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kupdf.com resumo direito administrativo

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DIREITO ADMINISTRATIVO 
1 – CONCEITO 
2-FONTES 
3-PRINCIPIOS 
 legalidade; 
 impessoalidade; 
 moralidade; 
 publicidade; 
 eficiência. 
4-PODERES 
 o discricionário; 
 os decorrentes da hierarquia; 
 o disciplinar; 
 o normativo; e 
 o de polícia. 
 
5- ESTRUTURA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
6- ATO ADMINISTRATIVO 
 Atributos: 
 presunção de legitimidade e veracidade; 
 imperatividade; 
 autoexecutoriedade. 
 
 Espécies de atos administrativos: 
 negociais; 
 normativos; 
 enunciativos; 
 ordinatórios; 
 punitivos. 
 
7- PROCESSO ADMINISTRATIVO 
8- PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO 
 Legalidade; 
 Impessoalidade: 
 Moralidade: 
 Publicidade: 
 Eficiência: 
 Supremacia do interesse público: 
 Motivação: 
 Razoabilidade: 
 Proporcionalidade: 
 Ampla defesa: 
 Contraditório: 
 Finalidade: 
 Segurança Jurídica: 
 
9-FATO ADMINISTRATIVO 
10-ATRIBUTOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 
a) Presunção de legalidade; 
b) Imperatividade; 
c) Autoexecutoriedade; 
d) Exigibilidade; 
e) Tipicidade. 
 
11- ELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO (requisitos do ato administrativo) 
 competência, 
 finalidade, 
 forma, 
 motivo 
 objeto 
12- TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES 
13-ATOS VINCULADOS E DISCRICIONÁRIOS 
14-MOTIVAÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO 
15-CONTROLE JUDICIAL 
16 ESPÉCIES DE ATOS 
 Quanto ao conteúdo: 
a) Autorização; 
b) Licença; 
c) Admissão; 
d) Permissão; 
e) Homologação; 
f) Aprovação; 
g) Parecer; 
h) Visto. 
 
17-CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 
 Prerrogativas: atos de império e atos de gestão. 
 Função da vontade: atos administrativos propriamente ditos e meros (puros) atos administrativos. 
 Formação de vontade: simples, complexos e compostos. 
 Destinatários: gerais e individuais. 
 Exeqüibilidade: ato perfeito, ato imperfeito, ato pendente e ato consumado (exaurido). 
 
18-FORMAS DE EXTINÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO 
 a) Exaurimento; 
 b) Desaparecimento; 
 c) Cassação; 
 d) Caducidade; 
 e) Contraposição; 
f) Anulação; 
g) Revogação. 
 
