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AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA LIVRO DE APOIO

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Disciplina: Técnicas de Exame Psicológico I – SDE0180
PROFESSOR: PAULO COGO, Doutor.
Curso de Psicologia
Avaliação Psicológica
Livro de Apoio
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
CONCEITO
É o processo técnico-científico de coleta de dados, estudos e interpretação de informações a respeito dos fenômenos psicológicos, que são resultantes da relação do indivíduo com a sociedade, utilizando-se, para tanto, de estratégias psicológicas – métodos, técnicas e instrumentos.
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
Os resultados das avaliações devem considerar e analisar os condicionantes históricos e sociais e seus efeitos no psiquismo, com a finalidade de servirem como instrumentos para atuar não somente sobre o indivíduo, mas na modificação desses condicionantes que operam desde a formulação da demanda até a conclusão do processo de avaliação psicológica.
Resolução CFP N.º.007/2003
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
DIFERENÇA ENTRE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E TESTE PSICOLÓGICO
A avaliação psicológica refere-se a um processo técnico e científico para coleta de dados em que serão utilizados os métodos e instrumentos adequados para a compreensão daquilo que se investiga.
Os testes psicológicos são os instrumentos mais utilizados para esse fim.
Testagem psicológica é o processo de utilização de testes psicológicos na avaliação psicológica. 
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
HISTÓRICO DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
A história da avaliação psicológica se confunde com a história do surgimento dos testes psicológicos e o nascimento da Psicometria, que é uma área da Psicologia que visa mensurar os fenômenos e processos psicológicos.
Os testes psicológicos, como os conhecemos hoje em dia, datam do início do século XX.
Contudo, na história do desenvolvimento dos testes psicológicos, há uma série de cientistas que desempenharam um papel relevante.
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DÉCADA DE GALTON – 1880 – INGLATERRA 
Sir Francis Galton (1822-1911) nasceu na Inglaterra, em uma grande família de um banqueiro.
De acordo com os historiadores Galton apresentava genialidade: com instrução caseira aprendeu a ler e escrever aos dois anos e meio, e com a idade de cinco anos já conseguia ler qualquer livro em língua inglesa.
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No entanto, ao ser enviado para a escola, acabou por experimentar uma série de violências físicas, como ser chicoteado por motivos “pedagógicos”, sermões diversos dos professores e conflitos com os colegas de classe. 
Aos 16 anos, começou seus estudos de Medicina, porém nunca chegou a concluir o curso.
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Como possuía grande fortuna, dedicou-se a estudar e trabalhar naquilo que mais lhe interessasse no momento – o que o levou a grandes explorações da África e ao reconhecimento da Royal Geographic Society em 1853 por suas pesquisas. 
Seu maior interesse se encontrava nas medidas das coisas, o que lhe rendeu uma série de estudos apresentados abaixo a título de curiosidade:
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Em suas tentativas de medir e prever o tempo, inventou o mapa do tempo e foi o primeiro a utilizar termos como “frentes”, “altas” e “baixas”.
Foi o primeiro a sugerir que as impressões digitais poderiam ser utilizadas como meio de identificação pessoal de indivíduos – procedimento mais tarde utilizado pela Scotland Yard. 
Ele tentou também determinar a efetividade da reza (e a considerou inefetiva).
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Ele tentou determinar qual país tinha as mulheres mais bonitas.
Ele mediu o nível de tédio observado em palestras científicas.
Francis Galton tinha, também, interesse pela avaliação das aptidões e desenvolveu meios para compreendê-las a partir de medidas sensoriais.
Foi responsável pelo desenvolvimento de escalas de atitude e pelos métodos estatísticos dos dados coletados em seus estudos.
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Primo de Charles Darwin (1809-1882), recebeu grande influência de suas ideias.
Adepto da teoria da seleção natural, acreditava que na luta pela sobrevivência os seres humanos menos aptos desapareceriam e, assim, surgiu a ideologia da utilização da ciência para a melhoria da raça humana.
Criou o termo “eugenia”.
O termo “eugenia” é definido como o estudo das condições mais propícias à reprodução e melhoria da raça humana.
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Eugenia é um termo criado em 1883 por Francis Galton, significando "bem nascido”.
Galton definiu eugenia como "o estudo dos agentes sob o controle social que podem melhorar ou empobrecer as qualidades raciais das futuras gerações seja física ou mentalmente”.
