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Apostila Morfologia (1) Copia

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CURSO: AGRONOMIA 
 
DISCIPLINA: MORFOLOGIA VEGETAL 
 
CARGA HORÁRIA: 72 HORAS/AULA – 4 CRÉDITOS 
 
PROFESSOR: Me. MARCIANO BALBINOT 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RUA CARLOS KUMMER S/N – BAIRRO UNIVERSITÁRIO - ITAPIRANGA/SC – CEP 89896-000 – FONE/FAX (49) 3678-8700 
 
1. FLOR 
 
1.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS 
É o conjunto de folhas, modificadas através de metamorfoses, constituindo os 
antófilos (folhas florais = folhas calicinais, folhas corolíneas, folhas estaminais e folhas 
carpelares), que formam o órgão de reprodução sexuada dos antófitos (vegetais que dão 
flores); com números, estruturas, tamanhos, cores, formas, arranjos, entre outros, muito 
variáveis. Portanto de morfologia bastante complexa, mas constante para cada espécie 
(Rodrigues, 2004). 
O fato de as flores se revestirem das mais variadas e lindas 
cores, de elas apresentarem formas perfeitas ou bizarras, ou de 
desprenderem aromas geralmente agradáveis, como o dos jasmins ou o das 
magnólias, revela um mecanismo natural de atração para animais, os quais, 
ao visitarem as flores em busca de alimentos, promovem a polinização, 
marcando o início dos fenômenos que conduzirão à formação dos frutos 
(Vidal, 2003). 
 
As flores são os órgãos das espermatófitas relacionados com o processo da 
reprodução. Nas angiospermas, de maneira geral, as flores são estruturas extremamente 
notáveis pela sua forma harmoniosa, intenso colorido e pelos diferentes odores que exalam, 
atributos estes que também se relacionam com o processo reprodutivo das espécies. Nas 
gimnospermas, as flores são rudimentares e geralmente carecem destes atributos, entretanto, 
não deixam de serem diferenciadas, sendo exemplos disto os cones de pinheiros maduros, 
vulgarmente denominados de “pinhas” (Damião Filho, 1993). 
Flor é um eixo com folhas metamorfoseadas que, em conjunto, constituem o 
aparelho reprodutor sexual das plantas superiores (Fanerógamas). São constituídas de folhas 
modificadas, com diferentes especializações. Sua importância decore além da reprodução 
sexual, na classificação das plantas (taxonomia), uso industrial, medicinal, ornamental, entre 
outros (Vidal, 2003). 
A flor se forma no vegetal somente quando esse atinge seu estado adulto e em 
épocas específicas do ano de acordo com cada espécie, embora possa ocorrer variação, 
principalmente em função da situação geográfica e condições climáticas. O vegetal florido 
constitui-se no esporófito (Rodrigues, 2004). 
Depois de maduras, as plantas fanerogâmicas florescem. Para se tornar madura 
uma planta consome um período que oscila entre algumas semanas e vários meses, ou mesmo 
anos, conforme a espécie (Ferri, 1983). 
A fase em que os vegetais abrem os botões florais denomina-se florescência ou 
antese. Quanto a florescência, são divididos em anuais (os que dão flores no período de um 
ano após plantados, e depois morrem), bianuais (os que dão flores num período de 
aproximadamente dois anos após plantados, e depois morrem), e perenes (aqueles em que o 
tempo necessário para que apareça a primeira florescência é variado, mas, daí por diante, pelo 
menos uma vez a cada ano, produzem flores) (Rodrigues, 2004). 
 
1.2 ORIGEM 
Desenvolve-se geralmente a partir da gema axilar florífera formada na axila de 
uma folha verdadeira ou de uma folha modificada (bráctea fértil), ou menos freqüentemente, 
da gema terminal florífera ou da gema florífera formada na lateral do caule entre uma folha e 
outra (Rodrigues, 2004). 
 
1.3 CONSTITUIÇÃO 
Uma flor completa é constituída de partes acessórias e de partes essenciais. São 
partes acessórias: bráctea, pedúnculo, tálamo ou receptáculo, primeiro verticilo floral ou 
cálice e segundo verticilo floral ou corola. E são partes essenciais: terceiro verticilo floral ou 
androceu (órgão masculino) e o quarto verticilo floral ou gineceu (órgão feminino). Algumas 
destas partes podem faltar em uma flor, quando se diz que a flor é incompleta (Rodrigues, 
2004). 
As partes constituintes de uma flor, conforme Vidal (2003): Brácteas e 
Bractéolas – folhas modificadas, localizadas próximo aos verticilos florais (geralmente há 
duas bractéolas nas Dicotyledoneae e uma nas Monocotyledoneae. Pedúnculo – eixo de 
sustentação da flor. Receptáculo – porção dilatada do extremo do pedúnculo, onde se inserem 
os verticilos florais. Verticilos Florais - externos ou protetores/perianto ou perigônio - cálice 
(conjunto de sépalas) e corola (conjunto de pétalas); internos ou reprodutores – androceu 
(conjunto de estames) e gineceu (conjunto de carpelos). Pedicelo – eixo de sustentação da flor 
na inflorescência pluriflora. Perigônio – existe a tendência de se chamar assim o perianto 
homoclamídeo, típico em Monocotyledoneae. 
 
Figura 1: flor completa (Rodrigues, 2004). 
 
1.4 BRÁCTEAS 
Folha modificada encontrada geralmente na base de uma flor ou inflorescência. As 
brácteas que nascem sobre os eixos laterais de qualquer inflorescência ou sobre qualquer 
altura do pedúnculo da flor são denominadas de brácteas de segunda ordem, ou bractéolas, ou 
mais modernamente, de profilos; normalmente são pequenas, isto é, bem menores que a 
bráctea florífera da base (Rodrigues, 2004). 
 
Figura 2: brácteas e bractéolas (Vidal, 2003). 
 
As brácteas e bractéolas também podem ser denominadas de hipsófilos, isto é, na 
sucessão foliar do caule. São todas as folhas superiores situadas entre os nomófilos (folhas 
propriamente ditas) e os antófilos (folhas transformadas em elementos florais). As brácteas 
podem ser persistentes onde permanecem até o desaparecimento da flor ou até mesmo depois 
da formação do fruto, ou caducas onde caem antes mesmo da abertura do botão floral ou 
antes do desaparecimento da flor (Rodrigues, 2004). 
 
Figura 3: bráctea hipsófilo (Vidal, 2003). 
 
1.4.1 TIPOS DE BRÁCTEAS 
*Férteis (florífera/madre): brácteas com flores nas axilas (Vidal, 2003). 
 
Figura 4: bráctea fértil (Vidal, 2003). 
 
*Vazias (estéreis/não-férteis): sem flores nas axilas (Vidal, 2003). 
*Calículo (epicálice): é um conjunto de bractéolas dispostas em círculos, junto a 
parte externa do cálice, dando a impressão de um cálice suplementar na flor (Rodrigues, 
2004). 
 
Figura 5: bráctea calículo (Vidal, 2003). 
 
*Cúpula (cápsula): é um conjunto de bractéolas persistentes, imbricadas, espessas, 
geralmente endurecidas e que acompanham o fruto (Rodrigues, 2004). 
Nota: chama-se também de cúpula a porção que envolve a base de certos frutos em 
maior ou menor grau, formada pelo eixo floral ou tubo do perianto (Vidal, 2003). 
 
Figura 6: bráctea cúpula (Vidal, 2003). 
 
*Espata: é uma bráctea muita desenvolvida que protege uma inflorescência 
(Rodrigues, 2004). 
 
Figura 7: bráctea espata (Vidal, 2003). 
 
*Glumas: são duas bractéolas estéreis que protegem a espigueta ou espícula, que é 
a inflorescência elementar das Poaceae / Gramineae (Vidal, 2003). 
 
Figura 8: bráctea glumas (Vidal, 2003). 
 
*Invólucro: conjunto de brácteas próximo a flor ou inflorescência, que as rodeiam 
em maior ou menor grau (Vidal, 2003). 
 
Figura 9: bráctea invólucro (Vidal, 2003). 
 
*Periclinio: é um conjunto de brácteas imbricadas, que circundam uma 
inflorescência do tipo capítulo (Rodrigues, 2004). 
 
Figura 10: bráctea periclínio (Vidal, 2003). 
 
*Petalóides: são semelhante as pétalas e geralmente coradas (Rodrigues, 2004). 
 
Figura 11: bráctea petalóide – Euphorbia pulcherrima (foto: Marciano balbinot). 
 
 
1.5 PEDÚNCULO 
O pedúnculo (do latim pediculus ou pedunculus, diminutivo de pés, pedis – pé), é 
o eixo sobre o qual nasce a flor (Damião Filho,1993). 
É a haste que liga a estrutura floral ao ramo, ou seja, que sustenta a flor ou 
inflorescência. Pedicelos são as ramificações do pedúnculo. Quando falta o pedúnculo em 
uma flor, esta é denominada de flor séssil. Ráquis (raque) é o prolongamento primário do 
pedúnculo, que constitui no eixo principal de qualquer inflorescência, mas em especial, às de 
gramíneas (Rodrigues, 2004). 
 
Figura 12: flor pedunculada (Vidal, 2003). 
 
 
Figura 13: flor pedicelada e flor séssil respectivamente (Vidal, 2003). 
 
1.6 RECEPTÁCULO OU TÁLAMO 
O receptáculo (do latim receptaculum – lugar ou coisa que, em si, recebe algo) é a 
base que serve de assento às diversas partes de uma flor. É constituído pela extremidade mais 
ou menos dilatada do pedúnculo, tendo diversas formas e, assim sendo, as partes de uma flor 
que se dispõe sobre ele, guardam uma relação com sua forma (Damião Filho, 1993). 
Quanto a disposição das peças florais no tálamo, as flores podem ser cíclicas, 
quando as peças florais estão dispostas em círculos concêntricos no receptáculo, formando 
verticilos (Magnoliophyta - exceção gênero Magnolia). E acíclicas ou espiraladas, quando as 
peças florais estão dispostas em espiral em torno do receptáculo (Pinophyta) (Vidal, 2003). 
 
Figura 14: flor cíclica e acíclica (Rodrigues, 2004). 
 
 
1.7 CÁLICE (1º VERTICILO FLORAL – DE PROTEÇÃO) 
O cálice (do latim calyx – o capulho ou botão floral) constitui a parte mais externa 
do perianto heteroclamídeo, quando não ocorrem as brácteas do epicálice (Damião Filho, 
1993). 
É o verticilo floral mais externo, formado por um conjunto de folhas modificadas 
denominadas sépalas, que podem ser livres entre si ou soldadas, em maior ou menor grau, no 
comprimento do cálice. Sua natureza morfológica é a mesma das folhas. A flor que não 
possui sépalas é denominada assépala (Rodrigues, 2004). 
Geralmente a cor do cálice é verde, no entanto, pode-se encontrar com a mesma 
cor que a corola, neste caso é chamado de petalóide. Exemplo flor de lírio – Hemerocallis 
flava L. (Vidal, 2003). 
 
