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30/08/2017 1 FACULDADE ESTÁCIO DE SERGIPE NUTRIÇÃO HUMANA 2017 Profa. Ma. Jamille Costa PROTEÍNAS E AMINOÁCIDOS INTRODUÇÃO Proteína proteus (grego) primazia 1ª. substância reconhecida em seres vivos, de grande importância. São macromoléculas compostas por longas cadeias de AMINOÁCIDOS (Aas) unidos por ligações peptídicas POLÍMEROS DE AAs. Fornecem 4 kcal/g. Formada por C, O e H, porém é o único nutriente que contém N, S e minerais como P, Fe e Cobalto. As PTNs basicamente são formadas a partir da combinação de 20 AAs em diversas proporções. INTRODUÇÃO Ordem dos AA + frequência de sua ocorrência = formação de diferentes PTNs. Sequência de AA dita sua função biológica. Se um AA é substituído por outro a PTN PERDE a sua atividade biológica. INTRODUÇÃO 30/08/2017 2 Como o AA pode ser ácido ou básico dá a molécula um caráter bipolar fundamental para a função biológica das PTNs. Os AAs se agrupam para formar uma proteína por meio de ligação peptídica. As extremidades são livres: podem se juntam a outros AA, formando os peptídeos (di, tri, oligo (4-9) poli (>10)). Uma proteína pode conter até 400 AA. Grupo carboxila (ÁCIDO) + Grupo amino (BÁSICO) INTRODUÇÃO ESTRUTURA DAS LIGAÇÕES PEPTÍDICAS ESTRUTURA DAS LIGAÇÕES PEPTÍDICAS 30/08/2017 3 TURNOVER PROTÉICO equilíbrio dinâmico (anabolismo e do catabolismo) de AAs livres nos fluidos biológicos e nas células decorrente. Principais tecidos responsáveis por este equilíbrio são fígado e músculos. Não há reserva de AA livres no organismo quantidade acima das necessidades será metabolizada. Balanço Nitrogenado (BN) N ingerido = N excretado O produto do metabolismo da proteína é a UREIA. AMINOÁCIDOS BALANÇO NITROGENADO Deficiência energética O organismo desvia as proteínas das funções plásticas ou reparadoras para produzirem energia. No Brasil a principal deficiência não é de proteína e sim, de energia. BN = N consumido – N excretado N excretado → urina, fezes, pele OBS.: Limitações técnicas e de interpretação. Método não é seguro para estabelecer as necessidades de proteínas e de AA nos seres humanos. BALANÇO NITROGENADO BALANÇO NITROGENADO Balanço nitrogenado positivo ingestão de PTN > perdas. Balanço nitrogenado negativo ingestão de PTN < perdas. Equilíbrio protéico ingestão de proteínas = perdas proteicas. BALANÇO NITROGENADO Ausência ou deficiência de AA resulta em: Balanço nitrogenado negativo; Perda de peso; Baixo crescimento, sendo mais grave em crianças; Alterações nos processos bioquímicos, fisiológicos e de síntese proteica; Outros, ... AMINOÁCIDOS 30/08/2017 4 AAs Indispensáveis (essenciais) Sua síntese é inadequada para satisfazer as necessidades e assim precisam ser ingeridos na dieta. Dos 20 AAs naturais 9 são essenciais. 