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Psicologia da Aprendizagem - para o ava 11 3 14.pdf

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL - UEPB
EDITORA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA
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Editora da Universidade 
 Estadual da Paraíba
Diretor
Cidoval Morais de Sousa
Coordenação de Editoração
Arão de Azevedo Souza
Conselho Editorial
Célia Marques Teles - UFBA
Dilma Maria Brito Melo Trovão - UEPB
Djane de Fátima Oliveira - UEPB
Gesinaldo Ataíde Cândido - UFCG
Joviana Quintes Avanci - FIOCRUZ
Rosilda Alves Bezerra - UEPB
Waleska Silveira Lira - UEPB
Universidade Estadual da Paraíba
Antonio Guedes Rangel Junior
Reitor
José Ethan
Vice-Reitor
Pró-Reitor de Ensino de Graduação 
Eli Brandão da Silva
Pró-Reitoria de Ensino Médio, Técnico e Educação à Distância
Secretaria de Educação a Distância – SEAD
Eliane de Moura Silva
Cecília Queiroz
Assessora de EAD
Coordenador de Tecnologia
Ítalo Brito Vilarim
Projeto Gráfico
Arão de Azevêdo Souza
Revisora de Linguagem em EAD
Rossana Delmar de Lima Arcoverde (UFCG)
Revisão Linguística
Maria Divanira de Lima Arcoverde (UEPB)
Diagramação 
Arão de Azevêdo Souza
Gabriel Granja
 150
 T185p Targino, Magnólia de Lima Sousa. 
 Psicologia da Aprendizagem - Licenciatura em letras – Português./ Magnólia 
de Lima Sousa Targino./ Pró-Reitoria de Ensino Médio, Técnico e Educação a 
Distância.- Campina Grande: EDUEPB, 2013. 
 176 p.: il.: Color.
 ISBN 978-85-7879-162-9 
 1. Psicologia. 2. Freud. 3. Aprendizagem psicologia para a educação. I. 
Título. II. EDUEPB/Coordenadoria Institucional de Programas Especiais.
21. ed.CDD
Psicologia da Aprendizagem
Magnólia de Lima Sousa Targino
Campina Grande-PB
2013
Sumário
I Unidade
O contexto histórico da psicologia e a sua importância 
para a formação de professores.........................................................7
II Unidade
Aprendizagem por Condicionamento Clássico..................................29
III Unidade
Aprendizagem por Condicionamento Operante. 
Aprendizagem por Observação.......................................................49
IV Unidade
Teoria da Aprendizagem Significativa de Ausubel...............................69
V Unidade
Bruner : Teoria da Instrução................................................................91
VI Unidade
A Teoria Genética da Aprendizagem de Piaget............................111
VII Unidade
A Teoria Histórico Cultural de Vygotsky.............................................133
VIII Unidade
As Inteligências Múltiplas de Howard Gardner..............................155
Psicologia da Aprendizagem I SEAD/UEPB 7
I UNIDADE
O contexto histórico da 
psicologia e a sua importância 
para a formação de professores
 8 EAD/UEPB I Psicologia da Aprendizagem
Apresentação
Caro(a) aluno(a),
 Seja bem vindo(a) a sua primeira jor-
nada de estudo no mundo da Psicolo-
gia neste curso de Letras a Distância. É 
um prazer imenso fazer parte desta ca-
minhada, que considero uma tarefa di-
fícil e desafiadora. Indubitavelmente 
nessa jornada, nos debateremos com 
conceitos, idéias e teorias complexas, 
do ponto de vista científico, mas que ao mesmo tempo expli-
cam situações práticas, que fazem parte do dia a dia das 
pessoas dos mais diversos espaços e, mais especificamente 
na sala de aula, lugar onde você se propõe a trabalhar futu-
ramente e para isso, investe na sua formação.
A jornada que iniciaremos agora será cheia de desco-
bertas e experiências novas, e o mais importante é o desejo 
de crescer. Para isso, algumas precauções já podem ser to-
madas como assumirmos o compromisso de que estaremos 
juntos. Nesse sentido, elaborei um trabalho visando fornecer 
os subsídios básicos necessários considerando o contexto 
no qual estamos inseridos, através dos diversos instrumentos 
disponíveis que se articulam e se complementam entre si, 
quer sejam sugestões de leituras complementares, filmes, ví-
deos, fotos e os diferentes recursos da internet, entre outros. 
Acima de tudo, espero que esse material lhe sirva como 
um desafio à reflexão e instigue a se aprofundar mais na 
prazerosa aventura do mundo do conhecimento da Psicolo-
gia, sobretudo na área da Educação. 
Desejo que você mergulhe no tempo e no espaço e tire 
o máximo de proveito dessa disciplina para sua formação 
como professor(a). O nosso estudo inicial se dará a partir do 
surgimento da Psicologia para introduzirmos os conteúdos 
específicos da “Psicologia de Aprendizagem”. É importante 
ressaltar que, por uma questão de aplicação prática, abor-
daremos essencialmente a aprendizagem humana e temas 
que dizem respeito a educação.
Psicologia da Aprendizagem I SEAD/UEPB 9
Objetivos
Tenho a plena certeza de que ao desenvolver o presente estudo, 
você irá sentir a necessidade de traçar os seus próprios objetivos de 
acordo com a sua experiência de vida. Isso será de grande valia para a 
sua prática profissional. Entretanto, devemos partilhar de alguns objeti-
vos comuns, para que alcancemos as metas do Curso. Destarte, espero 
que ao final dessa primeira unidade você seja capaz de:
•	 Distinguir a psicologia das outras áreas do conhecimento;
•	 Identificar os pontos comuns e divergentes das diferentes abor-
dagens iniciais no processo de construção da psicologia como 
ciência independente;
•	 Nomear os principais representantes das abordagens históricas 
da psicologia;
•	 Justificar a importância da psicologia da aprendizagem para a 
formação de professores.
 10 EAD/UEPB I Psicologia da Aprendizagem
Para Reflexão
Convido você a pensar um pouco na clientela que você irá se depa-
rar nos diferentes contextos da sua prática profissional. Analise a letra 
da música abaixo:
Quero falar de uma coisa
Advinha onde ela anda?
deve estar dentro do peito
ou caminha pelo ar
pode estar aqui do lado
bem mais perto que pensamos
a folha da juventude é o nome certo desse amor
(...)
Coração de estudante
há que se cuidar da vida
há que se cuidar do mundo
tomar conta da amizade
alegria e muito sonho
espalhados no caminho
verde: plantas e sentimento
folhas, coração, juventude e fé.
 Coração de Estudante
 Milton Nascimento e Wagner Tiso
 
Pense nisso...
Estudante, vida, mundo, amizade, sonho, caminho, senti-
mento, coração, juventude e fé.
Psicologia. o que tem a ver com tudo isso?
Diferentes Áreas do Conhecimento
Tenho certeza de que mesmo se você ainda não estudou, já ou-
viu falar com frequência no seu dia a dia, no termo “Psicologia”. Há, 
inclusive, um dito popular muito utilizado pelas pessoas que diz: “de 
psicólogo e de louco todo mundo tem um pouco”, considerando, desta 
forma, que cada pessoa tem sua própria “psicologia”.
Como se vê, esse termo é utilizado com vários sentidos. Especifi-
camente, no processo de ensino aprendizagem, é comum ouvirmos 
Psicologia da Aprendizagem I SEAD/UEPB 11
comentários como por exemplo “o professor de matemática não tem 
psicologia para ensinar” ou “a professora de língua portuguesa tem 
psicologia para entender os alunos”, como também, se faz sempre 
presente no nosso meio, afirmações como: “é preciso ter psicologia 
para motivar os alunos a aprender”. 
Observe então que as pessoas geralmente utilizam o termo Psico-
logia para se referir as diferentes situações, nas quais se faz necessária 
a compreensão dos problemas cotidianos a partir de um ponto de vista 
psicológico, embora, na maioria das vezes, os autores de situações como 
as acima descritas tenham por base a “psicologia do senso comum”. 
 Porém, é preciso ficar atento, pois embora a psicologia do senso 
comum expresse um certo domínioem relação ao conhecimento da 
psicologia dita científica, não é suficiente para as exigências do desen-
volvimento da humanidade e para que o homem domine a natureza 
em seu próprio proveito. Por uma questão de sobrevivência, os gregos 
antigos já dominavam cálculos matemáticos, que ainda hoje são con-
siderados difíceis pela maioria dos jovens do ensino médio. Com o 
passar do tempo, o conhecimento científico foi se especializando cada 
vez mais, atingindo um nível altíssimo de sofisticação, como a ida do 
homem a Lua, e mais recentemente, as descobertas com as células do 
genoma humano. É importante que você saiba que chamamos de ci-
ência, esse tipo de conhecimento, que definiremos com mais detalhes, 
um pouco mais adiante.
Entretanto, você deve estar estranhando, pois já ouviu falar em ou-
tros tipos de domínios do conhecimento humano como a filosofia1, a 
arte2 e a religião3 que são também domínios do conhecimento humano. 
E eu posso lhe assegurar que você está coberto (a) de razão, mas 
o que vai nos interessar daqui por diante é o conhecimento científico, 
pois é ele vai subsidiar o estudo da presente disciplina.
Atividade I
1) Cotidianamente, você se depara com situações que mostram 
conhecimentos da psicologia apropriados pelo senso comum. Cite exemplos:
2) O conhecimento humano não é produzido exclusivamente através dos 
critérios científicos. Quais são os demais conhecimentos do domínio humano 
e o que cada um deles abrange?
1 Filosofia - tipo de conhecimento que surgiu 
a partir dos questionamentos do homem so-
bre a sua origem e o seu significado, a partir 
dos estudos dos pais desse corpo de saber: 
Sócrates, Platão e Aristóteles.
2 Arte – atividade humana ligada a mani-
festações de valores estéticos (beleza, 
equilíbrio, harmonia, revolta) que parte da 
percepção, das emoções , das ideias, da 
cultura e da história e dá um significado úni-
co e diferente para cada obra. A expressão 
da arte ocorre através de uma grande varie-
dade de meios e materiais, como a pintura, 
a escrita, a música, a dança, a fotografia, o 
cinema,o teatro, o desenho, a arquitetura e 
outros.
3 Religião - crenças, tradições e modelos de 
condutas.
dica. utilize o bloco 
de anotações para 
responder as atividades!
