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etica legislação profissional aula 02

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Sumário
UNIDADE 2 - O homem e a profissão: discussões deontológicas e desempenho ético profissional
Livre arbítrio ..................................................................................................................07
Obrigação moral ...........................................................................................................08
Teorias da obrigação moral.............................................................................................09
Desempenho ético profissional na contabilidade ................................................................13
Código de ética profissional do contador .........................................................................18
Síntese ..........................................................................................................................23
Referências Bibliográficas ................................................................................................24
05
“O comportamento moral é tanto comportamento de indivíduos quanto de grupos sociais 
humanos, cujas ações têm um caráter coletivo, mas deliberado, livre e consciente”. A 
frase de Adolfo Vázquez (2002) sinaliza os conteúdos que vamos discutir nesta unidade, 
focando especialmente o comportamento do profissional da área contábil. Assim, 
estudaremos mais detalhadamente questões éticas e morais relativas ao seu campo 
profissional.
Unidade 2Apresentação
07
Livre arbítrio
É importante destacar que o comportamento moral individual está relacionado a um conjunto 
de regras coletivas, que impõe deveres a cada um de nós. No entanto, note bem que, 
enquanto há normas rígidas e indiscutíveis ditadas, por exemplo, por leis, a atitude moral 
também está relacionada à vontade pessoal. Dessa forma, o indivíduo escolhe as alternativas 
disponíveis entre as normas morais, o que permite que se respeite a convicção interior, ao 
contrário da imposição ou coerção. Resumindo: a atitude de cada um leva em conta as leis, 
mas também a vontade própria, a liberdade de escolha. 
Vamos exemplificar algumas condutas para ajudar na compreensão?
Suponhamos que alguém (Senhor Y) tivesse de realizar uma tarefa, para qual contasse apenas 
com sua vontade e decisão. Nesse caso, também não há intervenções de normas ou leis. Não 
há, nesse exemplo, uma causa especial ou uma obrigatoriedade moral formal, portanto o 
indivíduo agiu tão somente conforme a exigência da circunstância. Vejamos mais um exemplo 
para que fique claro. Acompanhe.
Tomemos o caso de um indivíduo que fosse casualmente determinado a realizar uma tarefa 
sem que restasse nenhuma alternativa, ou seja, a ação deste indivíduo é baseada em sua 
própria opção e decisão. Nesse caso, a situação não teria um verdadeiro sentido moral, posto 
que esse tipo de determinação causal ou necessidade não tem ligação com a obrigatoriedade 
moral. Resumindo: o indivíduo agiu conforme a exigência da circunstância.
Considere um cenário em que nos deparamos com alguém que se vê forçado a agir 
de determinada maneira. Imprevistos impediram que a decisão e a ação espontânea 
acontecessem. Esse indivíduo provavelmente não agiria da mesma maneira se as condições 
fossem favoráveis, sem a pressão do imprevisto.
 É a situação, ainda, do Senhor Y, que se viu obrigado a adiar, em função do mau tempo, 
uma viagem e que, por esse imprevisto, ficou impossibilitado de cumprir a promessa de estar 
ao lado da mãe enferma. Devido a uma circunstância externa e imprevista, descumpriu uma 
obrigação moral. 
Se for imposta ao indivíduo uma forma de comportamento que não tenha sido 
desejada ou escolhida com liberdade por ele, ou seja, se ele sofrer algum tipo de 
coação externa, ambas as vertentes ou razões entrarão em conflito.
NÃO DEIXE DE LER...
Capítulo 2O homem e a profissão: 
discussões deontológicas e 
desempenho ético profissional
08 Laureate- International Universities
Ebook - Ética e Legislação Profissional
Quando alguém age sob coação externa, quer dizer, sob a ação de um impulso ou desejo 
implacável, que força ou anula por completo sua vontade, a obrigatoriedade moral perde 
também sua razão de ser. Assim, nota-se que a obrigatoriedade moral não pode confundir-se 
com a simples necessidade causal. 
Obrigação moral
Conforme os exemplos anteriores, é possível observar que a obrigação moral supõe 
necessariamente uma livre escolha. Em caso de rígida determinação causal externa ou interna, 
quando a livre escolha não pode verificar-se, não é aceitável exigir do agente uma obrigação 
moral, já que não será possível cumpri-la. Imprevistos, como vimos, acontecem. Saiba que 
nem toda liberdade de escolha possui uma definição moral e traz consigo, por si só, uma 
obrigatoriedade moral. 
Quer outro exemplo? No dia de folga, a escolha do Senhor Fulano entre ir à praia ou ficar em 
casa dormindo demonstra sua liberdade de escolha, e não necessariamente relaciona-se com 
uma obrigação moral. Claro, nada pode ser atribuído moralmente pelo fato de o indivíduo 
ter decidido por uma alternativa ou outra. Porém, se o Senhor Fulano escolhe entre ir à praia 
e visitar um colega que ele prometeu ver na mesma hora, esta escolha é condição necessária 
para o cumprimento da obrigação moral assumida. 
Então, a obrigação moral apresenta-se, assim, como a determinação do comportamento do 
indivíduo, orientando-o em determinada direção. Fique atento, pois, nesse caso, a obrigação 
moral pressupõe a liberdade de escolha, porém supõe, ao mesmo tempo, uma limitação da 
liberdade. 
Parece mesmo paradoxal. Sim, só que é o indivíduo quem opta por limitar sua escolha, 
afirmando, com isso, a liberdade necessária para que se possa imputar-lhe uma obrigação 
moral. Se a limitação fosse imposta de fora (como quando se está sob coação externa), não 
existiria tal obrigação moral. Então, a obrigação moral deve ser assumida livre e internamente 
pelo indivíduo, e não imposta por agente externo.
Caráter social da obrigação moral
Entenda que, na obrigação moral, o fator pessoal é fundamental. Porém, tal fator não deve 
ser afastado das relações sociais, isto é, a obrigação não se pode ser explicada como algo 
essencialmente individual, mas coletivo, pois também possui um caráter social. Devemos ter 
em mente que somente pode existir obrigação para um indivíduo quando as suas decisões e os 
seus atos afetam os outros ou a sociedade inteira. Justamente, porque o seu comportamento 
tem reflexo nos outros, você é obrigado a realizar determinados atos e a evitar outros. Contudo, 
se você escolhe entre duas ações – ir à praia ou ficar em casa dormindo –, que não dizem 
respeito diretamente aos outros, a escolha não tem abrangência moral.