Figura 15: partes de uma sépala livre e partes de um cálice formado por sépalas 
unidas (Rodrigues, 2004). 
 
Quanto a homogeneidade dos verticilos de proteção temos, flor homoclamídea 
onde sépalas e pétalas são semelhantes em número, cor e forma, sendo chamadas de tépalas. E 
heteroclamídea onde as sépalas e pétalas são diferentes entre si (Vidal, 2003). 
Perianto é conjunto formado pelos verticilos protetores quando estes são distintos 
em forma e cor. As flores periantadas são denominadas heteroclamídeas. Perigônio, é o 
conjunto formado pelos verticilos protetores quando estes são semelhantes entre si. Neste 
caso, tanto as sépalas quanto as pétalas podem ser chamadas de tépalas. A flor perigoniada é 
denominada homoclamídea (Pereira e Agarez, 1980). 
 
Figura 16: flor heteroclamídea com perianto e flor homoclamídea com perigônio, 
respectivamente (Vidal, 2003). 
 
A flor heteroclamídea é comumente encontrada nas espécies da classe 
Magnoliopsida (dicotiledôneas), e a flor homoclamídea nas espécies da classe Liliopsida 
(monocotiledôneas). Também o número de sépalas que formam o cálice, assim como o 
número de pétalas que formam a corola, mostram uma tendência a uma das duas classes, 
Liliopsida ou Magnoliopsida, ou seja, sépalas e pétalas num plano trímero (a) (em número de 
três ou múltiplos de três), são comumente encontradas nas espécies da classe Liliopsida. E 
num plano tetrâmero (a) ou pentâmero (a) (respectivamente em número de quatro ou cinco 
ou seus múltiplos) são comumente encontradas nas espécies da classe Magnoliopsida. E mais 
raramente, em algumas espécies ainda se pode encontrar cálice com duas sépalas, 
denominado cálice bissépalo (Rodrigues, 2004). 
Quanto a simetria, temos cálice actinomorfo ou radial que apresentam vários 
planos de simetria. Zigomorfo ou bilateral que apresentam um só plano de simetria e 
assimétrico que não possui plano de simetria (Vidal, 2003). 
Quando as bordas das sépalas estão soldadas entre si, formando uma peça única, 
diz-se que o cálice é gamossépalo, (sinsépalo/monossépalo) e quando as sépalas são 
completamente livres entre si, até o tálamo ou receptáculo, isto é, consegue-se destacar uma 
sem dano a outra, diz-se que o cálice é dialissépalo (corissépalo/polissépalo) (Rodrigues, 
2004). 
Flor calcarada é aquela dotada de uma espora ou calcar, situada no cálice, na 
corola ou em ambos. Exemplo flor de chagas – Tropaeolum majus L. (Vidal, 2003). 
 
 
Figura 17: cálice com simetria actinomorfa e zigomorfa. Cálice dialissépalo e 
gamossépalo (Rodrigues, 2004). 
 
Em relação a duração do cálice, temos, caduco quando cai antes da flor ser 
fecundada ou logo após do desabrochar. Persistente quando permanece no fruto (laranja – 
Citrus aurantium L.). Marcescente quando persiste, porém murcha (goiaba – Psidium 
guajava L.). Decíduo quando cai logo após a corola (mostarda). E acrescente (crescente) 
quando além de persistente, desenvolve-se e cerca o fruto (juá-de-sapo – Physalis sp.) (Vidal, 
2003). 
 
Figura 18: cálice persistente, marcescente e acrescente (Vidal, 2003). 
 
No caso de haver só um verticilo entre os que formam o perianto ou perigônio da 
flor, é recomendado pela maioria dos autores que, se o verticilo for mais semelhante ao cálice, 
este deve ser considerado cálice, e vice-versa (Rodrigues, 2004). 
 
1.8 COROLA (2º VERTICILO FLORAL DE PROTEÇÃO) 
A corola (do latim corolla, diminutivo de corona – pequena coroa) constitui a parte 
mais interna do perianto heteroclamídeo. As peças que a compõe são denominadas de pétalas 
(Damião Filho, 1993). Têm normalmente, textura mais fina e cores mais vivas que o cálice, 
pois a estrutura das pétalas difere das sépalas. As primeiras possui estômatos pouco 
numerosos, mesófilo homogêneo sem paliçada, e a clorofila é substituída por princípios 
corantes da série xântica ou ciânica (Rodrigues, 2004). Quanto a cor, pode-se encontrar 
branca ou diversamente colorida (exceto preta), quando verde, a corola é chamada de 
sepalóide (Vidal, 2003). 
 
Figura 19: partes de uma pétala livre e partes de uma corola formada por pétalas 
unidas, respectivamente (Rodrigues, 2004). 
 
Quanto à soldadura das pétalas, temos, corola gamopétala (simpétala/monopétala) 
quando as pétalas estão soldadas entre si, em maior ou menor extensão. Dialipétala 
(coripétala/polipétala) quando as pétalas estão livres entre si (Vidal, 2003). 
 
Figura 20: corola gamopétala e corola dialipétala, respectivamente (Vidal, 2003). 
 
A corola das flores gamopétalas, na grande maioria, diferentemente da corola das 
flores dialipétalas, não caem logo após a fecundação, e sim murcha, enrolando-se sobre o 
gineceu, protegendo assim, por um espaço de tempo maior, as primeiras fases do 
desenvolvimento do ovário. 
Quanto à simetria, as corolas podem ser, actinomorfas (aktinos – raio de 
roda; morphe – forma). Zigomorfas (zygos – canga, parelha, par) e assimétricas (Damião 
Filho, 1993). 
Actinomorfa (radial), pétalas com as mesmas dimensões e forma, em vários 
planos de simetria (quaresmeira-arbustiva – Tibouchina moricandiana). Zigomorfa 
(bilateral), constituída de pétalas iguais formando pares que diferem entre si, ou entre outra 
pétala, dividindo-a em duas partes simétricas (orquídea-trepadeira – Vanda lamellata). 
Assimétrica, constituída de pétalas completamente desiguais entre si formando uma corola 
sem plano de simetria (cana-da-índia – Canna denudata) (Rodrigues, 2004). 
 
Figura 21: corola actinomorfa, zigomorfa e assimétrica (Rodrigues, 2004). 
 
 
Figura 22: Rosa sp. (rosa) – corola actinomorfae Pisum sativum L. (ervilha) – 
corola zigomorfa (Vidal, 2003). 
 
 
1.8.1 TIPOS DE COROLAS 
*Dialipétalas e actinomorfas 
Crucífera (cruciforme) - pétalas em cruz, opostas duas a duas (couve – Brassica 
oleracea L.) (Vidal, 2003). 
Rosácea, cinco pétalas de unha curta e bordo arredondado (rosa – Rosa sp.) 
(Vidal, 2003). 
Cariofilácea (cariofilada) - cinco pétalas de unha longa e bordos lacinulados 
(cravinha – Dianthus chinensis L.) (Vidal, 2003). 
 
Figura 23: tipo de corola crucífera, rosácea e cariofilácea, respectivamente 
(Vidal, 2003). 
 
*Dialipétalas e zigomorfas 
Orquidácea (orquidiforme) - com três pétalas, duas laterais chamadas de asas e 
uma mediana chamada de labelo (orquídea – Cattleya sp.) (Vidal, 2003). 
Papilionácea (papilionada/mariposada/vexilar) - com cinco pétalas desiguais, uma 
maior e superior chamada estandarte ou vexilo, duas menores laterais chamadas de asas e 
duas inferiores mais internas envolvidas pelas asas chamadas de carena ou quilha (ervilha – 
Pisum sativum L.) (Vidal, 2003). 
Carenal - quando apresenta cinco pétalas, sendo duas iguais mais externas e 
inferiores, as que recobrem as demais e que se abrem primeiro no botão floral (o que 
caracteriza uma corola de prefloração imbricada ascendente), normalmente maiores, 
denominadas carenas ou quilhas; duas menores laterais e iguais, geralmente pouco 
diferenciadas das carenas, denominadas de asas, e uma mais interna, geralmente mais 
diferenciada das outras, tanto na forma quanto na coloração, denominada vexilo ou estandarte 
(Fabaceae/Caesalpinioideae) (Rodrigues, 2004). 
 
 
 
Figura 24: tipo de corola orquidácea, papilionácea (vexilar) e carenal, 
respectivamente (Rodrigues, 2004). 
 
*Gamopétalas e actinomorfas 
Tubulosa (tubular) – pétalas formando um tubo cilíndrico ou quase, comprido, 
enquanto o limbo da corola é curto ou quase nulo (margarida – Chrysanthemum 
leucanthemum L.) (Vidal, 2003). 
Rotácea (rotada/rotata) – tubo curto, limbo plano, circular, ordinariamente inteiro 
ou lobos arredondados; semelhante a uma roda (tomate – Lycopersicum esculentum) (Vidal, 
2003). 
Infundibuliforme – tubo alargando-se gradualmente da base para o cimo; 
afunilado, assemelhando-se a um funil (enrola-semana – Ipomoea cairica L.) (Vidal, 2003). 
Campanulada – tubo alargando-se rapidamente na base, mantendo depois, o 
diâmetro constante; em forma de sino ou campainha (campainha – Campanula sp.) (Vidal, 
2003). 
Urceolada – tubo alargando-se rapidamente na base e estreitando-se para o cimo; 
em forma de jarro ou urna (Erica sp.) (Vidal, 2003). 
Hipocrateriforme – quando as pétalas são unidas em forma de tubo, na maior 
parte do comprimento da corola, e o tubo é longo e mais estreito, alargando-se somente na 
parte superior, onde as pétalas se separam até o ápice da corola (vinca – Catharanthus roseus) 
(Rodrigues, 2004). 
 
Figura 25: corolas gamopétalas do tipo tubulosa, rotácea, hipocrateriforme, 
urceolada, campanulada e infundibuliforme, respectivamente (Rodrigues, 2004). 
 
 
 
*Gamopétalas e zigomorfas 
Labiata – limbo dividido em um ou dois lábios (cardeal – Salvia splendens) 
(Vidal, 2003). 
Personada (mascarina/mascarila) – com dois lábios justapostos. O lábio inferior 
tem uma dilatação que fecha a abertura da corola (boca-de-leão – Antirrhinum majus L.) 
(Vidal, 2003). 
Ligulada – limbo em forma de língua, com o ápice denteado (margarida – 
Chrysanthemum leucanthemum L.) (Vidal, 2003). 
Digitaliforme – forma de dedal ou dedo de luva (dedaleira – Digitalis sp.) (Vidal, 
2003). 
 
Figura 26: corolas gamopétalas e zigomorfas do tipo labiata, personada, ligulada 
e digitaliforme, respectivamente (Vidal, 2003). 
 
*Anômala 
Anômala – quando não se enquadra em nenhum dos tipos anteriores (cana-da-
índia – Canna sp.) (Vidal, 2003). 
 