19- ANULAÇÃO E REVOGAÇÃO 
20- ATO ANULÁVEL, ATO NULO E ATO INEXISTENTE 
 
Conceito 
Direito Administrativo é o ramo do direito público que trata de princípios e regras que disciplinam a 
função administrativa e que abrange entes, órgãos, agentes e atividades desempenhadas pela 
Administração Pública na consecução do interesse público 1. 
Função administrativa é a atividade do Estado de dar cumprimento aos comandos normativos para 
realização dos fins públicos, sob regime jurídico administrativo (em regra), e por atos passíveis de 
controle. 
A função administrativa é exercida tipicamente pelo Poder Executivo, mas pode ser desempenhada 
também pelos demais Poderes, em caráter atípico. Por conseguinte, também o Judiciário e o Legislativo, 
não obstante suas funções jurisdicional e legislativa (e fiscalizatória) típicas, praticam atos 
administrativos, realizam suas nomeações de servidores, fazem suas licitações e celebram contratos 
administrativos, ou seja, tomam medidas concretas de gestão de seus quadros e atividades. 
Função administrativa relaciona-se com a aplicação do Direito, sendo consagrada a frase de Seabra 
Fagundes no sentido de que “administrar é aplicar a lei de ofício”. A expressão administração pública 
possui, segundo Di Pietro 2, no entanto, dois sentidos: 
 o sentido subjetivo, formal ou orgânico: em que é grafada com letras maiúsculas, isto é, 
Administração Pública, e que indica o conjunto de órgãos e pessoas jurídicas aos quais a lei 
atribui o exercício da função administrativa do Estado; e 
 o sentido objetivo, em que o termo é grafado com minúsculas (administração pública), sendo 
usado no contexto de atividade desempenhada sob regime de direito público para consecução dos 
interesses coletivos (sinônimo de função administrativa). 
Fontes 
São fontes do Direito Administrativo: 
 os preceitos normativos do ordenamento jurídico, sejam eles decorrentes de regras ou princípios, 
contidos na Constituição, nas leis e em atos normativos editados pelo Poder Executivo para a fiel 
execução da lei; 
 a jurisprudência, isto é, reunião de diversos julgados num mesmo sentido. Se houver Súmula 
Vinculante, a jurisprudência será fonte primária e vinculante da Administração Pública; 
 a doutrina: produção científica da área expressa em artigos, pareceres e livros, que são utilizados 
como fontes para elaboração de enunciados normativos, atos administrativos ou sentenças 
judiciais; 
 os costumes ou a praxe administrativa da repartição pública. 
Ressalte-se que só os princípios e regras constantes dos preceitos normativos do Direito são 
considerados fontes primárias. Os demais expedientes: doutrina, costumes e jurisprudência são 
geralmente fontes meramente secundárias, isto é, não vinculantes; exceto no caso da súmula vinculante, 
conforme sistemática criada pela Emenda Constitucional nᵒ 45/04, que é fonte de observância obrigatória 
tanto ao Poder Judiciário, como à Administração Pública direta e indireta, em todos os níveis 
federativos. 
Princípios 
Segundo Alexy 3, princípios são mandamentos de otimização, que se caracterizam pelo fato de poderem 
ser cumpridos em diferentes graus. A medida imposta para o cumprimento do princípio depende: (a) das 
possibilidades reais (fáticas), extraídas das circunstâncias concretas; e (b) das possibilidades jurídicas 
existentes. 
Com o pós-positivismo os princípios foram alçados dos Códigos às Constituições, ganhando status de 
normas jurídicas de superior hierarquia. Antes eram tidos como pautas supletivas das lacunas do 
ordenamento, conforme orientação do art. 4ᵒ da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, mas 
com o avanço da hermenêutica jurídica sabe-se que eles não são só sugestões interpretativas, pois eles 
têm caráter vinculante, cogente ou obrigatório 4. 
São princípios do Direito Administrativo expressos no caput do art. 37 da Constituição: 
 legalidade; 
 impessoalidade; 
 moralidade; 
 publicidade; e 
 eficiência, sendo que este último foi acrescentado pela Emenda Constitucional nᵒ 19/98. 
A legalidade administrativa significa que a Administração Pública só pode o que a lei permite. Cumpre à 
Administração, no exercício de suas atividades, atuar de acordo com a lei e com as finalidades previstas, 
expressas ou implicitamente, no Direito. 
Impessoalidade implica que os administrados que preenchem os requisitos previstos no ordenamento 
possuem o direito público subjetivo de exigir igual tratamento perante o Estado. Do ponto de vista da 
Administração, a atuação do agente público deve ser feita de forma a evitar promoção pessoal, sendo que 
os seus atos são imputados ao órgão, pela teoria do órgão. 
Publicidade é o princípio básico da Administração que propicia a credibilidade pela transparência. 
Costuma-se diferenciar publicidade geral, para atos de efeitos externos, que demandam, como regra, 
publicação oficial; de publicidade restrita, para defesa de direitos e esclarecimentos de informações nos 
órgãos públicos. 
Moralidade é o princípio que exige dos agentes públicos comportamentos compatíveis com o interesse 
público que cumpre atingir, que são voltados para os ideais e valores coletivos segundo a ética 
institucional. 
Eficiência foi um princípio introduzido pela Reforma Administrativa 5 veiculada pela Emenda 
Constitucional nᵒ 19/98, que exige resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimento 
das necessidades públicas. 
Além dosprincípios constitucionais, existem princípios que foram positivados por lei, como, por 
exemplo, no âmbito federal, também se extraem do art. 2ᵒ da Lei nᵒ 9.784/99: finalidade, motivação, 
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica e interesse 
público. 
Poderes 
Para realizar suas atividades, a Administração Pública detém prerrogativas ou poderes. Conforme 
clássica exposição de Celso Antônio Bandeira de Mello 6, tais poderes são poderes-deveres, ou seja, 
poderes subordinados ou instrumentais aos deveres estatais de satisfação dos interesses públicos ou da 
coletividade. 
São poderes administrativos: 
 o discricionário; 
 os decorrentes da hierarquia; 
 o disciplinar; 
 o normativo; e 
 o de polícia. 
Poder discricionário é a prerrogativa que tem a Administração de optar, dentre duas ou mais soluções, 
por aquela que, segundo critérios de conveniência e oportunidade, melhor atenda ao interesse público no 
caso concreto. Entende-se, no geral, que vinculação 7 não é propriamente um poder, mas uma sujeição da 
Administração ao império da lei. 
Da hierarquia, decorrem os seguintes poderes: ordenar atividades, controlar ou fiscalizar as atividades 
dos subordinados, rever as decisões, com a possibilidade de anular atos ilegais ou de revogar os 
inconvenientes e inoportunos, com base na Súmula 473/STF, punir ou aplicar sanções disciplinares, 
avocar ou chamar para si atribuições, delegar e editar atos normativos internos. 
Poder disciplinar é o que compete à Administração para apurar supostas infrações funcionais e, se for o 
caso, aplicar as sanções administrativas. Ele abrange tanto as relações funcionais com os servidores 
públicos, como às demais pessoas sujeitas à disciplina da Administração Pública 8. 
Poder normativo envolve a edição pela Administração Pública de atos com efeitos gerais e abstratos, 
como decretos regulamentares, instruções normativas, regimentos, resoluções e deliberações. Poder 
regulamentar é, portanto, uma espécie de poder normativo. 
Poder de polícia consiste “na atividade de condicionar e restringir o exercício dos direitos individuais, 
tais como propriedade e a liberdade, em benefício do interesse público” 9. São atributos do poder de 
polícia: discricionariedade, autoexecutoriedade e coercibilidade. 
Estrutura da Administração Pública 
Na organização administrativa do Estado, há a divisão estrutural entre entes da Administração Direta e 
entes da Administração Indireta. Os entes da Administração Direta compreendem as pessoas jurídicas 
políticas: União, Estados, Distrito Federal e Municípios, e órgãos que integram tais pessoas pelo 
fenômeno da desconcentração. 
Desconcentração indica, na definição de Hely Lopes Meirelles 10, a repartição de funções entre vários 
órgãos (despersonalizados) de uma mesma administração, sem quebra de hierarquia. 
De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello, os critérios de desconcentração são: 
 em razão da matéria: em que há a criação de órgãos para tratar de assuntos determinados, como, 
no âmbito federal, os Ministérios da Justiça, da Saúde, da Educação etc. 
 em razão do grau: nos distintos escalões de patamares de autoridade, como, por exemplo, 
diretoria, chefias etc. 
 pelo critério territorial: que toma por base a divisão de atividades pela localização da repartição, 
como nas administrações regionais das Prefeituras. 
Já os entes da Administração Indireta são constituídos por descentralização por serviços, em que o Poder 
Público cria ou autoriza a criação por meio de lei de pessoa jurídica de direito público ou privado e a ele 
atribui a titularidade e a execução de determinado serviço público, conforme sistemática do art. 37, XIX, 
da Constituição. 
Integram a Administração Indireta: as autarquias, as fundações, as sociedades de economia mista, as 
empresas públicas e mais recentemente as associações públicas constituídas pelos consórcios públicos, 
conforme tratamento dado pela Lei nᵒ 11.107/2005. 
Ato administrativo 
Considera-se ato administrativo, segundo Di Pietro, a declaração do Estado ou de quem o represente, que 
produz efeitos jurídicos imediatos, com observância de lei, sob regime jurídico de direito público e 
sujeita a controle do Poder Judiciário 11. 
Tendo em vista o regime jurídico administrativo, os atos administrativos possuem os seguintes atributos: 
 presunção de legitimidade e veracidade; 
 imperatividade, pois se impõem aos seus destinatários, independentemente de sua concordância; 
 autoexecutoriedade, podendo a Administração como regra executar suas decisões, sem a 
necessidade de submetê-las previamente ao Poder Judiciário. 
Maria Sylvia Zanella Di Pietro ainda fala em um quarto atributo do ato administrativo, qual seja: a 
tipicidade, que demanda que eles correspondam a figuras estabelecidas em lei, o que afasta da seara do 
Direito Administrativo a presença de atos inominados. 
São espécies de atos administrativos, segundo conhecida classificação de Hely Lopes Meirelles 12: 
 negociais, que visam à concretização de negócios jurídicos públicos ou de atribuição de certos 
direitos e vantagens aos particulares, como as licenças e autorizações; 
 normativos, os quais consubstanciam determinações de caráter geral para a atuação 
administrativa, como ocorre nos regimentos e deliberações; 
 enunciativos, que atestam uma situação existente, por exemplo, nos atestados, certidões, 
pareceres e votos; 
 ordinatórios, que ordenam a atividade administrativa interna. Por exemplo: em instruções, 
circulares e ordens de serviço; 
 punitivos, que contém sanção imposta pela Administração, como: imposição de multa 
administrativa, interdição de atividade e punição de servidores públicos. 
A doutrina geralmente extrai, com variações, os seguintes elementos dos atos administrativos: sujeito 
(associado à competência, conforme classificação extraída da Lei de Ação Popular); objeto, forma, 
motivo e finalidade. 
Além da existência dos elementos, o ato administrativo para ser válido deve obedecer a requisitos de 
validade, ou seja: (1) o sujeito deve ser capaz e competente; (2) o objeto deve ser lícito, possível, 
determinado ou determinável e de acordo com a moralidade; (3) se houver exigência específica de 
determinada forma, sua observância é obrigatória; (4) o motivo deve ser existente e adequado 13; e (5) a 
finalidade deve ser prevista em lei e de acordo com o interesse público. 
Atos administrativos que possuam vícios insanáveis deve ser anulados, ao passo que os vícios sanáveis 
admitem, a critério da Administração Pública, a convalidação. Se não for mais conveniente e oportuna a 
manutenção do ato que não contempla direito ao particular, é possível a sua revogação. 
Trata-se do conteúdo da Súmula nᵒ 473 do STF, segundo a qual: 
a administração pública pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, 
porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência e oportunidade, 
respeitados direitos adquiridos e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. 
Processo administrativo 
A diferença entre processo e procedimento é polêmica na doutrina. O termo processo advém do 
latim procedere, que significa curso ou marcha para frente. Trata-se de um conjunto sequencial de ações 
que objetivam alcançar determinado fim. 
Entende-se que enquanto o processo é o conjunto de atos coordenados para a obtenção de um 
provimento individualizado, procedimento é o modo de realização do processo, ou seja, o rito 
processual 14, sendo os conceitos de processo e procedimento inter-relacionados. 
No âmbito administrativo, a Administração atua quase sempre por meio de processos, que são 
encadeamentos de atos, sendo exigênciaconstitucional que sejam recheados de oportunidade de defesa e 
de contraditório antes da edição da decisão final, isto é, do ato administrativo final do procedimento. 
Como disciplina genérica do processo administrativo na esfera federal há a Lei nᵒ 9784/99, que 
estabelece “normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Federal direta e 
indireta”. A Lei de Processo Administrativo 15 aplica-se subsidiariamente às regras contidas em leis que 
preveem procedimentos específicos, a exemplo da lei de licitações, ao estatuto dos servidores, ao código 
de propriedade industrial, à lei de defesa da concorrência, ao tombamento e à desapropriação. 
Referências bibliográficas e notas: 
1. NOHARA, Irene Patrícia. Direito Administrativo. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2014. p. 6. 
2. [1]DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2010. p. 49. 
3. ALEXY, Robert. Teoria de los derechos fundamentales. Tradução de Ernesto Garzón Valdés. 
Madrid: Centro de Estudios Políticos y Constitucionales, 2002. p. 83. 
4. NOHARA, Irene Patrícia. Direito Administrativo. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2014. p. 54. 
5. Para uma visão crítica e contextualizada da Reforma, ver. NOHARA, Irene Patrícia. Reforma 
Administrativa e burocracia: impacto da eficiência na configuração do Direito Administrativo 
brasileiro. São Paulo: Atlas, 2012. Passim. 
6. BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. São Paulo: 
Malheiros, 2008. p. 71. 
7. Diferentemente do propugnado por Meirelles, que fala em poder vinculado. MEIRELLES, Hely 
Lopes. Direito administrativo brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2009. p. 120. 
8. Cf. DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2010. p. 94. 
9. NOHARA, Irene Patrícia. Direito Administrativo. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2014. p. 137. 
10. MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2009. p. 
752. 
11. DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2010. p. 196. 
12. MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2009. p. 
181. 
13. NOHARA, Irene Patrícia. O motivo no ato administrativo. São Paulo: Atlas, 2004. p. 49. 
14. Neste sentido. DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 
2010. p. 623, e MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: 
Malheiros, 2009. p. 691. 
15. NOHARA, Irene Patrícia; MARRARA, Thiago. Processo Administrativo: Lei nᵒ 9.784/99 
Comentada. São Paulo: Atlas, 2009. p. 20. 
 