1. Valina 2. Leucina 3. Isoleucina 4. Fenilalanina 5. Triptofano 6. Treonina 7. Metionina 8. Lisina 9. Histidina (infância e adolescência) CLASSIFICAÇÃO DE AMINOÁCIDOS AAs Dispensáveis (não essenciais) São igualmente importantes na estrutura protéica, porém na deficiência o organismo sintetiza a partir dos AA essenciais ou precursores contendo C (CHO ou LIP) e N. 1. Alanina 2. Ácido aspártico 3. Asparagina 4. Ácido glutâmico 5. Serina CLASSIFICAÇÃO DE AMINOÁCIDOS 30/08/2017 5 Aas condicionalmente indispensáveis (essenciais) São aqueles que podem ser essenciais em determinadas condições clínicas. Ingestão pela dietaSíntese endógena abaixo das necessidades metabólicas. Percusores/Aminoácido 1. FenilalaninaTirosina 2. Ácido glutâmico e amônia Glutamina 3. Glutamina, glutamato, asparato Arginina 4. Metionina e serinaCisteína 5. Serina e colina Glicina 6. GlutamatoProlina CLASSIFICAÇÃO DE AMINOÁCIDOS Incapacidade de sintetizar Aas inabilidade do organismo de sintetizar o esqueleto de carbono. Transaminação grupo amina + cetoácido correspondente. AA LIMITANTE: São aqueles que se encontram em menor proporção em um determinado alimento em comparação com a necessidade humana. AA DISPENSÁVEIS E NÃO DISPENSÁVEIS AA DISPENSÁVEIS E NÃO DISPENSÁVEIS Qual o AA limitante?? AA DISPENSÁVEIS E NÃO DISPENSÁVEIS Qual o AA limitante?? Estudos demonstram que as proteínas de origem animal normalmente não apresentam aminoácidos essenciais limitantes quando comparadas com o padrão da FAO/WHO. 30/08/2017 6 ATIVIDADE BIOLÓGICA DE ALGUNS AA Fenilalanina precursor de tirosina, epinefrina, dopamina, noraepinefrina. Tirosina associado com a produção do pigmento da pele e cabelo (melanina). Arginina e citrulina síntese de ureia Glicina combina-se com substâncias tóxicas. Metionina doador de grupo metil (cistina, cisteína, homocisteína, metilação do DNA) Triptofano precursor de niacina e serotonina. Simples – Constituem-se apenas de AAs formando a cadeia polipeptídica. Conjugadas – Apresentam um grupo prostético que NÃO é de natureza proteica – Ex.: Glicoproteínas, lipoproteínas, nucleoproteínas, metaloproteínas, metaloporfirinoproteínas,... CLASSIFICAÇÃO DAS PROTEÍNAS EXÓGENAS proveniente da dieta ENDÓGENAS degradação das PTN do organismo ORIGEM Equilíbrio osmótico ALBUMINA Equilíbrio ácido-básico entre o sangue e diferentes tecidos (captam os H+) Estruturais Queratina, colágeno, elastina Reguladoras Hormônios – Insulina, GH e enzimas Defesa Anticorpos, fibrinogênio Transporte hemoglobina, albumina, mioglobina, lipoproteínas Fonte de energia FUNÇÕES 30/08/2017 7 FUNÇÕES Primária Cadeia polipeptídica ou proteica. ESTRUTURA Secundária Orienta-se na forma linear, em dupla hélice ou em folha pregueada (ligação entre H e O). Ex: Cabelo cacheado ESTRUTURA 30/08/2017 8 Terciária Resulta da orientação que a cadeia assume no espaço, estendendo-se ou dobrando-se sobre si mesma. ESTRUTURA Quaternária Diversas subunidades associadas. ESTRUTURA + facilmente digerida Mantida por pontes de H Pontes de H, Ligações iônicas, Pontes dissulfeto e interações hidrofóbicas Associação de subunidades terciárias 31 Figuras em: Nelson, D.L.; Cox, M.M. Lehninger: Principles of Biochemistry. 