Apesar do termo “eugenia” ter sido cunhado em 1883, foi no livro Hereditary genius, publicado por Francis Galton, ainda hoje considerado o texto seminal sobre a formação das ideias eugênicas, que o termo foi consagrado.
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O termo "eugenia" é anterior ao termo "genética", pois este último só foi cunhado em 1908, pelo cientista William Bateson.
Numa carta dirigida a Adam Sedgewick, datada de 18 de Abril de 1908, Bateson usou pela primeira vez o termo genética para descrever o estudo da variação e hereditariedade.
Em sua tese, com base na hipótese da hereditariedade, um homem de grande capacidade teria filhos também extraordinários.
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Galton, na tentativa de verificar semelhanças e diferenças entre pessoas afins ou não, criou instrumentos de medida, tornando-se pioneiro na criação de escalas e questionários e o primeiro a se preocupar com a necessidade de padronização dos testes. 
Francis Galton é apontado como o introdutor de uma abordagem psicométrica à criatividade e, embora seus testes não tivessem produzido resultados satisfatórios, sua contribuição foi fundamental para o surgimento da teoria dos testes ou da Psicometria.
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DÉCADA DE CATTELL –1890 – EUA 
James McKeen Cattell nasceu em 25 de maio de 1860, em Easton, Pensilvânia e morreu em 20 de janeiro de 1944.
James Cattell era o filho mais velho e nasceu em uma família rica na Pensilvânia.
Seu pai, William, era um pastor presbiteriano que mais tarde tornou-se o presidente da Easton College.
Seu tio era Alexander Gilmore Cattell, um senador dos Estados Unidos por New Jersey.
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Cattell participou do Lafayette College a partir de 16 anos de idade, onde estudou literatura inglesa.
Depois de visitar a Alemanha para o estudo de pós-graduação, Cattell conheceu Wilhelm Wundt e desenvolveu um interesse em Psicologia.
Após um breve período de estudo na John Hopkins University, Cattell retornou à Alemanha para servir como assistente de Wundt.
Mais tarde, ele se formou em Psicologia com um mestrado.
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Cattell defendeu e publicou a primeira dissertação de Psicologia por um americano.
Cattell foi agraciado com o doutorado em 1886 e tornou-se professor na Universidade de Cambridge.
Ele voltou para os Estados Unidos para ensinar Psicologia da Universidade da Pensilvânia, e mais tarde na Universidade de Columbia, sendo o primeiro professor de Psicologia dos Estados Unidos.
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Em 1895, ele se tornou o presidente da Associação Americana de Psicologia.
Mais tarde foi demitido de seu cargo na Universidade de Columbia por sua oposição pública ao envolvimento dos EUA na Primeira Guerra Mundial.
Entrou e ganhou uma ação judicial contra a universidade e, com o dinheiro que recebeu dos tribunais fundou a Psychological Corporation, com Edward L. Thorndike e Robert S. Woodworth.
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A corporação foi uma das maiores criadoras e administradoras de “testes mentais”.
Cattell, influenciado por Galton, desenvolveu medidas de diferenças individuais dando ênfase às medidas sensoriais por considerá-las mais precisas.
Ficou famoso ao usar, em seu artigo de 1890, o termo “teste mental” (mental test) para as provas aplicadas aos alunos universitários, com a intenção de avaliar seu nível intelectual, tendo sucesso internacional.
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Percebeu que algumas medidas
objetivas para avaliação das funções mais complexas não produziam resultados condizentes com o desempenho acadêmico.
Contudo, os resultados dos seus próprios testes também não foram satisfatórios na época.
Apesar dos resultados ainda pouco satisfatórios dos seus testes James McKeen Cattell é uma figura importante na Psicologia graças à pesquisas sobre a inteligência, o uso de métodos quantitativos e seu enfoque na criação da Psicologia como uma ciência legítima.
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Como Cattell explicou em seu discurso na APA em 1895: ”Na luta pela existência entre as ciências a Psicologia está continuamente a ganhar terreno. O crescimento acadêmico da Psicologia na América durante os últimos anos é quase sem precedentes. A psicologia é uma matéria obrigatória no currículo de graduação, e os cursos universitários de Psicologia agora rivalizam com as outras ciências líderes no número de estudantes atraídos e na quantidade de trabalho original feita”.
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É importante ainda lembrar que Cattell também foi o fundador e editor de uma série de revistas científicas (algumas das principais revistas de Psicologia), incluindo The Psychological Review, Journal of Science and Popular Science Monthly, que mais tarde passou a se tornar Popular Science.