 
PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 A Constituição Federal, em seu artigo 37 estabelece cinco princípios básicos e submetem a 
administração pública direta e indireta, vejamos: 
 Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência. 
 
 A lei 9.784/99 em seu artigo 2º faz referência aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, 
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse 
público e eficiência. 
 A doutrina encontra ainda um número grande de outros princípios que também auxiliam o direito 
administrativo e serão abordados adiante. 
 Legalidade: Com fundamento constitucional estampado no artigo 5º, II, adverte que: “ninguém 
será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. De forma cristalina 
estabelece uma rígida interpretação de que o administrador público deve obedecer estritamente o que 
reza a lei, não oportunizando flexibilidade em inovar com subjetividade. 
 Helly Lopes Meirelles leciona que “a legalidade, como princípio de administração significa que 
o administrador público está, em toda sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei, e as 
exigências do bem comum, e deles não se pode afastar ou desviar, sob pena de praticar ato inválido e 
expor-se a responsabilidade disciplinar, civil e criminal, conforme o caso”. (1998, p.67). 
 Veja então que o cidadão pode fazer tudo o que a lei não proíba e este princípio manifesta que a 
administração pública pode fazer tão somente o que diz a lei, a o excesso levará a nulidade do ato. 
 Impessoalidade: É o princípio que determina que a atividade administrativa tem que ter seu fim 
voltada ao atendimento do interesse público, sendo vetada o atendimento à vontades pessoais ou 
favoritismo em qualquer situação. 
 Segundo Celso Antonio Bandeira de Mello, “a impessoalidade funda-se no postulado da isonomia e 
tem desdobramentos explícitos em variados dispositivos constitucionais como o artigo 37, II, que exige 
concurso público para ingresso em cargo ou emprego público” 
 Noutro giro, este princípio estabelece que os atos públicos não podem conter marca pessoal do 
administrador, pois os atos do administrador não são necessariamente deste e sim da 
administração,devendo todas as realizações serem atribuídas ao ente estatal que o promove. Desta feita, 
entende-se que os atos não são necessariamente do agente, mas sim da administração, sendo desta todo o 
crédito. Na carta Magna, no artigo 37 é cristalina lição, veja-se: 
 § 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter 
caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou 
imagens que caracterizem promoção pessoal deautoridades ou servidores públicos. 
 Moralidade: Não se trata neste caso da moral comum, mas sim em um conjunto de regras que 
excluem as convicções subjetivas e intimas do agente público, trazendo à baila uma 
necessidade deatuação com ética máxima pré existente em um grupo social. 
 Para Helly Lopes Meirelles, este princípio “constitui hoje pressuposto de validade de todo ato da 
Administração Pública”. 
 Para ilustrar, o STF em decisão assevera: 
 “A atividade estatal, qualquer que seja o domínio institucional de sua incidência, está necessariamente 
subordinada a observância de parâmetros ético jurídicos que se refletem na consagração constitucional 
do princípio da moralidade administrativa. Esse postulado fundamental, que rege a atuação do Poder 
Público, confere substância e dá expressão a uma pauta de valores éticos sobre os quais se funda a 
ordem positiva do Estado. O princípio constitucional da moralidade administrativa, ao impor limitações 
ao exercício do poder estatal, legitima o controle jurisdicional de todos os atos do Poder Público que 
transgridam os valores éticos que devem pautar o comportamento dos agentes e órgãos 
governamentais”. (ADI 2.661 MC, Rel. Min. Celso de Mello. DJ 23/08/02). 
 