 12 EAD/UEPB I Psicologia da Aprendizagem
A Evolução da 
Psicologia Científica
Quero propor que antes de iniciarmos o estudo sobre a Psicologia 
propriamente dita, façamos uma revisão do que entendemos por ciên-
cia, e, só então depois, nos dedicaremos ao estudo da Psicologia, que 
hoje é considerada uma de suas áreas.
O que é ciência? 
De acordo com Bock (2009, p. 19) :
a ciência compõe-se de um conjunto de conhe-
cimentos sobre os fatos ou aspectos da realidade 
(objeto de estudo), expresso através de uma lin-
guagem precisa e rigorosa. Esses conhecimentos 
devem ser obtidos de maneira programada, siste-
mática e controlada, para que se permita a verifi-
cação de sua validade... o saber pode assim ser 
transmitido, verificado, utilizado e desenvolvido.
Como você vê, a continuidade da produção científica só é possível 
se as características acima descritas que são definições rigorosas de 
um objeto de estudo, construído de forma programada, com controle e 
sistematização. Isso vai permitir que outra pessoa interessada, seguin-
do os mesmos critérios do cientista chegue as mesmas conclusões por 
ele alcançadas. Desta forma, esse conhecimento, depois de testado e 
comprovado, é aprovado e passa a servir de alicerce para novas des-
cobertas, o que caracteriza a ciência como um processo.
Já estudamos que, a história da Psicologia se confunde com a histó-
ria das próprias pessoas em busca de um melhor entendimento sobre si 
mesmas. Ela teve o seu surgimento a partir das especulações filosóficas 
a respeito da mente e houve todo um desenvolvimento até chegar a ser 
considerada a ciência comportamental moderna.
Weiten (2010, p.04), ressalta que:
o termo psicologia origina-se de duas palavras gre-
gas: psique, que significa a alma, o espírito ou a 
mente, e logos, que se refere ao estudo de um as-
sunto. Essas duas raízes gregas foram inicialmente 
colocadas lado a lado para definir um tópico de es-
tudo no século XVI, quando psique era usado para 
se referir a alma, espírito ou mente em contraposição 
ao corpo (Boring, 1966 apud Weiten,2010). Mas foi 
somente no início do século XVIII que o termo psi-
cologia tornou-se mais comum entre os estudiosos. 
Foi quando passou a significar ‘o estudo da mente’.
Psicologia da Aprendizagem I SEAD/UEPB 13
Essa evolução se deu a partir dos pais intelectuais da psicologia, 
que foram a fisiologia e a filosofia. Aproximadamente em 1870, nesses 
dois campos de estudo, o interesse se voltava para questões sobre a 
mente. Cada campo de saber explorava o estudo da mente de acordo 
com a sua ótica, diferenciando o seu foco.
A essa altura, a pergunta que você deve estar se fazendo é em 
relação a como se deu a superação desta dicotomia, dessas visões 
separadas. Pois, foi um professor alemão chamado Wilhelm Wundt 
(1832-1920) que conseguiu fundar o primeiro laboratório formal para 
pesquisas em psicologia na University of Leipzig, em 1879 – ano de 
“nascimento” da psicologia.
Já em 1881, Wunt lançou o primeiro periódico para publicações 
de pesquisas em psicologia. A luta dele foi reconhecida e ele passou 
a ser chamado o “pai” da psicologia. Por conta de sua formação em 
fisiologia, ele considerou que o objeto de estudo da psicologia era a 
consciência. Essa concepção dominou o campo por duas décadas e 
continuou influenciando por muitas outras e teve como foco a mente, 
sendo que os métodos utilizados para explorá-la eram tão rigorosos 
como os dos físicos e os dos químicos. 
Embora a psicologia tenha surgido na Alemanha, foi nos Estados 
Unidos onde se deu o crescimento rápido dessa nova ciência. Entre os 
anos de 1883 e 1893, surgiram 23 novos laboratórios de pesquisa 
psicológica, berços das primeiras abordagens ou escolas. 
Agora você pode achar que a partir daí, como a psicologia se trans-
formou em uma ciência independente tornou-se unificada e seus adep-
tos tinham uma única ótica de estudo. Se você pensa assim, está redon-
damente enganado(a), pois a partir de então, surgiram as divergências 
internas. Como aliás, há na grande maioria das disciplinas científicas e 
que acabam por favorecer um terreno profícuo para o desenvolvimento 
da nova ciência , também com a psicologia não foi diferente. Vejamos:
As primeiras abordagens científicas: O Funcionalismo, o Estrutura-
lismo, o Associacionismo.
Figura 1 – Wilhelm Wundt (1832-1920)
 14 EAD/UEPB I Psicologia da Aprendizagem
O Estruturalismo
Esta escola foi inaugurada por Wundt, mas foi o seu discípulo, o in-
glês Edward Titchener, que emigrara para os Estados Unidos em 1892, 
quem utilizou o termo estruturalismo pela primeira vez e encarregou-se 
de fundar um novo laboratório de psicologia experimental na Univer-
sidade de Cornell. Grande admirador de Wundt e tendo se graduado 
no laboratório de Leipzig, que foi fundado pelo “pai” da psicologia, 
desenvolveu uma visão própria da psicologia na América e tornou-se 
o líder do movimento. (Hilgard, 1987, Thorne e Henley, 1997 apud 
Weiten, 2010). Para os estruturalistas, a psicologia deveria estudar a 
consciência nos seus elementos básicos, tais como as sensações, os 
sentimentos e as imagens, bem como a relação entre eles. O método 
de observação dos estruturalistas era o da introspecção, ou o da siste-
mática e cuidadosa observação da própria experiência consciente. Para 
que o participante fosse mais objetivo e consciente na sua introspecção 
era necessário que passasse por treinos no laboratório. Depois de trei-
nada, a pessoa que estava sendo estudada era exposta a sons, ilusões 
de ótica e estímulos visuais,e era solicitada para analisar o que havia 
experimentado.
 
Figura 2 – Edward Titchener
 
Davidoff (2001) enumera algumas limitações no movimento estru-
turalista:
•	 a introspecção formal era um método de estudo obscuro e não 
confiável;
•	 considerava os fenômenos complexos como o pensamento, lin-
guagem, moralidade e anormalidade como impróprios para es-
tudos introspectivos e desta forma, fora do alcance da ciência;
•	 era contra a orientação para assuntos práticos.
Psicologia da Aprendizagem I SEAD/UEPB 15
O Funcionalismo
Os funcionalistas tinham uma visão diferente dos estruturalistas 
para a psicologia. O grande líder desse movimento foi o psicólogo 
americano William James (1842-1910), professor de filosofia e de psi-
cologia na Universidade de Harvard, durante trinta e cinco anos.
Figura 3 – William James (1842-1910)
Willian James se opunha ao estruturalismo porque o via como arti-
ficial, limitado e inexato. Ele defendia o ponto de vista de que a cons-
ciência era “pessoal e única”, estava “continuamente em mudança”, 
evoluía com o tempo e era “seletiva” na escolha dentre os estímulos 
que a bombardeiam. A função primordial da consciência, segundo W. 
James era de ajudar as pessoas a se adaptarem aos seus ambientes. 
(DAVIDOFF, 2009)
Esta visão influenciou diversos psicólogos da Universidade de Chi-
cago, inclusive o famoso filosofo e educador John Dewey, no início dos 
anos 1900.
O interesse maior destes estudiosos se dava por investigar como 
funcionavam os processos mentais para ajudar os homens a sobrevive-
rem num mundo perigoso. Apesar de discordarem entre si em muitos 
pontos, se solidificaram em sua oposição ao estruturalismo.
Entretanto, como você sabe, a diversidade e a flexibilidade são 
atraentes, mas causam grandes dificuldades para a sobrevivência de 
qualquer movimento. Então, aos poucos os espaços foram sendo ocu-
pados pelo Associacionismo.
 16 EAD/UEPB I Psicologia da Aprendizagem
O Associacionismo
Teve como principal representante Edward L. Thorndike, que foi o 
primeiro formulador de uma primeira teoria de aprendizagem na psico-
logia. Seu trabalho tinha por base uma visão de utilidade do conheci-
mento, muito mais do que por questões filosóficas.
Figura 4 – Edward L. Thorndike (Lei do Efeito)
Como dá pra você deduzir o termo “associacionismo” originou-se 
da concepção de que a aprendizagem se dá por um processo de asso-
ciação das idéias, sendo essas das mais simples as mais complexas. De 
acordo com esse ponto de vista, para o aluno aprender um conteúdo 
mais complexo, precisa passar primeiro por uma aprendizagem mais 
simples, associando as idéias.
E. Thorndike quem formulou a Lei do Efeito, que teve grande utilida-
de para a psicologia behaviorista. Essa Lei considera que todo compor-
tamento de um organismo vivo tende a se repetir se for recompensado 
(efeito) assim que ele o emitir, da mesma forma que se castigado (efeito) 
após a sua ocorrência, tenderá a não acontecer. Desta forma, o orga-
nismo irá associar essas situações com outras semelhantes.
Atividade II
1) Para adquirir o status de ciência a psicologia teria que atender alguns 
critérios. Quais foram esses?
2) Caracterize os movimentos funcionalista, associacionista e estruturalista.
dica. utilize o bloco 
de anotações para 
responder as atividades!
Psicologia da Aprendizagem I SEAD/UEPB 17
3) Diferencie a Psicologia como ramo da Filosofia e a Psicologia Científica. 
4) Analise os possíveis objetos de estudo da psicologia, explicitando os 
motivos responsáveis pela diversidade de objetos para a psicologia.
dica. utilize o bloco 
de anotações para 
responder as atividades!
As principais teorias da 
Psicologia a partir do 
século XX
Já vimos que a psicologia iniciou como um ramo da filosofia e tinha 
como objeto de estudo a alma. No século XX, a psicologia científica 
surgiu com Wundt que defende a psicologia sem alma de acordo com 
os padrões de ciência do século XIX. A psicologia fica ligada a medici-
na, assumindo o método de investigação das ciências naturais com o 
critério rigoroso da construção do conhecimento. 
Segundo Bock (2009) as três escolas da psicologia científica – fun-
cionalismo, estruturalismo e associacionismo – foram substituídas, no 
século XX, por novas teorias. Neste período as três mais importantes 
tendências teóricas consideradas por inúmeros autores (como Politzer 
e Japiassú, apud: Bock, 2009) são: Behaviorismo ou Teoria Estímulo-
-Resposta, Gestalt e Psicanálise. 