Figura 27: corola do tipo anômala (Vidal, 2003). 
 
Quanto ao número de peças do perianto ou perigônio, encontramos flores, 
Aclamídeas (aperiantada/nua), com ausência dos dois verticilos de proteção (Vidal, 2003). 
Este tipo de flor é típico das espécies pertencentes a divisão Pinophyta e de espécies da 
família Poaceae, Cyperaceae, Piperaceae (pimenta-do-reino – Piper nigrum), entre outras 
(Rodrigues, 2004). Monoclamídeas (monoperiantada/haploclamídea), com ausência de um 
deles (mamona – Ricinus comunis) (Vidal, 2003). E Diclamídea 
(diperiantada/diploclamídea), com presença de cálice e corola (enrola-semana – Ipomoea 
cairica) (Vidal, 2003). 
 
Figura 28: flor aclamídea, monoclamídea e diclamídea (Rodrigues, 2004). 
 
Quanto ao perianto ou perigônio, as flores evoluíram na seguinte ordem: 
aclamídeas – monoclamídeas – diclamídeas dialipétalas – diclamídeas gamopétalas. Nos três 
primeiros casos são denominadas de flores arquiclamídeas (mais primitivas, quanto ao 
perianto), e as flores diclamídeas gamopétalas, considera-se derivadas das diclamídeas 
dialipétalas; portanto, as que surgiram mais recentemente na ordem evolutiva, são 
denominadas de flores metaclamídeas (mais evoluídas, quanto ao perianto) (Rodrigues, 
2004). 
Quanto à duração da corola, a maioria das flores é caduca (cai logo após a 
fecundação da flor), embora, mais raramente, pode ser marcescente (persiste após à 
fecundação da flor, murcha e ou seca sobre o fruto em desenvolvimento) (Rodrigues, 2004). 
Uma flor também é classificada quanto a posição do aparelho masculino em 
relação à corola (e é válido para o cálice na falta da corola) em, flor de aparelho incluso, 
quando os estames não sobressaem através da corola (alamanda-roxa – Cryptostegia 
grandiflora). Aparelho exerto, quando os estames sobressaem através da corola (mini-rosa – 
Rosa chinensis). E aparelho epipétalo, quando os estames estão inseridos nas pétalas (vinca 
– Catharanthus roseus) (Rodrigues, 2004). 
 
Figura 29: flor de aparelho exerto, incluso e epipétalo (Rodrigues, 2004). 
 
Quanto ao número de pétalas, encontramos corolas trímera, quando possui pétalas 
em número de três ou múltiplos (Monocotyledoneae – Liliopsida). Tetrâmera ou pentâmera, 
quando as pétalas são em número de quatro, cinco ou seus múltiplos (Dicotyledoneae – 
Magnoliopsida) (Vidal, 2003). 
 
Figura 30: flor (corola) trímera e pentâmera, respectivamente (Vidal, 2003). 
 
A nomenclatura usada quanto ao número de estames e relação ao número de 
pétalas é, oligostêmone, quando o número de estames é menor que o de pétalas (ou sépalas), 
exemplo cardeal – Salvia splendens Ker-Gawl. Isostêmone, quando o número de estames é 
igual ao de pétalas, exemplo fumo – Nicotiana tabacum L. Diplostêmone, quando o número 
de estames é o dobro que o de pétalas, exemplo feijão – Phaseolus vulgaris L. Polistêmone, 
quando o número de estames é maior ou superior que o de pétalas, exceto o dobro, exemplo 
goiaba – Psidium guajava L. (Vidal, 2003). 
 
1.9 ANDROCEU (3º VERTICILO FLORAL – DE REPRODUÇÃO) 
O androceu (do grego andros – homem; oikos – casa) é o conjunto das peças 
masculinas de uma flor, os estames. Os estames (do latim stamen – arame, fio, fibra) 
constituem as unidades do androceu (Damião Filho, 1993). Cada estame compõe-se de três 
partes, filete, antera e conectivo (Rodrigues, 2004). Filete, haste geralmente filamentosa 
encimada pela antera. Antera, porção dilatada, geralmente com duas tecas, onde são 
formados os grãos de pólen. Conectivo, tecido pouco ou muito desenvolvido, que une as 
tecas da antera. (Vidal, 2003). 
 
Figura 31: androceu e estame com suas partes (Rodrigues, 2004). 
 
Quanto ao tamanho relativo dos estames temos: Homodínamo, estames do mesmo 
tamanho (tomate – Lycopersicum esculentumMill., margarida – Chrysanthemum 
leucanthemum L.). Heterodínamo, estames de diferentes tamanhos (enrola-semana – 
Ipomoea cairica L. Sweet.). Didínamo, quatro estames, dois maiores e dois menores 
(Bignoniaceae). Tetradínamo, seis estames, quatro maiores e dois menores (couve – 
Brassica oleraceae L.) (Vidal, 2003). 
 
Figura 32: androceu homodínamo, heterodínamo, didínamo e tetradínamo, 
respectivamente (Vidal, 2003). 
 
O androceu pode ser formado por estames livres entre si; por estames com filetes 
soldados entre si, formando um ou mais feixes; e por estames totalmente soldados entre si em 
um só corpo. Denominados, respectivamente de, dialistêmone (enrola-semana – Ipomoea 
cairica L. Sweet.), gamostêmone ou adelfo (ervilha – Pisum sativum L.), sinfisandro ou 
sinandro (Lobelia sp.). Na adelfia podemos encontrar as seguintes situações: monoadelfo, 
filetes soldados em maior ou menor extensão em um único feixe (brinco-de-princesa – 
Hibiscus rosa-sinensis L.); diadelfo, filetes soldados em dois feixes ou um feixe e um estame 
livre (ervilha – Pisum sativum L.); triadelfo, filetes soldados em três feixes; poliadelfo, filetes 
soldados em mais de três feixes (laranja – Citrus aurantium L.) (Vidal, 2003). 
 
Figura 33: androceu dialistêmone, gamostêmone ou adelfo e sinfisandro ou 
sinandro, respectivamente (Vidal, 2003). 
 
 
Figura 34: androceu monoadelfo, diadelfo e poliadelfo, respectivamente (Vidal, 
2003). 
 
O estame quanto a ramificação do filete poderá ser simples (Bignoniaceae), 
quando o filete não é ramificado ou composto (meristêmone) (mamona – Ricinus communis 
L.), quando o filete é ramificado, terminando cada ramo numa antera (Vidal, 2003). 
 
Figura 35: estame simples e estame composto, respectivamente (Vidal, 2003). 
 
Os estames, quanto a soldadura da antera, poderão ser livres, quando as mesmas se 
encontram livres entre si (Bignoniaceae); sinanteros (sinanterados/singenéticos), quando os 
estames estão soldados pelas anteras, sendo livres os filetes (margarida – Chrysanthemum 
leucanthemum L.); coniventes, quando os filetes estão livres e as anteras encostam-se umas 
às outras (tomate – Lycopersicum esculentum Mill) (Vidal, 2003). 
 
Figura 36: estames livres, sinanteros e coniventes, respectivamente (Vidal, 2003). 
 
Em relação aos estames, pode-se também ressaltar sobre os estaminóides ou 
estaminódios, que são estames estéreis geralmente de tamanho reduzido, sem anteras ou com 
anteras sem pólen; por vezes se assemelham as pétalas (Bignoniaceae). E sobre o andróforo, 
que é a coluna formada por filetes concrescentes de um androceu monoadelfo (brinco-de-
princesa – Hibiscus rosa-sinensis L.) (Vidal, 2003). 
São três os modos com que as anteras podem se abrir para liberar os grãos de 
pólen: ou por uma fenda no sentido do maior comprimento da teca, denominada de 
deiscência longitudinal ou rimosa (Lilium longiflorum - lírio-branco); ou por meio de poro 
no ápice da teca, denominada de deiscência poricida (Rhododendron indicum - azaléia); ou 
ainda por meio de pequenas valvas na teca, denominada de deiscência valvar (Persea 
americana - abacate) (Rodrigues, 2004). 
 
Figura 37: antera com deiscência longitudinal ou rimosa, poricida e valvar, 
respectivamente (Rodrigues, 2004). 
 
A posição da antera de acordo com a deiscência, pode ser de três tipos: extrorsa, 
quando a abertura da antera é voltada para fora do eixo central da flor, por conseguinte, o 
conectivo esta voltado para dentro; introrsa, quando a abertura é voltada para dentro do eixo 
central da flor, por conseguinte, o conectivo está voltado para fora; e lateral, quando a 
abertura da antera não está voltada nem para dentro nem para fora do eixo central, e sim para 
as laterais com relação a este eixo “dentro-fora” da flor (Rodrigues, 2004). 
Também a posição da antera, com relação à inserção do filete na mesma, pode ser 
de três tipos: basifixa, quando a inserção do filete é na base da antera, neste caso o conectivo 
normalmente é muito pouco diferenciado, dando a impressão de um prolongamento do filete; 
dorsifixa, quando a inserção do filete é na região dorsal da antera; e apicefixa, quando a 
inserção do filete é no ápice da antera (Rodrigues, 2004). 
 
Figura 38: antera basifixa, dorsifixa e apicefixa, respectivamente (Rodrigues, 
2004). 
 
A antera em relação ao número de tecas poderá ser: monoteca, com uma só teca 
(brinco-de-princesa – Hibiscus rosa-sinensis L.); diteca, com duas tecas (couve – Brassica 
oleraceae L.); tetrateca, com quatro tecas (abacate – Persea americana Mill.) (Vidal, 2003). 
 
Figura 39: antera monoteca, diteca e tetrateca, respectivamente (Vidal, 2003). 
 
Pólen é o corpúsculo que dará origem aos gametas masculinos. Apresenta-se em 
número haplóide de cromossomos e em geral tem coloração amarela e tamanho que varia de 
2,5 a 250 µ. A forma é variável, em geral arredondada ou ovóide. Quanto ao agrupamento 
podemos encontrar as seguintes situações: isolado ou simples (que é o mais comum); em 
massas chamadas polínios, (o polínio possui um pedículo chamado caudícula, preso a um 
disco glanduloso chamado retináculo); agrupado ou composto (quando os grãos se agrupam 
de dois em dois, quatro em quatro, oito em oito, ...) (Vidal, 2003). 
 
Figura 40: pólen simples (aureolado e sulcado), composto e aglutinados em 
massa (políneos), respectivamente (Rodrigues, 2004). 
 
Em relação a estrutura apresenta duas membranas: a externa chamada exina, que é 
lisa ou possui configurações variáveis e poros (os poros germinativos), e a interna chamada 
intina. No seu interior o grão de pólen apresenta em geral, dois núcleos no seio do 
citoplasma; um menor (reprodutivo) e outro maior (nutritivo). Admite-se que o macronúcleo 
envolvido de citoplasma constitui uma célula: a célula formadora do tubo polínico; e o 
micronúcleo dará origem aos dois microgametas. 
 