 Publicidade: É o princípio que manifesta a imposição da administração em divulgar seus atos. 
Geralmente, os atos são divulgados no diário oficial (União,estadual ou municipal) como a obrigação 
constante na lei em garantir a transparência da administração dando conhecimento generalizado e 
produzindo seus efeitos jurídicos. 
 Eficiência: Este princípio veio através da emenda constitucional nº 19 que de certa forma não 
inovou, mas garantiu a inclusão de um princípio que já era implícito a outros. A administração 
públicadeve ser eficiente, visando sempre o balanço das contas e despesas públicas controlando 
adequadamente a captação dos recursos e seu uso contemplando as necessidades da sociedade, visando 
obter sempre o melhor resultado desta relação. 
 Supremacia do interesse público: É considerado pela maioria dos doutrinadores como um dos 
mais importantesprincípios, pois tem a finalidade pública como conditio sine quo non da administração. 
Este princípio está presente não somente na elaboração de normas, mas também na condução e execução 
do caso concreto. 
 A Administração Pública no oficio de suas prerrogativas impõe atos a terceiros de forma 
imperativa e exige seu cumprimento com previsão de sanções aos que descumprirem. Tudo isso com o 
interesse maior que é o coletivo. O interesse coletivo tem prevalência sobre os individuais, diferenciando 
do direito privado. Esta condição coloca a administração em uma condição hierárquica. 
 Motivação: Este princípio é reconhecido na Lei 9.784/99 e impõe aos a Administração Pública a 
obrigação de justificar seus atos. É tão importante que está ligado diretamente a validade do ato 
administrativo, e sua ausência implica na nulidade do ato. A motivação difere da fundamentação, sendo 
a primeira mais profunda, devendo o Estado amplamente explicar de forma motivada em qual norma 
adecisão foi motivada para a defesa do interesse coletivo. 
 Razoabilidade:Trata-se de uma limitação ao poder discricionário da Administração Pública, 
viabilizando a possibilidade de revisão pelo poder judiciário e de certa forma a razoabilidade atenderá ao 
interesse público dentro da razoável e sensato. 
 Proporcionalidade: Para alguns doutrinadores este princípio se confunde com o da razoabilidade 
uma vez que um completa o outro. Noutro giro a doutrina também aponta que este princípio serveria 
para nortear o alcance da competência válida da Administração. Mesmo levando em consideração a 
supremacia dos direitos públicos não se deve deixar sem amparo o direito individual, devendo ser 
proporcional em todas suas formas, sob pena de nulidade. 
 Ampla defesa: Seguindo o conceito do direito privado, este princípio implícito constitucional 
prevê o direito da pessoa se defender de acusações imputadas em virtude de ato ilícito cometido pelo 
sujeito apontado. No caso de acusação deve existir um processo formado e que seja oferecido o 
direitode resposta antes de qualquer decisão gravosa ao sujeito, podendo ainda recorrer as decisões 
tomadas. 
 Contraditório: Como a própria nomeclatura indica, é a oportunidade necessária dada ao sujeito 
sobre fatos alegados em seu desfavor. No processo administrativo deve-se existir a alternância das 
manifestações deixando clara a acusação e a defesa onde a decisão final deve apontar a base legal 
considerando o avencado nas manifestações. Para muitos autores, não se trata de princípio, pois o 
conceito desta já está implícito a manifestação de todas as partes. 
 Finalidade: trata-se este princípio da convicção de que a Administração Pública deve seguir a 
finalidade do interesse público já positivada em Lei, interpretando a lei de forma adequada sem sem 
praticar qualquer ato que possa violá-la ou causar sua nulidade. 
 Segurança Jurídica: Este princípio está ligado a obrigatoriedade da administração em respeitar o 
direito adquirido e as normas impostas aos súditos que refletem no Estado de alguma forma. Este 
princípio tem a mesma origem do direito privado, e neste caso está almejando alcançar a própria 
administração, evitando com que esta faça algo em nome do bem coletivo que retire de algum indivíduo 
ou de algum inocente direito já adquirido. Visa este princípio manter segura as relações entre o Estado e 
os jurisdicionados de forma que se o ato deve ser desconstituído este será anulado ou revogado, 
mantendo as obrigações e direitos ex-tunc ou Ex-nunc. 
 Concluindo, os doutrinadores encontram um número maior de princípios com argumentos 
robustos, que no conceito acabam com se confundir com outro. Percebe-se que existem os princípios 
constitucionais, os previstos na lei 9784 e outros extraídos dos conceitos variados. 
 Os princípios oferecem um reforça à legislação e aplicação da norma, contribuindo com a 
segurança jurídica necessária à democracia. 
 
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
MELLO, Celso Antonio Bandeira de. Curso de direito administrativo. São Paulo: Saraiva, 2005 
MELLO, Oswaldo Aranha Bandeira de. Princípios Gerais de Direito Administrativo. Rio de Janeiro: 
Forense, 1979. 
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. São Paulo: Malheiros,1998. 
CRETELLA, Júnior, José. Curso de Direito administrativo. Rio de Janeiro: Forense, 1986. 
PIETRO, Maria Sylvia Zanella de.Direito Administrativo, 22 ed,Ed Atlas,,São Paulo, 2009 
 
 
 
Ato Administrativo 
 
Quando o Estado externa a sua vontade, por meio de seus agentes, pratica ato administrativo. Ato 
administrativo não se confunde com ato da administração. Quanto a essa diferenciação, há duas 
correntes: 
a) 1º corrente – entende que o ato da administração é gênero, que corresponde a todo e a qualquer 
ato praticado pelo Estado. O ato administrativo seria espécie de ato da administração. Assim, os 
atos de direito privado praticados pelo Estado não seriam atos administrativos. Este seria somente aquele 
sujeito ao regime jurídico-administrativo, com vistas a realizar o interesse público. 
b) 2º corrente – ato administrativo é qualquer ato praticado pelo Estado, valendo-se de suas 
prerrogativas, enquanto ato da administração seria qualquer ato praticado sem essas prerrogativas. Essa 
corrente é majoritária, devendo ser adotada para concursos. 
 
Fato administrativo, por sua vez, são situações não atribuídas ao homem, mas que geram efeitos no 
mundo jurídico. Ex.: a morte natural de um servidor público. É um fato natural que vai gerar efeitos na 
esfera administrativa, sendo um deles a vacância do cargo, conforme previsto na Lei 8.112/90. 
O cargo vago pode ensejar a nomeação de outro servidor para o cargo ou mesmo a realizaçãode outro 
concurso. Além disso, a família do servidor poderá pleitear pensão em decorrência de sua morte. 
 