O Behaviorismo
John Watson fez doutorado no campo da psicologia animal na Uni-
versidade de Chicago sob a orientação de um professor funcionalis-
ta. Entretanto, passou a criticar o funcionalismo e o estruturalismo por 
considerar que a introspecção consistia em um sério obstáculo ao pro-
gresso da psicologia, pois dependia das impressões e idiossincrasias de 
cada pessoa treinada para desenvolvê-la.
 18 EAD/UEPB I Psicologia da Aprendizagem
 
Figura 8 – John Watson (1879-1958)
Davidoff (2009) assinala que o behaviorismo começou como um 
movimento forte que ampliou a sua filosofia à medida que foi evoluin-
do. O enfoque behaviorista continua a exercer muita influência sobre 
a moderna psicologia. Por isso, as idéias behavioristas serão estudadas 
com mais aprofundamento posteriormente.
A Gestalt
A psicologia da Gestalt teve seu berço na Europa. Gestalt é a pa-
lavra alemã que se refere a forma, padrão ou estrutura. Assim, os psi-
cólogos da Gestalt defendem que as experiências trazem consigo uma 
característica de totalidade ou de estrutura. Essa Teoria surgiu, em parte 
como um protesto contra o estruturalismo, contrapondo-se a prática de 
se reduzir experiências complexas a elementos simples.
Alguns defensores da Gestalt foram: Wolfgang Kohler, Kurt Koffka 
e Max Wertheimer, sendo o último considerado o precursor da Teoria, 
quando publicou pela Universidade de Frankfurt um relatório sobre os 
estudos de “movimento operante”, um movimento percebido, quando 
na realidade nada esta acontecendo. O slogan adotado foi que “o 
todo era claramente diferente da soma de suas partes”.
Essa filosofia direcionou a psicologia na Alemanha e também in-
fluenciou a psicologia Norteamericana. A psicologia da Gestalt tem a 
sua marca em dois enfoques contemporâneos da psicologia, o huma-
nismo e o cognitivismo.
Figuras 9 – Imagens Gestalt
Psicologia da Aprendizagem I SEAD/UEPB 19
A Psicanálise
Freud é tão falado na psicologia que mesmo se você nunca tivesse 
estudado essa ciência, possivelmente ainda não tivesse ouvido falar em 
Wundt, Watson, Wertheimer e William James. Mas, muito provavelmen-
te já ouviu falar em Freud, o médico vienense que se interessou pelo 
tratamento dos problemas do sistema nervoso e, mais particularmente, 
das desordens neuróticas. Ele postulou o inconsciente como objeto de 
estudo, quebrando a tradição da Psicologia como ciência da consciên-
cia e da razão.
Figura 10 – Sigmund Freud (1856-1939)
A teoria psicanalítica é uma teoria psicológica. Mas, o nome e as 
idéias de Freud são tão conhecidos para as pessoas que a psicologia é 
muitas vezes confundida com a teoria psicanalítica.
O movimento psicanalítico não se assemelhou aos outros porque 
o seu precursor nunca quis influenciar a psicologia acadêmica. Ele ti-
nha como objetivo primordial levar ajuda para pessoas com sofrimento 
psíquico. Entretanto, a influência desta abordagem foi tamanha que 
ela passou a ser considerada um movimento da psicologia. Entretanto, 
como não se trata de uma teoria da aprendizagem não faremos um 
aprofundamento aqui dos seus postulados.
Como você percebe, até aqui fizemos um estudo histórico do sur-
gimento da Psicologia e das principais correntes teóricas desta ciência. 
De agora por diante, iremosnos focar nas teorias psicológicas mais 
importantes que contribuíram (e continuam contribuindo) para que a 
aprendizagem atinja um nível de relativa satisfação.
Antes de prosseguir, responda as questões seguintes para recaptular.
 20 EAD/UEPB I Psicologia da Aprendizagem
Atividade III
1)Qual a importância de se conhecer a história da psicologia? 
2)Quem foi Wundt e qual o seu papel na história da psicologia?
3)Imagine que você tenha que optar por qualquer uma das tendências 
teóricas da psicologia. Qual você escolheria? Por quê?
 
dica. utilize o bloco 
de anotações para 
responder as atividades!
A contribuição da psicologia 
da aprendizagem para a 
educação
Através do conhecimento inicialmente apresentado sobre a origem 
e contextualização histórica da Psicologia, você pode perceber que 
desde a antinguidade, filósofos, psicólogos e demais pensadores já se 
preocupavam com a aprendizagem verbal e ideativa. 
É especificamente sobre a aprendizagem e questões específicas a 
ela, que convido você a se dedicar a partir de agora nos nossos estu-
dos.
Para facilitar a compreensão dos importantes conceitos que serão 
estudados a partir de agora, elaborei para você algumas questões que 
apresento a seguir em termos de perguntas e respostas e lhe convido 
para refletir um pouco sobre elas: 
Psicologia da Aprendizagem I SEAD/UEPB 21
O que é aprendizagem? 
Quais são as suas características? 
Na verdade, essas questões suscitaram diferentes conceitos e defi-
nições de acordo com as diversas teorias de aprendizagem que se fo-
ram organizando na base dos fatos investigados. Entretanto, um ponto 
comum nas diferentes concepções teóricas, é que a aprendizagem diz 
respeito a uma mudança duradoura no indivíduo vivo, que não seja 
marcada pela herança genética. Essa mudança pode ser de “insights”, 
de comportamento, de percepção ou de motivação, e, ainda pode se 
dá também pela combinação de todos esses elementos.
Faço questão de enfatizar o destaque que o autor Bigge( 1977,p.1) 
faz ao citar Hilgard e Marquis, em sua obra clássica, “Teorias da 
Aprendizagem para Professores”: 
“a aprendizagem é básica para o desenvolvimento 
da habilidade atlética, da preferência por alimen-
tos e roupas, da apreciação pelas artes e pela mú-
sica. Contribui para a formação do preconceito ét-
nico, para o vício em drogas, para o aparecimento 
do medo e para o desajustamentos patológicos. 
Produz o miserável e o filantropo, o hipócrita e o 
patriota. Em resumo, a aprendizagem influencia 
nossas vidas a todo momento, sendo responsável, 
em parte, pelo que há de melhor e pior nos seres 
humanos e em cada um de nós.”
Assim sendo, a aprendizagem nem sempre leva a um crescimento 
pessoal ou social. Pois, não se aprende somente os comportamentos 
que favoreçam a um crescimento pessoal, mas também comportamen-
tos inúteis ou prejudiciais à vida do aprendiz, como por exemplo, fumar 
ou fazer uso de drogas.
Qual a influência dos professores sobre os alunos?
Sem dúvida, a área de atuação mais efetiva de atuação dos profes-
sores é a aprendizagem, já que em relação a maturação dos alunos , 
eles só podem acelerá-la ou retardá-la, mesmo assim, até certo ponto.
Qual a importância da aprendizagem para o ser humano? 
Diferentemente dos animais inferiores, para o homem a aprendiza-
gem é crucial na sua vida. É notório que nós, enquanto seres humanos, 
somos os animais que mais possuimos potencial para aprender. Somos 
a espécie mais evoluída, temos o menor número de comportamentos 
inatos, fixos e invariáveis. Desta forma, a aprendizagem possui um pa-
 22 EAD/UEPB I Psicologia da Aprendizagem
pel mais importante para nós, do que para qualquer outra espécie ani-
mal, ao ponto de que se nós não aprendêssemos não sobreviveríamos.
Através da aprendizagem é que gerações tiram proveito das ex-
periências e descobertas das gerações anteriores, dão a sua própria 
contribuição e repassam para as gerações futuras.
Por que estudar as teorias da aprendizagem?
Antes de respondermos essa questão, vejamos os seguintes exem-
plos de fala de professores em sala de aula:
Situação 1:
“Esse aluno não tem jeito. Como diz o ditado popular: ‘pau que 
nasce torto, morre torto`, não vou mais perder tempo, ele já está re-
provado mesmo.” 
Situação 2:
“ Me dê um aluno que não passe fome, nem sede e com condições 
ambientais favoráveis, que eu farei ele aprender tudo rapidinho, inde-
pendente de qualquer outra coisa.”
Na verdade, situações como essas transparecem a concepção de 
aprendizagem do professor, quer seja uma concepção inatista, ambien-
talista, de interação entre elas, ou outra.
Destarte, é importante que você, enquanto professor em formação, 
conheça as teorias da aprendizagem para que saiba como conduzir 
o processo ensino aprendizagem de forma mais coerente com a sua 
escolha teórica e, também, o que fundamenta afirmações como as 
acima descritas.
O fato é que toda ação está ligada a uma teoria, caso contrário, é 
uma ação sem objetivo, portanto, não se sabe aonde se quer chegar. 
Assim, todo professor tem uma teoria da aprendizagem, às vezes, ele 
não consegue descrever sua teoria explicitamente, mas através de sua 
atuação se deduz a teoria que ele ainda não é capaz de verbalizar. 
Desta forma, nem é preciso frisar que o professor que não tem uma 
orientação teórica sólida, não vai além do passar ocupações despro-
positais para os alunos, com o intuito mantê-los ocupados para “pas-
sar o tempo”. Infelizmente, não é difícil encontrar na nossa realidade, 
sobretudo na educação pública, professores que não fazem uso de um 
corpo teórico sistemático em suas ações diárias e utilizam uma mistura 
de métodos, sem uma orientação teórica. Sem dúvida, esses são um 
dos principais fatores responsáveis pelos maiores gargalos da educa-
ção do nosso país: a repetência escolar e a aprovação automática sem 
aprendizagem satisfatória.
Psicologia da Aprendizagem I SEAD/UEPB 23
Desta forma, não é difícil para você perceber que a fundamentação 
da prática do professor(a) numa boa teoria científica é crucial para que 
ele (a) tenha uma prática diferenciada no cotidiano.
Ainda nos referindo a obra clássica de Bigge (1977) o autor assina-
la que desde épocas remotas, o homem não só quis aprender, mas teve 
curiosidade de aprender como se aprende. Já no século XVII, surgiram 
as primeiras teorias sistemáticas da aprendizagem, desafiando terias 
existentes. 
Atualmente, as teorias4 da aprendizagem são referências básicas 
quando se desejar trabalhar no processo de ensino-aprendizagem. Elas 
procuram sistematizar e organizar os conhecimentos sobre a aprendi-
zagem. 
