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RESUMO DE DIREITO DE FAMÍLIA

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RESUMO DE DIREITO DE FAMÍLIA
AULA 1: DIREITO DE FAMÍLIA
Direito de Família, o ramo do Direito Civil que disciplina as relações jurídicas (pessoais e patrimoniais) entre as pessoas unidas pelo parentesco, pelo matrimônio e pela união estável, bem como, os institutos assistenciais da tutela e da curatela (arts. 1.511 a 1.783, CC). É um conjunto de normas jurídicas que regulamentam as múltiplas relações familiares existentes atualmente na sociedade.
Família é o núcleo existencial integrado por pessoas ( família é formada por pelo menos 2 pessoas); unidas por vínculos sócio-afetivos( a afetividade é o que une a família); teleologicamente vocacionada a permitir a realização plena de seus integrantes( a finalidade da família é a concretização das aspirações individuais)
Família é uma construção cultural, ou seja, a cultura muda no tempo e no espaço significa que não há padrão considerado “correto” de família, a mesma é um agrupamento informal porque não existe forma prescrita em lei que a defina
PROVA: Uma pessoa sozinha pode alegar que o imóvel no qual ela reside é impenhorável pelo fato de ela não ter família? Um banco pode solicitar a penhora? No caso em questão deve-se analisar o direito fundamental à habitação, a preservação da dignidade levando-se em consideração o mínimo existencial. Por conta desse fato, o banco não pode solicitar a penhora, mesmo a pessoa sendo sozinha no mundo, pois o imóvel em questão deve ser considerado como bem do patrimônio mínimo, não bem de família.
O Código Civil de 2002 Tomado por conceitos indeterminados, abertos e flexíveis, trouxe como principais mudanças o reconhecimento de outras formas de constituição da família (além do casamento); a igualdade absoluta entre cônjuges e entre filhos (independente da origem); a dissolubilidade do vínculo conjugal; o reconhecimento da união estável como figura diferente do concubinato. 
Família Patriarcal/ Matrimonializada
Tem finalidades religiosa, biológica, econômica, educacional, hierarquizada e patriarcal, patrimonializada (membros = força de trabalho), o regime de bens era o da comunhão universal ( todos os bens são comuns ao casal).
Matrimonializada, cuja desagregação do vínculo conjugal gerava a desagregação da família. Grande interferência do Estado. O fim do casamento gerava o fim da família.
Vigia até 2002 o regime de comunhão universal de bens
 O principal rompimento com a família matrimonializada é a PEC DO DIVÓRCIO, emenda constitucional 66/2010-retirou a necessidade de se mostrar a culpa do outro para divorciar-instituiu o divórcio direto, sem precisar esperar um ano após a separação.
Divórcio só pode ser realizado no cartório se for consensual, não houver disputa por bens e o casal não tiver filhos incapazes
Família Moderna, Nuclear ou Plural
Características:PROVA: EXPLICAR AS CARACTERÍSTICAS
Democrática: respeito mútuo e liberdade individual, relativa à democratização do sentimento (uniões homo afetivas)
Igualitária: não prevalece a opinião do pater, necessariamente, a mulher tem direito a opinar
Pluralizada: não se forma apenas pelo casamento
Biológica, civil ou sócio-afetiva: adoção, padrasto com enteado
Hetero e homoparental
Família hoje tem a função instrumental do afeto, “ o amor está para o direito de família, assim como acordo de vontade está para o direito dos contratos”
Natureza Jurídica do Direito de Família
- Direito Privado, mesmo sendo tutelado pela Constituição Federal, pois a doutrina considera que não há nada mais íntimo, mais privado que a família, como construção social. Não permite intervencionismo estatal exacerbado na espera privada, o Estado deve interferir como direito público, mas deve ser de forma moderada.
- Suas normas tem força de direito público: são irrenunciáveis (não se pode abrir mão delas); intransmissíveis, imprescritíveis, inalienáveis, imperativas( colocam imposições/ limitações nas pessoas), cogentes (incidem independente da vontade das partes)
AULA 2: TIPOS DE ENTIDADES FAMILIARES
Atualmente, despontam novos modelos de família, que fogem do modelo convencional, embora o mesmo exista também, nesses novos modelos, as famílias são mais igualitárias nas relações de sexo e idade, mais flexíveis em suas temporalidades e em seus componentes, menos sujeitas à regra e mais ao desejo.
A Constituição enlaçou o no conceito de entidade familiar e emprestou especial proteção à união estável e à comunidade formada por qualquer dos pais com seus descendentes, esses tipos são meramente exemplificativos. O casamento deixou de ser o único reduto da conjugalidade. 
