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INTERIORES CORPORATIVOS APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA, OBJETIVOS, EXERCÍCIOS, INTRODUÇÃO À TEMÁTICA INTRODUÇÃO Bráulio Veríssimo 1 INTERIORES CORPORATIVOS ESTRUTURA DA DISCIPLINA Faz parte do terceiro dos três ciclos de aprendizado, Reflexão: Sintetizar e Criar. Exige a proposição reflexiva e crítica como fundamento para o projeto de arquitetura desenvolvido de forma autônoma pelo estudante. Pertence ao Eixo Temático de Projeto, previsto no Projeto Pedagógico do curso. As disciplinas de Ateliê de Projeto como a coluna vertebral do curso, pois agregam todo o conhecimento adquirido nas outras disciplinas. INTERIORES CORPORATIVOS ESTRUTURA DA DISCIPLINA Introduzir à metodologia projetiva do interior comercial empresarial. Projeto de arquitetura de interiores corporativos: intervenções e qualificações do espaço construído. Comunicação visual. 1. Entender as necessidades de programa a partir do organograma da empresa. 2. Compreender a influência do espaço de trabalho no desempenho do individuo. 3. Aprender a elaborar conceitos mercadológicos relativos à imagem institucional. 4. Distinguir o projeto como produto da imagem institucional de uma empresa 5. Identificar a perfeita interconexão entre arquitetura e projetos complementares como fundamental para atingir a máxima qualidade do espaço INTERIORES CORPORATIVOS OBJETIVO GERAL E ESPECÍFICO Unidade I - CONCEITUACAO Evolução do ambiente de trabalho empresarial, mobiliário, tecnológica de equipamentos e instalações Padrões e modulações da indústria (coordenação modular) Unidade II - PROCESSOS E METODOLOGIAS Análise do organograma empresarial Compreensão da imagem corporativa institucional O layout como instrumento de otimização de processos e rotinas Unidade III - PROJETO E DETALHAMENTO Desenvolvimento do projeto de interiores, layout e detalhamento de mobiliário Caderno de especificações ilustrado Compatibilização dos projetos complementares INTERIORES CORPORATIVOS CONTEÚDO ESPAÇO CORPORATIVO DEFINIÇÃO Corporação 1. Coletividade sujeita a uma mesma regra ou estatuto ou que dirige assuntos de interesse público. 2. Conjunto de pessoas com afinidades, .notadamente profissio nais ou ideológicas, que se unem ou organizam com vista a inte resses comuns. O termo escritório, assim como bureau, na língua francesa, designam em sua origem etimológica um tipo de móvel - a escrivaninha - mobiliário típico encontrado nos gabinetes. Por essa razão as atividades desenvolvidas nestes ambientes como a leitura, a escrita, a contabilidade, o cálculo, o projeto... Foram por longo período denominadas “atividades de gabinete". ESPAÇO CORPORATIVO DEFINIÇÃO ESPAÇO CORPORATIVO EVOLUÇÃO O século XV constituiu uma época produtiva no campo dos tratados dos edifícios de escritórios. Um dos mais representativos e significativos foi o elaborado pelo arquiteto italiano Francesco di Giorgio, no qual foi descrito a forma como deveriam ser os edifícios deste tipo. Na pintura e na gravura dos séculos XV e XVI encontra-se obras que retratam o cotidiano monástico e dos sábios. primeiro edifício administrativo especializado foi o Palácio dos Uffizi (em italiano, significa escritórios), construído em Florença por Giorgio Vasari, entre 1560 e 1574, para a família Médici. O Palácio dos Uffizi era constituído por dois edifícios estreitos e compridos, alinhados ao longo de uma espécie de rua interior e compreendia uma sucessão de salões dispostos em três pavimentos . nesta época, não haviam edifícios específicos para abrigar os escritórios, assim, os mercados surgiram como um dos primeiros, já que eram realizadas no pavimento superior as negociações e acertos. ESPAÇO CORPORATIVO EVOLUÇÃO No final do século XIX e início do século XX surgiu a primeira teoria administrativa