Considero também muito pertinente a afirmação do autor Lefran-
çois (2008 p. 29): “são úteis para explicar, prever e controlar o comporta-
mento e podem gerar novas informações.” Desta forma, é através do estudo 
dessas teorias que se torna mais fácil identificar os métodos e técnicas 
para facilitar a aprendizagem dos alunos; o porquê de alguns alunos 
obterem mais sucesso na aprendizagem do que outros e, diversos ou-
tros fatores que interferem neste processo. 
Entretanto, não esqueça que nenhuma teoria pode ser, em termos 
absolutos, considerada superior a todas as demais. As divergências 
sobre a aprendizagem oferecem diferentes respostas para muitas das 
questões que possam ser levantadas, não significa dizer que uma deter-
minada teoria X seja superior a outra Y. 
Por outro lado, é muito comum, e isso você já deve ter percebido, 
que os professores adotem aspectos conflitantes das diferentes teorias 
da aprendizagem, sem perceber que são basicamente contraditórias 
em sua natureza. Isso é catastrófico e traz prejuízos muito sérios para a 
Educação! Por isso, para se ter coerência na adequação educacional é 
preciso conhecer as teorias da aprendizagem.Como avaliar uma teoria da aprendizagem?
Na psicologia, as boas teorias, além de ser úteis apresentam as 
seguintes características de acordo com Lefrançois (2008):
•	 refletem os fatos de modo claro e compreensível;
•	 são úteis para prever e para explicar;
•	 tem aplicação prática;
•	 são consistentes;
•	 possuem como base poucas presunções não verificáveis;
•	 são satisfatoriamente convincentes;
•	 instigam pesquisas mais avançadas.
4 Teorias – conjunto de afirmações que são 
relacionadas entre si, com o objetivo de ex-
plicar e resumir observações importantes.
 24 EAD/UEPB I Psicologia da Aprendizagem
Quais são as teorias da aprendizagem? 
Há um número considerável de teorias da aprendizagem. Vamos 
fundamentar os nossos estudos na classificação de Bock (1999) ao 
considerar que genericamente essas teorias poderiam ser reunidas em 
duas categorias: as teorias do condicionamento e as teorias cognitivas.
É o que vamos estudar a partir do próximo módulo.
Atividade IV
Chegamos ao final da primeira unidade e está na hora de você se questionar 
até que ponto os conhecimentos adquiridos até o momento, são uteis para 
a sua vida profissional em formação. Por quê? ( Faça um texto de 10 a 15 
linhas).
Foi muito bom estarmos juntos nessa fase inicial do processo de 
construção de conhecimento. Por enquanto, ficamos por aqui. Até a 
nossa próxima aula.
dica. utilize o bloco 
de anotações para 
responder as atividades!
Psicologia da Aprendizagem I SEAD/UEPB 25
Leituras Indicadas
Teorias da Aprendizagem para Professores; M. L. Bigge.trad: José Augusto 
da Silva Pontes Neto e Marcos Antonio Rolfini. São Paulo, EPU, Editora da 
Universidade de São Paulo, 1977.
Esta obra apresenta muitas teorias divergentes sobre a aprendiza-
gem, constituindo diferentes respostas para muitas das questões 
que possam ser levantadas, oferecendo um aprofundamento em 
relação às “correntes de pensamento” existentes atualmente em Psi-
cologia e a compreensão das diferentes abordagens feita a cada 
uma delas.
Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia., A. M.B. Bock, , M.de L. 
T. Teixeira e O. Furtado, 14ª ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
“Psicologias” é uma introdução ao estudo da Psicologia, que apre-
senta sua história, as abordagens teóricas, os temas básicos, as 
áreas de conhecimento, as principais características da profissão do 
psicólogo e temas relativos ao cotidiano desse profissional . 
Introdução à Psicologia. Linda L Davidoff. 3ª ed. São Paulo. Trad. Auriphebo 
Berrance e Mª da Graça Lustosa. McGraw-Hill do Brasil, 2001.
Recomendo pricipalmente a primeira parte da obra por abordar 
temas do interesse da presente disciplina. Ela trata do presente e 
passado da Psicologia; a abordagem científica; O começo: a he-
reditariedade, o meio ambiente e o desenvolvimento da criança na 
primeira infancia; O cérebro, o comportamento e a cognição; Os 
processos fundamentais de aprendizagem; A percepção; A consci-
ência; A memória; Pensamento e linguagem; Motivação; A emo-
ção; Inteligencia e criatividade.
 
Teorias da Aprendizagem. Guy R. Lefrançois. Traduzido por Vera Magyar. 5ª ed. 
São Paulo: Cengage Learning, 2008.
 Este livro aborda algumas das mais importantes teorias e descober-
tas da psicologia da aprendizagem. Ele traz uma visão histórica do 
desenvolvimento das teorias behavioristas e cognitivas, com clareza 
da apresentação, na relevância e implicação prática dos tópicos. O 
texto é criativo e de fácil compreensão, apresentado através de um 
relato de uma Velha Senhora, que guia o leitor de forma sábia a 
temas complexos da aprendizagem.
 26 EAD/UEPB I Psicologia da Aprendizagem
Filmes indicados
“Sociedade dos Poetas Mortos” (1989): Este filme apresenta a história 
de uma tradicional escola/ internato preparatório masculino, Welton 
Academy, no ano de 1959, na qual predominavam valores tradicionais 
e conservadores, onde um ex-aluno se torna o novo professor de litera-
tura, e logo seus inovadores métodos de incentivar os alunos a pensa-
rem por si mesmos cria um choque com a ortodoxa direção do colégio, 
principalmente quando ele fala aos seus alunos sobre a “Sociedade dos 
Poetas Mortos”- grupo que ele fez parte quando era estudante daquela 
escola,que reunia os seus membros para recitar poesias, tocar músicas, 
expressar-se, enfim, aproveitar o dia –“Carpe Dien”. Com a influência 
do professor, os alunos vão se soltando e aderindo cada vez mais a fi-
losofia de aproveitar o dia. Muitos deles vão se libertando das amarras 
e correndo atrás de seus sonhos e desejos. Destaca a importância da 
figura do professor para a aprendizagem dos alunos. 
“O Enigma de Kasper Hauser” (1974): É a história de um jovem que foi 
trancado a vida inteira num cativeiro, desconhecendo toda a existência 
do mundo exterior.O isolamento trouxe muitas conseqüências graves 
em sua formação pessoal. Quando ele é solto nas ruas, as pessoas 
querem ensinar a Kaspar comportamentos básicos no processo de hu-
manização, como falar ou andar. Baseado em uma história real, enfa-
tiza a importância da aprendizagem na vida social.
Resumo
Nesta unidade vimos que a construção da Psicologia como ciência 
tem seu marco original, a partir da instalação do primeiro laboratório 
formal para pesquisas em Psicologia na Universidade de Leipzig, na 
Alemanha, em 1879. Com mais de um século de estudos, a história 
desta ciência é marcada por diferentes concepções que estão direta-
mente relacionadas com o contexto sócio-histórico e a concepção de 
homem que o(a) pesquisador(a) possui. Estudamos também a contri-
buição da psicologia da aprendizagem para a educação, através de 
questionamentos chaves sobre o conceito de aprendizagem e suas 
características; a influência dos professores sobre os alunos; a impor-
tância da aprendizagem para o ser humano; o motivo do estudo das te-
orias da aprendizagem e fechamos o módulo, classificando as teorias 
da aprendizagem que iremos nos dedicar a partir de então.
Psicologia da Aprendizagem I SEAD/UEPB 27
Autoavaliação
Após o presente estudo, faça uma análise sobre a importância da psicologia 
da aprendizagem na sua formação como professor (a). (10 a 15 linhas).
Referências
BIGGE, M. L. Teorias da Aprendizagem para Professores; trad: José 
Augusto da Silva Pontes Neto e Marcos Antonio Rolfini. São Paulo, 
EPU, Ed. Da Universidade de São Paulo, 1977.
BOCK, A. M. B., TEIXEIRA, M.de L. T., FURTADO, O. Psicologias: uma 
introdução ao estudo de psicologia. 14ª ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
DAVIDOFF, Linda L. Introdução à Psicologia. 3ª ed. São Paulo. Trad. 
Auriphebo Berrance e Mª da Graça Lustosa. McGraw-Hill do Brasil, 
2009.
LEFRANÇOIS, Guy R. Teorias da Aprendizagem. Traduzido por Vera 
Magyar. 5ª ed. São Paulo: Cengage Learning, 2008.
WEITEN, Wayne. Introdução à Psicologia: temas e variações. Edição 
Concisa. Vários tradutores. São Paulo: Cengage Learning, 2010.
dica. utilize o bloco 
de anotações para 
responder as atividades!
 28 EAD/UEPB I Psicologia da Aprendizagem
Psicologia da Aprendizagem I SEAD/UEPB 29
II UNIDADE
Aprendizagem por 
Condicionamento Clássico
 30 EAD/UEPB I Psicologia da Aprendizagem
Apresentação
A presente aula inicia o estudo de um conjunto de teo-
rias relacionadas entre si que modificam o comportamento 
dos seres humanos e de outros animais: o condicionamento 
respondente, o condicionamento operante e a aprendizagem por 
observação. São processos fundamentais de aprendizagem 
que geralmente ocorrem no nosso dia a dia e que, muitas 
vezes, nem nos damos conta. O ponto inicial do nosso es-
tudo será o Condicionamento Respondente, a partir de uma 
cena comum apresentada, ocorrida no cotidiano.
Psicologia da Aprendizagem I SEAD/UEPB 31
Objetivos
Aofinal, esperamos que você tenha condições de: 
•	 Apresentar argumentos a respeito da importância da aprendiza-
gem na vida dos animais, principalmente para o ser humano;
•	 Conceituar e explicar o conceito de aprendizagem;
•	 Explicar e exemplificar a aprendizagem por condicionamento 
respondente;
•	 Definir os termos estudados do condicionamento respodente;
•	 Explicar a importância dos experimentos com outros animais 
para o ser humano.
