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Aula 7 Obrigações Solidárias

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 CENTRO UNIVERSIÁRIO ESTÁCIO DE BRASÍLIA Campus Estácio - Asa Sul - Brasília
DIREITO CIVIL II - CCJ0013
Semana Aula: 7
Obrigações Solidárias
Tema
Obrigações Solidárias    
Palavras-chave
Obrigação – solidária – ativa - passiva
Objetivos
Conceituar obrigações solidárias ativas e compreender seus reflexos jurídicos.
Conceituar obrigações solidárias passivas e compreender seus reflexos jurídicos.
Estrutura de Conteúdo
Obrigação Solidária Ativa
Conceito
Reflexos jurídicos
Obrigação Solidária Passiva
Conceito
Reflexos jurídicos
Procedimentos de Ensino
O presente conteúdo deve ser trabalhado nas duas aulas da sétima semana. É possível trabalhá-lo em uma única semana, podendo o professor dosar o conteúdo de acordo com as condições (objetivas e subjetivas) apresentadas pela turma.
 O professor deve iniciar a aula retomando o conceito de solidariedade visto na semana anterior, bem como, destacando os princípios comuns às obrigações solidárias passivas e ativas. Após, pode passar à análise pormenorizada dos reflexos jurídicos de cada uma das espécies de solidariedade.
 OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS ATIVAS
 Solidariedade ativa conceituam Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald (2008, p. 186), traduz um concurso de dois ou mais credores na mesma obrigação, cada um com direito a exigir a dívida por inteiro, bem como promover as medidas assecuratórias do crédito, como a constituição do devedor em mora e a interrupção da prescrição (art. 267, CC).
 São exemplos de obrigações solidárias ativas: conta bancária conjunta[1]; cofres de segurança, quando permitida a abertura a qualquer dos locatários individualmente.
Do ponto de vista do credor a solidariedade ativa é instituto pouco utilizado[2] uma vez que traz consigo um elevado risco dos co-credores não receberem suas respectivas cotas do credor que recebeu o pagamento. Por isso, é facilmente substituída pelo mandato, por exemplo. Já do ponto de vista do devedor é instituto que apresenta evidentes vantagens, como a possibilidade de pagar a integralidade a qualquer dos credores, obtendo a respectiva quitação (art. 269, CC).
 São características das obrigações solidárias ativas:
Cada um dos credores solidários pode exigir do devedor o cumprimento integral da obrigação (art. 267, CC), não sendo permitido ao devedor opor exceção de divisão.
O devedor pode realizar o pagamento a qualquer um dos credores, desde que ainda nenhum deles tenha lhe demandado (art. 268, CC, princípio da prevenção). Apenas aquele que demandar em juízo poderá executar a sentença.
Qualquer um dos credores pode promover medidas assecuratórias de seu crédito e conservação de seus direitos. Portanto, os efeitos da mora constituída por um dos credores, a todos aproveitará.
A interrupção da prescrição promovida por um dos credores, a todos aproveita (art. 204, §1º, CC). No entanto, as causas suspensivas, por terem caráter personalíssimo, não se comunicam aos co-credores, exceto se o objeto for indivisível (art. 201, CC).
Se um dos concredores se torna incapaz, nenhum reflexo haverá sobre a solidariedade.
 São efeitos das obrigações solidárias ativas:
Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um deles só poderá exigir e receber sua quota proporcional ao quinhão hereditário, salvo no caso de prestações indivisíveis (art. 270, CC, refração do crédito). Havendo apenas um herdeiro ou se todos agirem conjuntamente, poderão exigir a prestação por inteiro.
Convertendo-se a obrigação em perdas e danos, subsiste a solidariedade (art. 271, CC).
A um dos credores solidários não pode o devedor opor exceções pessoais[3] oponíveis aos outros (art. 273, CC); pode apenas opor as exceções objetivas. Exemplifica Carlos Roberto Gonçalves: se o devedor está sendo cobrado em juízo por um credor plenamente capaz, não pode alegar, em seu benefício, e em detrimento daquele, defeito na representação ou na assistência de outro credor solidário.
O julgamento contrário a um dos credores não atinge os demais; o julgamento favorável a todos aproveita (art. 274, CC, extensão, ultra partes, da coisa julgada secundum eventum litis (a coisa julgada segundo o resultado do processo), exceto se se fundar em exceção pessoal).
O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante que foi pago (art. 269, CC), mas não extingue a solidariedade com relação ao restante.
A confusão operada na pessoa do credor solidário só extingue a obrigação até a concorrência da respectiva parte do crédito (art. 383, CC).
