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Fenomenologia e Serviço Social

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Fenomenologia e Serviço Social
Professora: Daliana Maria da Costa Duarte
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Nos últimos anos, principalmente no processo conhecido pela categoria como de "reconceituação do serviço social", a categoria, mesmo que muitos não reconheçam as ideias expressas, estas vem direcionando as críticas a questão da metodologia. 
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Nesse sentido vale ressaltar no âmbito da profissão, à questão dos fundamentos metodológicos do serviço social a partir de três elementos complementares: Método, técnica e instrumentos. 
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 Diferentes concepções filosóficas e teóricas permeiam o processo de formação do assistente social. Aparecem de forma mais ou menos intensas em cada momento histórico, mesclam-se; a sistematização apresentada tem o propósito didático de dar suporte epistemológico( teoria do conhecimento). 
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O Serviço Social buscou sua fundamentação teórica nas Ciências Sociais e está sujeito às várias correntes de pensamento que expliquem e que possam dar subsídios para sua atuação. Dentre elas: 
Neotomismo
Positivismo
Funcionalismo
FENOMENOLOGIA
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Métodos mais discutidos e estudados por grande parte da categoria, expressando-se em três principais correntes: Positivismo, Marxismo e Fenomenologia, entre outras, que são tidas pela profissão ao longo do seu processo de ruptura com o conservadorismo. 
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 Em linhas gerais, podemos dizer que a fenomenologia é o estudo dos fenômenos em si mesmos, independentemente dos condicionamentos exteriores a eles, cuja finalidade é apreender sua essência, a estrutura de sua significação. 
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Contexto sócio-político
 A década de 1950 foi palco da implantação dos grandes parques industriais, das siderúrgicas, marcando a fase de política desenvolvimentista do pós-guerra, a consequente corrida ao consumismo e a grande influência norte-americana. 
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 As mudanças ocorridas no mundo na década de 1960, a evolução das Ciências Sociais, os questionamentos profundos acerca das estruturas políticas, econômicas e sociais vigentes, marcaram a reflexão dos assistentes sociais em relação à sua participação neste processo. 
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A vertente positivista, em uma abordagem prática, aparece, como sendo uma prática imediatista a uma resposta dada imediatamente às diversas expressões e manifestações da questão social, vertente também conhecida como "vertente modernizadora", caracteriza-se pela incorporação de abordagens funcionalistas, estruturalistas e, mais tarde, sistêmicas, voltadas a uma modernização conservadora (NETTO, 2005, p. 164). 
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 A fenomenologia questionou os conhecimentos positivistas, mas omitiu o estudo histórico na interpretação dos fenômenos e também do estudo das ideologias como os conflitos de classe, da estrutura da economia e das mudanças fundamentais da sociedade. 
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A vertente fenomenológica, estava presente nas primeiras formulações teóricas do Serviço Social no Brasil, ingressando no universo de discussão teórica da profissão por ocasião do denominado Movimento de Reconceituação nas décadas de 60 e 70.
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 Centrada no vivido e nas vivências dos sujeitos, rompendo, assim, com as formas de controle, ajuda, adaptação, cooptação e desajustes, situando-se como uma proposição inovadora e de orientação psicossocial. Apresenta uma metodologia baseada na tríade: diálogo, pessoa e transformação social. 
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 Diálogo
 
 Pessoa
 
 Transformação social. 
 
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Esta tendência eclética pode ser evidenciada entre outros estudos produzidos por expoentes desta tendência, nas reflexões de Almeida (1978). Nestas reflexões, tal autora, ao apresentar os fundamentos da “nova proposta” metodológica para o Serviço Social, destaca a fenomenologia como subsídio para estabelecer um contraponto às propostas de intervenção profissional que se fundamentam em princípios positivistas.
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Dirige‐se ao vivido humano, aos sujeitos em suas vivências, colocando para o Serviço Social a tarefa de "auxiliar na abertura desse sujeito existente, singular, em relação aos outros, ao mundo de pessoas" (ALMEIDA, 1980, p. 114). 
Direcionadas ao “controle da ajuda” para minorias homogêneas ou indivíduos desajustados.
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Esta tendência que no Serviço Social brasileiro vai priorizar as concepções de pessoa, diálogo e transformação social (dos sujeitos) é analisada por Netto (1994, p. 201 ) como uma forma de reatualização do conservadorismo presente no pensamento inicial da profissão. 
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Não há, portanto, análise das implicações políticas inerentes à prática profissional dos assistentes sociais que, em última instância, inscreve-se no quadro da defesa ou recusa de uma dada ordem social.
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Aspectos considerados na concepção fenomenológica:
Intersubjetividade:
Dialogo:
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“A Fenomenologia é o estudo das essências, e todos os problemas, segundo ela, tornam a definir essências: a essência da percepção, a essência da consciência, por exemplo. Mas também a fenomenologia é uma filosofia que substitui as essências na existência e não pensa que se possa compreender o homem e o mundo de outra forma senão a partir de seus fatos”. Suspende as afirmações para poder compreendê-las. (Triviños, 1987, p. 43).
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A fenomenologia descreve os fatos, não explica e nem analisa.
 
