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SAUDE DA CRIANÇA E DOADOLECENTE E SAUDE DA MULHER

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DETECÇÃO PRECOCE DO 
CÂNCER DE MAMA 
ENF. ESP. TAILMA SIVA LINO 
Sistematização da Assistência de 
Enfermagem à Mulher 
Histórico de enfermagem 
 
 
Entrevista e Exame Físico 
Exame clínicos das mamas 
• Inspeção 
• Palpação 
• Expressão 
 
Exame da genitália: 
• Inspeção 
• Exame especular 
• Toque vaginal. 
O câncer de mama, assim como outras neoplasias malignas, resulta de 
uma proliferação incontrolável de células anormais, que surgem em 
função de alterações genéticas, sejam elas hereditárias ou adquiridas 
por exposição a fatores ambientais ou fisiológicos. 
 
De acordo com o INCA é o tipo de câncer mais comum 
entre as mulheres no mundo e no Brasil, depois do de 
pele não melanoma, respondendo por cerca de 28% dos casos novos a 
cada ano. O câncer de mama também acomete homens, porém é raro, 
representando apenas 1% do total de casos da doença. 
 
 
Relativamente raro antes dos 35 anos, acima desta idade sua incidência 
cresce progressivamente, especialmente após os 50 anos. Estatísticas 
indicam aumento da sua incidência tanto nos países desenvolvidos 
quanto nos em desenvolvimento. 
 
O processo de carcinogênese é, em geral, lento, podendo levar vários 
anos para que uma célula prolifere e dê origem a um tumor palpável. 
Esse processo apresenta os seguintes estágios: 
 
INICIAÇÃO - fase em que os genes sofrem ação de fatores cancerígenos; 
PROMOÇÃO - fase em que os agentes oncopromotores atuam na célula 
já alterada; 
PROGRESSÃO - caracterizada pela multiplicação descontrolada e 
irreversível da célula. 
A taxa de mortalidade por câncer 
de mama, ajustada pela 
população mundial, apresenta 
uma curva ascendente e 
representa a primeira causa de 
morte por câncer na população 
feminina brasileira, com 11,28 
óbitos por 100 mil mulheres em 
2009. 
 
As regiões Sul e Sudeste são as 
que apresentam as maiores taxas, 
com 12,7 e 12,62 óbitos por 100 
mil mulheres em 2009, 
respectivamente (INCA, 2012). 
O controle do câncer de mama é hoje uma prioridade da agenda de saúde 
do país e integra o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das 
Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil, lançado pelo 
Ministério da Saúde, em 2011. 
 
No Plano, são destacadas as seguintes ações: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RASTREAMENTO
 
Ampliar o acesso à mamografia de 
rastreamento para mulheres de 50 a 69 anos. 
QUALIDADE DA 
MAMOGRAFIA 
Implementar o Programa Nacional de 
Qualidade em Mamografia. 
Desenvolver estratégias para difundir informações e 
mobilização social relativas à prevenção e detecção 
precoce do câncer de mama. 
Divulgar à comunidade as ações de promoção, 
prevenção e cuidados relacionados ao paciente e as 
informações epidemiológicas sobre câncer. 
DIAGNÓSTICO 
PRECOCE 
Estruturar serviços especializados para o 
diagnóstico das lesões mamárias. 
Garantir o acesso das mulheres com lesões 
suspeitas ao imediato esclarecimento 
diagnóstico. 
 
COMUNICAÇÃO 
E MOBILIZAÇÃO 
SOCIAL 
 
 
TRATAMENTO 
OPORTUNO E DE 
QUALIDADE 
 
Expandir e qualificar a rede de tratamento 
do câncer. 
Capacitar profissionais da Atenção Básica e 
Secundária à Saúde para a detecção precoce. 
Capacitar a rede básica para promoção, prevenção e 
diagnóstico precoce das neoplasias mais prevalentes, 
agilizando o acesso aos centros de tratamento. 
Capacitar a rede básica para cuidados paliativos e 
acompanhamento conjunto com os centros de 
tratamento. 
 
 
CAPACITAÇÃO 
PROFISSIONAL 
INFORMAÇÃO 
Produzir informações epidemiológicas e 
aperfeiçoar os sistemas de informação e 
vigilância do câncer. 
A mama é formada de tecido 
glandular (parênquima) e 
ductal, juntamente com o 
tecido fibroso que liga os lobos 
e o tecido gorduroso. Este par 
de glândulas mamárias situa-se 
entre 2º e 7º costela, sobre o 
músculo peitoral, do externo 
até a linha média axilar. 
 