É preciso levar em conta, também, que a obrigatoriedade moral tem um caráter social, 
a decisão pessoal não ocorre num vazio social, sem influência externa.
NÃO DEIXE DE LER...
09
Saiba que o obrigatório e o não obrigatório não são condutas que se idealizam, mas que já 
estão instituídas numa sociedade. Assim, os limites das obrigações mudam de uma sociedade 
para outra, indicando ao indivíduo o âmbito de uma obrigatoriedade. Ainda que o indivíduo 
decida e aja de acordo com a sua consciência ou com seu sentimento interior, estão neste 
mesmo indivíduo os padrões de uma sociedade e de uma época determinada. Dessa 
forma, o indivíduo age de acordo com o parecer da própria consciência moral, no entanto 
concorda com os princípios, os valores e as normas de uma moral real e vigente, mesmo que 
inconscientemente. 
[...] não se pode deixar de sublinhar toda a importância e especificidade do fator 
pessoal, a interiorização das normas e do dever nelas baseado, assim como o papel que 
desempenha a convicção intima da obrigatoriedade, contanto que nunca se perca de vista, 
por sua vez, o seu caráter social. (VASQUEZ, 2003, p. 158). 
Em suma, o fator pessoalirá também interferir na assimilação das normas que são 
apresentadas em sociedade, assim como a obrigatoriedade destas também interferirá no fator 
pessoal.
A consciência moral
Entenda que pautar a obrigatoriedade moral pela obrigatoriedade da natureza, da função e 
do alicerce da consciência moral, no entanto, nem sempre é tarefa fácil. Assim como pautar 
a consciência moral pela autonomia ou heteronomia da própria moral também não é tão 
simples. 
O termo consciência pode, aqui, ser usado em dois sentidos. O primeiro é o da consciência 
moral, o qual encontramos em expressões como “a minha consciência me diz”, ou “a luz 
da consciência”, “a voz da consciência” etc. O segundo sentido diz respeito à consciência 
propriamente dita, e pode ser encontrado em expressões como “Luiz perdeu a consciência”, ou 
“a criança não tinha consciência do perigo que corria”. A expressão “tomar consciência dos 
seus atos” também tem o mesmo sentido. 
Um ponto importante a considerar é que a consciência moral somente pode existir sobre a base 
da consciência propriamente dita. Por isso, o conceito de consciência está bastante ligado com 
o de obrigatoriedade. Segundo Vasquez (2003, p. 162):
De acordo com o tipo das relações sociais dominantes, cada época imprime a sua 
própria marca na consciência moral, visto que mudam os princípios e as normas morais e 
muda também o tipo de relações entre o indivíduo e a comunidade. Existe uma íntima relação 
entre a consciência e a obrigatoriedade moral. A consciência é sempre compreensão de 
nossa obrigação moral e avaliação de nosso comportamento de acordo com as normas livre 
e intimamente aceitas.
Verifica-se, então, que em função da época, as relações sociais dominantes vão se alterando e 
exigindo uma adaptação do indivíduo à comunidade em que vive.
Teorias da obrigação moral
Além de considerarmos fundamental o discernimento do caráter da obrigatoriedade moral, 
suas diferenças em relação a outras formas de obrigação ou de imposição e também as suas 
relações com a consciência moral, é importante que se esmiúce a própria obrigatoriedade. 
10 Laureate- International Universities
Ebook - Ética e Legislação Profissional
Segundo Vasquez (2003, p. 163):
Os éticos contemporâneos costumam dividir estas teorias em dois gêneros: deontológicas 
e teleológicas. Uma teoria da obrigação moral recebe o nome de deontológica (do grego 
deón, dever) quando não se faz depender a obrigatoriedade de uma ação exclusivamente das 
consequências da própria ação ou da norma com a qual se conforma. E chama-se teleológica 
(de télos, em grego, fim) quando a obrigatoriedade de uma ação deriva unicamente de suas 
consequências.
Figura 1 – Segundo Vasquez, a conjuntura política e social dominante influencia na cunhagem da consciência 
moral. Temos, portanto, que em cada contexto histórico a moral sofre modificações. 
Fonte: Shutterstock (2014).
Nos dois casos, a teoria pretende determinar o que é obrigatório fazer. Ao mesmo tempo, a 
teoria evidencia a decisão que tomamos em razão de uma situação particular. Mais uma vez 
levamos em conta algumas hipóteses para elucidar a questão. Veja a seguir. 
Primeiro, vamos supor que um doente grave, confiando em sua amizade, questione sobre o 
seu real estado. Pelo que lhe parece, os médicos e a família escondem a verdade. O que deve 
ser feito nesse caso, enganá-lo ou dizer a verdade? De acordo com a doutrina deontológica 
da obrigação moral, devemos contar a verdade, seja qual for a consequência. Por outro lado, 
segundo a teoria teleológica, você deve enganá-lo em razão das consequências negativas que 
podem ocorrer para o enfermo, do conhecimento do seu real estado. De acordo com Vasquez 
(2003, p. 164):
As várias teorias deontológicas têm em comum o fato de não derivarem a 
obrigatoriedade do ato moral das suas consequências; todavia, segundo procurem estas 
no caráter específico e particular do ato, sem recorrer a uma norma geral, ou na norma 
geral com a qual se conformam os respectivos atos particulares, poder-se-á falar em teorias 
deontológicas do ato ou da norma. As teorias teleológicas, por seu turno, colocam toda a 
obrigação moral em relação com as consequências: para mim (egoísmo ético), ou para o 
11
maior número (utilitarismo); mas, conforme esse último ponha o acento da obrigatoriedade 
no ato ou na norma que pode ser aplicada (mais exatamente, acentuando as consequências 
úteis ou do ato ou da norma), pode-se falar de utilitarismo do ato ou da norma.
Teorias deontológicas do ato
Segundo diversos autores, como Vásquez (2003), as teorias deontológicas do ato coincidem 
quando defendem que o caráter específico, próprio de cada situação ou de cada ato, evitam 
que sejamos capazes de apelar para uma norma geral a fim de decidir o que devemos fazer. 