Figura 41: estrutura do grão de pólen (Vidal, 2003). 
 
1.10 GINECEU (4º VERTICILO FLORAL – DE REPRODUÇÃO) 
O gineceu (do latim gynaeceum – sala destinada as mulheres) é o conjunto de 
peças femininas de uma flor, os pistilos (Damião Filho, 1993). 
É o órgão feminino da flor, constituído por um ou mais carpelos (Rodrigues, 
2004). Carpelos são órgãos femininos da flor que formam um ou mais pistilos. O pistilo é 
formado pelo ovário (parte basilar dilatada, delimitando um ou mais lóculos, onde se acham 
os óvulos), pelo estilete (parte tubular, mais ou menos alongada, em continuação ao ovário) e 
pelo estigma (parte geralmente superior que recebe o pólen) (Vidal, 2003). 
 
Figura 42: morfologia de um gineceu (Rodrigues, 2004). 
 
O gineceu, também chamado usualmente de pistilo, pode ser formado por: 
carpelos livres entre si (onde cada carpelo forma um pistilo simples), e neste caso, 
denominado de gineceu dialicarpelar ou apocárpico (Crassulaceae); ou formado por 
carpelos fundidos entre si, formando um corpo só (um pistilo composto), e neste caso, 
denominado de gineceu gamocarpelar ou sincárpico (Malvaceae) (Rodrigues, 2004). 
 
Figura 43: gineceu gamocarpelar e dialicarpelar, respectivamente (Rodrigues, 
2004). 
 
Quanto ao número de carpelos o gineceu pode ser: unicarpelar, com um carpelo 
(xiquexique – Crotalaria zanzibarica Benth.); bicarpelar, com dois carpelos (espatódea – 
spathodea campanulata Beauv.); tricarpelar, com três carpelos (lírio – Hemerocallis flava 
L.); pluricarpelar, mais de três carpelos (brinco-de-princesa – Hibiscus rosa-sinensis L.) 
(Vidal, 2003). 
 
Figura 44: gineceu unicarpelar, bicarpelar, tricarpelar e pluricarpelar, 
respectivamente (Vidal, 2003). 
 
Algumas vezes, a parte do tálamo que suportao gineceu prolonga-se acima dos 
outros verticilos florais (segundo alguns botânicos, ocorre por um estreitamento do ovário), 
colocando-o num plano de inserção acima dos demais. Este prolongamento que sustenta o 
ovário é denominado de ginóforo, e após a formação do fruto, passa a ser denominado de 
carpóforo. O ginóforo, entre outras, ocorre com freqüência nas espécies da família 
Capparidaceae (mussâmbe, sete-marias – Cleome spinosa) (Rodrigues, 2004). 
 
Figura 45: ginóforo e carpóforo (Rodrigues, 2004). 
 
O estilete apresenta forma variável, mas geralmente cilíndrica; podendo ser desde 
brevíssimo (bem achatado), até muito longo (podendo atingir até 20 cm), ou mais raramente 
pode faltar (Rodrigues, 2004). Pode inserir-se de diferentes maneiras no ovário: terminal, 
quando o estilete sai do ápice do ovário (alamanda – Allamanda cathartica L.); lateral, 
quando o estilete sai lateralmente ao ovário (oiti/oiticica – Chrysobalanaceae); ginobásico, 
quando o estilete sai aparentemente da base do ovário (cardeal – Salvia splendens Ker-Gawl.); 
basal, quando o estilete sai da base do ovário (Vidal, 2003). 
 
Figura 46: estilete terminal, lateral, basal e ginobásico, respectivamente 
(Rodrigues, 2004). 
 
 
Figura 47: estiletes ramificados (Rodrigues, 2004). 
 
O estigma, porção apical da folha carpelar, apresenta formas variadas, como 
globosa, ovóide, foliácea, filamentosa, plumosa, capitada, etc; e, na grande maioria, é provido 
de células papilares que produzem muco açucarado e pegajoso. Geralmente está inserido no 
ápice do estilete, embora, em algumas espécies, esteja inserido diretamente no ápice do 
ovário, e neste caso, denominado de estigma séssil. Quanto à ramificação pode ser: indiviso, 
quando é único; e ramificado, quando apresenta divisões, e normalmente são bífidos ou 
trífidos, como por exemplo bigloboso, biplumoso, bifoliáceo, etc. (Rodrigues, 2004). 
 
Figura 48: estigma de forma globosa, ovóide, plumoso e capitado, 
respectivamente (Rodrigues, 2004). 
 
 
Figura 49: estigma indiviso e estigmas ramificados (Rodrigues, 2004). 
 
Quanto ao número de lóculos (cavidades ou lojas) o ovário pode ser: unilocular, 
quando apresenta um lóculo vindo de um carpelo ou mais (cravinha – Dianthus chinensis L.); 
bilocular, quando apresenta dois lóculos (espatódea – Spathodea campanulata Beauv. ); 
trilocular, quando apresenta três lóculos (lírio – Hemerocallis flava L.); e plurilocular, 
quando apresenta mais de três lóculos (brinco-de-princesa – Hibiscus rosa-sinensis L.) (Vidal, 
2003). 
 
Figura 50: ovários uniloculares, bilocular, trilocular e plurilocular, 
respectivamente (Vidal, 2003). 
 
Com relação aos demais verticilos, o ovário pode apresentar três posições, as quais 
seguiram a seguinte ordem evolutiva: súpero –> semi-ínfero -> ínfero. O ovário é súpero 
quando os demais verticilos têm seu ponto de inserção (no tálamo) abaixo do ovário, ficando 
o mesmo, na maioria das vezes, totalmente desprotegido após a fecundação da flor; e neste 
caso, a flor é denominada hipógina e o gineceu hipógino (marianinha – Streptosolen 
jamesonii). O ovário é semi-ínfero, quando a corola e o androceu estão inseridos em torno do 
ovário, ou seja, o ovário está acoplado num tálamo côncavo, onde o cálice protege parte do 
mesmo; e neste caso, a flor é denominada perígina, e o gineceu perígino (orelha-de-onça – 
Tibouchina grandifolia). E o ovário é ínfero, quando o perianto (e ou perigônio) e o 
androceu, estão inseridos sobre o ovário, ficando o mesmo, totalmente protegido após a 
fecundação da flor; e neste caso, a flor é denominada epígina, e o gineceu epígino (brinco-de-
princesa – Fuchsia regia) (Rodrigues, 2004). 
 
Figura 51: flor hipógina e ovário súpero, flor perígina e ovário semi-ínfero, flor 
epígina e ovário ínfero, respectivamente (Vidal, 2003). 
 
Óvulo é o corpúsculo onde se forma o gameta feminino; após a fecundação 
transforma-se em semente. Quanto a morfologia apresenta: funículo (cordão que liga o óvulo 
à placenta); hilo (inserção do funículo ao óvulo); integumentos (geralmente dois, primina e 
secundina, envolvendo a nucela, deixando entre si uma abertura, a micrópila); nucela (tecido 
sem vasos, cuja base unida aos integumentos se chama calaza). No seu interior está o saco 
embrionário com seis células, uma oosfera, duas sinérgidas, três antípodas e dois núcleos 
polares (que geralmente se fundem em um só chamado mesosisto ou núcleo secundário do 
saco embrionário, que vai originar o albúme). A oosfera é o gameta feminino que após a 
fecundação vai formar o embrião da semente (Vidal, 2003). 
 
Figura 52: estrutura do óvulo (Vidal, 2003). 
 
 
Figura 53: tipos de óvulos (Vidal, 2003). 
 
A região interna do ovário onde estão inseridos os óvulos, denomina-se placenta. 
Placentação, é a distribuição das placentas no ovário. Quanto aos tipos de placentação 
encontramos: axial (óvulos presos ao eixo central, em ovário septado – lírio Hemerocallis 
flava L.); central (óvulos presos numa coluna central, em ovário 1-locular - cravinha 
Dianthus chinensis L.); parietal (óvulos presos na parede ovariana – xiquexique Crotalaria 
zanzibarica Benth.); apical (óvulos presos no ápice do ovário – abacate Persea americana); 
basilar (óvulos presos na base do ovário – girassol Helianthus anuus L.) (Vidal, 2003). 
 
Figura 54: tipos de placentação (Vidal, 2003). 
 
 
1.11 INFLORESCÊNCIA 
O termo inflorescência (do neolatim inflorescentia, derivado de flos, floris – a flor) 
é atributo a todo sistema de ramificação nas quais se desenvolvem flores (Damião Filho, 
1993). 
É todo sistema de ramificação que resulta em mais de flor, ou seja, quando são 
inseridas mais de uma flor num mesmo pedúnculo, e neste caso, o pedúnculo pode ser 
também chamado de ráquis ou raque. Quando uma flor nasce isolada no ápice de um ramo ou 
na axila de uma folha, não existe inflorescência, e neste caso, a flor é denominada de simples 
ou solitária (camélia - Camellia japonica). As inflorescências, que são flores agrupadas, 
podem ser: simples, quando o pedúnculo se ramifica em pedicelos secundários, e cada 
pedicelo secundário sustenta uma flor, ou seja, os pedicelos secundários são unifloros 
(chocalho – Crotalaria micans); e composta, quando o pedúnculo se ramifica em pedicelos 
secundários, e estes ainda se ramificam em terciários, e assim sucessivamente, ou seja, os 
pedicelos secundários são plurifloros (begonia-metálica – Begonia aconitifolia) (Rodrigues, 
2004). 
Quanto a posição, a inflorescência pode ser: axilar, quando está inserida na axila 
da folha (hibisco-da-síria – Hibiscus syriancus); terminal, quando está inserida no término do 
ramo (salvia-bicolor – Salvia leucantha); e extra-axilar, quando inserida fora da axila da 
folha, ou seja, entre uma folha e outra (jurubeba – Solanum paniculatum) (Rodrigues, 2004). 
 
Figura 55: flor axilar isolada e inflorescências: axilar simples e axilar composta, 
respectivamente (Rodrigues, 2004). 
 
Quanto ao desenvolvimento, a inflorescência pode ser de dois tipos básicos: 
indefinida, racimosa, centrípeta ou monopodial, quando as flores se abrem de 
baixo para cima ou da periferia para o centro. E definida, cimosa, centrífuga ou simpodial, 
quando o extremo do eixo primário, cessando o seu crescimento, termina numa flor que é a 
primeira a abrir-se, o mesmo ocorre com os eixos secundários, que aparecem sucessivamente 
ou quando as flores se abrem do centro para a periferia (Vidal, 2003). 
1.11.1 TIPOS DE INFLORESCÊNCIA RACIMOSA SIMPLES 
Cacho/racimo/racemo: quando as flores são pediceladas e se inserem no eixo 
principal (ráquis ou pedúnculo) em pontos diferentes, ganhando alturas diferentese mantendo 
distância considerável umas das outras (boca-de-leão – Antirrhinum majus) (Rodrigues, 
2004). 
 