O credor que tiver remitido[4] a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte que lhes cabia (art. 272, CC).
O credor que remitiu a dívida (integral ou parcialmente) responderá aos demais credores pela parte remitida.
Se a obrigação for nula quanto a um dos concredores, sua parte será deduzida do todo.
 OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS PASSIVAS
Ao contrário das obrigações solidárias ativas que possuem pouca utilidade prática atualmente, as obrigações solidárias passivas são de grande utilização, permitindo aumento das garantias em relações obrigacionais.
 A obrigação solidária passiva pode ser conceituada como a relação obrigacional, oriunda da lei [arts. 154; 585; 1.003 parágrafo único, CC...] ou da vontade das partes, com multiplicidade de devedores, sendo que cada um responde ?in totum et totaliter? pelo cumprimento da prestação como se fosse o único devedor? (Carlos Roberto Gonçalves, 2010, p. 136). Portanto, todos os devedores respondem igualmente pela integralidade da dívida.
 São características das obrigações solidárias ativas:
O credor pode exigir a integralidade do crédito de qualquer um dos devedores (art. 275, CC). Se o pagamento foi parcial subsiste para todos os devedores a solidariedade quanto ao saldo, ficando os devedores liberados até a concorrência da importância paga.
A concordância em receber o pagamento parcial não importa renúncia à solidariedade ou ao restante da dívida. O mesmo ocorre quando a demanda é proposta apenas em face de um dos devedores uma vez que o litisconsórcio é facultativo ou voluntário[5]. No entanto, destacam Nelson Rosenvald e Cristiano Chaves de Farias (2008, p. 191-192) que ?sempre levará em consideração a necessidade da preservação do princípio da boa-fé objetiva. O credor não poderá exercer o seu direito subjetivo de agira em face de qualquer credor, de maneira desproporcional, excessiva e caprichosa, pois incidirá em abuso de direito (art. 187 do CC). Cabe ao magistrado avaliar com precisão se o exercício de lides diversas em face dos co-devedores não representa uma violação da lealdade e uma infração do dever lateral de cooperação entre as partes da relação obrigacional?.
O devedor demandado não pode invocar o benefício de divisão pretendo pagar apenas a sua quota.
Paga a integralidade por um só dos devedores, a obrigação fica extinta. Mas aquele que pagou tem direito de exigir as respectivas cotas dos demais co-devedores (arts. 277 e 283, CC).
Não se compreende a solidariedade nas obrigações de fazer personalíssimas.
  São efeitos das obrigações solidárias ativas:	
A morte de um dos devedores solidários transmite aos herdeiros apenas o débito referente ao seu quinhão hereditário e limitado às forças da herança; salvo se a obrigação for indivisível (arts. 276 e 1.792, CC).
O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não aproveita aos demais devedores senão até a concorrência da quantia paga ou relevada (arts. 277 e 388, CC).
O credor pode renunciar[6] (expressa ou tacitamente) à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá quanto aos demais (art. 282, CC). O beneficiado pela renúncia passa a ser devedor pro rata.
Os devedores exonerados da solidariedade contribuirão pela parte da obrigação que incumbir ao insolvente (art. 284, CC).
É ineficaz a estipulação adicional mais gravosa aos co-devedoresque não participaram da avença (art. 278, CC). Ninguém pode ser obrigado a mais do que consentiu ou desejou.
Impossibilitada a prestação por culpa de um dos devedores, subsiste para todos o dever de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado (art. 279, CC).
Todos os co-devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida (art. 280, CC).
O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoas de outros co-devedores (art. 281, CC).
Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, responderá este por toda ela para com aquele que pagar (art. 285, CC).
Ao final da aula o professor deve perguntar se ainda existem dúvidas com relação aos tópicos abordados. Após, deve realizar breve síntese dos principais aspectos abordados nesta semana dando ênfase especial aos exemplos trabalhados, preparando o aluno para o próximo tópico: transmissão das obrigações.
[1] Lembre-se: são credores solidários perante o banco, mas não são devedores solidários perante o portador do cheque emitido por qualquer deles (STJ).
[2] Carlos Roberto Gonçalves (2010, p. 122-123) afirma que os seguintes inconvenientes tornam o instituto decadente: o credor que recebeu pode tornar-se insolvente; o credor que recebeu pode não repassar as quotas dos demais; os credores ficam à mercê um dos outros, fiados exclusivamente na sua probidade e honradez; nenhum dos credores pode voltar atrás unilateralmente.
[3] Deve o professor diferenciar exceções pessoais (vícios do consentimento, incapacidade, moratória...) de exceções materiais ou comuns (pagamento, objeto ilícito, impossibilidade da prestação...).