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Principais publicações:
Cattell, J. M. (1890). Mental tests and measurements. Mind, 15, 373-380.
Cattell, J. M. (1903). Statistics of American psychologists. American Journal of Psychology.
Cattell, J. M. (1904). The conceptions and methods of psychology. Popular Science Monthly
Por fim, cabe lembrar que devido a publicação do artigo Mental Tests and Measurements passou a ocorrer um grande desenvolvimento dos testes psicológicos nos EUA e no mundo.
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DÉCADA DE BINET – 1900 – FRANÇA 
Na França, surgem os trabalhos do pedagogo e psicólogo francês Alfred Binet (1857- 1911) e com eles começa a era dos testes de inteligência, propondo-se a medir as funções mais complexas.
Ele não pensava em termos de determinismo biológico nem na hereditariedade.
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Estava inicialmente preocupado em descobrir como ajudar as crianças que tinham problemas na escola e que não se desenvolviam tão bem quanto as outras, e em como medir e criar instrumentos para avaliar e, assim, auxiliar que essas crianças progredissem mais. 
É importante lembrar que os primeiros “testes mentais práticos” surgiram, na França, a partir da tradição humanista, cujo interesse era o bem-estar social.
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Embora tenha construído testes de conteúdo mais cognitivo, para medir funções mais amplas como a memória, a atenção, a compreensão, a imaginação, iniciou-se a era dos testes de inteligência, incluindo o de Q.I.
O primeiro teste com validade produzido para medir inteligência foi desenvolvido por Binet (1857-1911) e pelo químico e fisiologista franco-russo Victor Henri (1872-1940) no ano 1895.
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Este teste foi melhorado em 1905 por Binet e Simon, consistindo em uma série de itens passíveis de escolha em que a porcentagem de respostas corretas tenderia a aumentar com a idade cronológica.
Assim, seria possível estabelecer a “idade mental” com base nos resultados colhidos com uma série de indivíduos, constituindo, então, o início dos Testes de QI (Testes de Quociente de Inteligência).
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Binet e Simon criticaram os testes até então desenvolvidos, considerados demasiadamente sensoriais.
Foi assim que, para compreender as causas de reprovação na escola, eles desenvolveram, em 1905, a Escala Binet-Simon, que é uma revisão do trabalho anteriormente realizado entre Binet e Henri.
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Esta orientação de Binet e Simon em elaborar testes de conteúdo mais cognitivo fez grande sucesso nos anos posteriores, inaugurando de uma vez por todas a era dos testes, inclusive com a introdução do Q.I., termo criado por Stern em 1912. 
Embora Binet tenha sido o marco dessa época, outros grandes estudiosos foram de extrema importância, tal como Spearman na Inglaterra, que fundamentou a teoria da Psicometria Clássica.
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CHARLES SPEARMAN E O CONCEITO DE INTELIGÊNCIA GERAL – 1904 – INGLATERRA
Charles Edward Spearman nasceu em 10 de setembro de 1863 e morreu em 7 de setembro de 1945.
Foi um psicólogo inglês conhecido pelo seu trabalho na área da estatística.
Foi o pioneiro da análise fatorial e do coeficiente de correlação de postos de Spearman.
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Ele também fez estudos sobre a inteligência humana e a descoberta de que escores em testes cognitivos incompatíveis exibiam um fator geral único, batizado de fator “G".
Em 1904, Charles Spearman publicou os resultados de suas pesquisas em que construiu matrizes de correlações para verificar o quão semelhantes eram as habilidades medidas pelos diferentes itens que constituem um teste destinado a medir a inteligência.
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Ele constatou que muitas vezes há apenas 1 fator que responde por mais de 70% da variância de dezenas ou até centenas de itens diferentes.
Num teste com 50 itens, há 50 fatores (um para cada item) sendo medidos, porém esses fatores estão presentes em diferentes proporções, e geralmente poucos fatores principais explicam quase a totalidade do que é medido pelo teste.
O fator G é o fator principal, isto é, aquele que explica a maior parte da variância total dos itens.
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A partir deste fato, propôs sua teoria de que existe um fator geral G que explica mais de 50% (e em alguns casos mais de 70% ou até 80%) da totalidade da inteligência.
É uma teoria amplamente respaldada por mais de 1500 experimentos realizados nos últimos 100 anos, sempre confirmando que um só fator explica uma fração muito grande da totalidade do que o teste propõe medir.