Por essa razão, é preciso ter a intuição de como agir num caso determinado, ou resolver sem 
recorrer a uma norma, dado que esta, por sua generalidade, não nos pode indicar o que 
devemos fazer em cada caso concreto.
Para uma melhor compreensão, ainda podemos referenciar o pensamento de Sartre a respeito 
do ato que sustenta uma posição considerada deontológica. Pensador francês (1905-1980), 
Jean-Paul Sartre é autor de várias obras filosóficas, entre as quais “Crítica da razão dialética”, 
em que estabelece um diálogo entre o marxismo e o existencialismo. Influenciou os estudos 
filosóficos sobre o existencialismo do período pós-Segunda Guerra Mundial e foi casado com 
a também filósofa Simone de Beauvoir. Para Sartre, a liberdade humana reside na consciência 
ante a escolha do que será, ou seja, a existência precede a essência.
Assim, Sartre demonstra a impossibilidade de se acolher uma regra para decidir ou aconselhar 
o que alguém deve fazer. Também comenta que não se pode deixar de escolher nem de se 
comprometer. Diante de duas possibilidades de ação, é simplesmente necessário escolher. 
Entenda que o que realmente importa é o grau de liberdade com o qual agimos. 
Não há uma regra geral, como se fosse uma receita de bolo. Cada indivíduo deve 
traçar o caminho por si mesmo. Saiba, então, que em face do problema do conteúdo da 
obrigatoriedade moral, é necessário sublinhar sua característica como deontologismo do ato, 
sabendo que aqui não cabem princípios ou normas.
É possível um deontologismo puro? O que a experiência tem demonstrado é que na 
prática é impossível um deontologismo puro. Quando se pretende decidir sem recorrer, 
explicitamente, a uma norma, efetivamente se apela para uma norma geral, mais ou 
menos implícita.
NÓS QUEREMOS SABER!
Teorias deontológicas da norma
Para as teorias deontológicas da norma, o dever, em cada caso particular, deve ser 
determinado por normas que são válidas independentemente das consequências de sua 
aplicação. Alguns representantes da concepção da obrigatoriedade moral são Richard Price, 
Thomas Reid e W. D. Ross. Porém, a forma mais ilustrativa é a teoria da obrigatoriedade moral 
de Kant, que foi demonstrada em sua obra “Crítica da razão prática”.
Vásquez (2003) faz um exame da doutrina kantiana, entendida como deontologia da norma, 
resumida a seguir:
12 Laureate- International Universities
Ebook - Ética e Legislação Profissional
•	 o único bom moralmente, sem restrições, é a boa vontade;
•	 a boa vontade é a vontade de agir por dever;
•	 a ação moralmente boa, como ação querida por uma boa vontade, é aquela que se 
realiza não somente de acordo com o dever, mas pelo dever.
Vásquez (2003, p. 167) também afirma:
Uma ação pode cumprir-se conforme o dever, mas não por dever, e sim por inclinação 
ou interesse; neste caso, não será moralmente boa. Mas quando é possível dizer que atuamos 
realmente por dever e não obedecendo a uma inclinação ou a um interesse, por temor do 
castigo ou calculando as consequências vantajosas ou prejudiciais de nossos atos? Quando 
agimoscomo seres racionais. Assim sendo, como a razão é a faculdade do universal, dizer 
que a boa vontade age por dever significa que age apenas de um modo universal, ou seja, 
de acordo com uma máxima universalizável (válida não só para mim, mas para os demais: 
máxima que, por conseguinte, não admite exceções em nosso favor).
Ou seja, agir por dever é trabalhar puramente conforme a lei moral que se expressa nos 
imperativos universalizáveis. De acordo com essa lógica, a vontade que age dessa maneira, 
movida pelo sentimento do dever, livre de condições e circunstâncias, interesses ou inclinações, 
é uma vontade boa.
Para alguns outros autores, como Bertrand (1999), por exemplo, um código de deontologia 
deveria ser formulado voluntariamente no interior de uma profissão. A deontologia, segundo 
o autor, é o único método ao mesmo tempo eficaz e inofensivo para melhorar o serviço da 
mídia, mas o mesmo autor informa que ela não é uma solução simples e global para todos os 
problemas da mídia.
Outro autor que discute deontologia é Ferrel (2001, p. 55): 
Deontologia é um aspecto das filosofias morais que se concentra na preservação dos 
direitos do indivíduo e nas intenções associadas a um comportamento particular, e não 
em suas consequências. Para a teoria deontológica é fundamental a ideia de que todas as 
pessoas devem ser tratadas com igual respeito. Ao contrário dos utilitaristas, os deontológicos 
argumentam que há certas coisas que não devemos fazer, nem mesmo para maximizar a 
utilidade. Eles considerariam errado, por exemplo, matar uma pessoa inocente ou cometer 
uma grave injustiça contra ela, por maior que fosse a utilidade resultante desses atos, 
porquanto agir assim, infringiria os direitos da pessoa como indivíduo. O utilitarista, contudo, 
poderia considerar aceitável um ato que resultasse na morte de uma pessoa se isso criasse 
uma utilidade maior.
Observamos ainda que, segundo Ferrel (2001), as filosofias deontológicas consideram 
determinados comportamentos inerentemente certos, sendo que o critério de justiça focaliza 
o agente individual, não a sociedade. Justamente por isso, conforme Kant (2004, p. 12), 
essas ideias são, às vezes, chamadas de não consequencialismo, formalismo ético ou ética de 
respeito pelo indivíduo. Kant (2004, p. 12) ainda formulou o chamado imperativo categórico: 
“Age de tal modo que a norma da tua conduta possa ser chamada como lei universal.”
Ferrel (2001, p. 55) dá um bom exemplo:
Se uma pessoa toma dinheiro emprestado, por exemplo, prometendo pagar o 
empréstimo, mas sem a intenção de assim agir, ela não pode “universalizar” pedidos de 
empréstimo sem qualquer intenção de restituir o dinheiro. Se todos tomassem empréstimos 
sem intenção de resgatá-lo, ninguém levaria a sério essas promessas. Por conseguinte, os 
fundamentos lógicos da ação não seriam um princípio universal apropriado e o ato tampouco 
poderia ser considerado ético.