Atributos dos atos administrativos 
 
São atributos do ato administrativo: 
a) Presunção de legalidade; 
b) Imperatividade; 
c) Autoexecutoriedade; 
d) Exigibilidade; 
e) Tipicidade. 
 
A presunção de legalidade é também chamada de presunção de legitimidade. Consiste na 
presunção de que o agente público é competente para realizar o ato administrativo.Até prova em 
contrário, o ato administrativo é considerado legal, devendo ser mantido. Tal presunção é relativa 
(juris tantum), cedendo em face de prova em contrário. O ônus de tal prova cabe ao particular. 
Porém, mesmo que o ato seja futuramente anulado, são protegidos os seus efeitos em relação ao 
terceiro de boa-fé, pois este não poderia saber que o ato era inquinado do vício da ilegalidade. O que já 
foi realizado, no entanto, deve ser indenizado pelo Estado, pois caso contrário estaria configurado o 
enriquecimento ilícito. Portanto, embora sendo o ato ilegal, ele pode produzir efeitos. 
 Alguns autores subdividem a presunção de legalidade 
em presunção deveracidade epresunção de legalidade. A presunção de veracidade seria fática, ligada 
a fatos, enquanto que a presunção de legalidade seria jurídica. Ex: fiscal de trabalho constata que 
emdeterminada obra os empregados trabalham com risco à vida, sem condições de segurança. O fiscal 
enquadra tal fato na lei, impondo multa ao dono da obra. A veracidade está ligada aos fatos, dizendo 
respeito à falta de condições de segurança na obra. A legalidade está ligada ao enquadramento legalde tal 
fato. 
A imperatividade significa que o Estado pode constituir qualquer cidadão em uma obrigação, sendo 
irrelevante a vontade pessoal. Ex: multa de trânsito. A vontade em aceitar a multa não importa. O Estado 
sempre limita a atuação do particular, em vista do interessepúblico, pois se assim não fosse seria 
impossível atingir tal interesse. 
A auto-executoriedade significa a prerrogativa que o Estado possui para executar seus atos sem que 
precise recorrer ao Poder Judiciário. O interesse público exige providências imediatas. O Estado pratica 
milhares de atos administrativos todos os dias. Se, para poder agir, ele precisasse deautorização legal 
para praticá-los, seria inviabilizada a atividade administrativa. 
 
Porém, nem sempre esse atributo está presente nos atos administrativos. Ex: cobrança de uma sanção 
pecuniária. A possibilidade de autuar determinada multa é auto-executável (multa de trânsito), mas a 
execução, a cobrança dessa multa não o é, pois no Brasil não existe a execução administrativa, nem a 
penhora administrativa. Se o pagamento da multa for resistido pelo particular, o Estado-Administração 
vai precisar do Estado-Juiz para penhorar os bens do devedor, para satisfazer o seu crédito por meio da 
execução judicial. 
Há autores que diferenciam a executoriedade da exigibilidade. Para tais autores, a executoriedade 
corresponderia à própria auto-executoriedade do ato, enquanto a exigibilidade estaria relacionada à 
criação de meios indiretos para o cumprimento da obrigação, como, p.ex, a criação deum 
cadastro de devedores. 
A tipicidade do ato administrativo está ligada à legalidade do ato, ou seja, seria a prática do ato em 
conformidade com a lei. É mais uma forma de limitar a atividade do Estado do que uma prerrogativa 
sua. Por isso tal atributo não é mencionado por alguns autores. 
è Em provas de concursos, a banca costuma inverter os conceitos dos atributos do ato administrativo. 
Atentar para a correta classificação e divisão deles, tendo bem claro os conceitos, principalmente os da 
imperatividade e da autoexecutoriedade. 
 
Elementos do ato administrativo 
 Alguns autores preferem a denominação de requisitos do ato administrativo. São eles: 
competência, finalidade, forma, motivo e objeto, segundo a concepção clássica. 
 O artigo 2º da Lei 4.717/65 faz alusão a tais elementos. Essa lei regulamenta a ação popular, que 
está prevista no artigo 5º, inciso LXXIII, da CF, podendo ser proposta por qualquer cidadão com o 
objetivo de anular atos ilegais que atentem contra o patrimônio público. Portanto, a origem desses cinco 
elementos possui base legal. 
 Todo ato administrativo possui agente competente para praticá-lo. Alguns autores utilizam 
adenominação sujeito ao invés de competência. Ela está ligada ao princípio da legalidade estrita, em que 
somente se pode praticar o ato administrativo se houver previsão legal. 
 A competência está ligada à finalidade, pois não existe aquela sem essa. Competência vinculada 
a um fim significa o poder ligado a um dever, não podendo o agente público desse se afastar. 
 A forma, por sua vez, é fundamental principalmente para limitar a atividade estatal. O Estado 
pode, p.ex, punir o servidor público, desde que obedeça ao processo administrativo. É um elemento 
sempre presente em todo e qualquer ato administrativo. 
 O objeto ou conteúdo do ato é o próprio ato efetivado na vida real. Ex: na portaria dedemissão, o 
objeto é a própria demissão. Não existe objeto sem motivo. O legislador, ao elaborar a lei, valora certos 
fatos da vida, impondo determinadas conseqüências. O motivo se apresenta como a causa legal do 
objeto. Ex: servidor é demitido por ter cometido infração. A causa legal da demissão (objeto) é o 
cometimento da infração (motivo). 
 A lei 4.717/65 traz não somente os elementos do ato, mas também os vícios que os atingem. 
Quando o ato está viciado, algum de seus elementos restará desatendido. 
 A motivação do ato não se confunde com o seu motivo. Motivo é a causa legal do objeto, como 
já afirmado, sendo a motivação a demonstração da existência do motivo. É a prova da existência do 
motivo. Ex: determinado servidor é acusado da prática de infração administrativa, vindo a responder a 
processo disciplinar. Ao final, a comissão disciplinar afirmar ter o servidor praticado 
atos de corrupção, devendo ser demitido. 
 Não houve, nesse caso, motivação do ato, pois não estão caracterizados e explicados quais teriam 
sido os atos de corrupção. A simples enunciação da prática de ato de corrupção é insuficiente para a 
aplicação da pena ao servidor. 
 A motivação, nos atos administrativos, é a regra. A lei 9.784/99, no artigo 50, enumera os atos 
que devem ser motivados. A motivação corresponde á fundamentação das decisões judiciais, para se 
fazer um paralelo. Sabemos que a sentença divide-se em relatório, fundamentação e dispositivo. A 
sentença deve ser fundamentada para que a parte sucumbente possa conhecer das razões do juiz para 
recorrer ou se conformar. 
 Da mesma forma ocorre com os atos administrativos. Porém, muitos desses atos não são 
motivados, embora causem gravames e restrições ao particular, o que inviabiliza a defesa desse. P.x: em 
um relatório, a comissão disciplinar apenas afirma que em face da prática de atos de corrupção, 
recomenda-se a demissão do servidor. Mas quais foram os fatos praticados? Como se defender deuma 
enunciação genérica? Por isso a falta de motivação é muitas vezes identificada como defeito deforma, 
por inviabilizar eventual recurso do administrado. 
 
