação o réu não podia prever que o locatário do qual era fiador se tornaria inadimplente, logo não pode o réu ser apontado na prática de fraude à credor.
Além disso a doação realizada pelo réu preenche os requisitos legais, não sendo passível de vício anulável ou nulo. Desta forma não cabe o pedido da autora de anulação do negócio jurídico relatado.
DOS FUNDAMENTOS
O negócio jurídico do qual a autora busca anulação foi realizado em 06 de Janeiro de 2012 entre o réu e suas filhas. Sendo estas beneficiárias da doação de dois apartamentos situados na Rua Arboredo, n° 324, apts. 307 e 505, Anápolis, GO, no valor de R$ 200.000,00 cada.
Tal doação foi feita como adiantamento da legítima e obteve anuência expressa de ambas as filhas do réu, respeitando, desta forma, o que diz o artigo 544 do CódigoCivil Brasileiro vigente.
“Art. 544. A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento do que lhes couber por herança.”
A autora alega ainda que a realização do negócio jurídico tratou de redução patrimonial visando fraudar credores. Ocorre que tal redução patrimonial ocorreu 2 anos antes do locatário tornar-se inadimplente para com a autora.
Não podia o réu prever que reduzir o seu patrimônio implicaria em insuficiência para quitar o débito de seu afiançado.
A lei civil vigente em seu artigo 158 determina ao credor o direito de pleitear pela anulação do negócio jurídico quando os negócios de transmissão gratuita forem praticados por devedor já insolvente à época.
“Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos.”
Nesta forma, pode-se entender que para haver fraude contra credores deve ocorrer além da dilapidação patrimonial em si (“eventus damini”), também o “concilium fraudes”, ou seja a intenção de fraudar.
A mera diminuição patrimonial sem qualquer intenção de fraudar por si só não configura fraude contra credores Sendo observadas as datas da realização do negócio e do início da inadimplência não poderia haver pelo réu qualquer intenção de fraudar a autora.
Deve ser ressaltado ainda o fim do comprometimento do réu com a fiança do locatário tendo em vista a devida notificação aos interessados sobre sua falta de interesse em renovar a fiança em havendo renovação contratual.
Por esta contextualização legal, há de ser notado que o negócio jurídico realizado pelo réu não padece de vício ou fraude que justifique sua anulação.
DOS PEDIDOS
Diante do exposto, vem perante Vossa Excelência requerer:
1 – Seja acolhida a primeira preliminar arguida de incompetência absoluta, remetendo-se ao juízo competente, qual seja, vara cível da comarca de Goiania, GO, ou extinguindo-se o processo sem análise de mérito com fulcro no artigo 485 do Código de Processo Civil;
2 – Seja acolhida a segunda preliminar arguida do defeito de representação, intimando-se o autor para correção da irregularidade no prazo legal de 15 dias, sob pena de extinção do processo sem resolução de mérito;
3 – Seja acolhida a terceira preliminar arguida de ilegitimidade passiva, chamando ao processo para compor o polo passivo Mara Pinho e Marta Pinho, residentes e domiciliadas à Rua, n°, bairro, Cidade, Estado, CEP, ou extinguindo-se o processo sem análise de mérito com fulcro no artigo 485 do Código de Processo Civil;
4 – Caso não seja o entendimento de Vossa Excelência, requer o acolhimento da prejudicial de mérito de decadência com a consequente extinção do processo com análise de mérito, com fulcro no artigo 487, inciso II, do Código de Processo Civil;
5 – Sejam julgados IMPROCEDENTES todos os pedidos formulados pelo autor e declarados por sentença;
6 – Seja o autor condenado ao pagamento de honorários advocatícios e despesas processuais na base de 20% sobre o valor da causa;
DAS PROVAS 
Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, em especial documental, documental superveniente, testemunhal, pericial e depoimento pessoal do autor, na amplitude do artigo 369 e seguintes do Código de Processo Civil.
Nestes termos
Pede deferimento
__________,____,_____ de _________ de ________
Advogado
OAB

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