Figura 56: inflorescência tipo cacho (Vidal, 2003). 
 
Corimbo: quando as flores são pediceladas e se inserem no eixo principal (ráquis 
ou pedúnculo) em pontos diferentes, ganhando a mesma altura (eritrina-candelabro – 
Erythrina speciosa) (Rodrigues, 2004). 
 
Figura 57: inflorescência tipo corimbo (Vidal, 2003). 
 
Espiga: quando as flores são sésseis (ou tem pedicelos tão breves que são 
considerados inexistentes) e se inserem no eixo principal (ráquis ou pedúnculo) em pontos 
diferentes, mas geralmente, bem próximas umas das outras (tanchagem-maior – Plantago 
major) (Rodrigues, 2004). 
 
Figura 58: inflorescência tipo espiga (Vidal, 2003). 
 
Espádice: quando as flores são sésseis e se inserem num pedúnculo espesso e 
carnoso em pontos diferentes, geralmente bem próximas umas das outras; normalmente 
diclinas e pouco vistosas; envolvidas por uma única bráctea bastante desenvolvida, a espata 
(antúrios – Anthurium spp.) (Rodrigues, 2004). 
 
Figura 59: inflorescência tipo espádice (Vidal, 2003). 
 
Amento: quando as flores são sésseis, normalmente inconspícuas, unissexuadas e 
aclamídeas; e densamente inseridas em pontos diferentes, num pedúnculo flexível e ou 
pendente. O amento é uma variação da espiga, diferenciado basicamente pelo pedúnculo 
flexível e ou pendente, assim, também denominado de racimo espiciforme (rabo-de-gato-
vermelho – Acalypha hispida) (Rodrigues, 2004). 
 
Figura 60: inflorescência tipo amento (Vidal, 2003). 
 
Umbela: quando as flores são pediceladas e todos os pedicelos (que apresentam 
comprimento bem aproximado) se inserem num receptáculo comum do pedúnculo, ou seja, 
saem todos de uma mesma altura. Este receptáculo comum no pedúnculo é normalmente 
rodeado por brácteas que formam o invólucro; e quando a umbela é composta, também o 
receptáculo comum de cada pedicelo é rodeado por bractéolas que formam o involucelo (erva-
doce – Pimpinella anisum) (Rodrigues, 2004). 
 
Figura 61: inflorescência tipo umbela (Vidal, 2003). 
 
Capítulo: quando o eixo se alarga na extremidade superior, formando um 
receptáculo côncavo, plano ou convexo, o toro, onde se inserem um conjunto de flores, 
rodeado por um conjunto de brácteas, o periclínio (margarida – Chrysanthemum 
leucanthemum L.) (Vidal, 2003). 
 
Figura 62: inflorescência tipo capítulo (Rodrigues, 2004). 
 
 
1.11.2 TIPOS DE INFLORESCÊNCIA CIMOSA SIMPLES 
Cima unípara ou monocásio: quando abaixo do eixo primário terminado por flor, 
forma-se um só eixo secundário lateral também terminado por flor, e assim sucessivamente 
(Vidal, 2003). 
- Ripidio, quando as ramificações nascem ora para direita, ora para esquerda, num 
mesmo plano e por detrás de seus respectivos eixos madres, podendo a inflorescência ficar 
com um aspecto de leque quando não possuir um eixo comum, pois, as flores podem ganhar 
quase que a mesma altura (flor-de-lis – Iris germanica) (Rodrigues, 2004). 
 
Figura 63: inflorescência cima unípara – ripídio (Rodrigues, 2004). 
 
- Drepânio, quando as ramificações saem para um mesmo lado, mas em direção 
oposta às respectivas bractéolas madres, e num mesmo plano, podendo a inflorescência ficar 
com um aspecto de foice (quando os pedicelos não formam um eixo comum), ou com aspecto 
de uma lâmina de faca (quando os pedicelos se dobram formando um eixo comum) (junco – 
Juncus bifonius) (Rodrigues, 2004). 
 
Figura 64: inflorescência cima unípara – drepânio (Rodrigues, 2004). 
 
- Escorpióide ou cincino, quando as ramificações saem todas para um mesmo 
lado, ora para direita, ora para esquerda, e colocadas transversalmente com relação ao 
pedicelo antecessor; é bem semelhante ao deprânio, só que as ramificações não estão num 
mesmo plano. Esse tipo de inflorescência é comum em espécies da família Boraginaceae, 
como em Myosotis spp. (miosótis) (Rodrigues, 2004). 
 
Figura 65: inflorescência cima unípara – escorpóide (Rodrigues, 2004). 
 
- Helicóide, quando as ramificações saem para o mesmo lado das respectivas 
bractéolas madres, ora para direita, ora para esquerda, num mesmo plano, ganhando alturas 
diferentes, que também não deixa de ser um ripídio (gladíolos – Gladíolos x hortulanos). 
Bóstrix, é uma variação da cima helicóide, onde a organização se diferencia por estarem as 
ramificações em planos diferentes (lírio-de-são-josé – Hemerocallis flava) (Rodrigues, 2004). 
 
Figura 66: inflorescência cima unípara – helicóide e bóstrix (Rodrigues, 2004) e 
(Vidal, 2003), respectivamente. 
 
Cima bípara ou dicásio: sob a flor terminal do eixo primário partem dois 
secundários opostos, também terminados por flor, os quais podem igualmente originar dois 
outros, e assim sucessivamente; o dicásio pode carecer de flor terminal (begônia – Begonia 
sp.) (Vidal, 2003). 
 
Figura 67: inflorescência cima bípara (Vidal, 2003). 
 
Cima multípara ou pleiocàsio: quando o pedúnculo cessa seu crescimento e 
emite uma flor apical e, sob esta, vários pedicelos secundários; estes pedicelos secundários 
também cessam seu crescimento e emitem, cada um, uma flor apical e, sob esta, vários 
pedicelos terciários e assim sucessivamente (gerânio-pendente – Pelargonium peltatum) 
(Rodrigues, 2004). 
 
Figura 68: inflorescência cima multípara (Vidal, 2003). 
 
Glomérulo: flores sésseis ou subsésseis, muito próximas entre si, aglomeradas, de 
configuração mais ou menos globosa (cordão-de-frade – Leonotis nepetaefolia R. Br.) (Vidal, 
2003). 
 
Figura 69: inflorescência glomérulo (Vidal, 2003) e (Rodrigues, 2004), respectivamente. 
 
Ciátio: é uma cimeira, constituída por uma só flor feminina central, aclamídea; 
rodeada por cinco grupos de flores masculinas que, provavelmente, formam cincinos, 
constituídas por um único estame; e todo o conjunto é envolvido por brácteas concrescentes 
caliciformes. Este tipo de inflorescência caracteriza o gênero Euphorbia (coroa-de-cristo – 
Euphorbia milii) (Rodrigues, 2004). 
 
Figura 70: inflorescência ciátio (Vidal, 2003) e (Rodrigues, 2004), respectivamente. 
Sicônio: quando as flores são unissexuadas, muito contraídas, formando um 
complexo de cimas também contraídas, dispostas sobre um receptáculo côncavo periforme ou 
arredondado, oco no seu interior e com uma pequena abertura apical, protegida por 
bractéolas (herinha – Ficus pumila) (Rodrigues, 2004). 
 
Figura 71: inflorescência sicônio (Vidal, 2003) e (Rodrigues, 2004), respectivamente. 
 
 
1.11.3 TIPOS DE INFLORESCÊNCIA COMPOSTAS 
Homogêneas: ramificação da racimosa, porém do mesmo tipo. Exemplos: umbela 
de umbela; cacho de cacho – panícula; (Vidal, 2003). 
 
Figura 72: inflorescência composta homogênea (Vidal, 2003). 
 
Heterogêneas: ramificação racimosa ou cimosa, porém entre diferentes tipos. 
Exemplo: dicásio de ciátios, como na coroa-de-cristo (Vidal, 2003). 
 
Figura 73: inflorescência composta heterogênea (Vidal, 2003). 
 
Mistas: mistura entre racimosa e cimosa. Exemplo: dicásio de capítulos, como no 
botão-de-ouro (Vidal, 2003). 
 
Figura 74: inflorescência composta mista (Vidal, 2003). 
 
 
1.11.4 INFLORESCÊNCIA DAS PINOPHYTA 
Nas Pinophyta as flores são reunidas em densas inflorescências, terminais ou 
axilares, denominadas estróbilos. O estróbilo compõem-se de um eixo principal, mais ou 
menos avolumado e lenhoso; em torno do qual se dispõe, em geral helicoidalmente, uma série 
de brácteasprotetoras ou escamas protetoras; e entre estas, as flores (esporófilos – 
microsporófilo ou megasporófilo), que contêm os esporângios, com a função de formar 
esporos. O esporângio masculino ou microsporângio forma uma enorme quantidade de 
micrósporos, que diferenciam em grãos de pólen. O esporângio feminino ou megasporângio 
forma quatro megásporos, dos quais, só um se torna funcional e diferencia-se em oosfera 
(Rodrigues, 2004). 
 
Figura 75: inflorescência das Pinophyta (Rodrigues, 2004). 
 
1.12 PREFLORAÇÃO OU ESTIVAÇÃO 
É a disposição das peças florais, sépalas e pétalas, no botão, antes da antese (Vidal, 
2003). 
TIPOS: 
Valvar: quando as peças florais (sépalas e pétalas) não se recobrem, mas apenas se 
tocam pelos bordos. Temos três variações de valvar: simples – margens não dobradas; 
induplicada – bordos dobrados para dentro; reduplicada – bordos dobrados para fora (Vidal, 
2003). 
 
Figura 76: prefloração valvar simples, induplicada e reduplicada, respectivamente (Vidal, 
2003). 
 
 
Espiralada/torcida/contorta: todas as peças florais são semi-inernas (Vidal, 
2003). 
 
Figura 77: prefloração espiralada (Vidal, 2003). 
 
Imbricada: uma peça externa, uma interna e três semi-internas (Vidal, 2003). 
 
Figura 78: prefloração imbricada (Vidal, 2003). 
 
Quincuncial: duas peças externas, duas internas e uma semi-interna (Vidal, 2003). 
 
Figura 79: prefloração quincuncial (Vidal, 2003). 
 
Coclear: imbricada, em que a peça externa não é imediata à interna. Temos duas 
variações de coclear: vexilar – o vexilo é a peça externa; carenal – uma das peças da carena é 
a externa (Vidal, 2003). 
Vexilo 
 
Figura 80: prefloração coclear vexilar e carenal, respectivamente (Vidal, 2003). 
 
 
1.13 DIAGRAMA FLORAL 
Os diagramas florais (diagrama – desenho, plano e tudo o que se descreve por 
meio de desenho) são usados para representar, por meio de uma projeção sobre um plano, as 
diversas partes da flor. Tais diagramas são feitos por projeções ortogonais, de topo, das varias 
secções transversais dos diferentes verticilos da flor (Damião Filho, 1993). 
 