Teoria dos motivos determinantes 
 
 Os motivos apontados como suportes para o ato são determinantes. Se não existirem, o ato será 
inválido. Essa teoria aplica-se inclusive nos atos em que o administrador não é obrigado a motivar, mas 
o fez. 
 Nos atos em que a lei exige a motivação, como os previstos no artigo 50 da Lei 9.784, a 
motivação também é vinculante. Se os motivos enunciados para a realização do ato não existirem, o ato 
será inválido, pois o objeto só existe se houver o motivo. 
 
Atos vinculados e discricionários 
 
 No ato vinculado, todos os elementos são vinculados, como o próprio nome diz: a competência, a 
finalidade, a forma, o motivo e o objeto. Já no ato discricionário, o motivo e o objeto não são vinculados. 
 É equivocado dizer que ato discricionário não possui elemento vinculado, pois a competência, a 
finalidade e a forma sempre o serão. A doutrina refere-se ao motivo e ao objeto do ato discricionário 
como mérito administrativo. 
 
Motivação do ato administrativo 
 
 Em regra, os atos devem ser motivados. No ato vinculado, o Estado está adstrito à lei, dela não 
podendo se afastar. Para alguns autores, se há somente um único objeto possível em tais atos, não há que 
se falar em motivação. Porém tal visão é equivocada, pois no ato vinculado há o motivo e o objeto, mas 
a motivação reside na adequação do fato à norma. 
 Não se pode, assim, simplesmente afirmar que tal servidor praticou ato de corrupção,devendo 
haver a motivação de tal ato, provando-se que o motivo legal existe, sendo o objeto uma conseqüência 
necessária. 
 O ato discricionário, igualmente, exige motivação, não só para demonstrar que o motivo existe, 
mas também para justificar a escolha do objeto. Discricionariedade significa liberdade, mas as 
opções devem ser justificadas, pois deve o administrador escolher a opção mais razoável. 
 
Controle judicial 
 
 No Brasil vigora o princípio da jurisdição única, com base no artigo 5º, inciso XXXV da 
Constituição Federal (inafastabilidade da jurisdição), ou seja, há sempre a possibilidade de sedesfazer 
um ato administrativo desfavorável recorrendo-se ao Poder Judiciário, pelos mais diversos meios 
existentes (ações, mandado de segurança, ação popular,etc.). 
 A doutrina divide esse controle em exame de legalidade e exame de mérito. O 
controle delegalidade é sempre cabível, verificando o juiz se o ato está ou não em acordo com a lei. Esse 
exame pode ser feito em relação ao ato vinculado, pois os seus elementos são vinculados; cabe também 
em relação aos elementos vinculados do ato discricionário (competência, finalidade e forma). 
 Também cabe o controle de legalidade em relação aos elementos discricionários do ato 
discricionário (motivo e objeto) quando houver uma opção ilegal. A discricionariedade é a 
liberdadedentro da lei, não podendo o agente extrapolar seus limites. Ex: se a lei prevê suspensão de 10 a 
90 dias, não pode o agente público aplicar tal penalidade por 120 dias. Nesse caso, 
há arbitrariedade,pois a opção é ilegal. 
 Quanto ao mérito, a corrente clássica entende que o Judiciário não pode fazer essa análise, sob 
pena de ofensa ao princípio da separação dos Poderes. O mérito administrativo não é sindicável, não é 
passível de controle. A liberdade do agente público deve ser respeitada. É a posição adotada para 
provas de concursos. 
 Outra corrente, mais recente, admite a possibilidade de haver esse controle judicial. Haveriam 
dois fundamentos para se admitir tal controle: o princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional e 
o princípio da razoabilidade (aplicação de penas diferenciadas para o mesmo fato). 
 
Espécies de atos 
 
 Quanto ao conteúdo: 
a) Autorização; 
b) Licença; 
c) Admissão; 
d) Permissão; 
e) Homologação; 
f) Aprovação; 
g) Parecer; 
h) Visto. 
 
A autorização é utilizada, em uma primeira acepção, como controle de atividades privadas. Essas 
atividades são exercidas normalmente sem controle estatal, mas algumas delas, pela sua repercussão 
pública, dependem de autorização. Ex: empresas de segurança, instituições financeiras. O ato que vai 
controlar e permitir que tal atividade funcione será a autorização. 
Em uma segunda acepção, autorização é uma delegação ao particular para utilizar bens públicos. Ex: 
em algumas situações, o Estado pode delegar seus bens a particulares, para que estes o utilizem de forma 
privativa, como uma banca de revistas instalada em uma praça pública. 
Em uma terceira acepção, significa a autorização uma forma de delegação de serviços públicos. Nada 
obsta que o Estado delegue um serviço público ao particular, por meio de concessão, permissão ou 
autorização. Alguns autores não admitem a autorização como forma de delegação, pois o artigo 175 da 
Constituição Federal a ela não faria alusão. Porém, outros dispositivos constitucionais a ela se referem, 
apenas não estando prevista no artigo 175 para que não se lhe aplique a licitação. 
 A autorização, em qualquer situação, é um ato discricionário. Não há direito subjetivo por parte 
do particular para utilizar o bem público. 
 
 A licença assemelha-se à autorização no que se refere ao controle de atividade privadas, com a 
diferença de ser um ato vinculado. Se os pressupostos necessários para a obtenção da licença existem, a 
licença deve ser concedida, obrigatoriamente. 
 A admissão também é um ato vinculado, estando ao associado ao controle relativo ao direito do 
particular de utilizar serviços públicos. O Estado atesta que o particular cumpre os requisitos para 
exercer determinada atividade. Ex: se o aluno se submete ao Enem, podendo fazer escolha da faculdade 
que deseja cursar, o Estado deve assegurar esse direito se o aluno cumprir os requisitos para tanto. 
 A permissão é delegação do uso de bens e de serviços públicos, sendo um ato discricionário em 
ambas as situações. A diferença da permissão de uso de bem público e da autorização de uso de bem 
público refere-se às garantias concedidas ao permissionário, que são mais amplas. 
 É um ato administrativo. A lei 8.987/95 gerou uma dúvida, pois em seu artigo 40 está dito que a 
permissão de serviços públicos é um contrato. Portanto, pela lei, a permissão é um contrato. Se cair 
em uma questão objetiva, referindo-se à lei 8.987, essa deve ser a opção a marcar. 
 O artigo 2º da mesma lei 8.987 faz a diferenciação entre concessão e permissão. Aconcessão é 
realizada por meio de concorrência, ao passo que a permissão exige qualquer modalidade de licitação. 
Outra diferença é o fato de que a concessão só pode ser deferida à pessoa jurídica, enquanto a 
permissão pode sê-lo a pessoa física ou jurídica. 
 