13
Para os deontologistas, o termo “natureza” é de importância fundamental. Eles consideram 
a natureza dos princípios morais permanente e estável, e acreditam que observá-los ajuda 
a definir o que é ético. Os deontologistas creem que o indivíduo possui os seguintes direitos 
absolutos:
•	 liberdade de consentimento;
•	 liberdade de consciência;
•	 liberdade de expressão;
•	 liberdade de ter privacidade;
•	 processo legal justo.
Os deontologistas ainda procuram identificar a conformidade com princípios morais, para 
determinar se uma conduta é ética. Aqui cabe outro exemplo: se o trabalhador de uma 
indústria adoece ou morre devido a condições do local de trabalho, o deontologista poderia 
dizer que os métodos de produção precisam ser modificados, não importando o custo, mesmo 
que isso leve a companhia à falência, fazendo, assim, com que todos os trabalhadores desta 
indústria percam seus empregos. Os deontologistas ferrenhos, chamados deontologistas “ao pé 
da letra”, acreditam que a conformidade com princípios morais gerais determina o caráter ético 
de qualquer coisa. 
A lógica e a razão são usadas para formular regras de comportamento. Essas regras ou 
princípios, orientando a conduta ética, anulam os imperativos decorrentes de um contexto 
específico, ou seja, os direitos básicos do homem, juntamente com os preceitos de conduta, 
formam a deontologia ao pé da letra. Já os deontologistas “da ação” afirmam que os atos 
constituem a base apropriada sobre a qual se julga a moralidade ou a qualidade ética. Então, 
a deontologia desse tipo requer que o homem use de justeza, equidade e imparcialidade ao 
tomar decisões e fazer com que elas sejam cumpridas. Os deontologistas “da ação” indicam 
que as pessoas simplesmente sabem que alguns atos são certos ou errados, não dando 
importância às consequências ou qualquer menção de regras.
Conhecidas as bases teóricas e o pensamento de algumas correntes filosóficas, fica mais fácil 
entender o desempenho ético profissional e a ética profissional. 
Desempenho ético profissional na contabilidade
O contador Alcedino Barbosa, presidente do Conselho Federal de Contabilidade, atribui a 
vitalidade dos princípios democráticos ao exercício ético profissional: “[...] democracia alimenta 
a cidadania e a consciência ética. Nesse ambiente, a preocupação com a ética é primordial 
para a manutenção dos direitos de cidadão.”
Portanto, o desempenho ético profissional na contabilidade é uma forma de exercer a 
democracia e fazer valer os seus princípios, pois a preocupação com a ética é uma forma de 
respeito aos direitos de todo ser humano. Vamos entender melhor seguindo em frente na leitura 
do próximo item. Não se preocupe, ética é um assunto que nos faz refletir bastante. Aproveite 
para fazer as suas reflexões. Boa leitura! 
14 Laureate- International Universities
Ebook - Ética e Legislação Profissional
Ética:	definições
Com o conhecimento das leis e normas a respeito dos seus direitos e deveres, o homem 
aprendeu a distinguir melhor o que é certo e o que é errado. Passou a demandar seus direitos e 
a ser solicitado quanto aos seus deveres. Segundo Sá (2001, p. 15):
Em seu sentido de maior amplitude, a ética tem sido entendida como a ciência da 
conduta humana, perante o ser e seus semelhantes. Envolve, pois, os estudos de aprovação 
ou desaprovação da ação dos homens e a consideração de valor como equivalente de uma 
medição do que é real e voluntarioso no campo das ações virtuosas [...].
Em todos os conceitos anteriormente apresentados, tem-se como princípio básico o 
comportamento humano, a sua conduta perante a sociedade que a depender da cultura, 
das crenças pessoais e dos seus valores pode ser definida como bem ou mal, certa ou 
errada. Vivemos numa sociedade globalizada e as mudanças são constantes, os valores são 
questionados e alterados; avaliar, portanto, o que seria um comportamento ético não é tarefa 
simples. Como afirma Valls (1996, p. 7), “A ética é daquelas coisas que todo mundo sabe o 
que são, mas que não são fáceis de explicar, quando alguém pergunta”.
Torna-se, portanto, necessário levar em conta a contextualização da sociedade atual e as 
transformações sofridas ao longo da história. Como afirma Valls (1996, p. 10), “[...] os 
costumes mudam e o que ontem era considerado errado hoje pode ser aceito [...]” e, ainda, 
de acordo com Fipecafi (1997, p. 22), “[...] cada pessoa constrói um conjunto de crenças e 
valores que serve como sustentação do comportamento que adota ao longo de sua vida, na 
busca de objetivos que ela persegue.”
A velocidade com que as informações são propagadas demonstra o grau de importância da 
tecnologia na vida dos indivíduos. Fazer parte de um grupo, ser socialmente aceito é ainda um 
dos desejos da maioria dos homens. Se determinado comportamento é considerado antiético 
e a sociedade passa a questioná-lo, então novas formas de comportamento poderão surgir, 
levando a um novo modelosocial. 
Figura 2 – Existem padrões de comportamento e pensamento que se transformam ao longo da evolução humana. 
O que é lugar comum em determinado século, pode ser a idiossincrasia do século seguinte. 
Fonte: Shutterstock (2014).
15
Um comportamento que no passado era aceito pela maioria, pode, no futuro, ser rejeitado. 
Tudo vai depender dos padrões que serão construídos ao longo da evolução humana. Portanto, 
como ramo do conhecimento, a ética adquire dois caminhos diferentes, conforme Fipecafi 
(1997):
[...] o papel da ética se refere ao relacionamento dos homens dentro da sociedade, 
assim como dos conflitos decorrentes desse relacionamento, cuja existência tem por base as 
crenças e valores de cada pessoa. (p. 16).
 
[...] tem por objeto o comportamento humano no interior de cada sociedade. O estudo desse 
comportamento com o fim de estabelecer os níveis aceitáveis que garantam a convivência 
pacífica dentro da sociedade e entre elas, constitui o objetivo da ética. (p. 22).
Crenças e valores são construídos dia a dia, por meio das relações com o grupo no qual o 
indivíduo está inserido. Por esse motivo, para ser socialmente aceito em um grupo, alguns 
indivíduos podem chegar a mudar de crenças e valores. A convivência pacífica poderá 
ocorrer se a harmonia for mantida com o cumprimento do respeito aos valores impostos 
pela sociedade. E o contrário também é possível, já que o não cumprimento dos valores 
pode prejudicar a paz já estabelecida. Alguns conflitos podem ocorrer entre os que querem 
permanecer no modelo existente de vida e aqueles que clamam por mudanças, que querem um 
novo padrão de comportamento, considerado mais moderno e mais adequado à época vivida.