1.14 FÓRMULA FLORAL 
É a representação de todas as características da flor, por meio de símbolos e 
números (Pereira e Agarez, 1980). 
Principais regras: 
a) Símbolos para os verticilos florais (Vidal, 2003): 
K ou S = Cálice ou sépalas 
C ou P = Corola ou pétalas 
A ou E = Androceu ou estames 
G ou C = Gineceu ou carpelos 
P ou T = perigônio ou tépalas 
b) À direita das letras escreve-se respectivamente o número de sépalas, pétalas, 
estames e carpelos. Ex: K5 C5 A10 G5. Se a flor for polistêmone, substitua o número por 
infinito (Pereira e Agarez, 1980). 
c) Se houver concrescência entre as peças de um determinado verticilo, coloca-se o 
número correspondente entre parênteses. Ex: K(5) C(5) A(10) G(5) (Pereira e Agarez, 1980). 
d) Se houver calículo, coloque o número de peças correspondentes precedido do 
sinal +, após o número indicativo das peças do cálice (Pereira e Agarez, 1980). 
Ex.: K(5)+7 C(5) A(∞) G(5) 
e) Indicações da posição do ovário (Pereira e Agarez, 1980): 
Ínfero – Coloque um travessão acima do número indicativo dos carpelos. Ex: G(5) 
ou G5 . 
Súpero – Coloque um travessão abaixo do número indicativo dos carpelos. Ex: 
G(5) ou G5. 
Semi-ínfero – Coloque um travessão abaixo e outro acima. 
f) Se a flor for homoclamídea (Perigônio), coloque o sinal semelhante entre K e C 
(Pereira e Agarez, 1980). Ex: K(3) ≈ C(3) A6 G(5). 
g) Se houver concrescência entre os verticilos, coloque um colchete entre os 
símbolos dos verticilos concrescidos entre si. Ex: estames presos à corola (Epipétalos) 
(Pereira e Agarez, 1980). 
K(5) + 7 [C(5) A(∞)] G(5) 
h) Indicação da simetria floral: 
 
Figura 81: indicação da simetria floral (Pereira e Agarez, 1980). 
 
DIAGRAMA E FÓRMULA FLORAL – EXEMPLOS: 
 
 
 
 Figura 82: diagrama e fórmula floral (Vidal, 2003). 
 
1.15 NECTÁRIOS 
Nectários (do grego nektar – a bebida dos deuses) são estruturas que secretam 
néctar, uma solução açucarada, que ocorre mais freqüentemente em plantas polinizadas por 
insetos e pássaros. Os nectários podem ser diferentes dos tecidos circundantes, ou podem não 
diferir destes em estrutura. Podem ser florais ou extraflorais. Os florais localizam-se na flor 
ou na inflorescência e os extraflorais podem ser encontrados nas outras partes das plantas, 
como em pecíolos, estípulas, bordos foliares entre outros (Damião Filho, 1993). 
 
 
Figura 83: A – disco nectarífero (dn) na base do ovário da flor de alamanda (Allamanda sp.), 
um nectário floral; B – nectários extraflorais (nef) no pecíolo da folha do maracujazeiro 
(Passiflora sp.) (Damião Filho, 1993). 
 
 
1.16 ESPOROGÊNESE E GAMETOGÊNESE NAS ANGIOSPERMAE – 
MAGNOLIOPHYTA (Vidal, 2003). 
É processo de formação de esporos (microsporogênese – grão de pólen e 
macrosporogênese – saco embrionário) e gametas (núcleos espermáticos e oosfera), 
respectivamente, nestes vegetais. 
 
- FORMAÇÃO DO GRAO DE PÓLEN - 
 
 
 
Figura 84: formação do grão de pólen. 
A célula mãe do grão de pólen sofre meiose; após a citocinese, formam-se quatro 
micrósporos haplóides; o núcleo do micrósporo sofre uma divisão mitótica, resultando em 
dois núcleos, o reprodutivo ou micronúcleo ou germinativo e o nutritivo ou macronúcleo ou 
vegetativo; o micrósporo sofre modificações morfológicas, transformando-se em grão de 
pólen adulto. 
 
 
Figura 85: formação do saco embrionário. 
 
A célula mãe do saco embrionário sofre meiose; após a citocinese, formam-se 
quatro macrósporos haplóides; três destas células degeneram-se e o núcleo da quarta divide-
se, formando dois, depois quatro e depois oito núcleos; destes, seis cercam-se de citoplasma e 
dispõe-se da seguinte maneira: três células ficam próximo da micrópila: a central é a oosfera e 
as duas laterais, sinérgidas; no pólo oposto ficam as três antípodas; enquanto os dois núcleos 
constituem os núcleos polares ou mesocisto. Está assim formado o saco embrionário, que 
contém o gameta feminino ou oosfera. 
 
1.17 FASES DA FECUNDAÇÃO NAS ANGIOSPERMAE 
1ª FASE – POLINIZAÇÃO 
Transporte do grão de pólen da antera para o estigma da flor (Vidal, 2003). 
Síndromes de polinização (Vidal, 2003): 
a) anemofilia – quando o agente polinizador é o vento (Gramineae). 
b) zoofilia – os agentes polinizadores são animais: entomófilas – insetos (Salvia 
sp.); ornitófilas – pássaros (Fuchsia sp.); quiropterófilas – morcegos (Mabea fistulifera 
Mart.). 
c) hidrofilia – quando a polinização é feita com auxilio da água (pinheirinho- 
d`água). 
 
Tipos de polinização (Vidal, 2003): 
a) autopolinização – quando o pólen é recebido no estigma da mesma flor. Ocorre 
em plantas autógamas. Exemplo: plantas com flores cleistógamas (flores que possuem os 
órgãos sexuais ocultos na corola, como em ervilha). 
b) polinização cruzada – quando a polinização se faz entre flores diferentes de um 
mesmo indivíduo (geitonogamia) ou de indivíduos diferentes (xenogamia). Ocorre em plantas 
alógamas. Exemplo: plantas dióicas. 
Fatores que favorecem a polinização cruzada (Vidal, 2003): 
a) monoicia – quando as plantas têm flores unissexuais sobre o mesmo 
indivíduo (milho); 
b) dióicia – quando as plantas têm flores unissexuais sobre indivíduos 
diferentes (tamareira); 
c) dicogamia – quando os órgãos sexuais da mesma flor amadurecem em 
tempos diferentes (protandria – androceu primeiro que o gineceu, Compositae), (protoginia – 
gineceu primeiro que o androceu, “cachimbo-de-turco”); 
d) hercogamia– quando há uma barreira que impede ou dificulta a 
autopolinização (orquídea, íris); 
e) heterostilia – quando uma espécie apresenta dois ou mais tipos de indivíduos 
com flores de estames e pistilos de dimensões diferentes (longestilia – quando o estilete é 
longo e os filetes são curtos), (brevestilia – quando as flores têm estilete curto e filetes 
longos); 
f) auto-incompatibilidade – quando as flores não são fecundadas ao serem 
polinizadas por seu próprio pólen. 
 
 
 
2ª FASE – FORMAÇÃO DO TUBO POLÍNICO 
Quando o grão de pólen é depositado sobre o estigma, germina (havendo 
substância mucilaginosa), passa através da intina, e esta projeta-se por um dos poros 
existentes na exina, formando o tubo polínico. O tubo polínico desce através do estilete e 
penetra no óvulo. Na formação do tubo polínico, há necessidade das reservas do grão de pólen 
e também das do próprio estilete, pois ele precisa realizar a síntese de glucides e prótides para 
seu desenvolvimento. O núcleo vegetativo do pólen, que dá origem ao tubo polínico, fica na 
extremidade do tubo, e desaparece quando o tubo polínico penetra no óvulo. O tubo polínico 
pode penetrar no óvulo pela micrópila (porogamia), ou pela calaza (calazogamia), ou ainda 
pelos integumentos (mesogamia), e nos dois últimos casos tem-se aporogamia (Rodrigues, 
2004). 
 
Figura 86: formação e penetração do tubo polínico (Vidal, 2003). 
 
3ª FASE – FECUNDAÇÃO 
É a fusão dos dois núcleos sexuais, ou seja, a fusão dos gametas (Rodrigues, 
2004). 
Dupla fecundação: os dois núcleos espermáticos penetram no saco embrionário, 
um funde-se com o núcleo da oosfera, formando o zigoto (diplóide), que dará origem ao 
embrião da semente. O outro núcleo espermático funde-se com os núcleos polares (mesocisto) 
e de tal fecundação se originará o albume das sementes, que é um tecido de reserva de 
natureza triplóide. Também é chamado de endosperma secundário, pode ou não estar presente 
nas sementes, sendo, quando ausente, absorvido durante a formação do embrião. Em geral, 
após a fecundação, as antípodas e as sinérgidas se desintegram (Vidal, 2003). 
 
Figura 87: fecundação nas Angiospermae (Vidal, 2003). 
 
1.18 ESPOROGÊNESE E GAMETOGÊNESE NAS GYMNOSPERMAE – 
PINOPHYTA 
MICROSPOROGÊNESE (FORMAÇÃO DO GRÃO DE PÓLEN) 
Os microsporófilos arranjam-se helicoidalmente num eixo central (que é um ramo 
curto) do estróbilo. Cada microsporófilo desenvolve na superfície inferior da escama dois 
microsporângios, ou recipientes (do grego aggeion – vaso, recipiente) produtores de grãos de 
pólen. Os microsporângios são análogos às anteras das angiospermas. Dentro dos 
microsporângios são formados os microsporócitos, ou células-mãe dos micrósporos que, por 
meiose, produzem tétrades esféricas de micrósporos (Damião Filho, 1993). 
Na maturidade, os micrósporos possuem, como os grãos de pólen das 
angiospermas, duas paredes, a exina e a intina. Esta última separa-se da primeira em duas 
regiões para formar duas “asas” semelhantes a uma bolha de ar cada uma. Elas conferem 
considerável aumento de superfície ao micrósporo sem adicionar peso, o que facilita o 
transporte pelo vento (Damião Filho, 1993). 
 
Figura 88: Gymnospermae – Classe Coniferae: a) ramo com estróbilos; b) 
estróbilo masculino em corte longitudinal; c) microsporófilo visto de baixo; d) microsporófilo 
em corte longitudinal; e) estrutura do micrósporo (Morandini, 1981). 
 
O micrósporo germina dentro do microsporângio para iniciar a formação do 
gametófito masculino (ou estrutura que contém o gameta masculino) (Damião Filho, 1993). 
O núcleo do micrósporo(m) primeiro divide-se mitoticamente, produzindo duas 
células: uma célula apical grande(a) e uma pequena primeira célula protalial(p). Logo em 
seguida, ocorre uma divisão da célula apical grande(a), produzindo um gametófito com três 
células: uma célula anterial inicial grande, mais a primeira e a segunda célula protalial(ps). 
Estas duas células protaliais degeneram-se e são reabsorvidas, contribuindo para a formação 
da parede do gametófito masculino (Damião Filho, 1993). 
Em seguida, a célula anterial inicial divide-se novamente, produzindo uma célula 
de tubo(tu) e uma célula generativa(gn). A partir da primeira divisão do micrósporo e nas 
subseqüentes, em qualquer dos estágios, o gametófito masculino pode ser denominado grão 
de pólen (Damião Filho, 1993). 
 