O elemento distintivo de família, que coloca sob o manto da juridicidade, é a presença do vínculo afetivo a unir as pessoas com identidade de projetos de vida e propósitos em comuns, gerando comprometimento mútuo. Cada vez mais a idéia de família afasta-se da estrutura do casamento.
Matrimonial: Igreja+ Estado- casamento como sacramento indissolúvel. O perfil da família era: matrimonializada, patriarcal, hierarquizada, patrimonializada e heterossexual.
Monoparental: presença de somente um dos pais na titularidade o vínculo familiar. Apresenta diferença de gerações (transgeracionalidade), uma das suas principais causas é o divórcio ou a viuvez. Tem como origem o declínio do patriarcalismo e inserção da mulher ao mercado de trabalho.
Homoafetiva: relegada á marginalização devido à infertilidade de vínculos homossexuais.. O legislador, com medo de desagradar seu eleitorado, prefere não aprovar leis que concedam direitos às minorias alvo de discriminação. A ausência de lei, no entanto, não significa ausência de direitos.
-O reconhecimento de que uniões homoafetivas constituem entidade familiar, foi assegurado aos homossexuais acesso ao casamento. Submetem-se os noivos aos mesmos impedimentos e restrições legais.
-Em 2012 o STU possibilitou o casamento entre pessoas do mesmo sexo
-Resolução 175/13 do CNJ proibiu as autoridades competentes de recusarem a habilitação, a celebração do casamento civil ou a conversão da união estável em casamento.
Anaparental: não há diferença de gerações, como ocorre na monoparental. Formada pela convivência entre parentes ou pessoas em um mesmo lar, com o mesmo propósito- resulta da colateralidade de vínculos. Por exemplo, irmãos; tios com sobrinhos; entre primos.
-Há união de esforços- altera os direitos sucessórios, alimentícios, dentre outros.
Natural: entende-se por família natural, família de sangue, a comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes.
Família extensa ou ampliada: aquela que se estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade. A lei exige que já exista um vínculo de convivência, afinidade e afetividade da criança com algum parente como família extensa.
-O legislador ampliou o conceito constitucional de convivência familiar, dando preferência à família extensa sobre a família substituta ou qualquer outra forma de inserção de crianças e adolescentes.
Família Substituta: Tem por objetivo suprir o abandono dos pais biológicos. A preferência estabelecida pelo ECA é pela reintegração na família biológica, seja a natural ou extensa. Somente não havendo tal possibilidade é que passa a falar em família substituta.
Informal, concubinato, paralela ou simultânea: a lei emprestava juridicidade apenas constituída pelo casamento, vedando quaisquer direitos às relações nominadas de adulterinas ou concubinárias. Em regra não é considerada família, não tem direitos sucessórios ou a alimentos. Não se refere somente a amante, refere-se a pessoas impedidas de se casar. Por exemplo, casados que tem relacionamento extraconjugal, não pode se casar. Além dos impedimentos legais, como no caso dos parentes por afinidade. 
Ex; se uma pessoa casada, vive com outra pessoa, que não sabia do casamento, o concubino, não terá direito sucessóriosou previdenciários, de acordo com a legislação. A jurisprudência, no entanto, tem entendido diversamente, desde que comprovada a boa-fé da pessoa.
Reconstituída ou Recomposta: decorre de uma recomposição afetiva, com “bagagens” de relacionamentos anteriores. Tem carência de lei específica para ela
AULA 3: PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO DE FAMÍLIA
1 Princípio da Dignidade da Pessoa Humana: Considerado como princípio máximo, o princípio dos princípios. Deve ser analisada a partir da realidade do ser humano em seu contexto social. Valorização da pessoa em detrimento ao patrimônio. 
-O direito à casa própria parece ter relação direta com a proteção da pessoa humana. Isso gera interpretações extensivas para o ampara do imóvel em que reside pessoa solteira, separada ou viúva constitui bem de família, sendo, portanto, impenhorável; ampara-se no direito constitucional à moradia, direito social e fundamental.
-Outro exemplo da incidência da dignidade da pessoa humana nas relações familiares, refere-se a tese do abandono pater-filial ou abandono afetivo (teoria do desamor). Em mais de um julgado a jurisprudência condenou pais a pagarem indenização aos filhos, pelo abandono afetivo, por clara lesão à dignidade humana. “Amor é faculdade, cuidar é dever”
- Afeto de um pai a um filho não pode ser imposto, pois o Direito não obriga ninguém a amar, portanto não há nesse sentido, ato ilícito. No entanto, a falta do dever de cuidado expresso no artigo 229 CF 
Pergunta-se: É justo que os pais abandonem afetivamente seus filhos para seguirem projetos pessoais?