científica do trabalho elaborada por Frederick W. Taylor (1856- 1915) – o taylorismo. Suas ideias, quanto à concepção espacial, preconizavam a segregação espacial como meio de reafirmar as diferenças hierárquicas, visando o incentivo da competição interna e estímulo das performances individuais. ESPAÇO CORPORATIVO EVOLUÇÃO A racionalização introduzida pela padronização do mobiliário e a rigidez do layout era uma forma de assegurar a disciplina e a linearidade do processo de trabalho. Ao redor desse grande salão central, localizavam-se as salas privativas dos gerentes, que eram delimitadas por divisórias semienvidraçadas. Os funcionários dos escalões mais altos ocupavam os pavimentos superiores e nesses, suas salas confortáveis e privativas, revestidas com acabamentos internos de qualidade, situavam-se nos pontos com melhor vista e insolação. ESPAÇO CORPORATIVO EVOLUÇÃO A Revolução Industrial trouxe a necessidade de espaços onde pudessem ser realizadas as atividades administrativas de controle da produção, espaços destinados exclusivamente para os escritórios. Apesar de fisicamente separado da fábrica, apresentava uma organização espacial que lembrava a planta industrial: um grande salão central era destinado aos funcionários dos escalões inferiores (datilógrafos, estenógrafos, contadores, contínuos, etc.), onde as mesas eram dispostas em fileiras paralelas, numa mesma direção, sob as vistas de um supervisor instalado defronte. ESPAÇO CORPORATIVO EVOLUÇÃO Anos 30: arquitetos, designers de interiores começaram a se preocupar com as inadequadas condições projetuais e ambientais dos locais de trabalho e ao longo das décadas de 40 e 50 dedicaram-se à análise de questões relacionadas às formas de trabalho dos indivíduos e como o ambiente poderia ser projetado de acordo com as demandas de seus usuários. ESPAÇO CORPORATIVO EVOLUÇÃO Em relação à arquitetura dos edifícios de escritórios, a Escola de Chicago (EUA) exerceu grande influência na evolução dos escritórios. Sua grande contribuição foi o desenvolvimento e execução de projetos inovadores de edifícios altos com estruturas de concreto armado e de aço, que permitiram a libertação das fachadas de sua missão estrutural e a adoção de aberturas cada vez maiores. Wainwright Building, Louis Sullivan, 1891 ESPAÇO CORPORATIVO EVOLUÇÃO EDIFÍCIO LARKIN, 1902 ESPAÇO CORPORATIVO EVOLUÇÃO EDIFÍCIO JOHNSON WAX, 1936 ESPAÇO CORPORATIVO EVOLUÇÃO ESPAÇO CORPORATIVO EVOLUÇÃO A partir de 1940: fachadas de vidro, iluminação e comprometimento do conforto térmico. distribuição dos pilares internos racionalizada, adoção de layouts flexíveis e Independentes da arquitetura. 1950 e 1960: General Office ou Bull Pen: distribuição dos chefes e gerentes na periferia do pavimento, os demais no centro. Single Office: executivos na periferia, mas não havia o centro ocupado pelos demais funcionários. Open Plan, ou em planta livre: maior rapidez nas comunicações, flexibilidade e reduzia a hierarquia Office Landscape - o escritório panorâmico: planta livre, sem paredes fixas, maior e comunicações facilitadas. Layout segundo linhas de fluxo e relações de proximidade definidas a partir das inter-relações cotidianas, documentos e informações ESPAÇO CORPORATIVO EVOLUÇÃO EDIFÍCIO SEAGRAM, Mies van der Rohe e Philip Johnson, 1958. ESPAÇO CORPORATIVO EVOLUÇÃO Anos 70: crise do petróleo, redução no consumo de energia, edificações completamente fechadas, acarretou o surgimento da “Síndrome dos Edifícios Doentes”. Anos 80: redução dos custos, agilidade nos processos de trabalho e aumento da capacidade de produção, introdução de tecnologias. As áreas padronizadas com postos de trabalho abertas, com divisórias baixas (arquivos, estantes) que permitem o contato visual entre os membros do staff. ESPAÇO CORPORATIVO HOJE A estrutura subjacentea