Geralmente, as mamas não são 
do mesmo tamanho, havendo 
uma discreta assimetria entre 
elas. A forma da mama pode 
variar em função da idade, 
lactação, gestação, obesidade 
período menstrual. 
 
ANATOMIA DA MAMA 
Cauda de Spence: uma área de 
tecido mamário, que prolonga-
se de cada mama em direção a 
axila. 
 
Topograficamente, as mamas 
são divididas em quadrantes 
superiores (lateral e medial), 
inferiores (lateral e medial) e 
região central. A divisão em 
quadrantes é importante para a 
localização e correlação dos 
achados de exame clínico e de 
imagem. 
Cada mama consiste em 12 a 
20 lobos , em forma de cone, 
que são feitos de lóbulos(cerca 
de 20 a 40 lóbulos) contendo 
grupamentos de ácinos 
(pequenas estruturas, cerca de 
10 a 100 ácinos ou alvéolos) 
que terminam em um ducto. 
Todos os ductos de cada lóbulo 
desembocam em uma Ampola, 
que então se abrem no mamilo 
após um estreitamento. 
É formada de tecido 
conjuntivo (ligamentos 
de Cooper bandas faciais 
que sustentam a mama 
na parede torácica) e 
tecido gorduroso 
(localizado entre e ao 
redor dos lobos, 
preenchendo o estroma, 
representa 85% do tecido 
mamário). 
 
Irrigação ( venosa, arterial linfática) 
 
Geralmente o câncer da mama cresce lentamente, porém eventualmente 
apresenta crescimento rápido e maior possibilidade de disseminação. 
 
Esse comportamento heterogêneo está relacionado a características 
próprias do tumor, tais como grau de diferenciação histológica e presença 
de receptores moleculares, que determinam sua velocidade de 
crescimento e potencial de originar metástases, podendo ainda ser 
influenciado por outros fatores, como a exposição a estímulos hormonais, 
resposta imune e estado nutricional. 
 
Os principais sítios de metástases do câncer de mama são ossos, pulmões 
e pleura, fígado, e com menor freqüência cérebro, ovário e pele. 
 
PROMOÇÃO DA SAÚDE 
Ações que atuem sobre os determinantes sociais do processo saúde-
doença e promovam qualidade de vida são fundamentais para a 
melhoria da saúde da população e o controle de doenças e agravos. 
Para o controle do câncer de mama, destaca-se a importância de 
ações intersetoriais que promovam acesso à informação e ampliem 
oportunidades. 
• Controle do peso corporal. 
• Prática regular de atividade física. 
• Alimentação saudável. 
 
As ações de prevenção da saúde são uma estratégia 
fundamental, não só para aumentar a frequência e 
adesão das mulheres aos exames, como para reforçar 
sinais e sintomas de alerta, que devem ser observados 
pelas usuárias. 
Além de abordagens para grupos específicos (por 
exemplo, gestantes, mães de crianças em puericultura, 
idosas), é fundamental que os processos educativos 
ocorram em todos os contatos da usuária com o serviço, 
estimulando-a a realizar os exames de acordo com a 
indicação. 
FATORES DE RISCO 
 
 
• Menarca precoce, ou seja, antes dos 12 anos. 
• Menopausa tardia, ou seja, após os 50 anos. 
• Primeira gravidez após os 30 anos. 
• Nuliparidade (não ter filhos). 
• Estímulo estrogênico, seja endógeno ou exógeno com aumento 
do risco quanto maior for o tempo de exposição. 
• Terapia de reposição hormonal pós-menopausa, principalmente 
se prolongada por mais de cinco anos. 
• Exposição a radiações ionizantes em idade inferior a 40 anos. 
• Obesidade, principalmente quando o aumento de peso se dá 
após a menopausa. 
 