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Spearman tinha um perfil incomum para um psicólogo.
Após 10 anos como um oficial do Exército Britânico, ele se demitiu para fazer um doutorado em Psicologia Experimental.
Na Inglaterra da época, a Psicologia era vista como uma área da Filosofia.
Spearman escolheu estudar na Universidade de Leipzig sob a orientação de Wilhelm Wundt, talvez porque não tivesse qualificações convencionais e porque Leipzig tinha exigências de matrícula liberais.
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Ele começou em 1897 e, após uma interrupção (ele foi convocado pelo Exército Britânico durante a Guerra da África do Sul), obteve o grau de Doutor em 1906.
A essa altura, já tinha publicado seu artigo notório sobre a análise fatorial da inteligência (1904).
Spearman encontrou-se com o psicólogo William McDougall e impressionou-o a ponto de deixar Spearman sucedê-lo na University College London.
Spearman ficou lá até a sua aposentadoria, em 1931.
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Inicialmente foi chefe de um pequeno laboratório de Psicologia.
Em 1911, foi promovido à professor de Filosofia da Mente e Lógica.
Seu título mudou para Professor de Psicologia em 1928, quando foi criado um Departamento de Psicologia.
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Quando Spearman foi eleito à Royal Society, em 1924, a condecoração dizia:
"O Dr. Spearman fez várias pesquisas na psicologia experimental. Seus inúmeros artigos publicados abrangem um vasto campo, mas ele distinguiu-se especialmente pelo seu trabalho pioneiro na aplicação de métodos matemáticos para a análise da mente humana, e seus estudos originais de correlação nesta esfera. Ele inspirou e direcionou o trabalho investigativo de muitos alunos.”
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Charles Spearman (1863-1945), psicólogo inglês, teve uma carreira predominantemente militar até os 34 anos, quando começou a estudar Psicologia, sendo aluno de Wundt e Külpe, na Alemanha.
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Ao retornar à Inglaterra, Spearman entrou em contato com a obra de Galton após reproduzir seus experimentos com sucesso, confirmando uma premissa de Galton sobre a existência de uma relação entre a acuidade sensorial
e a inteligência. 
Em 1904, publicou um artigo chamado General Intelligence, Objectively Determined and Measured (Inteligência geral, objetivamente determinada e medida), o que o levou a conseguir uma posição na Universidade de Londres, onde seus estudos foram a base para o que se chama de de análise fatorial.
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Análise fatorial é a capacidade de medir tanto um indivíduo como um grupo de indivíduos de formas variadas. É a técnica para se reduzir o número de variáveis de uma base de dados, buscando gerar um número menor de novas variáveis latentes, calculadas a partir dos dados originais.
Após, todas as medidas são interrelacionadas para determinar quais delas variam de modo sistemático. 
Spearman descobriu, então, que a inteligência poderia ser explicada por dois fatores:
A) fatores específicos (matemática, línguas, música), que ganhou a letra S como identificador;
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B) fator geral (G), que teria uma ligação determinante com as questões hereditárias. 
Assim se chegaria a duas descrições de inteligências possíveis, a S (específica) e a G (geral), enfatizando a natureza unitária da inteligência.
Spearman entendia a inteligência como hereditária, enquanto Binet a observava como modificável através da experiência.
 Por fim, a concepção de inteligência de Spearman é a que predominou nos Estados Unidos da América.
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Por conseguinte, podemos afirmar que os testes de QI são medidas conforme identificadas pelo fator G de Spearman, daí a sua importância a partir do início do século XX (considerado o século dos testes de inteligência).
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A ERA DOS TESTES DE INTELIGÊNCIA – 1910/1930 
Com a Primeira Guerra Mundial (1916), surgiu a necessidade de realização de testes para convocação para o Exército americano.
Foram criadas centenas de testes.
O objetivo era medir a inteligência como um todo, mas a maioria dos testes criados media apenas algum aspecto da inteligência.
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O artigo de Spearman sobre o Fator G (1904) e a revisão do teste de Binet (1916) junto ao impacto da guerra com a imposição de um processo de seleção rápida, universal e eficaz culminaram para o desenvolvimento dessa era dos testes de inteligência.
Depois surgiram os testes de aptidão e de personalidade.
Hoje, são diversos os testes que buscam a mensuração dos aspectos do comportamento humano.
