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filosofia medieval

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Plotino e S. Agostinho
FILOSOFIA MEDIEVAL
Mudanças – a transição da antiguidade para a idade média
O período helenístico (III a.C. – IV d.C.) apresentou mudanças significativas em relação aos princípios e à confiança na capacidade da antiga filosofia grega de responder as questões que propunha. 
A visão de mundo dos povos gregos mudou junto com a política, a sociedade e as constantes ameaças de invasão do ocidente.
Os estoicos se preocuparam em sobreviver a essas mudanças aceitando-as como o destino. 
Os epicuristas se afastaram da polis e se entregaram à reflexão buscando a felicidade no prazer da tranquilidade da alma (ataraxia).
No último século antes de Cristo a Grécia deixou de ser o centro do mundo antigo, cedendo lugar à Alexandria.
O tema que dominou esse período deixou de ser a busca pela felicidade e passou a ser a salvação pelo Ser Supremo.
Período Medieval
No século V segundo a história inicia-se o período medieval. Esse período é conhecido como idade das trevas. No entanto, há muitas produções literárias e artísticas de importância. A filosofia é colocada a serviço da teologia cristã.
Durante todo o período medieval que se estende desde o século V d.C. até XV d. C. ocorre uma síntese entre a filosofia grega e a teologia judaico-cristã, que nasce no período helenístico.
As principais correntes filosóficas desse período são a patrística e a escolástica. O maior ícone da patrística é Santo Agostinho (IV d. C.), que desenvolveu o pensamento cristão em conformidade com algumas ideias de Platão. Da escolástica, são Tomás de Aquino, responsável pela recepção e transmissão das obras de Aristóteles.
Período Medieval
O pensamento de S. Agostinho representa, no contexto do cristianismo, a primeira grande obra filosófica da antiguidade clássica, abrindo caminho para a filosofia medieval e aproximando o cristianismo do platonismo.
Um dos iniciadores da escolástica foi santo Anselmo de Canterbury (XI d. C.). Ele formulou um dos celebres argumentos ontológicos a respeito da existência de Deus, que ilustra o estilo medieval de filosofar e o tratamento das questões aproximando a teologia da filosofia ao investigar racionalmente os fundamentos da fé cristã.
Durante esse período, as obras da filosofia grega antiga ficaram confinadas aos mosteiros e às mãos dos monges copistas. Poucas chegaram até nós inalteradas.
Esse período foi marcado pela influência da Igreja na política e por uma visão de mundo geocêntrica, teocêntrica, cuja verdade era baseada na fé aos textos bíblicos e na revelação divina.
Período Medieval
Foi no século XIII que surgiram as primeiras universidades e a retomada da ciência grega pelos escolásticos.
A filosofia de s. Tomás representa uma aproximação entre o cristianismo e o aristotelismo.
Guilherme de Ockham é o pensador mais representativo do final da escolástica, autor de uma obra original e controvertida pelas posições que assume.
Somente a partir do século XIV, com Francesco Petrarca, assentam-se as bases de um pensamento humanista, que culminará no século XV com o movimento renascentista e a intensa retomada do ideal Greco-romano de homem (como medida de todas as coisas). O retorna ao antropocentrismo (a valorização do indivíduo).
Paulo de Tarso
Paulo, Saulo de Tarso ou São Paulo, judeu helenizado e funcionário romano, foi um perseguidor de cristãos, converteu-se ao cristianismo após ter tido uma “visão” de Jesus cristo.
Ele interpretou a mensagem cristã de maneira muito pessoal e acrescentou a ela elementos do neoplatonismo e do neopitagorismo.
Pregou uma mensagem de salvação, difundindo-a desde a pequena província da Palestina até Roma. Transformou a pequena seita cristã em doutrina universal.
Acreditava no fim do mundo, na volta de Jesus cristo, no estabelecimento do reino dos céus e na salvação dos crentes.
Estátua de Paulo na Basílica de São Pedro
Paulo de Tarso
Treze epístolas no Novo Testamento são atribuídas a Paulo.
Agostinho desenvolveu a ideia de Paulo que a salvação é baseada na fé e não nas "obras da Lei".
Afirmou a existência do Espírito/Logos (pneuma – ar, sopro divino), que infla o conhecimento de Deus na alma dos homens.
O corpo seria um obstáculo para o conhecimento divino, por isso a existência deveria ser devotada à vida eterna da alma e mortificação do corpo.
Logos, Deus e Cristo (Espirito Santo, Pai e Filho – a santíssima trindade) seriam três e seriam um.
Deus pode ser conhecido, não pelo esforço racional humano, mas pela revelação do Espírito 
Paulo se achava um prenunciador de boas novas....um servo do senhor.
A principal fonte para informações históricas sobre a vida de Paulo são as pistas encontradas em suas epístolas e nos Atos dos Apóstolos.
Neopaltonismo
O neoplatonismo teve uma vida longa até ser diluído no discurso cristão.
Os primeiros representantes dessa filosofia cristã pertencem à chamada escola neoplatônica cristã de Alexandria, na qual se desenvolve a síntese entre a filosofia grega e a doutrina cristã.