CONCESSÃO PERMISSÃO 
Licitação na modalidade concorrência Licitação em qualquer modalidade 
Deferida somente a pessoa jurídica Deferida a pessoa física ou jurídica 
 
 
A homologação e a aprovação são atos de controle de outros atos. A homologação é ato decontrole 
quanto à legalidade, enquanto que a aprovação incide sobre a conveniência e a oportunidade. Se o ato for 
inconveniente e inoportuno, será revogado. 
Em regra a homologação é ato expresso e a aprovação é ato implícito, que dá sequência ao 
prosseguimento do ato. Também costumam os autores dizer que a homologação é ato vinculado e a 
aprovação, discricionário, pois o chefe é quem avalia se o ato interessa ou não ao Estado. 
A revogação de um ato administrativo somente pode ser feita pelo Estado, enquanto a anulação pode ser 
feita também pelo Poder Judiciário, quanto à sua legalidade. Nesse sentido, ver o enunciado das súmulas 
346 e 473 do STF: 
 
Súmula 346. A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos. 
Súmula 473. A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem 
ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou 
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvadas, em todos os casos, a apreciação judicial. 
 
 Os pareceres são atos opinativos, muitas vezes servindo de fundamento para que outros atos 
administrativos sejam praticados. Alguns autores fazem a diferenciação entre parecer individual e 
parecer normativo. O primeiro seria aplicável a determinado caso concreto enquanto que o parecer 
normativo é uma norma, não se limitando ao caso concreto, normatizando determinada situação. 
 
O parecer normativo geralmente é expedido pela alta hierarquia, sendo, após a sua aprovação, 
vinculativo. Não diz respeito a um processo específico, mas sim a todos que eventualmente se 
encontrem na situação normada. 
 Outra classificação muito cobrada em concursos públicos, que remonta a Helly Lopes Meirelles, 
é a que divide os atos em: normativos, ordinatórios, negociais, enunciativos e punitivos. 
 O poder de normatizar pode ser exercido pela Administração Pública, a exemplo do decreto 
regulamentar, já tratado anteriormente. Os atos ordinatórios disciplinam o funcionamento do Estado, a 
exemplo das circulares, portarias, avisos, etc. Os atos negociais estariam associados às situações em que 
a vontade estatal vai ao encontro da vontade do particular, como, p.ex, as licenças. 
 Os atos enunciativos, como o próprio nome denota, são aqueles atos que atestam, que 
certificam, a exemplo dos atestados, pareceres e certidões. O Poder Público certifica uma situação 
existente. Os atos punitivos são atos que implicam punições, restrições a direito. O Estado faz uso do 
seu poder de limitar, de restringir. 
 Os atos punitivos podem se externar, por exemplo, quando do exercício do poder de polícia e 
também pelo poder disciplinar. Os atos punitivos devem assegurar ao particular o exercício dadefesa. 
Além disso, o Estado deve motivar os atos punitivos, possibilitando aoparticular irresignar-se por 
meio de recursos administrativos ou de ação judicial. 
 
Classificação dos atos administrativos 
 
 Quanto às prerrogativas, dividem-se em atos de império e atos de gestão. Os atos deimpério 
correspondem aos atos que ficavam a cargo do rei e os atos de gestão, a cargo dos servidores. 
Posteriormente, adquiriu outra roupagem, com o entendimento de que qualquer ato praticado pelo 
Estado seria um ato administrativo, sendo os atos de império os exercidos com algumas prerrogativas e 
os atos de gestão, os exercidos sem prerrogativas. 
 Nos dias atuais, os atos de império se confundem com o próprio exercício do ato administrativo, 
enquanto os atos de gestão estariam mais associados aos atos em que o Estado se equipara ao particular, 
p.ex., quando atua na economia, igualando-se às empresas privadas. 
 Quanto à função da vontade, dividem-se em atos administrativos propriamente ditos e meros 
(puros) atos administrativos. Nos primeiros, o Poder Público se manifesta externando a sua vontade, 
como na nomeação de um servidor público. Os últimos não contêm uma vontade estatal, mas declaram 
uma vontade existente, como as certidões e atestados. 
 Quanto à formação de vontade, podem ser simples, complexos e compostos. O ato simples se 
aperfeiçoa com a prática de um só ato por parte do órgão responsável, como a portaria. O ato 
complexo é aquele que depende, para ser aperfeiçoar, da vontade de mais de um órgão. As vontades são 
externadas em momentos distintos por órgãos também distintos, como, p.ex., a indicação de ministro 
para o STF, onde há a vontade do Presidente da República, que o nomeia,dependendo da vontade do 
Senado para ratificar a indicação. 
 No ato composto, o ato existe no âmbito de um único órgão, mas resultando demanifestações 
distintas, em momentos distintos. São atos que dependem de homologação, deconfirmação. Alguns 
autores utilizam a terminologia no plural, afirmando trataram-se de atos compostos. 
 Quanto aos destinatários, podem ser gerais e individuais. Os primeiros são dirigidos 
adestinatários indeterminados, a todos que se encontram em uma determinada situação. Os atos 
individuais são aqueles em que são identificáveis os destinatários ou o destinatário. 
 Quanto à exeqüibilidade, dividem-se em ato perfeito, ato imperfeito, ato pendente e ato 
consumado (exaurido). A perfeição do ato está associada aos aspectos formais do ato administrativo. 
Ato pendente é aquele ato cuja eficácia está a depender de um evento futuro (ex: condição suspensiva). 
Ato consumado é aquele que já se exauriu, já realizou o objeto que lhe é próprio, atingindo a sua 
finalidade. 
 
É possível haver um ato válido e imperfeito, como também pode haver um ato inválido e perfeito. 
Os atos podem ainda ser eficazes ou ineficazes. O ato pode ser perfeito, válido e ineficaz. A ineficácia 
refere-se a algum evento pendente, de um evento futuro, que ainda não ocorreu. Resumindo, o ato pode 
ser: 
 
• Perfeito, válido e eficaz – concluído o ciclo de formação, encontra-se ajustado às exigências legais e 
está disponível para deflagração dos efeitos que lhe são típicos; 
 
• Perfeito, inválido e eficaz – concluído o seu ciclo de formação e apesar de não se achar conformado às 
exigências normativas, encontra-se produzindo os efeitos que lhe seriam inerentes; 
 
• Perfeito, válido e ineficaz – concluído o seu ciclo de formação e estando adequado aos 
requisitos delegitimidade, não se encontra disponível para eclosão de seus efeitos típicos, 
por depender de um termo inicial ou de alguma condição suspensiva, ou autorização, aprovação ou 
homologação, a serem manifestados por uma autoridade controladora; 
 
• Perfeito, inválido e ineficaz – esgotado seu ciclo de formação, estando em desconformidade com a 
ordem jurídica, seus efeitos não podem fluir por se encontrarem na dependência de algum acontecimento 
previsto como necessário para a aprovação dos efeitos (condição suspensiva ou termo inicial, ou 
aprovação ou homologação dependentes de outro órgão). 
 
