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INTRODUÇÃO A fisioterapia é uma profissão na qual aborda diferentes áreas, dentre elas, a neurologia, é uma que se destaca no mercado de trabalho, devido aos resultados expressivos em pacientes que apresentam patologias ou distúrbios neurológicos. A atuação da fisioterapia em neurologia é de suma importância para tratar os sintomas das alterações neurológicas, restaurar funções perdidas, e para o retorno do paciente as atividades da vida diária, e com isso promover a melhor qualidade de vida possível para o mesmo. Dentre as doenças neurológicas, o acidente vascular encefálico (AVE), é uma patologia grave e frequente. No Brasil o AVE, é uma das principais causas de internações e mortalidade, causando na grande maioria dos pacientes, algum tipo de deficiência, seja parcial ou completa. Baseado nestas informações, o presente trabalho tem como objetivo, o estudo da patologia (AVE), explicitando seus comprometimentos, incidência, fatores de riscos, manifestações clínicas, sinais e sintomas, etiologia, marcha do hemiparético, além dos tratamentos apresentados na literatura. DEFINIÇÃO O acidente vascular encefálico (AVE), também conhecido como acidente vascular cerebral (AVC) ou derrame cerebral, é a interrupção brusca do fluxo de sangue para alguma região do cérebro, o que causa sintomas como paralisia de parte do corpo, dificuldade para falar, desmaio, tontura e dor de cabeça, dependendo do local afetado. TIPOS AVE ISQUÊMICO É o tipo mais comum. Ocorre pelo bloqueio de suprimento sanguíneo para determinada área do encéfalo por algum tipo de coágulo. TIPOS Em geral, o quadro inicial é leve (dor de cabeça de pequena intensidade, sonolência, fraqueza e parestesia do hemicorpo). Pode ocorrer a oclusão da: Artéria Cerebral média (alteração de sensibilidade) Artéria Cerebral anterior (ataxia motora) Artéria Cerebral posterior (déficit de memória) TIPOS AVE HEMORRAGICO É causado por um aneurisma ou trauma dentro das áreas extra vasculares do cérebro, ou seja, quando um vaso se rompe e provoca sangramento dentro do cérebro ou nas meninges, que são as películas que envolvem o cérebro. TIPOS O quadro inicial é grave, com fortes dores de cabeça, vômitos e perca da consciência, além de profundos sinais de hemiplegia e déficit visual. O prognóstico inicial é grave, mas a longo prazo o hematoma pode ser reabsorvido. TIPOS HEMORRAGIA SUBRACNÓIDEA Ocorre em consequência à ruptura de um aneurisma local, próximo ao Polígono de Willis. O quadro inicial é marcado por fortes dores de cabeça, vômitos e enrijecimento do pescoço. TIPOS ATAQUE ISQUÊMICO TRANSITÓRIO Refere-se ao déficit neurológico transitório com duração de menos de 24 horas até total retorno à normalidade. Quando o déficit dura além de 24 horas, com retorno ao normal é dito como um déficit neurológico isquêmico reversível (DNIR). INCIDÊNCIA Sua incidência é maior em: • Indivíduos negros; • Mais frequente em homens; • É uma doença que ocorre predominantemente em adultos de meia idade e idosos; • 85% dos casos é de origem isquêmica; (RADANOVIC, 2000). FATORES DE RISCO Os fatores de riscos mais relacionados com o AVE incluem: • Hipertensão arterial • Diabetes melitus • Tabagismo • doenças cardíacas • Hipercolesterolimia • Sedentarismo • Fatores comportamentais (emocionais e stress) • obesidade e predisposição genética (TAVARES, 2008). PRINCIPAIS SINTOMAS Os sintomas de AVE aparecem subitamente, e algumas vezes, a pessoa pode até já acordar com eles. Os principais são: Fraqueza ou dificuldade para movimentar um membro, um lado do corpo ou da face; Perda de sensibilidade em alguma região do corpo; Dificuldade para falar ou para comer; Visão embaçada ou perda parcial da visão; Tontura ou desequilíbrio; Perda da consciência ou desmaio. O local de