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DÉCADA DA ANALISE FATORIAL – 1930 
Década marcada pelo declínio dos testes de inteligência e a desilusão com a ideia de um fator geral universal (fator G de Spearman) capaz de avaliar um elemento básico geral, que seria universal, independentemente da cultura e do local onde os sujeitos teriam sido criados. 
Psicólogos estatísticos começaram a repensar as ideias de Spearman e surgiu, assim, a Análise Fatorial, trazendo reconhecido avanço para a Psicometria.
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A ERA DA SISTEMATIZAÇÃO – 1940/1980 
Este foi um período marcado por duas tendências opostas.
Ambas tinham a intenção de resgatar a confiabilidade dos testes psicológicos.
Nas obras de síntese, havia o interesse em sistematizar os avanços da Psicometria através dos estudos de Gulliksen (1950), Torgerson (1958), Thurstone (1947), Harman (1967), Cattell (1965) e Guilford (1967).
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Na mesma época, a American Psychological Association – APA – introduziu as normas de elaboração e uso dos testes.
Nas obras consideradas de crítica, foram levantados os problemas da teoria clássica, como aqueles referentes às escalas de medida.
Com a obra de Lord e Novick (1968) tivemos o ponto de partida para a teoria moderna da Psicometria, conhecida como Teoria de Resposta ao Item, sistematizada pelo próprio Lord (1980).
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Outra tendência crítica que surgiu na tentativa de superar as dificuldades da Psicometria Clássica foi a partir dos trabalhos de Sternberg (1977, 1982, 1985), através da Psicologia Cognitiva e de seus estudos na área da inteligência.
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A ERA DA PSICOMETRIA MODERNA – 1980 
Esta era culmina com o surgimento da TRI – Teoria de Resposta ao Item –, que foi sistematizada a partir da obra de Lord e Novick (1968).
Embora esta teoria seja considerada um modelo do primeiro mundo, ainda não conseguiu resolver todos os problemas da Psicometria, mas substitui parte do modelo clássico e é baseada no modelo do traço latente.
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O modelo do traço latente, segundo a Teoria de Resposta ao Item (TRI), tem bases no escore bruto de um sujeito (seu resultado em um teste) que, por ser uma variável abstrata, portanto não observável, corresponde ao que a TRI chama de escore verdadeiro, que, por sua vez, representa um traço latente que pode ser habilidades, traços ou construtos psicológicos não observáveis, subjacentes ao comportamento observável dos indivíduos, demonstrados por suas respostas aos itens do teste.
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Sendo assim apresentado, compreendemos a necessidade de muita cautela na construção do teste, a começar pela seleção dos itens que vão compor a sua forma final. 
Vamos compreender que um teste é composto por uma série de itens (tarfas) e recebe um ponto por cada tarefa corretamente respondida, obtendo um escore total (a soma dos pontos correspondentes às respostas consideradas exatas).
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Esse escore expressa a magnitude daquilo que o teste mede no sujeito avaliado e, como esta é uma operação empírica, está sujeita a uma margem de erro.
Quanto menor a possibilidade de erro inerente à medida, maior sua precisão. 
Na Teoria Clássica dos Testes (TCT), o foco do interesse está no escore de um teste, que representa um conjunto de comportamentos.
Na TRI (Teoria de Resposta ao Item), o foco está no traço latente.
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
O impacto da TRI para a Psicometria é devido à sua capacidade em superar limitações consideradas graves da Psicometria Clássica, tais como os parâmetros dos itens, seu grau de dificuldade e poder de discriminação, com relação ao conceito de fidedignidade ou precisão, além de outros.
Concretamente, a TRI está dizendo o seguinte: Você apresenta ao sujeito um estímulo ou uma série de estímulos (tais como itens de um teste) e ele responde aos mesmos.
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
A partir das respostas dadas pelo sujeito, isto é, analisando as suas respostas aos itens especificados, podemos inferir sobre o traço latente do sujeito, hipotetizando relações entre as respostas observadas deste sujeito com o nível do seu traço latente.
Estas relações podem ser expressas através de uma equação matemática que descreve a forma de função que estas relações assumem.
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
Desde a década de 1980, vários foram os avanços a partir de algumas importantes descobertas da Psicologia Cognitiva, do desenvolvimento e progressos na TRI e da revolução na tecnologia da informática, dentre eles a sua aplicabilidade para geração de itens de forma computadorizada.
A geração computadorizada de itens é uma metodologia que está engatinhando e vai crescer rapidamente, devido às grandes vantagens que apresentam em termos de eficiência, economia e aplicabilidade.

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