4ª Edição ESTRUTURA DESNATURAÇÃO DAS PROTEÍNAS • É a destruição das estruturas secundárias, terciárias e quaternárias das PTNs por agentes desnaturantes, ou seja, as PTNs perdem sua estabilidade; DESNATURAÇÃO DE PROTEÍNAS 30/08/2017 9 Neste processo não há alteração na sequência de AAs, mas a PTN perde suas propriedades fisiológicas As vezes é reversível; Agentes desnaturantes: – Calor, ureia, metais pesados, ácidos fortes, bases fortes, ... • Ex.: Ovo cozido, formação de coalho no leite, clara em neve, carne cozida. DESNATURAÇÃO DE PROTEÍNAS A qualidade de uma proteína depende da capacidade de fornecer os AAs essenciais necessários ao organismo. Fatores que influenciam a qualidade proteica: – Digestibilidade e composição de AAs É a medida da % das proteínas que são hidrolisadas pelas enzimas digestivas e absorvidas pelo organismo na forma de aminoácidos ou de qualquer outro composto nitrogenado. Se não hidrolisadas, elas serão excretadas pelas fezes ou utilizada como prébiotico. QUALIDADE DE PROTEÍNAS Conteúdo e equilíbrio do AA essenciais são diferentes entre os alimentos: – Vegetais Baixo valor biológico (70 a 90%) •Cereais: AA limitante lisina e isoleucina •Leguminosas (90%): AA limitante metionina e triptofano – Animais Alto valor biológico (90 a 99%) QUALIDADE DE PROTEÍNAS Pode ser expressa: PeloEscore químico; Pela razão de eficiência proteica (PER); Pelo valor biológico (VB); Pelo saldo de utilização proteica (NPU); Pelo protein digestibility corrected amino acid score (PDCAAS)- Contagem de aminoácidos corrigida para digestibilidade de proteína. ATENÇÃO: VB, PER e NPU dependem da propriedade da proteína e das necessidades do indivíduo. QUALIDADE DE PROTEÍNAS 30/08/2017 10 Escore químico – Comparação da composição de AA (percentual) entre a proteína do alimento e a proteína de referência OVOALBUMINA; – PTNs purificadas e hidrolisadas em AAs Comparação – Análise rápida, consitente e barata. QUALIDADE DE PROTEÍNAS Escore químico EQ= Qnt de aa da PTN teste Qnt de aa da PNT referência X 100 QUALIDADE DE PROTEÍNAS Razão de eficiência proteica (PER) PER = GANHO DE PESO/ QUANTIDADE DE PROTEÍNA CONSUMIDA; – A PTN teste também deve ser comparada a Ovoalbumina; – LIMITAÇÃO: A impossibilidade de distinguir entre o peso ganho com gordura e com massa magra. QUALIDADE DE PROTEÍNAS Valor biológico (VB) Fração de AA absorvido pelo intestino e retido no organismo VB = N retido/N absorvido N retido = N ingerido – Excretado (N fecal – N urinário) N absorvido= N ingerido – N fecal QUALIDADE DE PROTEÍNAS 30/08/2017 11 NPU- Utilização de proteína útil Avaliação da retenção do Nitrogênio (N) em relação à quantidade de N consumida. NPU = N retido/ N consumido N retido = N ingerido – Excretado (N fecal – N urinário) N consumido = N ingerido (total proteína consumida/6,25) Obs.: Fator de conversão depende da fonte proteica Soja = 5,7 Gelatina = 5,55 QUALIDADE DE PROTEÍNAS PDCAAS (Digestibilidade proteica corrigida pelo escore de aminoácidos) Compara a composição de AAs de uma PTN com a necessidade humana de AAs e corrige com a digestibilidade. – Etapas envolvidas no cálculo: • Análise do conteúdo de nitrogênio da amostra; • Cálculo do conteúdo de proteína; • Análise do perfil de AAs indispensáveis; • Determinação do escore aminoacídico (EA) não-corrigido; • Análise da digestibilidade; QUALIDADE DE PROTEÍNAS PDCAAS (Digestibilidade protéica corrigida pelo escore de aminoácidos) Método preferencial para avaliação do valor nutricional proteico em humanos. PDCAA(%) = Valores de PDCAAS maiores que 