 32 EAD/UEPB I Psicologia da Aprendizagem
Aprendizagem no cotidiano
Veja a seguir uma cena cotidiana:
Socorro Silva sorriu para o pequeno Eduardo de cinco anos, depois 
olhou nervosa e ligeiramente ao resto da família - o marido João, Mar-
cela de sete anos, e Fernando de onze. Ultimamente os jantares vinham 
sendo tensos, ninguém mais sorria. João serviu o prato de todos com 
sopa de carne e legumes. No centro da mesa havia pão e manteiga, 
umas fatias de inhame e um prato de carne que sobrou do almoço. A 
família começou a comer.
-“A comissão da pelada de futebol tem uma reunião esta noite e 
eu tenho que sair desta casa dentro de vinte minutos”anunciou João 
de repente. “-Socorro, se você quiser que eu lhe dê uma carona até a 
casa de sua mãe como você pediu, não temos tempo para continuar 
sentados esperando por Eduardo e por Fernando. Temos que terminar 
em quinze minutos. Ouviram todos? ... Como que a casa está uma 
bagunça – brinquedos, livros e agasalhos para todo lado”.
-“É que eu hoje não tive tempo de arrumar“. Socorro fulminou o 
marido com um olhar e murmurou .
-“Você nunca tem tempo”, falou João“. 
-Que injustiça , às vezes eu arrumo... Na verdade, levei uma por-
ção de tempo apanhando as sua coisas. Você deixou duas toalhas, 
uma cueca e uma camisa no chão do banheiro.”
-“E os cigarros“, replicou Marcela animada.
-“Quem lhe pediu?... Eu estava com pressa”. (A defesa de João foi 
sem nenhum entusiasmo.) Socorro continuou a atacar: “- Apanhei 
dois pares de calças e quatro camisas no quarto de dormir. Duas cami-
sas dá para entender. Mas quatro? E a cozinha estava um caos. Você 
não é capaz ao menos de pôr os pratos na pia e abrir as torneiras em 
cima deles?”.
 Socorro se preparava para o que estava para vir, e veio mesmo.
-“Eu trabalho duro o dia inteiro, dez onze horas por dia, seis dias 
por semana. Quero paz e tranqüilidade quando volto para casa. E 
quero a casa arrumada. Você tem que apanhar o que eu deixo atrás de 
mim. Foi para isso que eu casei com você. È para isso que servem as 
esposas. O que mais você tem a fazer?... Fernando, por que não está 
comendo? Eduardo também não. Comam! Vocês tem dez minutos”.
-”Eu não sei cortar a carne”, choramingou Eduardo.
-“Corte para ele”, ordenou João à filha.
A voz de Socorro tremia quando ela disse: 
-“Oh, eu não tive nada que fazer hoje! Depois que acabei de lim-
par o que você sujou, fiz dois almoços, despachei dois garotos para 
a escola, lavei os pratos , limpei a cozinha, fiz as camas, tomei conta 
de Eduardo, lavei duas máquinas de roupa, passei a ferro, apanhei 
Psicologia da Aprendizagem I SEAD/UEPB 33
os meninos, levei o Fernando ao dentista, levei Marcela a lanchonete, 
apanhei o Fernando, apanhei a Marcela, comprei verduras, fiz o jan-
tar... Nada vezes nada!”
João não estava ouvindo, berrou para o Eduardo: 
-“Como você quer algum dia jogar futebol se não come carne nem 
legumes? Quero ver você acabar todos os pedacinhos que estão no 
seu prato. Todos eles”.
-“É muito”, protestou. 
-“Você andou chupando pirulito o dia inteiro hoje. Também mas-
tigou chiclete antes do jantar, não foi?”, ajudou Socorro a interpelar. 
-“Corte essa carne em pedaços menores”, ordenou João à mulher. 
“Marcela, não cortou como devia. Ela nunca faz as coisas direito... 
Marcela, vá buscar seus cadernos”. “- “Não posso. Esqueci”, 
-“É a quarta vez esta semana”, gritou João. Quero ver esses deve-
res. Traga-os para casa amanhã – todos eles – ou você passará todo o 
fim de semana no quarto. Sem TV, nem vídeo games”.
João olhou o relógio, viu que era tarde e começou a comer rapi-
damente. A conversa mudou de assunto; o monte de legumes do prato 
de Fernando. 
-“O Fernando não está comendo os legumes da sopa“, anunciou 
Marcela.
-“Detesto legumes”. Respondeu ele.
-“Desde quando?”, desafiou João. 
-“Fizeram-me mal a semana passada”, explicou Fernando.
-“Que ridículo!”, exclamou o pai.
-“Não é ridículo”, interrompeu Socorro, continuando: “Lembre-se 
de que você o forçou a comer na – acho que foi 6ª feira passada, 
quando ele teve aquela virose e vomitou.”
-“Legumes parecem vômito, só olhar me faz vomitar”. 
-“Coma todas os legumes desse prato”, ordenou João. “Você não 
sairá desta mesa enquanto não tiver comido até o último. Não me 
interessa se você fica entalado”.
Fernando olhou súplice pra a mãe, que não ofereceu ajuda, embo-
ra parecesse querer fazê-lo. 
-“Tenho cinco minutos”, protestou; 
-“Quantos minutos?” trovejou João.
Fernando cruzou as mãos e olhou-o com raiva. Após cerca de um 
minuto e meio, juntou os legumes lentamente numa colher de chá, 
levantou a colher até os lábios, jogou a cabeça para trás, foi deixando 
cair os legumes dentro da boca, poucos de cada vez, e tentou engolir 
tudo. O menino engasgou e tomou um gole d’água. A façanha foi 
repetida uma segunda vez:
 34 EAD/UEPB I Psicologia da Aprendizagem
-“Vou vomitar”, gritou Fernando de repente. E partiu como um raio 
em direção ao banheiro. João acompanhou-o.
Socorro virou-se para Eduardo: “-Coma, Duduzinho”. Animou-o 
afetuosamente:
-“Vou ficar contente. Isto, coma para mim!”
Eduardo tentou passar manteiga num pedaço de pão. 
 Socorro tomou-o das mãos dele. 
-“Deixa que eu faço”, disse. Depois cortou o inhame dele e enfa-
tizou:
-“Coma querido, coma para a mamãe.”
Embora não haja ninguém ensinando deliberadamente, está ocor-
rendo muita aprendizagem durante o jantar da família Silva (supondo 
que este seja um jantar típico). Apenas observando os outros, as 
pessoas aprendem muitas lições. As crianças estão aprendendo que 
jantar é uma ocasião de fermentar ressentimentos, e que os problemas 
são dissolvidos ignorando-os, insultando os outros, acusando e contra-
-acusando. As pessoas também aprendem a partir das conseqüências 
de seu comportamento. Tendemos a repetir atos que têm resultados 
agradáveis e a evitar os que conduzem aos desagradáveis. Eduardo 
está aprendendo a mostrar-se desamparado, pois desperta a atenção. 
Marcela dominou a arte de deixar os deveres na escola porque mini-
miza comentários desagradáveis sobre sua nem sempre sentiu náusea 
à vista de legumes. Recentemente, a náusea fora “transferida” de uma 
doença (e de engolir muito de uma vez) para os legumes, de modo que 
agora é o própria comida que provoca um mal-estar semelhante com-
petência. Para evitar a cólera do pai, todas as crianças estão aprenden-
do a comer depressa demais, e talvez a comer demais.
Antes de explorar esses tipos de aprendizagem com maiores deta-
lhes, consideraremos algumas questões preliminares. 
(Texto adaptado de Davidoff, 2001)
Aprendizagem: 
Questões preliminares
Agora vamos retomar algumas questões que já foram exploradas 
na aula anterior, mas devido a importância que tem para o atual assun-
to, proponho a você revisá-las:
Psicologia da Aprendizagem I SEAD/UEPB 35
O que é aprendizagem?
Na aula passada vimos que a aprendizagem é uma mudança du-
radoura no comportamento resultante da experiência. Os cientistas do 
comportamento medem o que as pessoas e outras espécies de animais 
fazem para conferir a aprendizagem. 
Mas você não pode esquecer que as mudanças do comportamento 
não ocorrem só por conta da experiência, mas, outros fatores como a 
maturação, as emoções, a motivação, o cansaço também interferem 
no comportamento dos animaisde forma geral. 
Se você fizer uma comparação, vai constatar que os efeitos das 
drogas, do cansaço, da motivação e das emoções são bem mais breves 
que os resultantes da experiência.
Outra questão que deve ser levada em consideração é que há 
também os padrões fixos de atuação, anteriormente denominados “com-
portamentos instintivos”, que de acordo com Davidoff (2001), incluem 
reações com as seguintes características:
1. Especificidade da espécie (considerando todos os membros di-
tos normais e de mesmo sexo de uma mesma espécie);
2. Altamente esteriotipadas (muito semelhantes cada vez que exe-
cutadas);
3. Sempre completadas, uma vez iniciadas;
4. Que não foram aprendidas por treino específico;
5. Resistente à modificação;
6. Provocada por um estímulo ambiental muito específico.
De modo geral, quanto mais complexa a espécie animal, mais a 
aprendizagem contribui para sua formação. Daí, porque a experiência 
é tão importante para mim e você.
Após a revisão do conceito de aprendizagem, vejamos uma outra 
questão: se ela tem tanta importância para o ser humano, como pode-
mos medi-la?
Como medir a aprendizagem?
Esse é um ponto muito importante na Psicologia. 
Os comportamentalistas medem a aprendizagem, 
observando o desempenho do homem e de ou-
tros animais. Entretanto, sabemos que unicamen-
te a observação não é satisfatória, pois muito da 
aprendizagem acontece sem que seja observável, 
tornando-se evidente apenas quando utilizada. Por 
 36 EAD/UEPB I Psicologia da Aprendizagem
exemplo: você trabalha com seus alunos um texto 
sobre o preconceito, mas só saberá se as informa-
ções contidas afetarão ou não o comportamento 
deles no futuro. Por outro lado, medir o desempe-
nho pode nem sempre refletir sua aprendizagem 
com precisão. Basta você se lembrar de quantas 
vezes deu um branco na hora da prova, mesmo 
você tendo estudado muito. Assim, fica eviden-
te que muitos fatores interferem no desempenho, 
como o cansaço, a ansiedade e a motivação. Des-
ta forma, utilizar o desempenho como medida da 
aprendizagem não é satisfatório.
Outra questão que veremos diz respeito ao vocabulário utilizado 
por essa abordagem: é o mesmo para cientistas do comportamento é 
o mesmo?