 
• Sedentarismo. 
• Ingestão regular de álcool, mesmo que em quantidade moderada 
é identificada como fator de risco para câncer de mama. 
• Tabagismo. 
Segundo o “Documento de Consenso do Câncer de Mama” de 2004, são 
definidos como grupos populacionais com risco muito elevado para o 
desenvolvimento do câncer de mama: 
 
• Mulheres com história familiar de, pelo menos,
um parente de primeiro 
grau (mãe, irmã ou filha) com diagnóstico de câncer de mama, abaixo dos 
50 anos de idade. 
• Mulheres com história familiar de pelo menos um parente de primeiro 
grau (mãe, irmã ou filha) com diagnóstico de câncer de mama bilateral ou 
câncer de ovário, em qualquer faixa etária. 
• Mulheres com história familiar de câncer de mama masculino. 
• Mulheres com diagnóstico histopatológico de lesão mamária 
proliferativa com atipia ou neoplasia lobular in situ. 
Fatores protetores 
- Prática de atividade física; 
- Aleitamento materno. 
 
Detecção e diagnóstico precoce 
Todos os profissionais de saúde devem estimular a mulher a examinar as 
mamas e ensiná-la a reconhecer as alterações iniciais que possam 
indicar problemas. A enfermeira tem um papel central na educação 
preventiva. 
 
 
 
 
 
É importante: 
• Reconhecer os sinais e sintomas do câncer de mama; 
• Ensinar a autopalpação das mamas e realizar sempre que se sentir 
confortável para tal. 
O câncer de mama quando identificado em estágios 
iniciais (lesões menores que dois centímetros de 
diâmetro) apresenta prognóstico favorável. Para isso é 
necessário implantar estratégias para a detecção 
precoce da doença. 
Sinais e sintomas do Câncer de Mama 
 
- Dor localizada em pontada na mama 
- Retração ou saliência na mama 
- Modificação do contorno da mama 
- Edema sem relação com o ciclo menstrual 
- Excessiva vascularização num ponto particular da mama 
- Nódulo geralmente unilateral 
- Á palpação o tumor maligno é indolor 
- Pele em casca de laranja 
- Ulceração da mama 
- Saída de secreção sanguinolenta 
RASTERAMENTO DO CÂNCER DE MAMA 
O rastreamento com o exame de mamografia é a estratégia de 
saúde pública que tem sido adotada em contextos onde a incidência 
e a mortalidade por câncer de mama são elevadas. 
 
Estudos realizados sugerem que, quando a mamografia é ofertada 
às mulheres entre 50 e 69 anos, a cada dois anos, com cobertura 
igual ou superior a 70% da população-alvo, é possível reduzir a 
mortalidade por câncer de mama em 15% a 23%. 
 
No Brasil a mamografia é o único exame utilizado para 
rastreamento, com capacidade de detectar lesões não palpáveis e 
causar impacto na mortalidade por câncer de mama, sendo por isso 
o exame de imagem recomendado para o rastreamento do câncer 
de mama. 
O auto exame das mamas está associado especificamente ao 
método de rastreamento, que pressupõe treinamento para a 
realização de exames padronizados, sistemáticos e periódicos, com o 
objetivo de que mulheres assintomáticas, treinadas segundo 
técnicas específicas, realizem seu próprio exame mensalmente, em 
busca de alterações. 
 
Ao final da década de 90, grandes ensaios clínicos não 
demonstraram redução da mortalidade por câncer de mama por 
meio da educação para o autoexame das mamas. A partir de então, 
diversos países passaram a adotar a estratégia de breast awareness, 
que significa estar alerta à saúde das mamas (THORNTON; 
PILLARISETTI, 2008). 
Aprender como as mamas aparentam em diferentes situações pode 
ajudar a mulher a reconhecer o que é normal para ela. De maneira 
resumida, cinco alterações devem chamar a atenção da mulher 
(sinais de alerta): 
 
• Nódulo ou espessamento que pareçam diferentes do tecido das 
mamas. 
• Mudança no contorno das mamas (retração, abaulamento). 
• Desconforto ou dor em uma única mama que seja persistente. 
• Mudanças no mamilo (retração e desvio). 
• Secreção espontânea pelo mamilo, principalmente se for 
unilateral. 
RASTREAMENTO 
 
Mulheres de 40 a 49 anos 
• Exame clínico das mamas (ECM) anual; 
• Mamografia diagnóstIca em caso de resultado alterado do ECM. 
 
Mulheres de 50 a 69 anos 
• Exame clínico das mamas (ECM) anual; 
• Mamografia a cada dois anos. 
 