Educar crianças, por exemplo, através de palmadas para punir um comportamento considerado 
insatisfatório. Em algumas sociedades, hoje tal comportamento não é aceito de forma alguma: 
o comportamento ético aceitável é o do diálogo entre os pais e filhos, mesmo que, no passado, 
a prática tenha sido diferente. Outro exemplo seria o fato de repreender um funcionário por 
execução insatisfatória de uma tarefa. Avaliar o desempenho de determinado funcionário na 
frente dos demais não era visto como humilhação ou assédio nas empresas. Porém, hoje a 
grande maioria das empresas entende isso como comportamento inaceitável e antiético. O 
ético seria uma reunião privada sem a possibilidade de expor o indivíduo ao constrangimento.
Segundo Valls (1996), didaticamente, costuma-se separar os problemas teóricos da ética em 
dois campos: num os problemas gerais e fundamentais (como liberdade, consciência, bem, 
valor, lei e outros) e, no segundo, os problemas específicos de aplicação concreta como os 
problemas de ética profissional. O Sistema Contábil Brasileiro, por exemplo, consciente de sua 
responsabilidade social, desenvolve regras de conduta com a finalidade de estimular o convívio 
harmônico dos profissionais de contabilidade, suas relações com a sociedade e o respeito aos 
valores éticos.
Formas	de	atuação	do	profissional
Devido à expansão do mercado, decorrente principalmente da globalização, o profissional da 
área de Contabilidade tem adquirido uma importância fundamental nas empresas. Atualmente, 
ao profissional contábil cabe uma postura ética não só como pessoa, mas como responsável 
por organização de informações extremamente sigilosas que, na maioria das vezes, definem 
o destino de uma parcela significativa não só de trabalhadores, entendidos aqui como seres 
humanos com sonhos, desejos, como também de empresas responsáveis pela manutenção 
desses sonhos e desejos.
O profissional da área contábil necessita constantemente realimentar as informações 
no desempenho de sua prática, devendo estar atualizado sobre questões diversas como 
econômicas, sociais e políticas, uma vez que, em questão de segundos, as mudanças ocorrem 
no cenário internacional, nacional e local.
16 Laureate- International Universities
Ebook - Ética e Legislação Profissional
As possiblidades de atuação do profissional contábil são imensas, mas, conforme alguns 
autores, independentemente do ambiente e das relações profissionais estabelecidas, é 
necessário que haja um compromisso não só com a consciência ética de maneira geral, porém, 
também com aquela que se forma entre grupos de conveniências isoladas e de participações no 
mercado de trabalho.
Cabe ao profissional de Contabilidade a função de prestar informações, seja ela de natureza 
física, financeira ou econômica do patrimônio tanto de pessoas físicas ou jurídicas. Além 
disso, ele pode também definir o futuro de uma empresa, o que significa dizer que se torna 
responsável, também, pelo destino da vida de muitos trabalhadores, seja na garantia de 
conservação do emprego, seja na possibilidade de abrir novas oportunidades de trabalho.
No entanto, muitos comportamentos antiéticos desvirtuam os profissionais atualmente, 
conforme Passos (2009, p. 67), e que hoje são presenciados como:
[...] desde situações corriqueiras do dia a dia, como a prática do favoritismo e [...] 
a obediência inquestionáveis às leis, [...] até os subornos, sonegação fiscal, [...] propinas 
manipulações para não pagar as indenizações justas, [...] dentre tantas outras.”
Diante dos grandes escândalos empresarias, sejam de ordem pública ou privada, que têm sido 
revelados constantemente na sociedade, por divulgação na imprensa, o comportamento ético 
pode ser, no mundo atual, o grande diferencial para o profissional de contabilidade.
O indivíduo como ser social faz parte de vários grupos sociais. A partir do momento que se 
integra na estrutura econômica da sociedade, torna-se membro da classe social e, dentro 
dela, por sua ocupação específica, fica membro de uma comunidade de trabalho, ofício ou 
profissão.
Assim, que papéis o profissional de contabilidade pode assumir?
1. Empregado, particular ou público: o profissional pode assumir um cargo e tem uma 
dependência hierárquica. 2. Autônomo, individual ou coletivo: o profissional pode exercer 
uma diversidade de tarefas e possui uma liberdade de atuação. 3. Sócio de uma empresa 
fechada: o profissional pode atuar como majoritário ou como subordinado às decisões do 
grupo. 4. Sócio de empresa consorciada ou associada: o profissional “passa a ser um semi-
autônomo, vinculado à vontade de um grupo e subordinado à figura de uma pessoa jurídica, 
logo, relativamente autônomo. 5. Sócio-dirigente ou de Conselho de uma empresa aberta. 
6. Participante de uma empresa multinacional: Nestes dois casos, o profissional possui pouca 
autonomia por depender de uma série de estruturas com diferentes vontades. (SÁ, 2001, p. 
161).
Dessa forma, diante desta variação, existe uma tendência, como afirma Sá (2001, p. 162), 
“[...] de que quanto mais impessoal tornar-se o processo da decisão e tanto menos ética é 
possível que venha a ser a conduta, se um sistema rígido de normas não obrigar à prática 
da virtude”. Alterações introduzidas ao longo dos tempos aprimoram substancialmente a 
relação do contabilista com o cliente, no que diz respeito à forma de contratação dos serviços 
profissionais.
Ética	profissional	nas	ambiências	empresariais
Sabendo que a realização da moral não é um assunto exclusivo dos indivíduos, torna-se 
importante examinar instâncias sociais que influem no seu comportamento moral e favorecem 
a realização da moral como empreendimento coletivo. Segundo Passos (2009, p. 66), “[...] a 
ética nas organizações significa forma de ser e modo de agir, não de maneira mecânica, mas 
17
como fruto da reflexão em consonância com a cultura e a filosofia da organização”. De acordo 
com Sá (2001, p. 172),
Uma empresa prestadora de serviços só se justifica se existirem profissionais competentes 
para e execução de um tipo de trabalho, logo, tenha o tamanho que tiver, será sempre 
dependente de atitudes dimanadas do ser humano.Todo conselho profissional, por ser órgão fiscalizador, exige das empresas sempre um 
responsável técnico para os serviços específicos; nesse caso, de um contador, que responda 
pelos atos praticados na empresa, independente do número de profissionais que atuem no 
setor. Segundo Sá (2001, p. 173):
Grandes empresas de serviços profissionais são sempre vulneráveis à perda de 
qualidade do trabalho, pelo fato da quantidade de pessoal que envolve e da impossibilidade 
de obter-se só mão-de-obra de refinada competência.