Os adeptos dessa abordagem, geralmente concordam em relação 
aos princípios básicos da aprendizagem, mas utilizam termos e defini-
ções distintas. Então, preste a atenção porque a partir de agora vamos 
estudar os três processos fundamentais da aprendizagem, e muitas ve-
zes, a terminologia utilizada entre eles, ás vezes se difere, embora se 
refira a mesma coisa.
Atividade I
Antes de prosseguir responda:
1) A aprendizagem sempre ocorre de forma consciente?
2) Quando se afirma que ocorreu uma aprendizagem o que foi constatado?
3) Cite uma reação humana que seja um “padrão fixo de atuação”:
4) Quais são outras formas de medida de aprendizagem que os professores 
podem empregar no lugar do desempenho em prova?
Destaca-se que os princípios que se consolidaram na Análise Expe-
rimental do Comportamento são a base para três tipos de aprendiza-
gens associativas: o Condicionamento Clássico; o Condicionamento 
Operante e a Aprendizagem por Observação, que tem como princi-
pais influentes Ivan Pavlov; B.F.Skinner e Albert Bandura, respectivamen-
te. Nesse módulo veremos o primeiro, e no próximo módulo, os dois 
últimos citados.
dica. utilize o bloco 
de anotações para 
responder as atividades!
Psicologia da Aprendizagem I SEAD/UEPB 37
Condicionamento clássico/ 
Pavloviano ou respondente
Todo aluno já passou pela experiência de estar assistindo aula com 
a barriga roncando de fome e tocar a campainha do final da aula. 
Após repetidas vezes de sentir fome e tocar a campainha, a pessoa 
passa a sentir fome só ao ouvir o toque da campainha. Pois bem, esse 
foi o estudo de foi Ivan Petrovich Pavlov (1849 – 1936) que observou o 
comportamento de cães e concluiu que poderia provocar um apren-
dizado no qual um estímulo passasse a evocar uma resposta que era 
originalmente evocada por outro estímulo.
Quem foi Pavlov?
Pavlov foi um eminente fisiologista russo que provinha de uma famí-
lia muito pobre na Rússia. O pai dele era pastor e todos achavam que 
ele seguiria os passos do genitor. Ao terminar o ensino médio, Pavlov 
foi mandado para o Seminário Eclesiástico de Riazan. Mas, ele foi tão 
influenciado pelas traduções russas dos antigos científicos ocidentais, 
e particularmente pelas implicações darwinianas, que acabou abando-
nando a educação religiosa. Foi quando ele ingressou na Universidade 
de São Petersburgo, onde se especializou em fisiologia animal.
Quando formou-se em Medicina, foi para Alemanha, onde estu-
dou fisiologia e medicina por mais 2 anos e voltou para São Peter-
sburgo para trabalhar como assistente num laboratório de fisiologia. 
Logo depois, foi nomeado professor de farmacologia e, aos 41 anos, 
já chefiava o departamento de fisiologia, prosseguindo os trabalhos 
com os processos digestivos. Depois dos 50 anos é que Pavlov come-
çou a estudar o condicionamento clássico, fase que se prolongou por 
30 anos. Ele tinha uma reputação internacional tão grande que foi um 
dos únicos cientistas soviéticos que podia defender, sem ser punido, os 
direitos humanos.
Pavlov se considerava um fisiologista, e não psicólogo, a ponto de 
chamar a atenção de qualquer um dos seus assistentes terminologia 
de laboratório psicológica em vez de fisiológica (Watson, 1971 apud 
Lefrançois,2008, p.35). Mesmo assim contribuiu muito para o desen-
volvimento das primeiras teorias da aprendizagem e escreveu muitos 
artigos e explicações teóricas sobre temas psicológicos, como hipnose 
e paranóia. Ele continuou estudando o condicionamento respondente 
até o dia de sua morte, aos 87 anos de idade.
 38 EAD/UEPB I Psicologia da Aprendizagem
O Experimento
Você já deve conhecer o experimento de Pavlov com o cachorro, no 
qual foi provocado o reflexo de salivação, produzido em presença dos 
alimentos, que foi chamado se “salivação psicológica”. Sintetizando, a 
experiência consistia em fazer um cão salivar antes de ter a comida na 
boca, ao ouvir tocar um som de uma campainha que marcava o sinal 
da comida.
 A partir do reflexo da salivação, reação do organismo que ocorre 
em resposta a presença de alimento na boca e se caracteriza como 
espontânea, Pavlov fez relação entre o estímulo comida e a reação 
salivação, designando-a como incondicional ou resposta incondicionada.
Esse eminente fisiologista provocou a partir de um estímulo incon-
dicionado de um sinal, a mudança no comportamento do cão, como 
vemos, a aprendizagem. O sinal escolhido foi um som fraco para mar-
car seu papel de “anunciador”. Naturalmente, sons não provocam a 
salivação em cães, esse estímulo foi designado como neutro em relação 
à reação de salivação. Após muitas repetições da associação estímulo 
neutro mais estímulo incondicionado, o som concomitante a comida, ele 
viu que o primeiro sozinho já provocava a reação de salivação. Desta 
forma, deixou de ser neutro e passou a ser chamado de estímulo condi-
cionado, pois o salivar ao ouvir o som é uma reação condicionada. A 
condição para que passe a ocorrer é a associação repetida dos dois 
estímulos.
Experimento de Pavlov com cães (figura 1)1
Podemos fazer uma representação esquemática da seguinte forma: 
Estímulo neutro + estímulo incondicionado________reação incondicionada
Estímulo condicionado__________________ reação condicionada
Som + comida____________________ salivação
Som____________________________ salivação
1Disponível em: http://www.google.com.
br/search?sourceid=navclient&aq=1&oq
=fotos+de+experimentos+de+&hl=pt-
BR&ie=UTF-8&rlz=1T4SNNT_pt-BR___BR
445&q=fotos+de+experimentos+de+pa
vlov&gs_upl=0l0l1l476635lllllllllll0&aqi=
s2&pbx=1
Psicologia da AprendizagemI SEAD/UEPB 39
As contribuições de Pavlov
A partir dos experimentos realizados com os animais irracionais, 
Pavlov e os demais behavioristas consideram que o condicionamento 
ocorre não só com os animais conforme se comprovou no experimento 
com o cão, mas também com o ser humano. Assim, torna-se evidente 
uma série de possibilidades nos seres vivos, que terão consequencias 
no entendimento de determinados fenômenos, como as emoções, a 
ansiedade, os processos psicossomáticos, etc. No nosso dia a dia, con-
tinuamente coisas se associam a coisas, de forma que umas passam a 
provocar o efeito de outras, assim, o condicionamento pode ser usado 
para produzir mudanças de comportamento. É possível que esta ca-
pacidade de alguns animais e dos seres humanos esteja na base das 
adaptações ao ambiente físico e social. 
Treino de bebes humanos (figura 2)2
Davidoff (2001) relata que a utilização dos princípios básicos do 
condicionamento respondente foi realizada por comportamentalistas 
no treino de bebês humanos no uso do toalete. Um ruído forte era 
apresentado sempre que uma gota de umidade tocava um sensor cos-
turado dentro da fralda da criança. O ruído, estímulo incondicionado, 
acaba associado ao estímulo neutro, que é a tensão da bexiga ou intes-
tino cheio ( ou estado físico que a precede logo a seguir). O ruído pro-
duz uma resposta incondicionada, o susto, que é um alerta para o bebê 
para as sensações relacionadas à bexiga e ao intestino. Eventualmente, 
a criança aprende a atender à tensão urinária e intestinal sem o ruído. 
Essa atenção é a resposta condicionada. Ao sentirem as sensações que 
assinalam a necessidade de eliminar, ela tende a utilizar o toalete.
Quando Pavlov estabeleceu a possível conexão entre estímulos am-
bientais neutros e atividade fisiológica, deu uma grande contribuição 
no conhecimento das relações entre o organismo e o ambiente que o 
rodeia, relação que tem sua origem psicológica e que supera o deter-
minismo biológico. O grande achado de Pavlov demonstra que um 
comportamento de natureza fundamentalmente psicofisiológica, como 
a salivação, a secreção hormonal e outros comportamentos chamados 
involuntários ou de resposta, e que pareciam ser regulados exclusiva-
mente por mecanismos fisiológicos, podiam ser controlados por aspec-
tos ambientais, nos animais superiores e no homem ( COLL,1996).
2 Disponível em: http://www.google.
com.br/search?q=fotos+de+
bebe+com+chocalho&hl=pt-
BR&qscrl=1&nord=1&rlz=1T4SNNT_pt-
BR___BR445&prmd=imvns&tbm=isch&tb
o=u&source=univ&sa=X&ei=fvh8T5TAIo
mo8QTRrqCKDQ&sqi=2&ved=0CDAQsA
Q&biw=1192&bih=514
 40 EAD/UEPB I Psicologia da Aprendizagem
É muito comum na escola nos depararmos com situações, nas quais 
os processos emocionais, de ansiedade e outros dessa natureza, afetam 
o aluno e prejudicam o seu desempenho escolar. É importante observar 
para que se compreenda melhor a atividade geral da criança na escola 
e que se tenha, ao menos, conhecimento dos processos de condicio-
namento clássico que possam estar ocorrendo e condicionando alguns 
aspectos da atividade deste aluno. Esse conhecimento irá propiciar 
condição para modificar ou pelo menos, para entender a natureza do 
comportamento.
Principais termos e 
conceitos chave
Os respondentes (Reflexos)
Reflexo dilatação e contração da pupila (figura 3)3
São reações automáticas que os animais, inclusive o homem, pos-
suem por sua herança genética. Os respondentes são atos provocados 
por eventos que lhe são imediatamente antecedentes. O evento de-
sencadeante é o estímulo elicitante. Por exemplo, são comportamentos 
reflexos: tremer quando se está com frio; transpirar no calor; salivar 
na presença de um alimento que agrade o paladar; sobressaltar-se 
ao ouvir ruído forte inesperadamente. São respostas filogeneticamente 
instaladas no indivíduo, sendo assim, estão no DNA; existem desde a 
origem e contribuem para a sobrevivência da espécie.