É justo que os pais abandonem afetivamente suas crias se elas forem empecilhos em suas próprias trilhas de vida, “punindo” apenas a cessação do poder familiar?
 Poder familiar são deveres para com os filhos, podendo ser retirado ou extinto, tal
 retirada não exime do pagamento de pensão alimentícia
2 Princípio da Igualdade entre os Filhos: repercute no campo patrimonial e pessoal. Superação de expressões discriminatórias (ex: bastardo,filho adulterino, incestuoso, espúrio). Todos os filhos são iguais perante a lei, havidos ou não durante o casamento. Essa igualdade abrange os filhos adotivos e os havidos por inseminação artificial heteróloga (com material genético de terceiros)
-Lei 8560/92: Regulamentou a investigação de paternidade dos filhos havidos fora do casamento, possibilitou aos filhos a chance de pleitear direitos, sobretudo sucessórios.
3 Princípio entre os cônjuges e companheiros: a lei reconhece a igualdade entre homens e mulheres no que se refere à sociedade conjugal ou convencional formada pelo casamento ou pela união estável. Diante de tal reconhecimento, o marido ou o companheiro pode pleitear alimentos da mulher ou companheira, ou vice versa.
4 Princípio da Igualdade na Chefia Familiar: Decorre do princípio da igualdade entre os cônjuges; regime democrático de colaboração, os filhos podem opinar, trata-se da superação da hierarquia para a diarquia; substituição do pátrio poder para o poder familiar. Utiliza-se a expressão despatriarcalização do Direito de Família, eis que a figura paterna não exerce o poder de dominação do passado. O regime é de companheirismo, não de hierarquia, desaparecendo a dilatorial figura do pai de família, não podendo sequer utilizar a expressão pátrio poder, substituída por familiar
PROVA: Quando se fala em poder familiar, está se falando às relações jurídicas entre pais e filhos. Anteriormente, o poder sobre o filho era absoluto do pai, com imposições e decisões unilaterais, e não da mãe. Atualmente, a sociedade onde a legislação prevê a igualdade entre os membros da família e, a autoridade dos pais, e não somente do pai, é reconhecida através de diálogo e explicações. São direitos e deveres que se ajustam para a satisfação de interesses de toda a família, buscando a convivência familiar sincera e pacífica.
5 Princípio da Solidariedade Familiar: Ser solidário significa responder pelo outro, se preocupar com outra pessoa. A solidariedade familiar deve ser tida em sentido amplo, tendo caráter afetivo, social, moral, patrimonial, espiritual e sexual. Trata-se de respeito e consideração mútuos aos membros da família. EX: alimentos avoengos (avós pagando alimentos para netos, responsabilidade subsidiária), alimentos dos filhos aos pais idosos, indenização por abandono familiar, alienação parental
6 Princípio do Maior Interesse da Criança e do Adolescente 
PROVA: Se ficar comprovada a culpa de um dos cônjuges pelo fim do casamento, como fica a questão da guarda dos filhos? Não existe análise de culpa no Direito de Família. Analisa-se o melhor interesse da criança. A regra é a guarda compartilhada.
7 Princípio da Afetividade ou da Comunhão Plena de Vida: O afeto é apontado hoje como o principal fundamento das relações familiares, decorre da valorização constante da dignidade da pessoa humana e da solidariedade. Ex: novas famílias( constitucionalmente prevista ou não): união estável, homoafetivas.
8 Função Social da Família: Anteriormente, a família possuía função política, econômica e educativa.Hoje, observa-se o respeito ao seu caráter eudemonista (identificação da família pelo vínculo afetivo, a família como meio para a busca da felicidade na relação com o outro) enquanto ambivalência para a realização do projeto de vida e de felicidade dos seus membros, respeitando-se com isso, a dimensão existencial de cada um. Família é um meio para a realização de nossos anseios e pretensões. As relações familiares devem ser analisadas dentro do contexto social e diante das diferenças regionais de cada localidade. A socialidade deve ser aplicada aos institutos de Direito de Família, assim como ocorre para os demais ramos do Direito Civil. A título de exemplo, a socialiadde pode servir para fundamentar o parentesco civil decorrente da paternidade socioafetiva. Pode servir também para a conclusão de tudo porque a sociedade muda, a família se altera e o Direito deve acompanhar essas transformações.
9 Princípio do Livre Planejamento Familiar ou Paternidade Responsável: O Planejamento familiar é livre ao casal, o Estado propicia recursos educacionais e científicos. Nada mais íntimo, mais privado que o Direito de Família. O Estado deve ser um protetor assistencialista e não repressor.
Pergunta-se: Seria a monogamia um princípio? Não, a monogamia é um costume

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