Sá (2001, p. 173) também destaca que: 
Nada justifica a lesão aos valores do homem, em nome de práticas institucionais. A 
universalidade da conduta humana voltada ao bem contribui para as leis éticas, e não se 
constroem ao sabor dos ambientes particulares, nem dos consensos empíricos. E a virtude é 
algo que exige interação benéfica geral entre os seres humanos.
Ou seja, a ética nas organizações será fruto da reflexão em consonância com a cultura e a 
filosofia da organização. As questões éticas fundamentais devem ser abordadas a partir de 
pressupostos filosóficos básicos, como o da dialética da necessidade e da liberdade. Assim, a 
ética, através de seu objeto, uma forma específica do comportamento humano, se relaciona 
com outras ciências que estudam as relações e o comportamento dos homens em sociedade 
e oferecem dados e conclusões que colaboram para esclarecer o tipo característico de 
comportamento que é o moral.
Por exemplo, a ética se relaciona intimamente com as ciências sociais, já que o comportamento 
moral é uma forma específica do comportamento do homem que se manifesta em diversos 
planos: o psicológico, o social, o prático-utilitário, o jurídico, o religioso ou o estético.
Comportamento ético
Conforme Passos (2009, p. 106), “[...] a tensão e a crise vividas na sociedade hoje conduzem 
os indivíduos à instabilidade e à impaciência diante da vida como um todo e das relações de 
trabalho, em específico”. Ao mesmo tempo, o indivíduo entra em um conflito, uma vez que 
acredita ser possível agir de acordo com os próprios interesses, desrespeitando todo e qualquer 
princípio. Conforme Lisboa, a ausência da ética ocorre tanto na família (pessoal), quanto na 
empresa (profissional).
Mesmo que não sejam respeitadas, torna-se necessário que haja, na sociedade, regras que 
estabeleçam uma relação interpessoal na medida em que as pessoas buscam cada vez mais 
defender os próprios interesses. Segundo Fipecafi (1997, p.47), “[...] nenhuma sociedade pode 
abdicar de um conjunto de ‘regras de convivência’, conjunto que induza ao respeito entre seus 
participantes assegure o direito dos mesmos.” 
Passos ressalta que, ao falar do comportamento ético do profissional, deve-se buscar a 
substituição do egoísmo, do individualismo e da competição entre os profissionais para 
um comportamento amigo e solidário. E a solidariedade, aqui, deve ser entendida como 
“[...] exercício da verdade, que é a única forma de crescimento individual e coletivo” 
(PASSOS, 2009, p. 112). Em toda e qualquer profissão, torna-se necessário e importante 
18 Laureate- International Universities
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o comportamento ético diante de suas ações, e aqui reforçamos o desempenho ético do 
profissional de contabilidade.
Dessa forma, segundo Sá (2001, p. 177),
A profissão contábil consiste em um trabalho exercido habitualmente nas células sociais, 
com o objetivo de prestar informações e orientações baseadas na explicação dos fenômenos 
patrimoniais, ensejando o cumprimento de deveres sociais, legais, econômicos, tão como a 
tomada de decisões administrativas, além de servir de instrumentação histórica da vida e da 
riqueza. 
A ação humana nem sempre é reflexo das crenças individuais. Como exemplo, podemos citar a 
ação de um auditor contábil. De acordo com as normas éticas, o profissional não deve aceitar 
a realização de auditoria das contas de uma empresa que possua relações de parentescos com 
a presidência. No entanto, acreditando que é possível separar o pessoal do profissional, se 
o auditor não recusa tal solicitação, ele vai de encontro a uma crença que não é própria da 
sociedade.
Código de ética profissional do contador
Você vai conhecer agora um pouco mais sobre o Código de Ética Profissional do Contador.
Objetivo do Código de Ética
Segundo Fipecafi (1997, p. 61), “O objetivo do Código de Ética para o Contador é habilitar 
esse profissional a adotar uma atitude pessoal, de acordo com os princípios éticos conhecidos 
e aceitos pela sociedade.” Segundo o CEPC – Código de Ética Profissional do Contador, 
Resolução CFC no 803/96, em sua última alteração dada pela Resolução CFC no 1.307/10, de 
09/12/20, traz como objetivo, no seu Capítulo I, Art. 1o:
Art. 1o Este Código de Ética Profissional tem por objetivo fixar a forma pela qual se devem 
conduzir os Profissionais da Contabilidade, quando no exercício profissional e nos assuntos 
relacionados à profissão e à classe.
O código de ética profissional para o contador traz como princípios:
•	 responsabilidade, perante a sociedade, de atuar com esmero e qualidade, adotando 
critério livre e imparcial;
•	 lealdade, perante o contratante de seus serviços, guardando sigilo profissional e 
recusando tarefas que contrariem a moral;
•	 responsabilidade para com os deveres da profissão (aprimoramento técnico, inscrição 
nos órgãos de classe);
•	 preservação da imagem profissional, mantendo-se atualizado em relação às novas 
técnicas de trabalho, adotando altas normas profissionais de conduta. O contador 
deve contribuir para o desenvolvimento e a difusão dos conhecimentos próprios da 
profissão.
Assim, qualquer que seja a área de atuação, deve ter consciência do seu papel, da importância 
do seu trabalho e de suas responsabilidades. Necessitando para tanto “[...] o pleno 
19
conhecimento, o domínio sobre a tarefa e sobre a forma de executá-la, além de atualização 
constante e aperfeiçoamento cultural”. (SÁ, 2001, p. 151). De acordo com o mesmo autor:
Desconhecer, todavia, como realizar a tarefa ou apenas saber fazê-la parcialmente, 
em face da totalidade exigível para eficácia, é conduta que fere os preceitos da doutrina da 
moral (ética). (SÁ, 2001, p. 151).