qualquer área padronizada de postos de trabalho: a rede de fios e cabos permitem a cada usuário plugar suas facilidades eletrônicas, e que pode vir instalada nos próprios painéis utilizados para configurar os espaços, pode ser distribuída por pisos elevados ou por linhas estruturais. Anos 90: proliferação de espaços comuns, de pequenas salas de reunião e de áreas equipadas com máquinas de café, refrigerantes e mesas para bate-papos e trabalhos em grupo. Considera as necessidades tecnológicas e de humanização. HOJE: mesas dispõem de poucas gavetas, os armários individuais foram reduzidos ao mínimo ou eliminados; a mesinha lateral fundiu-se com a mesa principal. Em cima da mesa, o computador, telefone, impressora, fax são cada vez mais indispensáveis. O mercado também exigiu das empresas agilidade para operar mudanças de ritmo, crescimento ou encolhimento e mudança no perfil das atividades. A flexibilidade dos componentes e a possibilidade de modificações sem grandes transtorno sestá associada aos aspectos construtivos das instalações prediais e do mobiliário. São eles: Piso elevado modulado: alteração rápida e limpa da distribuição de cabos; Forro rebaixado: modulado e compatível com o layout, facilitando a manutenção das instalações e o rearranjo dos sensores de temperatura do ar-condicionado central; Modulação: mobiliário e divisórias, flexibilidade de arranjo espacial; Acabamentos (tipos e cores): de pisos, divisórias e forros que, melhor desempenho acústico e da iluminação natural e artificial. ESPAÇO CORPORATIVO HOJE A busca da melhoria dos ambientes de trabalho, baseada na crença moderna de que a satisfação do funcionário com o seu local de trabalho aumenta a sua produtividade, tem incentivado grandes avanços do ponto de vista da ergonomia, da luminotécnica e do conforto termoacústico. Devido a busca crescente da diferenciação estética e da personalização dos ambientes, os fabricantes de materiais de acabamento para interiores têm investido no desenvolvimento e na diversificação de seus produtos de forma a proporcionar variedade de escolha aos profissionais de criação. ESPAÇO CORPORATIVO EVOLUÇÃO Novas áreas: descompressão, academias, áreas de apoio, cantinas, cafeterias, áreas de recreação, espaços abertos, jardins, áreas de descanso, etc. ESPAÇO CORPORATIVO HOJE três aspectos em particular parecem estar repercutindo na evolução espacial dos escritórios: 1. a busca da qualidade total dos bens e serviços oferecidos pelas empresas, 2. busca da qualidade de vida nos locais de trabalho; 3. o esforço para a consolidação de imagens corporativas fortes num mercado inundado de propaganda e marketing. Tais fatores implicam respectivamente: 1. uma maior interação entre as áreas de trabalho administrativo, já que se passa a valorizar todas as etapas do ciclo produtivo e não só a qualidade do produto final; 2. humanização e otimização do uso do espaço, que propicie melhor desempenho dos trabalhadores nas suas atividades ; 3. adoção de padrões estéticos coerentes com a imagem que a organização quer transmitir a seus próprios funcionários e clientes. ESPAÇO CORPORATIVO HOJE Aumento do uso da ventilação e, especialmente, a iluminação natural Uso de materiais sustentáveis (madeira de reflorestamento, madeira plástica, materiais feitos de dejetos). Reciclagem de mobiliário Rearquitetura ou a utilização de antigos edifícios como galpões, fábricas desativadas, retrofit de edifícios Utilização de elementos verdes Controle da temperatura interna através de sensores Escritórios pequenos (até 500 m2): mobiliário flexível, adaptado, uso das cores, reuso Escritórios médios (500 a 2000 m2): elementos verdes Escritórios grandes (mais de 2000 m2): costumam ter selos de LEED ou BREEAM, adotam relações interdepartamentais, áreas de descanso e recreação, acrescentam valor ao