Figura 89: desenvolvimento do grão de pólen de Pinus (Damião Filho, 1993). 
 
FORMAÇÃO DO ÓVULO E MEGASPOROGÊNESE 
Os óvulos das espécies de Pinus diferem estruturalmente dos óvulos de 
angiospermas por possuírem um único integumento, além de outras características. O 
integumento estende-se como um par de arcos, rodeando uma pequena abertura, a micrópila. 
Na base da micrópila e o ápice da nucela, encontra-se uma pequena depressão, denominada 
câmara polínica (Damião Filho, 1993). 
 
Figura 90: corte longitudinal de um estróbilo feminino e diagrama do óvulo de Pinus – 
escama ovulífera(eo) ou megasporófilo, bráctea(b), óvulo(ov) ou megasporângio, 
micrópila(mi), integumento(in), nucela(nu), megasporócito(me), câmara polínica(cp) 
(Damião Filho, 1993). 
 
Nos pinheiros, por ocasião da polinização, um único megasporócito (célula mãe do 
saco embrionário - célula do megásporo) encontra-se presente dentro do megasporângio 
(óvulo – nucela). A meiose no megasporócito ocorre aproximadamente um mês após a 
polinização, produzindo uma tétrade linear de megásporo, sendo que três deles degeneram e 
apenas um sobrevive. Assim, em cada óvulo, há apenas um megásporo funcional. O núcleo do 
megásporo funcional sofre uma série de mitoses sucessivas e, lentamente, desenvolve-se em 
um gametófito feminino (megaprótalo), que corresponde ao saco embrionário das 
angiospermas. No início, os núcleos não possuem parede celular, ou seja, são livres e 
posicionam-se na periferia da célula, que continua aumentando de tamanho e apresenta um 
grande vacúolo central. Decorrido certo tempo, variável em função das condições ambientais, 
há paralisação na formação dos núcleos livres. Após, ocorre uma rápida retomada de mitoses 
nos núcleos livres, seguindo-se a formação de parede celular em cada um deles. Durante ou 
em seguida ao processo de formação de paredes certas células individuais superficiais do 
gametófito (próximas a micrópila) dão origem a arquegônios (do grego arkhe – principio; 
gonos – nascimento, semente). O arquegônio é uma pequena estrutura, geralmente em forma 
de garrafa, dentro da qual existe a oosfera ou gameta feminino. Consta de uma parte basal 
dilatada, o ventre, onde se acha a célula sexual feminina, e uma parte afilada que é um 
pequeno canal, o colo. Entre as diversas espécies de gimnospermas, o número de arquegônios 
varia consideravelmente, desde dois (Ginkgo) até muitos (coníferas) (Damião Filho, 1993). 
 
Figura 91: Gymnospermae – Classe Coniferae: formação e estrutura do óvulo e estrutura do 
óvulo maduro (Morandini, 1981). 
 
 
1.19 POLINIZAÇÃO E FERTILIZAÇÃO NAS GIMNOSPERMAE 
Desde que os megasporângios são expostos, o processo de polinização consiste na 
transferência do grão de pólen diretamente à extremidade da micrópila. Em Pinus, o grão de 
pólen adere, inicialmente, a projeções existentes no único integumento do óvulo que funciona, 
de certo modo, como um estigma. Em seguida, uma pequena quantidade de líquido é 
secretada pelo óvulo preenchendo o canal micropilar e espalhando-se como um filme sobre as 
projeções do integumento. Os grãos de pólen flutuam nesse líquido e, então, desde que os 
óvulos de Pinus são invertidos, os grãos de pólen começam a subir no líquido, atravessam o 
canal micropilar e finalmente atingem a nucela.A célula de tubo cresce para dar lugar ao tubo 
polínico que evolui lentamente através do tecido nucelar, contendo em seu interior, o núcleo 
da célula de tubo (vegetativa) e a célula generativa (geratriz). Aproximadamente 13 meses 
após a polinização, o tubo polínico termina seu crescimento, penetrando um arquegônio. Um 
mês antes de tal penetração, a célula generativa (geratriz) divide-se mitoticamente e produz 
duas outras: uma célula basal ou pedicular e uma célula de corpo ou espermatógena. Esta 
última finalmente, divide-se e forma duas células espermáticas. Neste ponto, o tubo polínico 
rompe-se e a célula basal (pedicular) e as duas células espermáticas são descarregadas no 
interior do arquegônio. Apenas um dos núcleos das células espermáticas une-se com o núcleo 
da oosfera presente no arquegônio; todas as outras células masculinas degeneram. Nas 
gimnospermas não ocorre a dupla fertilização, típica das angiospermas. Apenas uma das 
células espermáticas funde-se com a oosfera, que, por divisões posteriores, dará origem ao 
embrião da semente. Não há formação de endosperma (3n), e o tecido de reserva da semente 
consiste de tecidos vegetativos do gametófito feminino. Muitas vezes, ocorre a fertilização de 
mais de um arquegônio e consequentemente, há formação de mais de um embrião na semente 
de Pinus (Damião Filho, 1993). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 92: Gymnospermae – Classe Coniferae: 
formação do tubo polínico, fecundação e 
embriogênese (Morandini, 1981). 
 
Figura 93: Gymnospermae – Classe Coniferae: evolução do embrião e germinação da 
semente (Morandini, 1981). 
 
 
2. FRUTO 
 
2.1 DEFINIÇÃO 
É o ovário desenvolvido com as sementes já formadas; ou pode ser ainda 
constituído de diversos ovários e ter ou não estruturas acessórias (indúvias) (Vidal, 2003). 
O fruto, segundo a definição clássica, é o ovário desenvolvido, após a fertilização 
dos óvulos, e que contêm em seu interior as sementes. Há, entretanto, exceções a esta regra 
geral: nos frutos partenocárpicos (do grego parthenos – virgem, não fecundado; karpos – 
fruto), ocorre o desenvolvimento do ovário sem a fecundação prévia dos óvulos, não havendo, 
portanto, sementes no interior do fruto (Damião Filho, 1993). 
 
2.2 CARACTERÍSTICAS GERAIS 
Após a fecundação do óvulo(s), se desenvolve e se constitui na semente; enquanto 
o ovário(s), paralelamente, hipertrofia-se, dando origem ao pericarpo, que, particularmente, 
passa por diversas fases peculiares, denominadas fases de amadurecimento. Logo, verifica-se 
que o fruto com pericarpo é encontrado nas Angiospermae e que, nas Gimnospermae, não há 
formação do mesmo, pois estas são destituídas de ovário, consequentemente, apresentam 
sementes nuas (Rodrigues, 2004). 
O tamanho de um fruto é bastante variável. Vamos encontrar frutos diminutos ou 
quase microscópicos, como os de certas gramíneas, até extremamente desenvolvidos, como os 
de curcubitáceas (abóbora, melancia...). Da mesma maneira, é grande a diversidade de formas 
e cores (Rodrigues, 2004). 
 
2.3 FUNÇÃO 
A finalidade biológica do fruto é ser um envoltório protetor para a semente, ao 
mesmo tempo que assegura a propagação e perpetuação das espécies. Como os animais, em 
seu amor maternal, as plantas protegem a sua prole e cuidam de sua sobrevivência (Vidal, 
2003). 
 
2.4 CONSTITUIÇÃO DO FRUTO 
Um fruto completo compõe-se de pericarpo e semente e, mais excepcionalmente 
de indúvias (Rodrigues, 2004). 
 
Figura 94: partes de um fruto (Rodrigues, 2004) 
 
Pericarpo 
É a porção do fruto formada pelo desenvolvimento das paredes do ovário, 
portanto, são as paredes do fruto que envolvem as sementes (Rodrigues, 2004). O pericarpo 
consta de três camadas: epicarpo – camada mais externa proveniente da epiderme externa da 
parede ovariana; mesocarpo – camada intermediária proveniente do mesófilo carpelar. Quase 
sempre de grande espessura, podendo ou não acumular reservas nos frutos carnosos ou secos, 
respectivamente, em geral, é a parte comestível; endocarpo – camada mais interna 
proveniente da epiderme interna da parede ovariana, que se acha em contato com as sementes. 
Quando lenhificado, constitui o caroço (nas drupas), podendo ser a parte comestível, como na 
laranja (Vidal, 2003). 
 
Semente 
É a parte do fruto formada pelo desenvolvimento do óvulo através de profundas 
modificações, depois de fecundado (Rodrigues, 2004). 
 
2.5 TIPOS DE FRUTOS (Rodrigues, 2004) 
a) Quanto à consistência do pericarpo 
Seco: aquele que não apresenta o pericarpo suculento. Neste, as células cessam 
simplesmente a multiplicação, morrem e secam, enchendo-se de ar. Flamboyam-mirim – 
Caesalpinia pulcherrima. 
Carnosos: aquele cujo pericarpo é carnoso e suculento. Neste, as células encerram 
certo numero de compostos orgânicos, como amido, tanino, ácidos orgânicos, entre outros, 
que são objeto de transformações notáveis, durante a fase de amadurecimento do fruto, dando 
assim uma consistência, coloração e aroma, bastante peculiar a cada espécie. Tomate – 
Lycopersicum esculentum. 
b) Quanto à deiscência do fruto 
Deiscente: aquele que se abre para liberar as sementes, quando maduros. Ipê-roxo 
– Tabebuia avellanedae. 
Indeiscentes: aquele que não se abre para liberar as sementes, quando maduro. 
Laranja – Citrus sinensis. 
c) Quanto ao número de carpelos 
Monocárpico ou monocarpado: quando o fruto é proveniente de gineceu 
unicarpelar. Chocalho – Crotalaria micans. 
Apocárpico ou apocarpado: quando o fruto é proveniente de gineceu dialicarpelar. 
Calancoê-fantasma – Kalanchoö waldheimi. 
Sincárpico ou sincarpado: quando o fruto é proveniente de gineceu gamocarpelar. 
Espatódea – Spathodea campanulata. 
d) Quanto ao número de sementes 
Monospérmico: quando o fruto apresenta uma só semente. Manga-de-
macaco/oiti/oiti-da-praia - Licania tomentosa. 
Dispérmico: quando o fruto apresenta duas sementes. Uva – Vitis vinifera. 
Trispérmico: quando o fruto apresenta três sementes. Perna-inchada/batata-do-
inferno – Jatropha podagrica. 
Polispérmico: quando o fruto apresenta mais de três sementes. Beijo-de-frade – 
Impatiens balsamina. 
 