aparecimento, a quantidade e a intensidade dos sintomas pode variar de acordo com a região do cérebro correspondente ao vaso sanguíneo afetado e à quantidade de fluxo sanguíneo interrompida. CARACTERÍSTICAS FUNCIONAIS PADRÃO HEMIPLÉGICO TÍPICO Cabeça inclinada para o lado afetado e rodada para o lado oposto; Ombro elevado, em adução e RI; Escápula em retração e cintura escapular em depressão; Cotovelo fletido e antebraço pronado; Punho fletido e em desvio ulnar; Dedos fletidos e polegar aduzido; Marcha Ceifante ou Hemiparética CARACTERÍSTICAS FUNCIONAIS Rotação e flexão lateral do tronco para o lado afetado; Pelve plégica elevada e rodada para trás; Quadril estendido, aduzido e em RI; Joelho hiperestendido; Tornozelo plantiflexionado; Tíbio-társica supinada e invertida; CARACTERÍSTICAS FUNCIONAIS DISTÚRBIOS NEUROPISCICOLÓGICO Apraxia – distúrbio da organização dos movimentos voluntários. (paciente não consegue realizar atividades que exigem uma sequência lógica de atos consecutivos) Heminegligência – distúrbio de negligência unilateral de metade do corpo ou espaço. (paciente não consegue focar sua atenção no hemicorpo oposto ao da lesão cerebral) • Visual • Acústica • Sensitiva • Motora CARACTERÍSTICAS FUNCIONAIS Distúrbio da percepção espacial – distúrbio da captação e assimilação dos estímulos sensoriais; Síndrome de Pusher – distúrbio da percepção do próprio corpo no espaço. TRATAMENTO O tratamento é realizado desde a fase aguda, após a liberação médica, que tem por objetivo reduzir as inúmeras complicações, dentre elas a Trombose Venosa Profunda (TVP) e a síndrome do ombro dolorido (subluxação da glenoumeral). Na fase tardia, podemos utilizar diversas técnicas e manobras, as comumente utilizadas são: o alongamento muscular, a Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FNP), a mobilização articular passiva das regiões afetadas, mudança de decúbito, fortalecimento, treinamento de equilíbrio, motricidade fina, dissociação de cinturas, e treinamento de marcha (TAVARES, 2008). TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO OBJETIVOS Promover normalização do tônus; Inibir padrões anormais de postura e movimento; Promover manutenção das amplitudes articulares; Reeducar musculatura de MMSS, MMII e tronco; Facilitar os padrões motores facilitados; Promover o controle postural e incentivar as reações de endireitamento, equilíbrio e proteção; Facilitar marcha controlada; TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO CONDUTAS Associação de técnicas (estimulação cutânea periférica, pontos chaves e transferência de peso); Postura de inibição e sinergias em massa; Mobilização passiva lenta e dissociação das cinturas; Alongamento muscular seletivo prolongado; Técnicas de Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FNP); Exercícios da musculatura com déficit de força; Treino de padrões motores seguindo o Neurodesenvolvimento (NDMN); Treino de reações posturais nos diversos padrões motores; Treino de marcha na barra paralela e circuitos; Treino de marcha na esteira elétrica; REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRÉ, C. Manual de AVC. 2. ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2005. OVANDO, A. C. Acidente vascular encefálico: comprometimento motor dos membros inferiores e alterações na marcha. Retirado de: http://www.efdeportes.com/efd132/acidente-vascular-encefalico-na- alteracoes-na-marcha.htm. TAVARES, M. A. Intervenção fisioterapêutica em pacientes portadores de sequela de AVE no Programa Saúde da Família de Custodópolis em Campos dos Goytazes-RJ. 2008. Retirado de: http://www.fmc.br/cursos/posGraduacao/pdf/tcc09.pdf. SHUMWAY-COOK, A.; WOOLLACOTT, M. Controle Motor: Teoria e Aplicações Prática. 2.ed. São Paulo: Manole, 2003
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