contexto urbano através de parcerias com o comércio local, cafés, lanchonete, restaurantes atrelados ao edifício. ESPAÇO CORPORATIVO HOJE MARKETING ESTRATÉGIAS O que é Marca? A marca é o conjunto de características tangíveis e não tangíveis materializados em logo, grafismos, mascote, música, entre outras manifestações. Se gerenciadas adequadamente, trazem valor a marca devido à influência causada na decisão de compra. A marca de uma empresa tem que sintetizar todos os valores e soluções para possíveis necessidades dos seus consumidores. Branding…? O que é Branding? Branding é o agrupamento de soluções que uma marca necessita para sobreviver no mercado. Ele abrange desde a criação de uma nova marca, na administração da mesma e no reposicionamento de marcas existentes que passam por dificuldades. O Branding se divide nas seguintes etapas: Detalhamento do Público-Alvo, Posicionamento da Marca, Construção Multissensorial. ESPAÇO CORPORATIVO MARCA E BRANDING Detalhamento do Público-Alvo Pesquisa, pesquisa e mais pesquisa. É o momento de descobrir quem é o público- alvo da empresa, segmentar ao máximo e pontuar com detalhes as características deste grupo. Posicionamento da Marca identidade de marca para atingir o público- alvo. Definir quais são as expectativas que eles têm sobre o produto ou serviço da empresa. Pontuar a personalidade que a marca deverá ter, como se fosse uma pessoa. Construção Multissensorial Construir a marca, ou retificá-la caso ela já exista, explorar TODOS os pontos de contato com o consumidor, ser multissensorial, abordando todos os 5 sentidos. Não basta apenas criar o logo, há uma queda na eficiência apenas visual da marca. ESPAÇO CORPORATIVO MARCA E BRANDING EMPRESA ESTRUTURA ORGANOGRAMA VERTICAL: Maior nível de hierarquia. Empresa tradicional ORGANOGRAMA HORIZONTAL: Instâncias mais altas próximas aos níveis operacionais da empresa. Menor quantidade de chefes por funcionários. ESPAÇO CORPORATIVO ESTRUTURA DA EMPRESA EMPRESA ESTIMATIVA DE ÁREA ÁREAS: Espaço medido pelo número de funcionários (espaço de trabalho individual, corredores, reunião, recepção, armazenamento, biblioteca, banheiros e cozinhas). EMPRESA DE DESIGN: 23 à 32m² / funcionário. OUTRAS EMPRESAS: 18 À 23m² / funcionário. CALL CENTERS: 13 à 18m² / funcionário. Exemplo: 185m² - 6 a 8 pessoas – firma criativa. 8 à 10 pessoas – firma padrão. ESPAÇO CORPORATIVO ESTIMATIVA DE ÁREA ÁREAS – ESTAÇÕES DE TRABALHO: Estação funcionário: 1,60x1,20m / 1,40x1,40m / 1,40x1,20m (Estações em L). Estação gerente: Cadeiras cliente ou funcionário + arquivos. 2,40x1,60m ou maior. Estação executivo: Cadeiras para clientes, arquivo maior, mesa para pequena reunião (4 pessoas). 3,75x5,00m Sala de reunião: De 6 a 8 pessoas: 18m² De 4 a 6 pessoas: 12m² ESPAÇO CORPORATIVO ESTIMATIVA DE ÁREA ESPAÇO CORPORATIVO ESTIMATIVA DE ÁREA MAS... NADA É NATURAL E... NADA VEM DO NADA! BIBLIOGRAFIA BOOTH, Sam; PLUNKETT, Drew. Mobiliário para o Desenho de Interiores. São Paulo: GG, 2014. BROWN, Rachael; FARRELLY, Lorraine. Materiais no Design de Interiores. São Paulo: GG, 2014. GURGEL, Miriam. Projetando Espaços – guia de arquitetura de interiores para áreas comerciais. São Paulo: SENAC SP, 2014. HIGGINS, Ian. Planejar Espaços para o Design de Interiores. São Paulo: GG, 2014. INNES, Malcolm. Iluminação no Design de Interiores. São Paulo: GG, 2014. Revista Monolito – Espaço de Trabalho. nº 15 ano 2013. CALDEIRA, V. A evolução da arquitetura de escritórios. Disponível em: http://www.luxalon.com.br/htmls/222lux.html. CHÁVEZ, V.H. La habitabilidad energética em edifícios de oficinas. 2002. Tesis Doctoral, Universitat Politécnica de Catalunya, Barcelona, 2002. Disponível em: http://www.tdx.cesca.es/TESIS_UPC/AVAILABLE/TDX-0109103-155648/03CAPITULO1_1.pdf.
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