2.6 CLASSIFICAÇÃO DOS FRUTOS 
 
2.6.1 FRUTOS SIMPLES 
Resultam de um ovário apenas, de uma só flor (monocárpico ou sincárpico) 
(Vidal, 2003). Os frutos simples podem ser secos ou carnosos, monospérmicos ou 
polispérmicos, deiscentes ou indeiscentes. Entre os frutos simples, há concordância que o 
mais primitivo seja o folículo (Rodrigues, 2004). 
 
Frutos Simples Secos Deiscentes: 
a) Folículo – univalvo, com uma deiscência longitudinal, monocárpico, 
geralmente polispérmico. Magnólias – Magnolia spp. ; Chichá – Sterculia chicha (Vidal, 
2003). 
 
Figura 95: fruto do tipo folículo (Vidal, 2003) e (foto – Brachychiton populneus - Marciano 
Balbinot, 2006). 
 
b) Legume – bivalvo, com duas deiscências longitudinais, monocárpico, 
geralmente polispérmico. Xique-xique – Crotalaria zanzibarica Benth. (Vidal, 2003). 
 
Figura 96: fruto do tipo legume (Vidal, 2003) e (Damião Filho, 1993). 
 
Alguns legumes são exceções à regra geral. Não se abrem na maturidade, como 
por exemplo o legume do jatobá e do amendoim. O lomento é um tipo especial de legume, 
articulado, indeiscente, subdividido em porções que se separam em unidades, ao atingir a 
maturidade. Exemplos de lomentos podem ser encontrados nas várias espécies do gênero 
Desmodium (pega-pega) (Damião Filho, 1993). 
Conforme RODRIGUES (2004), do legume derivam os seguintes tipos de frutos: 
legume bacóide – indeiscente, polposo, com adaptação à dispersão zoocórica. Como 
exemplo, os frutosde Caesalpinia ferrea var. ferrea (pau-ferro); legume samaróide – 
indeiscente, com adaptação à dispersão anemocórica. Como exemplos, os frutos das espécies 
pertencentes ao gênero Apuleia (Fabaceae/Caesalpinioideae), ao gênero Bowdichia, 
Dalbergia, Sweetia (Fabaceae/Faboideae), entre outros; legume nucóide – indeiscente ou 
tardiamente deiscente, crasso, com margens levemente espessadas. Como exemplos, frutos 
das espécies pertencentes ao gênero Inga (ingá), da maioria das espécies de Stryphnodendron 
(barbatimão), os de Parkia multijuga (faveira); lomento – o pericarpo se decompõe em 
artículos transversais, monospérmicos, deiscentes ou indeiscentes. Como exemplos, os frutos 
de Stylosanthes guyanensis (alfafa-do-campo), de Desmodium scandens (carrapicho) 
(Fabaceae/Faboideae); lomento drupáceo – indeiscente, com epicarpo e mesocarpo 
contínuos e endocarpo articulado, de consistência carnosa quando frescos e endurecidos, 
quando secos. Este nome foi proposto apenas para designar frutos de algumas espécies do 
gênero Cassia, como por exemplo, cassia multijuga (cássia); criptolomento – o pericarpo 
apresenta duas porções distintas: a externa, deiscente, bivalvar, e a interna indeiscente, 
membranácea ou papirácea, que se segmenta em artículos monospérmicos. Este nome foi 
proposto apenas para designar frutos do gênero Plathymenia (vinháticos), e de algumas 
espécies do gênero Pithecellobium, e ainda de Melanoxylum brauna (braúna-preta); 
criptossâmara – o pericarpo apresenta duas porções distintas: a externa, que se separa em 
duas valvas distintas ou se rompe irregularmente, e a interna, indeiscente, membranácea ou 
coriácea, que encerra uma única semente. Este tipo só é encontrado nas espécies dos gêneros 
Amburana e Pterodon (Fabaceae/Faboideae), e de Schizolobium, Sclerolobium, e Tachigalia 
(Fabaceae/Caesalpinioideae); craspédio – o pericarpo fragmenta-se em artículos transversais, 
monospérmicos, mas a fragmentação não atinge as bordas do carpelo, que ficam inteiras e 
persistentes, e constituem o réplum. Este tipo é encontrado na maioria das espécies de 
Mimosa, como Mimosa densa, M. clauseni (Fabaceae/Mimosoideae) e em algumas espécies 
de Desmodium (D. craspediforum) e Stylosanthes (Fabaceae/Faboideae); sacelo – um 
derivado do craspédio. Pela redução do fruto há um só artículo de forma oval, que ao se abrir, 
forma um réplum curto e caduco. Este tipo é encontrado em glomérulos, como exemplos, os 
de Mimosa acerba e M. meticulosa (Fabaceae/Mimosoideae). 
c) Síliqua – fruto capsular bivalvo, com quatro deiscências longitudinais, abrindo-
se de baixo para cima, sincárpico, geralmente polispérmico. Couve – Brassica oleracea L. 
(Vidal, 2003). 
“deiscência septífraga”(lado a lado ao longo de cada septo). 
 
Figura 97: fruto do tipo síliqua (Rodrigues, 2004). 
 
d) Cápsula – número de valvas e de carpelos variáveis, sincárpico, em geral 
polispérmico. Como cápsulas de deiscência longitudinal, temos (Vidal, 2003): 
Cápsula denticida: fendas por dentes apicais. Cravinha – Dianthus chinensis. 
“deiscência loculicida” 
 
Figura 98: cápsula denticida (Rodrigues, 2004). 
 
Cápsula loculicida: fendas ao longo das nervuras dorsais das folhas carpelares. 
Lírio – Hemerocallis flava L. 
“deiscência loculicida” 
 
Figura 99: cápsula loculicida (Rodrigues, 2004). 
 
Cápsula septicida: fendas ao longo dos septos, isolando cada lóculo. Fumo – 
Nicotiana tabacum L. 
“deiscência septicida” 
 
Figura 100: cápsula septicida (Rodrigues, 2004). 
 
Cápsula septífraga: ruptura dos septos paralela ao eixo dos frutos. Estramônio – 
Datura stramonium L. 
“deiscência septífraga” 
 
Figura 101: cápsula septífraga (Rodrigues, 2004). 
 
e) Opecarpo – fruto capsular porífero, deiscente por poros, sincárpico, geralmente 
polispérmico. Papoula – Papaver somniferum L. (Vidal, 2003). 
 
Figura 102: fruto do tipo opercarpo (cápsula poricida) (Rodrigues, 2004). 
 
f) Pixídio – fruto capsular com urna e opérculo, com uma deiscência transversal, 
sincárpico, geralmente polispérmico. Sapucaia – Lecythis sp. (Vidal, 2003). 
 
Figura 103: fruto do tipo pixídio (cápsula circuncisa) (Rodrigues, 2004). 
 
Frutos Simples Secos Indeiscentes: 
a) Aquênio – monocárpico ou sincárpico, monospérmico, semente presa a um só 
ponto do pericarpo. Girassol – Helianthus annuus L.; Picão – Bidens pilosa L.; Serralha - 
Sonchus oleraceus L. (Vidal,2003). 
 
Figura 104: fruto do tipo aquênio (Vidal, 2003). 
 
Conforme RODRIGUES (2004), os aquênios recebem denominações diferentes 
segundo particularidades que apresentam. Os principais são: cipsela – proveniente de ovário 
ínfero, bicarpelar, com o espaço central não dividido em lóculos e com modificações do cálice 
em papus, que promove a dispersão do fruto (Asteraceae, Valerianaceae, Dipsacaceae e 
Calyceraceae); núcula – proveniente de ovário súpero ou mais raramente ínfero ou semi-
ínfero, monocarpelar ou policarpelar, freqüentemente monospérmico, e que, com certa 
regularidade, apresentam adaptações do cálice para dispersão do fruto pelo vento ou pela água 
ou por animais (Nyctaginaceae – Mirabilis jalapa – maravilha); glande – policarpelar, 
geralmente sincárpico, monospérmico, de tamanho desenvolvido, de pericarpo coriáceo e 
envolvido total ou parcialmente por uma base concrescido, a cúpula (sassafrás – Ocotea 
odorífera – Lauraceae). 
 
Figura 105 tipos de aquênios (Rodrigues, 2004). 
 
b) Cariopse – sincárpico, monospérmico, tegumento da semente totalmente ligado 
ao pericarpo. Milho – Zea mays L. 
 
Figura 106: fruto do tipo cariopse (Vidal, 2003). 
 
c) Sâmara – monocárpico ou sincárpico, monospérmico, pericarpo com expansão 
alada. Cipó-de-asa – Stigmaphyllon sp. (Vidal, 2003). 
 
Figura 107: fruto tipo sâmara (Vidal, 2003). 
 
Conforme RODRIGUES (2004), o fruto sâmara é originado de gineceu 
unicarpelar e superovariado, provido de uma ou mais expansões do pericarpo. Cabreúva – 
Myrocarpus frondosus. O fruto samarídio é originado de gineceu di ou tricarpelar 
(dissâmara, trissâmara), súpero ou inferovariado, com lóculos uniovulados, que quando 
amadurecido, forma um esquizocarpo (fruto pluricarpelar, que, quando maduro, forma tantos 
frutos parciais quanto forem os carpelos), onde cada carpelo (no caso, denominado mericarpo) 
está provido de asa dorsal ou lateral. São encontrados em espécies pertencentes às famílias 
Sapindaceae, Malpighiaceae (cipó-prata – Banisteropsis oxyclada), Zygoplyllaceae, 
Rhamnaceae e Rutaceae. 
 
Figura 108: fruto do tipo sâmara e samarídio (Rodrigues, 2004). 
 
d) Glande – também chamado “bolota”, geralmente sincárpico, monospérmico, 
pericarpo envolvido na base por uma cúpula. Sassafrás – Ocotea pretiosa (Nees) Mez.; 
Carvalho – Quercus sp. (Vidal, 2003). 
 
Figura 109: fruto do tipo glande (Vidal, 2003). 
 
 
 
 
 
Frutos Simples Carnosos Indeiscentes 
a) Drupa – geralmente monocárpico, monospérmico, endocarpo endurecido, 
concrescente, com a semente formando o caroço. Coco – Cocos nucifera L.; Pêssego – 
Prunus persica L. (Vidal, 2003). 
 
 
 
 
 
Figura 110: fruto do tipo drupa (Vidal, 2003). 
 
b) Baga – é um fruto que possui o epicarpo 
delgado, mesocarpo e endocarpo carnosos, podendo conter uma ou várias sementes. Procede 
de ovários com uma ou várias folhas capelares (Damião Filho, 1993). Geralmente sincárpico, 
polispérmico e endocarpo não formando osso ou caroço (Vidal, 2003). 
Figura 111: fruto tipo baga (Vidal, 2003). 
 
As bagas podem apresentar características peculiares, agrupando-se em subtipos, e 
entre estes, são comumente encontrados: hesperídio – originado de ovário súpero, 
pluricarpelar, sincárpico,

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