A transferência do comportamento
No condicionamento respondente há a transferência de um com-
portamento reflexo de uma situação para outra. A “transferência” se 
refere a capacidade que um novo estímulo adquire para evocar o res-
pondente. A eficácia do antigo estímulo elicitante permanece. Você se 
lembra da náusea apresentada por Fernando no exemplo apresentado 
anteriormente, não e? Pois bem, a náusea ( comportamento responden-
te) foi transferida de uma virose para os legumes que foram associados 
àquela experiência. Nesse exemplo, houve uma aversão condiciona-
3 Disponível em: http://www.google.com.br/
search?q=fotos+de+olhos+dilatados&hl
=pt-BR&qscrl=1&nord=1&rlz=1T4SNNT_
pt-BR___BR445&prmd=imvns&tbm=isch
&tbo=u&source=univ&sa=X&ei=ygZ9T6
fYBYLO9QT1obmRDQ&sqi=2&ved=0C
CcQsAQ&biw=1192&bih=514#hl=pt-
BR&qscrl=1&nord=1&rlz=1T4SNNT_pt-
BR___BR445&tbm=isch&sa=1&q=fotos+
de+olhos+com+dilata%C3%A7%C3%A3
o+e+contra%C3%A7%C3%A3o+da+pu
pila&oq=fotos+de+olhos+com+dilata%
C3%A7%C3%A3o+e+contra%C3%A7%C
3%A3o+da+pupila&aq=f&aqi=&aql=&
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5l5l0l5l0l0l0l0ll0l0.frgbld.&bav=on.2,or.r_
gc.r_pw.r_qf.,cf.osb&fp=bd00d935e4dc8e
e&biw=1192&bih=514
Psicologia da Aprendizagem I SEAD/UEPB 41
da de Fernando aos legumes. Uma determinada virose de estômago 
(estímulo incondicionado) produz náusea (resposta incondicionada). 
Supõe-se que os legumes iniciaram como estímulos neutros. Depois de 
ter sido associada a enjôo durante a virose, a simples visão dos legu-
mes evoca uma sensação condicionada de enjôo. Nesse caso, o con-
dicionamento aumenta a probabilidade de uma determinada resposta.
 O uso do reforço: aquisição
Para que se obtenha a “aquisição” ou “treinamento de aquisição”, 
os pesquisadores apresentam o estímulo neutro concomitante ao estí-
mulo incondicionado, ou logo a seguir, e terminam ambos ao mesmo 
tempo. Esse procedimento, chamado de condicionamento simultâneo tem 
como resultante uma resposta condicionada confiável, sendo o méto-
do de treinamento mais eficaz para os seres humanos e animais me-
nos complexos. O termo, reforço, a grosso modo, significa aumentador. 
Trata-se de um evento que aumenta a probabilidade de uma resposta 
ser dada em circunstâncias semelhantes, devido às conseqüências que 
tem essas mesmas respostas sobre o contexto e sobre o próprio sujeito. 
Os reforçadores são as conseqüências especificas que aumentam as 
probabilidades de que um determinado tipo de resposta seja produzida 
novamente no futuro, em condições similares. É importante lembrar 
que os reforçadores não existem isoladamente, e que nenhum obje-
to ou ação é um reforçador, nem prêmio algum. O reforçador está 
sempre relacionado ao individuo e seu meio, de forma que torna mais 
provável determinado tipo de ação. O reforço é fundamental para que 
ocorra o fenômeno do condicionamento. Ele tanto pode ser positivo 
como negativo. 
No reforço positivo, acrescenta-se um evento e ele aumenta a pro-
babilidade do comportamento desejável ocorrer.
O reforço negativo é um processo, que assim como o positivo, tam-
bém aumenta a probabilidade de aparição de uma resposta. Ao con-
trário do que muitos pensam, não é um castigo. A retirada do reforço 
negativo fortalece a resposta.
No experimento de Pavlov, o estímulo que garante a salivação no 
cão é o estímulo reforçador da reação – a comida. No condicionamen-
to clássico, reforçar é apresentar o estímulo incondicionado ao mesmo 
tempo, ou logo depois do estímulo neutro (sinal). 
Na maioria das escolas, é comum se adotar uma campainha para 
”sinalizar” o horário do intervalo para o lanche. Ocorre que, como 
essa é uma prática diária, a maioria dos alunos fica condicionada a 
“ficar alegre” ao ouvir a campainha. Mediante a condição de associar 
por algumas vezes o estímulo neutro “o som da campainha”, ao estí-
mulo incondicionado “intervalo”, o primeiro “perdeu a neutralidade”, 
passandoa deixar os alunos “alegres”.
 42 EAD/UEPB I Psicologia da Aprendizagem
 Vamos ver como ficaria aqui o mesmo esquema utilizado para 
descrever o que ocorreu com o cão de Pavlov:
EN + EI -------RI campainha + intervalo ---------- alegria
EC ------------RC campainha -----------------------alegria
O experimento pavloviano também identificou que o condiciona-
mento pode ser desfeito. Sendo assim, como se poderia extinguir a 
reação de salivar ao som no experimento de Pavlov? Vejamos... 
A EXTINÇÃO. Para extinguir a reação condicionada de salivação no 
cão, Pavlov retirou o estímulo reforçador. Parece óbvio: sem reforço o 
condicionamento acaba; sem a comida, a campainha não mais provo-
ca a salivação. O condicionamento existirá enquanto persistir a condi-
ção para sua existência.
 A GENERALIZAÇÃO. Ao utilizar determinado som para o seu cão 
aprender, Pavlov observou posteriormente que sons semelhantes pro-
duziam também a reação salivar.
 A DISCRIMINAÇÃO. Pavlov fez a seguinte experiência: ao emitir 
o som original, o verdadeiro sinal da comida, era sempre reforçado; 
outro som foi apresentado após o condicionamento, pela primeira vez 
produzira salivação, passou a ser apresentado sem a comida e o cão 
não salivou mais. Isso mostra que a generalização pode ser extinta, se 
não for reforçada, em contraste com o regular reforço do condiciona-
mento original.
Mariana, de 6 anos, começou a ir para a escola e passou a gene-
ralizar para a professora o bem querer que ela sente pela mãe. Entre-
tanto, não teve da parte da professora a atenção que é fundamental 
para provocar esse gosto., enquanto a mãe continua dispensando-lhe 
a mesma atenção. Com a continuidade a criança discriminará/ dife-
renciará a mãe da professora, passando a gostar da mãe e não mais 
da professora.
É importante destacar como assinala Falcão (1988) que, em se 
tratando de condicionamento clássico ao comportamento humano, 
grande parte dos casos se refere a reações emocionais ou afetivas tais 
como: medo, satisfação, insatisfação, gosto, desgosto, simpatia, anti-
patia, ódio, amor, repulsa, raiva... 
Psicologia da Aprendizagem I SEAD/UEPB 43
Experimentos Clássicos 
com Humanos
O pequeno Albert (figura 4)
Uma experiência clássica realizada pelos behavioristas Watson e 
Rayner, em 1920, mostra a utilização do condicionamento no compor-
tamento humano.
Os citados psicólogos se utilizaram do reflexo incondicionado da 
criança de sobressaltar-se ao ouvir barulho forte e inesperado. Então, 
utilizaram um ratinho branco como sinal para um barulho forte, no 
caso uma martelada, na presença de Alberto, menino de cerca de um 
ano, que anteriormente não tinha medo do ratinho. A presença do rati-
nho branco passou a ser estímulo neutro em relação à reação de medo 
do barulho. Desta forma, por várias vezes, foi realizada a associação 
entre o estímulo neutro ratinho com o estímulo incondicionado baru-
lho, ao ponto de que aquele perdeu neutralidade e passou a provocar 
medo na criança.
Desta forma, Alberto ficou condicionado a ter medo do rato, isto é, 
aprendeu a ter medo do rato, mudando o comportamento anterior. O 
medo que era antes apresentado diante um barulho forte e repentino 
passou também a ser provocado pelo ratinho branco.
Posteriormente, Watson e Rayner procuraram o pequeno Alberto 
para desfazer o condicionamento, conforme a proposta de extinção de 
Pavlov, mas o menino já havia sido liberado do hospital onde estava, 
quando participou da experiência. Assim, não ficou mais nada registra-
do sobre Alberto e o seu medo de rato.
Contracondicionamento
Alguns anos depois, outro psicólogo, chamado Jones deparou-se 
com Pedro, uma criança de três anos, que apresentava violento medo 
de coelho. Jones então, se propôs a extinguir o medo de Pedro. Então, 
planejou associar o coelho a algo que desse satisfação ao menino e 
para isso, escolheu a hora da alimentação.
A proposta era de tornar o coelho um sinal para a chegada da 
comida para que provocasse satisfação ao invés de medo. Entretanto, 
 44 EAD/UEPB I Psicologia da Aprendizagem
havia um complicador pois, na experiência de Pavlov o sinal escolhido 
era fraco, só pra marcar o anúncio da presença da comida. No caso 
do menino Pedro, o coelho era estímulo fortemente desencadeador de 
medo, o que poderia provocar medo da comida e não satisfação pelo 
coelho. Então, a proposta foi de minimizar o caráter de estímulo forte 
representado pelo animal.
Assim, escolheu-se um coelhinho branco e pequeno para ficar pre-
so em uma gaiola, numa distância que desse para Pedro vê-lo, mas 
não fosse assustador. Aos poucos a gaiola foi sendo aproximada ao 
ponto de, no final, a criança aceitar o coelhinho em seu colo.
Dessa forma, foi realizado o contracondicionamento, que, como 
sugere o nome, trata-se em condicionar uma resposta contrária aquela 
produzida pelo estímulo condicionado. No caso de Pedro, o condi-
cionamento realizado foi para que ele passasse a sentir pelo coelho 
a satisfação que tinha ao ver a comida. O resultado foi favorável e o 
menino perdeu o medo do coelho.
Atividade II
1. Dê exemplos pessoais de extinção de comportamento e de generalização e 
discriminação de estímulo.
2. Considere que Mateus, criança de seis anos, quase se afogue nadando e 
fique com terror a piscinas. Como reduzir esse medo através de técnicas de 
condicionamento respondente?
dica. utilize o bloco 
de anotações para 
responder as atividades!
Psicologia da Aprendizagem I SEAD/UEPB 45
Leituras Recomendadas
Teorias da Aprendizagem para Professores; livro de Morris L. BIGGE, . trad: 
José Augusto da Silva Pontes Neto e Marcos Antonio Rolfini. São Paulo, EPU, 
Ed. da Universidade de São Paulo, 1977.