Seu principal objeto é o mundo vivido, ou seja, os sujeitos de forma isolada.
Considera a imersão no cotidiano e a familiaridade com as coisas tangíveis.
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Quem foi Husserl?
Husserl, de origem judaica, completou os primeiros estudos em um ginásio público alemão, em 1876. Em seguida, estudou física, matemática, astronomia e filosofia nas universidades de Leipzig, Berlim e Viena.
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Inicia seus a partir da matemática e da lógistica;
Em 1883, começa também a receber aulas de filosofia, com o filósofo e psicólogo Franz Brentano, e fica tão fortemente impressionado por esta que passa, então, a dedicar sua vida à filosofia ;
O que importava, para ele, era o que se passava na experiência de consciência, através uma descrição precisa do fenômeno.
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É uma corrente de pensamento que não está interessada em colocar a historicidade dos fenômenos. Não introduz transformações à realidade, ou seja, mantém-se conservadora; apenas estuda a realidade com o desejo de descrevê-la, ou apresentá-la tal como ela é, sem mudanças.
Não aborda conflitos de classe.
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Por esta razão, segundo a autora, as leituras de Merleau-Ponty foram as que mais influenciaram os assistentes sociais, visto que este autor dedica-se mais à orientação metodológica da fenomenologia.
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 A influência da fenomenologia no Serviço Social iniciou-se em programas de pós-graduação, principalmente na PUC do Rio de Janeiro e na PUC de Porto Alegre. Alguns autores foram pioneiros nessa linha, como Ana Augusta de Almeida,lda Lopes e Myriam Veras Baptista
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A fenomenologia introduz a visão existencial no trabalho social, proporcionando a aplicação da teoria psicossocial.
Na fenomenologia, o Serviço Social se realiza através da intervenção social ou tratamento social;
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Trata-se de um procedimento sistemático onde se desenvolve um processo de ajuda psicossocial, o qual é realizado através de um diálogo que deve levar a mudanças, partindo das experiências da pessoa, grupo e comunidade (BRANDÃO, 2006).
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A fenomenologia contribui com o Serviço Social no sentido de dar um sentido novo para o processo de ajuda psicossocial a partir dos princípios: diálogo, pessoa e transformação social.
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Segundo Brandão (2006), na visão de Anna Augusta de Almeida, o diálogo como ajuda psicossocial constitui-se num processo onde Assistente Social e sujeito realizam uma experiência com todo o seu ser, no contexto da história
humana;
A fenomenologia, como vimos, surge como uma nova proposta teórica para o Serviço Social, considerando o movimento dos profissionais, que buscavam aplicar cientificidade à prática profissional.
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No entanto, na atualidade, trata-se de uma corrente filosófica que não tem aplicada ao desenvolvimento dos profissionais, tendo em vista nosso compromisso com a corrente marxista de pensamento filosófico.
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Pesquisa para a próxima Aula
Pesquisem sobre a praticas terapêuticas em serviço social.
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Algumas considerações sobre a perspectiva do Serviços Social Clinico:
Análise realizada pela Comissão de Orientação e Fiscalização (COFI) do CFESS, Gestão 2008-2011, em cumprimento ao Plano Nacional de Fiscalização 2007/2008;
 A comissõa teve como objetivo:Aprofundar o debate e construir posição políticacom base em fundamentos teóricos e jurídicos sobre práticas terapêuticas no âmbito do Serviço Social; o resultado desses estudos e propostade normatização será deliberado no próximo Encontro Nacional(2009)
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