Todo e qualquer ato que não esteja de acordo com as regras preestabelecidas pela sociedade 
se constitui numa falta de ética. No caso do contador, por exemplo, sonegar Imposto de Renda, 
além de representar uma transgressão às normas fiscais, é um ato antiético.
Este ato passa a ser questionado no momento em que busca justificativas para tal, pois 
conforme Fipecafi (1997, p. 62), “Ninguém sonega Imposto de Renda pelo simples prazer de 
sonegar. Existirá sempre uma razão individual que sustentará o ato praticado [...]”. Isso significa 
que para toda transgressão existe uma razão para que pudesse acontecer. Ainda conforme a 
autora:
[...] qualquer que seja a sociedade em foco e, dentro desta, qualquer que seja o nível 
de relacionamento mantido, ainda que totalmente balizado por regras, haverá sempre 
oportunidades para que tais regras sejam quebradas. (FIPECAFI, 1997, p. 62).
Conforme as ideias de Lisboa, as responsabilidades do profissional, no caso específico do 
contador, são as mesmas, perante sua profissão e perante seus colegas, independentemente de 
ele ser autônomo ou empregado; assim como perante seu empregador, independente de ser 
empregado de uma pequena ou de uma grande empresa. 
Figura 3 – Os profissionais de qualquer área de atuação devem ter consciência de seu papel, de seus direitos e 
deveres. 
Fonte: Shutterstock (2014).
Ao tratar de conduta ética, o profissional não deve, em hipótese alguma “Utilizar-se da 
profissão, dos conhecimentos que ela oferece, ou de uma função outorgada, para enganar, 
20 Laureate- International Universities
Ebook - Ética e Legislação Profissionalludibriar, falsear a verdade é aético e injustificável sob todos os títulos.” (SÁ, 2001, p. 248). 
Passos (2009, p. 67) também destaca que: “A ética nos ajuda a entender que um bom 
profissional não é aquele que age como uma máquina, cumprindo ordens inconscientes e 
deixando de impor limites entre os mundos profissional e pessoal”. 
De acordo com Passos (2009, p. 68), “[...] o comportamento ético ainda é o melhor caminho”; 
pois, na medida em que se tem a confiança, maior sucesso e abertura para o crescimento da 
empresa, enquanto que a desconfiança e o uso da fraude “[...] colocam em jogo o destino da 
organização, motivam o desmoronamento de muitas e ameaçam outras tantas.” 
Ainda quanto ao comportamento ético dos profissionais, de acordo com Fipecafi (1997, p. 51), 
“[...] ela traz consigo algumas particularidades que podem acarretar prejuízos para a sociedade 
ou, mais especificamente, para quem necessita de um especialista.”
No caso dos contadores, além das possibilidades de quebras de regras do cotidiano, existem 
também aquelas que são próprias das especializações. Como exemplos, podemos citar: 
auditores especializados (em instituições financeiras) e tributaristas especializados em um único 
tipo de tributo (como ICMS, IPI, Imposto de Renda de Pessoas Jurídicas etc.). Para Sá (2001, p. 
148): “Todas as capacidades necessárias ou exigíveis para o desempenho eficaz da profissão 
são deveres éticos.”
No entanto, sabemos que todo profissional é passível de erro e, para cada profissão, existem 
regras próprias para punições. No caso dos contadores, a responsabilidade de julgar tais atos 
é de responsabilidade do Conselho Federal de Contabilidade, dos Conselhos Regionais de 
Contabilidade e da Comissão de Valores Mobiliários.
Existem argumentos relevantes que justificam a importância da ética e da proteção dos valores 
éticos, pois, de acordo com Fipecafi (1997), no meio profissional, caso a sociedade em geral 
não perceba a disposição dos profissionais em proteger os valores éticos, certamente ela 
passará a não acreditar na profissão; assim como o papel dos líderes, pois estes devem ser 
sempre a referência de modelo ético a ser seguido.
É preciso, também, que as regras sejam objetivas, conhecidas e válidas igualmente para todos 
os participantes da comunidade, para que, assim, tenhamos benefício no convívio social. A 
ética, nos últimos anos, tem despertado uma atenção muito grande por parte, principalmente, 
das grandes empresas. Segundo Valls (1996, p. 71), “[...] hoje em dia, os grandes problemas 
éticos se encontram nestes três momentos da eticidade (família, sociedade civil e Estado), e uma 
ética concreta não pode ignorá-los.”
Além das leis que regem a relação estabelecida entre o indivíduo e a sociedade, existem 
também as leis que regem a relação estabelecida entre o indivíduo e a empresa. Essas leis 
deveriam buscar atingir aquilo que é considerado como ideal ético.
Conforme descrito por Valls (1996), ideal da ética estaria:
•	 na busca teórica e prática da ideia do bem, da qual as realidades mundanas 
participariam de alguma maneira (Platão);
•	 na felicidade (Aristóteles);
•	 no viver de acordo com a natureza em harmonia cósmica (para outros gregos);
•	 os ideais éticos se identificam com os religiosos, é o ideal de uma vida espiritual (no 
cristianismo);
21
•	 no viver de acordo com a própria liberdade (Renascimento e o Iluminismo);
•	 como autonomia individual (Kant);
•	 numa vida livre, dentro de um Estado livre. Um Estado de direito, que preservasse os 
direitos do homem e lhes cobrassem seus deveres, em que a consciência moral e as 
leis do direito não estivessem separadas nem em contradição (Hegel);
•	 na liberdade (os pensadores da existência no século XX);
•	 numa vida social mais justa, com a superação das injustiças econômicas mais gritantes 
(pensamento social e dialético);
•	 no prazer (reflexão ético-social do século XX).
Para o ideal da ética, portanto, todo profissional, inclusive os da área contábil, deve buscar 
preservar ao máximo o respeito à profissão que fez escolha como opção para sua vida, tendo, 
assim, responsabilidade não apenas com a ética, mas também com os valores morais e sociais. 
É preciso o respeito às leis e às determinações próprias do código de ética do contador.