100% não contribuem com benefícios adicionais em humanos. Digestibilidade verdadeira = N ingerido – (N fecal – N endógeno metabólico – NEM) NEM = Perda obrigatória de nitrogênio mg do AA limitante em 1 g da PTN teste mg do mesmo AA em 1 g da PTN de referência X Digestibilidade verdadeira (%) X 100 QUALIDADE DE PROTEÍNAS QUALIDADE DE PROTEÍNAS 30/08/2017 12 Origem animal – PTN de boa qualidade – Carnes, aves, peixes, leite, queijo e ovos – Fornecem 65% da PTN consumida Origem vegetal – Mistura de cereais e leguminosas (AA limitantes) – Leguminosas 10 a 30% de PTN – Cereais 6 a 15% de PTN – Frutas e hortaliças 1 a 2 % de PTN Em países em desenvolvimento a > deficiência não é de PTN FOME OCULTA É preciso garantir o suprimento energético e de micronutrientes para que nutrientes como a PTN sejam usados adequadamente. FONTES DE PROTEÍNAS Leite e derivados - 2 a 3,5% Carne/ vísceras/ aves/peixes – 15 a 30% Embutidos – 11 a 17% Ovos – 13 a 15 % de proteína Leguminosas frescas têm menor teor que as secas – 8 a 25% Sementes oleaginosas – 20 a 25 % Pães, trigo, cereais, milho – 6 a 10% FONTES DE PROTEÍNAS VEGETARIANOS VEGETARIANOS • Utiliza ovos, leite e lacticínios Ovolactovegetariano • Não utiliza ovos • Utiliza Leite e lacticínios Lactovegetariano • Não usa lacticínios • Utiliza ovos Ovovegetariano • Não utiliza nenhum alimento derivado de animal. Vegetariano estrito 30/08/2017 13 VEGETARIANOS ALGUNS ALIMENTOS DE ORIGEM VEGETAL PODE APRESENTAR BAIXO TEOR DE UM OU MAIS AA. PORÉM, A COMBINAÇÃO DE GRUPOS DIFERENTES FORNECE TODOS OS AMINOÁCIDOS EM QUANTIDADE ÓTIMAS. VEGETARIANOS GRUPO DE ALIMENTOS CARNÍVOROS OVOLACTOVEGETARIANO Cereais, raízes e tubérculos 6 6 Feijões 1 4,5 Frutas 3 3 Legumes e verduras 3 3 Leite e derivados 3 3 Carne e ovos 1 0 Óleos, gordura e oleaginosas 1 1 Açúcares e doces 1 1 BOAS COMBINAÇÕES: • Grãos e leguminosas: – arroz e feijões – sopa de ervilhas e pão • Grãos e laticínios: – macarrão com queijo – arroz doce – sanduíche de queijo • Leguminosas e sementes – grão de bico com semente de gergelim FONTES DE PROTEÍNAS ADULTO 1,0 g/kg peso corpóreo saudável (RDA) – Para atender a essa necessidade as PTNs dietéticas devem corresponder de 10 a 25% das calorias da dieta; – Aumento da necessidade em períodos de estresse e de doenças. • CRIANÇAS especial para cada etapa da vida infantil – 1,1g/kg a 0,95g/kg NECESSIDADE DE PROTEÍNAS 30/08/2017 14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: MAHAN, L.K, ESCOTT-STUMP, S. Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 11ª.ed. Rio de Janeiro: Roca, 2005. TEXEIRA NETO, F. Nutrição clínica. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2003. GIBNEY, M.J., MACDONALD, I.A., ROCHE, H.M. Nutrição e Metabolismo. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. DUTRA-DE-OLIVIERA, J.E., MARCHINI, J.S. Ciências Nutricionais, 2ª ed. S. Paulo: Sarvier, 2008. • CARDOSO, M.A. Nutrição e metabolismo – Nutrição Humana. Porto Alegre: Guanabara Koogan, 2010. • WHITNEY, E. & ROLFES, S. R. Nutrição volume 1: Entendendo os nutrientes. Tradução da 10ª. ed. norte-americana. São Paulo: Cengage Learning, 2008.
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