[4] Ressalvam Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald (2008, p. 187) que ?remissão do débito não se confunde com a renúncia ao débito. Esta é uma espécie de negócio jurídico unilateral abdicativo, enquanto a remissão é negócio jurídico bilateral extintivo da obrigação que apenas se aperfeiçoa com a anuência do devedor, não podendo prejudicar terceiros (art. 385 do CC)?.
[5] O co-devedor, no entanto, pode realizar chamamento ao processo que Nelson Rosenvald e Cristiano Chaves de Farias (2008, p. 197) entendem ser verdadeira afronta ao princípio da instrumentalidade do processo ?na medida em que o direito processual não pode inviabilizar o exercício do direito material, pois o processo é instrumento de realização do direito material e não um fim em si mesmo. Assim, não se pode por intermédio do processo, aniquilar o instituto da solidariedade, criado não em benefício do devedor solidário para resolver as suas pretensões com os demais co-devedores solidários, mas em benefício exclusivamente do credor. As soluções que o processo tem de dar, portanto, devem levar em consideração a natureza e a finalidade desse instituto de direito material denominado solidariedade?
[6] A renúncia pode ser realizada ainda que a solidariedade tenha sido determinada pela lei).
Caso Concreto 
A Universidade quando financia o curso de um estudante, geralmente exige um fiador ou um avalista (art. 897), de modo que se o devedor não pagar a dívida no vencimento, o credor irá processar o devedor, o fiador ou o avalista.
 
a) Como pode ser classificada esse tipo de obrigação assumida?
 
b) Quais as consequências legais desse tipo de obrigação assumida?
c) Como deve proceder o credor em caso de ter que recorrer à justiça para ressarcir-se de um prejuízo por dívida de obrigação solidária passiva?
Questões Objetivas 
1 - Assinale a alternativa correta:
a) A obrigação solidária não se presume, resulta da lei ou da vontade das partes.
b) Quando a cominação decorrer de cláusula penal, o seu valor poderá exceder o da obrigação principal.
c) Credor que propõe ação contra um dos devedores solidários fica impedido de fazê-lo contra os outros.
d) Todas as alternativas estão incorretas.
2-As obrigações solidárias passivas caracterizam-se por:
a) Sua indivisibilidade;
b) Serem exigíveis total ou parcialmente de qualquer dos devedores;
c) Serem exigíveis totalmente, apenas, de um dos devedores;
d) Sua indivisibilidade e possibilidade de exigência conjunta ou individualmente, total ou parcialmente, de qualquer dos devedores.
Avaliação
Caso Concreto 
A Universidade quando financia o curso de um estudante, geralmente exige um fiador ou um avalista (art. 897), de modo que se o devedor não pagar a dívida no vencimento, o credor irá processar o devedor, o fiador ou o avalista. 
a) Como pode ser classificada esse tipo de obrigação assumida? 
b) Quais as consequências legais desse tipo de obrigação assumida?
c)  Como deve proceder o credor em caso de ter que recorrer à justiça para ressarcir-se de um prejuízo por dívida de obrigação solidária passiva?
Sugestão de gabarito: 
a) Fiança e aval que exemplos de solidariedade passiva decorrentes de acordo de vontades.
b) Ocorrendo a solidariedade passiva mais de um devedor, chamado coobrigado, com seu patrimônio (391), se obriga ao pagamento da dívida toda (275).
c) Por exemplo, havendo três devedores solidários, o credor terá três pessoas para processar e exigir pagamento integral, mesmo que a obrigação seja divisível. O credor escolhe se quer processar um ou todos os devedores (parágrafo único do 275). Aquele devedor que pagar integralmente a dívida, terá direito de regresso contra os demais coobrigados (283).
Questões Objetivas
1 - Assinale a alternativa correta:
a) A obrigação solidária não se presume, resulta da lei ou da vontade das partes.
b) Quando a cominação decorrer de cláusula penal, o seu valor poderá exceder o da obrigação principal.
c) Credor que propõe ação contra um dos devedores solidários fica impedido de fazê-lo contra os outros.
d) Todas as alternativas estão incorretas.
2 - As obrigações solidárias passivas caracterizam-se por:
a) Sua indivisibilidade;
b) Serem exigíveis total ou parcialmente de qualquer dos devedores;
c) Serem exigíveis totalmente, apenas, de um dos devedores;
d) Sua indivisibilidade e possibilidade de exigência conjunta ou individualmente, total ou parcialmente, de qualquer dos devedores.
Gabarito: 1.LETRA A;  2.LETRA B
Considerações Adicionais
Prof. René Dellagnezze

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