Dos	Deveres	e	das	Obrigações
Neste novo século, a ética é fundamental para um trabalho com profissionalismo. Os 
Contadores possuem o Código de Ética Profissional do Contador (CEPC), Resolução CFC no 
803/96, que, em sua última alteração, dada pela Resolução CFC no 1.307/10, de 09/12/02, 
tem definidos os deveres e as proibições dos profissionais da Contabilidade, conforme segue 
no Capítulo II, Art. 2o: 
Capítulo II - Dos Deveres E Das Proibições.
Art. 2º São deveres do Profissional da Contabilidade: (Redação alterada pela Resolução CFC 
nº 1.307/10, de 09/12/2010)
I – exercer a profissão com zelo, diligência, honestidade e capacidade técnica, observada 
toda a legislação vigente, em especial aos Princípios de Contabilidade e as Normas Brasileiras 
de Contabilidade, e resguardados os interesses de seus clientes e/ou empregadores, sem 
prejuízo da dignidade e independência profissionais;
(Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
II – guardar sigilo sobre o que souber em razão do exercício profissional lícito, inclusive no 
âmbito do serviço público, ressalvados os casos previstos em lei ou quando solicitado por 
autoridades competentes, entre estas os Conselhos Regionais de Contabilidade;
III – zelar pela sua competência exclusiva na orientação técnica dos serviços a seu cargo;
IV – comunicar, desde logo, ao cliente ou empregador, em documento reservado, eventual 
circunstância adversa que possa influir na decisão daquele que lhe formular consulta ou lhe 
confiar trabalho, estendendo-se a obrigação a sócios e executores;
V – inteirar-se de todas as circunstâncias, antes de emitir opinião sobre qualquer caso;
VI – renunciar às funções que exerce, logo que se positive falta de confiança por parte do 
cliente ou empregador, a quem deverá notificar com trinta dias de antecedência, zelando, 
contudo, para que os interesse dos mesmos não sejam prejudicados, evitando declarações 
públicas sobre os motivos da renúncia;
VII – se substituído em suas funções, informar ao substituto sobre fatos que devam chegar 
ao conhecimento desse, a fim de habilitá-lo para o bom desempenho das funções a serem 
exercidas;
VIII – manifestar, a qualquer tempo, a existência de impedimento para o exercício da 
profissão;
IX – ser solidário com os movimentos de defesa da dignidade profissional, seja propugnando 
por remuneração condigna, seja zelando por condições de trabalho compatíveis com o 
exercício ético-profissional da Contabilidade e seu aprimoramento técnico.
X – cumprir os Programas Obrigatórios de Educação Continuada estabelecidos pelo CFC; 
(Criado pelo Art. 5º, da Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
XI – comunicar, ao CRC, a mudança de seu domicílio ou endereço e da organização 
contábil de sua responsabilidade, bem como a ocorrência de outros fatos necessários ao 
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Ebook - Ética e Legislação Profissional
controle e fiscalização profissional. (Criado pelo Art. 6º, da Resolução CFC nº 1.307/10, de 
09/12/2010)
XII – auxiliar a fiscalização do exercício profissional. (Criado pelo Art. 7º, da Resolução CFC 
nº 1.307/10, de 09/12/2010)
Assim, percebe-se que o zelo, a pontualidade, a honestidade, o sigilo e a competência são 
características fundamentais nos profissionais, para que sejam considerados com atitudes 
éticas corretas. Dessa forma, para o profissional, seja ele da área contábil ou não, podemos 
considerar como virtudes básicas aquelas consideradas indispensáveis, imprescindíveis para o 
desempenho ético com competência, em qualquer que seja a área de execução doserviço.
Que diretrizes seguir para ser um profissional ético e atualizado? Visite o site do 
Conselho Federal de Contabilidade (CFC) – CEPC, Resolução no 803/96 e suas 
alterações – disponível em:
http://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=1996/000803, e 
leia o artigo: “O que é ética”, disponível em: <http://www.espacoetica.com.br/
oqueeetica>. 
NÓS QUEREMOS SABER!
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Neste capítulo, você descobriu que a obrigatoriedade moral não pode se confundir com a 
simples necessidade causal e nem com a coação interna ou externa. Essas formas de obrigação 
tornam impossível a verdadeira obrigação moral que supõe necessariamente uma livre escolha. 
Por isso foram abordados temas importantes, como os direitos dos indivíduos e a intenção 
associada a um dado comportamento e que, de acordo com o tipo das relações sociais 
dominantes, cada época imprime a sua própria marca na consciência moral, visto que mudam 
os princípios e as normas morais e muda também os tipos de relações entre o indivíduo e a 
comunidade.
Segundo um dos autores referenciados, “[...] existe uma íntima relação entre a consciência 
e a obrigatoriedade moral. A consciência é sempre compreensão de nossa obrigação moral 
e avaliação de nosso comportamento de acordo com as normas livre e intimamente aceitas” 
(VASQUEZ, 2003, p. 162).
Então, a pergunta é: como estão as relações éticas no seu ambiente de trabalho? E na 
profissão contábil, como funciona atualmente a interação dos profissionais da área com seus 
clientes e pares?
Uma forma de se manter a sua atuação e as relações profissionais de forma ética e 
transparente é usando como base o CEPC. São orientações de como agir em casos como 
a prática do favoritismo e a obediência inquestionável às leis, subornos, sonegação fiscal, 
propinas e manipulações para não pagar as indenizações justas etc. Valendo-se do CEPC, o 
profissional terá suas respostas.
SínteseSíntese
24 Laureate- International Universities
BETRAND, C. J. A deontologia das mídias. Bauru: EDUSC, 1999.
FERREL, O. C. Ética empresarial: dilemas, tomadas de decisões e caso. Rio de Janeiro: 
Reichmann & Affonso, 2001.
FIPECAFI, L. L. P. (Org.). Ética	geral	e	profissional	em	contabilidade. 2 ed. São Paulo: 
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KANT, I. Crítica da razão prática. São Paulo: Martin Claret, 2004.
MARCONDES, D. Textos básicos de Ética: de Platão a Foucault. 5. ed. São Paulo: Jorge 
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PASSOS, E. Ética	nas	organizações. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2009. 
SÁ, A. L. Ética	profissional. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2001. 
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. CEPC	–	Código	de	Ética	Profissional	
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ESPAÇO ÉTICA. O que é ética. Disponível em: <http://www.espacoetica.com.br/
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VÁSQUEZ, A. S. Ética. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.
ReferênciasBibliográficas

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