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Aula 1 Principais conceitos Saúde da Familia

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Principais conceitos
Desenvolvimento da Política de Saúde
 
 
 
Profª Suzana Matos
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Breve História da Política de Saúde no Brasil 
 Política de Saúde: “definida como a ação ou omissão do Estado, enquanto resposta social diante dos problemas de saúde e seus determinantes, assim como da produção, distribuição e regulação de bens, serviços e ambientes que afetam a saúde dos indivíduos e da coletividade.”
(AGUIAR, 2011)
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Determinantes Sociais de Saúde (DSS) são as características sociais dentro das quais a vida transcorre . 
Determinantes sociais não são uma rede de causalidade e sim um complexo de fenômenos sociais interligados que produzem riscos diferenciados à saúde de comunidades e indivíduos.
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Programa de Saúde
Conjunto de ações implementadas por um governo para melhorar as condições de saúde da população. 
É um instrumento para operacionalizar as políticas de saúde através do planejamento, da execução e avaliação de ações de promoção, prevenção, tratamento (cuidados) e recuperação da saúde.
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Promoção
Prevenção: visa empregar medidas de profilaxia a fim de impedir que indivíduos sadios venham a adquirir a doença.
Controle: visa baixar a incidência a níveis mínimos (tuberculose).
Erradicação: após implantadas as medidas de controle, consiste na não ocorrência de doenças (varíola no mundo desde 1977 e a poliomielite no Brasil desde 1990).
Eliminação é o processo de parar a propagação de uma doença. 
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Período Colonial/ Imperial (1500 a 1889)
Produção econômica: Ciclos do açúcar e da mineração (trabalho escravo até 1822)/ aumento da produção do café- EXPORTAÇÃO . 
 Substituição do trabalho escravo por assalariado – motivou a imigração de trabalhadores de origem européia para o Brasil.
Quadro de saúde: diversas doenças transmissíveis, chegando-se a ter epidemias;
Eram tomadas medidas para minimizar os problemas de saúde pública que afetavam a produção econômica (saneamento dos portos, urbanização e infraestrutura nos centros urbanos e campanhas para debelar as epidemias);
A assistência médica limitava-se às classes dominantes. 
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Período da Primeira República ou República Velha (1889 a 1930)
Fim da Monarquia- Organização de Estado Moderno
Produção econômica: Agroexportação; Política café-com-leite
 Crescimento da produção industrial que estimulava a política de incentivo à imigração europeia.
Quadro de saúde: Mesmo panorama do período anterior.
Oswaldo Cruz elegeu as campanhas sanitárias como modelo para combater as epidemias, de conotação militar;
Em 1904- imposição legal da vacinação contra varíola (Revolta da Vacina);
Em 1920- Carlos Chagas assumiu o Comando do Departamento Nacional de Saúde (prevenção das doenças);
Nascimento da saúde pública/ Surge a Previdência Social- Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPs em 1923). 
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Período da Segunda República ou Era Vargas (1930 a 1945)
 Promoveu reforma administrativa e política (Constituição de 1934).
Centralização política e participação estatal nas políticas públicas.
Produção econômica: Crescimento acelerado da indústria.
Quadro de saúde: Mesmo panorama do período anterior com más condições de trabalho (verminoses, acidentes, desnutrição, estresse).
Em 1933- Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs). Não se dá a organização por empresas, mas por categorias profissionais (ex. marítimos, bancários). 
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Período da Redemocratização ou Desenvolvimentista (1945 a 1963)
1945- fim da Segunda Guerra Mundial
 Em julho de 1953- criado o MS
Produção econômica: Crescimento acelerado da indústria;
Quadro de saúde: Mesmo panorama do período anterior;
Parcos recursos- pouca efetividade na saúde pública; 
Prevalência do Modelo Médico Assistencial.
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Período do Regime Militar (1964 a 1984)
Perdurou por 20 anos
Constituição de 1967- Institucionaliza o Regime Militar
Produção econômica: Cresce o investimento de infraestrutura para favorecer a industrialização.
Quadro de saúde:
Em 1966- unificação dos IAPs com a criação do Instituto Nacional de Previdência e Assistência Social (INPS);
Em 1976- Centro Brasileiro de Estudos da Saúde (CEBES) e Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (ABRASCO); Fortaleceram a proposta da Reforma Sanitária;
Em 1977- Surge o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS); 
Em 1983- Ações Integradas de Saúde (AIS);
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Período da Nova República (1985 a 1988)
Em 1985- José Sarney tomou posse na Presidência da República.
Cenário de redemocratização da sociedade.
Quadro de saúde:
Redução das doenças imunopreviníveis (VACINAS) e da mortalidade infantil, manutenção da mortalidade por doenças cardiovasculares, neoplásicas e causas externas, epidemia da AIDS e epidemia de dengue em algumas capitais;
Em 1986- VIII Conferência Nacional de Saúde;
Em 1987- Surge o Sistema Unificado e Descentralizado da Saúde (SUDS).
Em 1988- promulgação da Constituição Federal e é aprovado o Sistema Único de Saúde (SUS).
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O Sistema Único de Saúde (SUS)
 “Conjunto organizado e articulado de serviços e ações de saúde, e aglutina o conjunto das organizações públicas de saúde existentes nos âmbitos municipal, estadual e nacional, e ainda os serviços privados de saúde que o integram funcionalmente para a prestação de serviços aos usuários do sistema, de forma complementar”.
■ Leis 8.080 e 8.142/ 90- regulamentam a organização e o funcionamento do SUS não apenas com serviços assistenciais. 
■ Sistema complexo que tem atribuições de articular ações de promoção, prevenção, reabilitação e cura.
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PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS DO SUS
UNIVERSALIDADE: assegura o direito à saúde a todo e qualquer cidadão brasileiro, através do acesso aos serviços e ações de saúde disponibilizados pelo sistema;
INTEGRALIDADE: Visa garantir ações de promoção, prevenção, reabilitação e cura, pois considera as dimensões do processo saúde-doença que afetam os indivíduos e as coletividades, além das ações de intersetorialidade;
EQUIDADE: Busca a igualdade na oferta de ações e serviços de saúde de acordo com a prioridade do indivíduo ou população que tem maior risco de adoecer e morrer decorrente às desigualdades sociais, grupos mais excluídos; 
DIREITO À INFORMAÇÃO: Profissionais e gestores devem cumprir a lei que define que o usuário tem o direito a saber sobre sua saúde num contexto ampliado.
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Diretrizes organizativas do SUS
DESCENTRALIZAÇÃO: constitui-se com ênfase na municipalização da gestão dos serviços e ações no aspecto político-administrativo.
REGIONALIZAÇÃO: é também uma continuidade da descentralização, fazendo com que serviços e ações de saúde estejam disponibilizados com base no território, para garantir acesso oportuno.
HIERARQUIZAÇÃO: busca-se ordenar o sistema por níveis de atenção e estabelecer fluxos da assistência entre os serviços.
PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA: regulada pela Lei 8.142/90, permite a participação dos segmentos sociais em Conferências e nos Conselhos de Saúde, nas três esferas de governo, na busca da democracia participativa na definição e execução da política de saúde
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REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE (RAS)
São arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas que, integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado (Ministério da Saúde, 2010 – portaria nº 4.279, de 30/12/2010). 
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PORTARIA Nº 4.279, DE 30 DE DEZEMBRO DE 2010 
 “Atenção Primária em Saúde estruturada como primeiro nível de atenção e porta de entrada do sistema, constituída de equipe multidisciplinar que cobre toda a população, integrando, coordenando o cuidado, e atendendo as suas necessidades de saúde.”
Obs: apesar de ser desejável que o usuário entre por
essa porta, as urgências e emergências também se constituem porta de entrada no sistema.
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Pontos de Atenção Secundária e Terciária
 