Esta é uma obra que apresenta muitas teorias sobre a aprendiza-
gem, constituindo diferentes respostas para muitas das questões que 
possam ser levantadas; oferece um aprofundamento em relação às 
“correntes de pensamento” existentes atualmente em Psicologia e 
a compreensão das diferentes abordagens feita a cada uma delas.
A Origem das Espécies, de Charles Darwin,Editora Martin Claret,2004
Darwin foi um dos grandes influenciadores do Behaviorismo, de 
forma que essa obra chega a ser considerada como o primeiro 
marco na história dessa corrente. O presente livro é historicamente 
reconhecido como o tratado mais importante de Biologia já escri-
to , marcado por uma linguagem coloquial e acessível para um 
leitor iniciante. O conteúdo do livro tem tanta afinidade com o 
Behaviorismo, ao ponto de se considerar que o que Skinner fez foi 
dar continuidade ao Evolucionismo para além da Biologia. Só por 
esse motivo, essa é uma leitura imprescindível para o estudo do 
Behaviorismo.
Teorias da Aprendizagem. Livro de Guy Lefrançois, Traduzido por Vera Magyar. 
5ª ed. São Paulo: Cengage Learning, 2008.
Esse livro versa sobre as mais importantes teorias e descobertas 
da psicologia da aprendizagem. Ele traz uma visão histórica do 
desenvolvimento das teorias behavioristas e cognitivas, com clareza 
da apresentação, na relevância e implicação prática dos tópicos. O 
texto é criativo e de fácil compreensão, apresentado através de um 
relato de uma Velha Senhora, que guia o leitor de forma sábia a 
temas complexos da aprendizagem.
É uma obra que cada capítulo, além do texto base, consta de ques-
tões para trabalhar o texto, leitura suplementar e comentários que 
facilitam o desenvolvimento do programa de Psicologia da Apren-
dizagem; utiliza a abordagem da aprendizagem pela reflexão, tor-
nando-se indispensável para cursos de formação de professores.
 46 EAD/UEPB I Psicologia da Aprendizagem
Resumo
Como vimos na Unidade I, a aprendizagem associativa já era dis-
cutida há muito tempo, entretanto, foi o fisiologista russo, Ivan Pavlov, 
quedemonstrou o fenômeno, em seus experimentos clássicos sobre o 
condicionamento.
 Nesta unidade vimos que Pavlov em seus experimentos constatou 
que ao apresentar um estímulo neutro (campainha) um pouco antes 
de um estímulo condicionado (alimento) provocar uma reação condi-
cionada (salivação) por repetidas vezes, a campainha passava a ser o 
estímulo condicionado que desencadeava uma reação condicionada 
(salivação). Pode haver generalização de estímulos adicionais seme-
lhantes ao estímulo condicionado original. Pode haver também, a dis-
criminação, o oposto da generalização, que envolve a não resposta 
aos estímulos que se assemelham ao estímulo condicionado original. 
O trabalho de Pavlov consolidou a posição de Watson ao defender 
que a Psicologia só deveria estudar os comportamentos observáveis e 
não deveria considerar a atividade mental que não se podia observar. 
Essa posição foi denominada de behaviorismo.
Pode-se afirmar que Pavlov deu grandes contribuições ao conside-
rar que os princípios da aprendizagem aplicam-se através das espécies 
e que o condicionamento tem importante aplicação prática no dia a 
dia; e, também, que os fenômenos psicológicos podem ser estudados 
em termos objetivos. 
Nesta aula fizemos inicialmente uma revisão das questões prelimi-
nares sobre a aprendizagem. Depois discutimos o arcabouço teórico 
do condicionamento clássico e apresentamos um caso cotidiano para 
identificar como a aprendizagem ocorre no dia a dia a partir desse 
processo.
Sugestões de filme
http://www.youtube.com/watch?v=C40cXKi4c3Y&feature=related
O Cão de Pavlov (legendado) tempo: 3:35
Psicologia da Aprendizagem I SEAD/UEPB 47
Indicação de site
http://olharbeheca.blogspot.com.br/2011/01/coercao-e-suas-implicacoes-
parte-8-de-8.html
Autoavaliação
No nosso dia a dia, comumente condicionamos nosso comportamento. Cite 
dois exemplos pessoais de condicionamento respondente e discrimine os 
elementos de acordo com a nomenclatura adotada nesse modelo. 
dica. utilize o bloco 
de anotações para 
responder as atividades!
 48 EAD/UEPB I Psicologia da Aprendizagem
Referências
COLL,C., PALACIOS, J. & MARCHESI, A. Desenvolvimento Psicológico 
e Educação: Psicologia da Educação. trad. Angélica Mello Alves. Porto 
Alegre: Artes Médicas, 1996.460p. 
DAVIDOFF, Linda L. Introdução à Psicologia. Trad. Auriphebo Berrance 
e Mª da Graça Lustosa. 3ª ed. São Paulo .McGraw-Hill do Brasil, 
2001.732p
FALCÃO G. M. Psicologia da Aprendizagem. São Paulo.Editora Ática, 
1988.237p.
FERREIRA, S. F. Skinner e a Máquina de Ensinar. Curso de Pedagogia 
das Faculdades Integradas Simonsen. Rio de Janeiro, 1998. Disponível 
em: http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/per07.htm. Acesso em: 
03abr.2012.
MYERS, D. Introdução a Psicologia. Rio de janeiro: LTC Livros Técnicos e 
Científicos Editora S.A,1998.533p. 
WEITEN, Wayne. Introdução à Psicologia: temas e variações. Edição 
Concisa. Vários tradutores. São Paulo: Cengage Learning, 
2010.605p.
Psicologia da Aprendizagem I SEAD/UEPB 49
III UNIDADE
Aprendizagem por 
Condicionamento Operante
Aprendizagem por 
Observação
 50 EAD/UEPB I Psicologia da Aprendizagem
Apresentação
Para os comportamentalistas a aprendizagem ocor-
re tanto por Condicionamento Respondente, visto na aula 
passada, como também por Condicionamento Operante, e 
ainda, por meio da Observação ou Aprendizagem Social. 
O condicionamento operante, ocorre quando a resposta do 
organismo se torna freqüente por ser seguida de um estímu-
lo reforçador. A outra modalidade de aprendizagem men-
cionada ocorre quando as respostas dos animais, inclusive 
o homem, são influenciadas pela observação de outros, que 
fazem o papel de modelos.
Psicologia da Aprendizagem I SEAD/UEPB 51
Objetivos
Ao término da presente unidade você deverá ser capaz de:
•	 Diferenciar o condicionamento simples do condicionamento 
operante;
•	 Explicar e exemplificar a aprendizagem por condicionamento 
operante e a aprendizagem por observação;
•	 Conceituar os principais termos estudados nos dois tipos de 
aprendizagem por condicionamento e por observação.
 52 EAD/UEPB I Psicologia da Aprendizagem
O condicionamento 
operante1 ou instrumental
Você já sabe que quando se quer ensinar um animal a salivar ao 
som de uma campainha, um organismo associa diferentes estímulos 
que não controla, através do condicionamento clássico. Agora vamos 
conhecer o condicionamento operante, no qual o organismo associa 
seus comportamentos com as consequências. Se um operante for re-
petidas vezes acompanhado de resultados agradáveis para o sujeito, 
terá mais probabilidade de ser realizado mais vezes em condições se-
melhantes. Se, por outro lado, for geralmente acompanhado de con-
sequências desagradáveis, o comportamento tem probabilidade de 
ser repetido menos frequentemente em circunstâncias semelhantes. O 
princípio central desta concepção é que os comportamentos seguidos 
por reforços aumentam; os que são seguidos por punição diminuem. 
Desta forma, através do condicionamento operante a associação é en-
tre comportamentos e conseqüências. De forma prática, digamos que 
uma nova técnica de estudo provoque um melhor aproveitamento nos 
seus estudos; através dela você passe a aprender mais. Evidentemente, 
você irá utilizá-la toda vez que for estudar.
Assim, o condicionamento operante, como o clássico, envolve: a 
aquisição; a extinção; a recuperação espontânea, a generalização 
e a discriminação. Mas, há distinções evidentes: enquanto o condi-
cionamento clássico, forma associações entre estímulos (um Estímulo 
Condicionado- EC- e o Estímulo Incondicionado -EI- que sinaliza) e o 
comportamento respondente ( ex. salivar em reação a comida e depois 
a campainha), o condicionamento operante envolve o comportamento 
operante, que já é chamado assim, porque o ato opera no ambiente 
para produzir estímulos de recompensa ou punição.
Myers (1999, p.180) propõe uma questão para se fazer a distinção 
do condicionamento simples para o condicionamento operante: o or-
ganismo está aprendendo associações entre eventos que não controla 
( condicionamento clássico)? Ou está aprendendo associações entre 
seu comportamento e eventos resultantes (condicionamento operante)?
A História do Condicionamento Operante
Muitos estudiosos contribuíram para aprimorar o estudo do Con-
dicionamento Operante. Vamos conhecer o trabalho de dois pioneiros 
que tiveram especial destaque:
1 Condicionamento operante- já é chamado 
assim porque o comportamento opera no 
ambiente para produzir estímulos de recom-
pensa ou punição.
Psicologia da Aprendizagem I SEAD/UEPB 53
THORNDIKE e a importância das consequências
O psicólogo americano, EDWARD LEE THORNDIKE (1874-1949), 
foi um dos primeiros estudiosos do comportamento a dar ênfase ao 
fato de que as consequências são importantes para a aprendizagem. 
Ele observou gatos famintos para saber como eles resolviam seus pro-
blemas. Então, privava os animais de comida e colocava em gaiolas, 
chamadas ”caixas quebra-cabeças” ou “de segredos”, de onde os ani-
mais podiam fugir através atos simples, como: manobrar uma corda, 
movimentar uma alavanca ou pisar uma plataforma. Logo à saída da 
gaiola havia alimento, em lugar onde pudesse ser visto e cheirado, 
como incentivo para a resolução do problema. Esse cientista do com-
portamento observou como muitos gatos aprenderam a fugir de várias 
caixas. A conclusão que Thorndike chegou foi que os animais, inclu-
sive o homem, resolvem problemas pela aprendizagem por ensaio e 
erro. Inicialmente, o animal experimenta várias respostas ‘instintivas’. 
Os comportamentos exitosos tornam-se mais freqüentes e os atos frus-
trados passam a ser menos prováveis. 
Ilustração 1 caixa quebra-cabeça ou de segredo de Thorndike
Skinner

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