Principais representantes:
Clemente de Alexandria (150-215)
Amônio Sacas (175-242)
Orígenes (184-254)
Plotino (205-270)
Plotino
Grego nascido no Egito em Licopólis, No século III, Plotino foi o maior representante desse esforço filosófico.
Estudou e Alexandria e trabalhou em Roma.
Questionava como os seres terrenos se relacionam com o divino e como podem ter sido criados por Ele.
Enéadas de Plotino é o documento básico e clássico do neoplatonismo, contém partes teóricas e práticas.
1) se refere a elevada origem da alma humana e mostrando como ele se afastou de seu primeiro estado.
2) mostra o caminho pelo qual a alma pode novamente voltar ao eterno Ser Supremo. 
O sistema pode ser dividido entre o mundo invisível e o mundo fenomenal, o primeiro contém o transcendente o Uno que emana uma eterna e perfeita essência (nous), que, por sua vez, produz a alma do mundo.
Plotino (205-270)
Optou pelo monismo, isto é, um só Deus é a suprema (e inconcebível) realidade e o princípio de todas as realidades. 
Toda criação é um transbordamento do Uno, uma emanação de Deus. 
Deus é a felicidade, mas esta seria inalcançável, pois o ser humano jamais chega a ter conhecimento completo de Deus. 
Para chegar até Deus, o Homem precisa de auxílio, que só de Deus pode vir, através do êxtase, a mais alta forma de conhecimento. 
Plotino(205-270)
Plotino criou três áreas de conhecimentos:
sensorial, a obscura representação da verdade.
racional, nos dá ideia das essências das coisas.
intelectual, nos fornece conhecimento de nós mesmos.
O sensorial ou sensível permite perceber as coisas materiais e como as coisas sempre estão se transformando esse conhecimento não tem valor.
O pensamento medieval - gnosticismo
Ao longo dos séculos I a V, a filosofia grega como a conhecemos vai, aos poucos, se tornando uma teosofia.
O pensamento dos medievais volta-se para a salvação da alma e a realização do projeto divino na Terra,
A ética deixa de ser uma “ação para a felicidade” e se torna uma “ação para a salvação”.
Os gnósticos acreditam que a salvação espiritual pode ser alcançada por meio da obtenção de um conhecimento superior.
Quanto maior o distanciamento do conhecimento superior, maior a proximidade com a matéria e do mal.
O maniqueísmo foi uma seita gnóstica que mesclava influências do hinduísmo e do cristianismo.
Existiram várias outras seitas gnósticas, que buscavam um conhecimento místico e disponível apenas para alguns “eleitos”.
Houve várias tendências gnósticas, mas nenhuma regulação doutrinária, fato que contribuiu para a consolidação do cristianismo.
Santo Agostinho (354-430)
Aurélio Agostinho, nasceu em Tagaste, na Numíbia, província romana no norte da África (atual Argélia) e Faleceu em Hipona, durante a invasão dos vândalos liderados por Genserico.
Viveu durante os últimos anos (conturbados) do Império Romano, já em decadência.
Sua mãe, Mônica, era cristã, porém seu pai, Patrício, era pagão.
Estudou em várias cidades, tornando-se mestre em Retórica em Cartago.
Teve influência do ceticismo, do maniqueísmo e de Santo Ambrósio, bispo de Milão.
Aos trinta anos converteu-se ao cristianismo, por influência de Santo Ambrósio começou a ler o epistolário paulino; não muito tempo depois foi batizado juntamente com seu filho Adeodato e seu amigo Alípio.
Principais obras: O mestre, A cidade de Deus, Confissões.
Santo Agostinho (354-430)
Foi professor de Retórica em Milão, dedicando-se ao debate entre filosofia e religião.
Hesitando entre a filosofia de Cícero e Plotino, acabou sendo “fisgado” por Santo Ambrósio.
Abandona a profissão de professor e volta para a África, tornando-se bispo de Hipona.
Elaborou e consolidou a filosofia cristã medieval até a redescoberta de Aristóteles no séc. XIII.
Sua obra constitui a primeira grande síntese entre o pensamento cristão e a filosofia platônica (platonismo cristão).
 Foi o pensador mais importante depois de Platão e Aristóteles, devido à sua criatividade e originalidade.
Por Simone Martini, atualmente no Museu Fitzwilliam, em Cambridge
Santo Agostinho (354-430)
Além de pregar os ensinamentos da Bíblia, escreveu sobre diversos temas relacionados à fé.
No Livro ‘A cidade de Deus’ tece comentários sobre a Igreja e o Estado, defendendo a submissão do Estado à Igreja.
Essa foi a primeira obra e a mais influente do período medieval.
Santo Agostinho (354-430)
Afirma a existência de um Deus criador, e todas as coisas da Terra criadas por esse mesmo Deus.
Manteve a ideia de ordenação das coisas (dos gnósticos), com Deus no ponto mais alto.
Afirmava que o caminho para o conhecimento de Deus é a interioridade (iluminação espiritual).
Todo conhecimento verdadeiro submetia-se a uma obediência à palavra de Deus.
Defendia a ideia de que a salvação não pode ser alcançada apenas por meio de boas obras, seria necessária a graça divina.
Deus é bom e, por isso, não pode ter criado o mal. O mal não existe, mas existe a ausência do bem, isto é, o afastamento de Deus. 
Ele associa o pecado ao livre-arbítrio

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