Centros de Apoio Psicossocial (CAPSs), nas redes de atenção à saúde mental;
 
Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs), nas redes de atenção à saúde bucal; 
Unidades de Terapia Renal Substitutiva (TRSs), nas redes de atenção às doenças renais;
Centro de Referência de Atenção aos Idosos, nas redes de atenção aos idosos; 
Maternidades nas redes de atenção às mulheres e às crianças etc.
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DOS SISTEMAS FRAGMENTADOS PARA AS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE
ORGANIZAÇÃO HIERÁRQUICA
ORGANIZAÇÃO POLIÁRQUICA (REDES)
FONTE: MENDES (2002)
ALTA COMPLEXIDADE
MÉDIA COMPLEXIDADE
ATENÇÃO BÁSICA
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Referências
AGUIAR, Z. N. SUS: Sistema Único de Saúde- antecedentes, percurso, perspectivas e desafios. São Paulo, Martinari, 2011.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Atenção Básica. Brasília, DF. 2012. 
MENDES, E. V. As Redes de Atenção à Saúde. 2ª edição. Brasília-DF, 2011.
 PORTARIA Nº 4.279, DE 30 DE DEZEMBRO DE 2010.
VASCONCELOS, C. M; PASCHE, D. F. O Sistema Único de Saúde. IN: WAGNER, G. et al. (org.) Tratado de Saúde Coletiva. 2.ᵅ ed. São Paulo, HUCITEC EDITORA, 2012.
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 Obrigada!
suzanag2matos@hotmail.com

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