Quanto aos efeitos, o ato pode ser constitutivo, declaratório e enunciativo. O ato enunciativo não produz 
efeitos concretos, como p.ex. os pareceres. No ato declaratório o Estado apenas externa o Direito, pois 
ele já existe, como p.ex., o requerimento de aposentadoria. No ato constitutivo, a pretensão só surge após 
o ato em si. 
 
Quanto aos direitos, o ato pode ser ampliativo ou restritivo. O ato ampliativo assegura direitos ao 
particular ou ao agente público, como a nomeação de servidor para um cargo público. O ato restritivo é 
um ato que restringe direitos, como a cassação de uma licença, uma multa aplicada ao particular, 
ademissão de um servidor público, etc. 
 
Formas de extinção do ato administrativo 
 São elas: 
 a) Exaurimento; 
 b) Desaparecimento; 
 c) Cassação; 
 d) Caducidade; 
 e) Contraposição; 
f) Anulação; 
g) Revogação. 
 
O exaurimento é a extinção natural do ato administrativo, quando este atinge o seu objetivo, o seu fim. 
Ato exaurido ou consumado é o ato que já cumpriu o seu objeto. É a forma mais comum deextinção do 
ato administrativo. 
 O desaparecimento pode dar-se em relação ao sujeito ou em relação ao objeto. Exemplo da primeira 
hipótese é a permissão na qual o seu beneficiário vem a falecer, sendo extinta, automaticamente, a 
permissão. Extingue-se a permissão, na segunda hipótese, p.ex., quando o objeto da permissão 
foidestruído por alguma circunstância, como um incêndio. 
 A cassação se configura quando a pessoa beneficiada pelo ato administrativo deixa de cumprir as 
condições que lhe são impostas. A caducidade, por sua vez, dá-se quando o ato não mais se conforma 
com o ordenamento jurídico, pela superveniência de uma lei que o desfaz, p.ex. 
 Na contraposição, também há uma lei ou ato administrativo que atinge o primeiro ato, porém fazendo-
o de forma direta, ou seja, visando realmente desfazê-lo. Ex: a exoneração é a contraposição à 
nomeação. 
 
A anulação e a revogação estão previstas no artigo 53 da Lei 9.784/99, além de estarem contempladas 
nas súmulas 473 e 346 do STF. Análise comparativa: 
 
ANULAÇÃO REVOGAÇÃO 
Ato ilegal Ato inoportuno ou incoveniente 
Declarada pela Administração Pública ou pelo 
Poder Judiciário 
Declarada pela Administração Pública 
Efeitos “ex tunc” (retroativos) Efeitos “ex nunc” (proativos) 
Ato vinculado – se a ilegalidade existe, há 
obrigação de anular o ato 
Ato discricionário – o Estado decide se o ato 
atende ou não ao interesse público 
 
 O Poder Judiciário pode revogar os seus atos administrativos, ou seja, as funções atípicas por ele 
exercidas, pois que possui autonomia administrativa. O que não pode é, na função jurisdicional (função 
típica), revogar ato administrativo de outro Poder. 
 Quando houver anulação, devem ser respeitados os eventuais direitos de terceiro de boa-fé. Todo 
ato administrativo é presumivelmente legal, sendo assim mantido enquanto não for desfeito. O ato que 
está produzindo efeitos gera conseqüências, como, p.ex., o investimento por determinada pessoa ou 
empresa, em virtude desse mesmo ato. 
 Sendo desfeito o ato, isso poderia gerar enriquecimento ilícito por parte do Estado emdetrimento 
do particular, o que deve ser rechaçado pelo Direito, garantindo-se àquele a justa indenização 
pelo desfazimento do ato, pois que este já produziu efeitos. 
 Há alguns atos que não admitem a revogação, como o ato exaurido (ou consumado) e os atos 
vinculados. 
 
Ato anulável, ato nulo e ato inexistente 
 
 O ato nulo e oanulável são aparentemente legais, apesar de ilegais, ou seja, a sua ilegalidade 
é de difícil visualização. No ato inexistente, por sua vez, há flagrante ilegalidade, sendo esta manifesta. 
O defeito é de fácil visualização nesses atos, que não chegam a produzir efeitos. 
 O ato anulável admite convalidação, podendo o defeito ser sanado, ao contrário do que ocorre 
com o ato nulo. O direito brasileiro adota a teoria dualista quanto aos atos nulos e anuláveis, 
em detrimento da teoria monista. 
Em princípio, a anulação é auto-executável, mas nada impede que em certas situações seja assegurada a 
ampla defesa e o contraditório ao administrado. 
 Anteriormente havia dificuldade em convalidar um ato, pois não havia previsão legal para tanto, 
ao contrário do que ocorre hoje, pois que prevista no artigo 55 da Lei 9.784. Desde essa lei adotou o 
Brasil a teoria dualista da nulidade dos atos, abandonando a teoria monista, pois há dois caminhos 
possíveis: a anulação ou a revogação do ato. Portanto, toda a diferenciação entre atos nulos e 
anuláveis decorre da adoção dessa teoria. 
 Alguns autores costumam apontar alguns tipos de convalidação: ratificação, reforma e 
conversão. A ratificação está associada a atos que são praticados pela mesma autoridade administrativa 
ou por uma autoridade superior, ratificando ato anterior, particularmente no que diz respeito à forma e à 
competência. 
 A reforma, por sua vez, ocorre quando um ato administrativo é praticado, havendo uma parte 
válida e uma inválida, extirpando-se somente a parte inválida. Ex: determinado servidor é beneficiado 
com férias e licença. Após a prática do ato, o servidor público constata que não foi 
cumprido determinado requisito para a obtenção da concessão da licença, reformando o ato na parte 
inválida, por meio de portaria, concedendo-lhe apenas as férias. 
 A conversão ocorre quando pratica-se determinado ato administrativo que também possui uma 
parte válida e outra inválida, editando-se outro ato corrigindo o ato anterior. Ex: os servidores A e B são 
promovidos, o primeiro por antiguidade e o último por merecimento. Posteriormente, constata-se que o 
servidor B não tinha direito à promoção. Edita-se outra portaria, mantendo a promoção de A e 
substituindo B por C, que é o servidor que deveria realmente ser promovido. Há a conversão do ato em 
outro, sanando-se o defeito existente. 
 O artigo 55 da Lei 9.784 enumera alguns requisitos indispensáveis para que possa o ato ser 
convalidado, devendo estar presentes de forma cumulativa. São eles: a) não pode prejudicar terceiros; 
b) deve visar a realização do interesse público; c) o vício que atinge o ato deve ser sanável. 
 Questão muito discutida na doutrina é sobre a convalidação ser um ato vinculado ou um ato 
discricionário. Prevalece o entendimento de que é um ato vinculado, pois a anulação também o é. Não 
sendo o caso de anulação, sanado o defeito existente, deve-se aproveitar o ato.

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