Mulheres com risco elevado de câncer de mama 
• A rotina deve ser iniciada aos 35 anos; 
• ECM e Mamografia anuais; 
• Acompanhamento individualizado. 
EXAME CLÍNICO DAS MAMAS 
 
É parte fundamental da propedêutica para o diagnostico de câncer. 
Deve ser realizado como parte do exame físico e ginecológico, e 
constitui a base para a solicitação dos exames complementares. Como 
tal, deve contemplar os seguintes passos para sua adequada 
realização: 
• Inspeção estática e dinâmica 
• Palpação dos linfonodos cervicais, axilares, supra e infra- 
claviculares e das mamas. 
• Expressão. 
Mamografia 
Ultrassonografia das Mamas 
Inspeção estática e 
dinâmica 
INSPEÇÃO ESTÁTICA: observar 
simetria, abaulamentos, 
retrações ou presença de 
edema cutâneo das mamas, 
aspecto da aréola e papilas. 
 
INSPEÇÃO DINÂMICA: solicite 
que a mulher eleve os braços 
lentamente, acima de sua 
cabeça e que coloque os 
braços na cintura e aperte-a. 
através da compressão dos 
músculos peitorais, ambos 
movimentos servem para 
salientar ou evidenciar 
abaulamento e retrações 
INSPEÇÃO ESTÁTICA INSPEÇÃO DINÂMICA 
Palpação das axilas e regiões supraclaviculares 
Para examinar os linfonodos 
axilares direitos o 
examinador deve suspender 
o braço direito da paciente, 
utilizando o seu braço 
direito; deve então fazer 
uma concha com os dedos 
da mão esquerda, 
penetrando o mais alto 
possível em direção ao ápice 
da axila. A seguir, trazer os 
dedos para baixo 
pressionando contra a 
parede torácica. O mesmo 
procedimento deve ser 
realizado na axila 
contralateral. 
Palpação do tecido mamário 
Palpação: Inicia-se o exame com uma palpação mais superficial, 
utilizando as polpas digitais em movimentos circulares no sentido 
horário, abrangendo todos os quadrantes mamários. Repete-se a 
mesma manobra, porém com maior pressão (não esquecer de palpar 
o prolongamento axilar mamário e a região areolar). 
• Técnica de Bloodgood: movimentos circulares com as polpas 
digitais 2ª, 3ª, 4ª dedo da mão. 
• Técnica de Vealpeau: mão espalmada. 
Expressão 
A pesquisa de descarga papilar deve 
ser feita aplicando-se compressão 
unidigital suave sobre a região areolar, 
em sentido radial, contornando a 
papila. A saída da secreção pode ser 
provocada pela compressão digital de 
um nódulo ou área de espessamento, 
que pode estar localizado em 
qualquer região da mama. 
 
A descrição da descarga deve informar 
se é uni ou bilateral, espontânea ou 
provocada pela compressão de algum 
ponto específico, coloração e relação 
com algum nódulo ou espessamento 
palpável. 
Pacientes com alterações no ECM que sejam sugestivas de câncer devem 
ser encaminhados para complementação da investigação diagnóstica em 
um serviço de referência para o diagnóstico do câncer de mama. Os 
principais achados no ECM que necessitam de referência urgente para 
investigação diagnóstica são os seguintes (NICE, 2005): 
Nódulo mamário de consistência endurecida e fixo, independente da idade. 
Nódulo mamário persistente por mais de um ciclo menstrual em mulheres com mais de 
30 anos ou presente depois da menopausa. 
Nódulo mamário em mulheres com história prévia de câncer de mama. 
Nódulo mamário em mulheres com alto risco para câncer de mama. 
Alteração unilateral na pele da mama, como eczema, edema cutâneo semelhante à casca 
de laranja, retração cutânea ou distorções do mamilo. 
Descarga papilar sanguinolenta unilateral e espontânea (secreções transparentes ou 
rosadas também devem ser investigadas). 
Homens com 50 anos ou mais com massa subareolar unilateral de consistência firme com 
ou sem distorção de mamilo ou associada a mudanças na pele. 
Mamografia 
 
Os resultados do exame mamográfico são classificados de acordo 
com o Breast Imaging Reporting and Data System (BI-RADS®), 
publicado pelo Colégio Americano de Radiologia (ACR) e traduzido 
pelo Colégio Brasileiro de
Radiologia. 
 
Esse sistema utiliza categorias de 0 a 6 para descrever os achados 
do exame e prevê recomendações de conduta. 
Com indicação diagnóstica, a mamografia deve ser realizada nas 
mulheres com sinais e/ou sintomas de câncer de mama, tais 
como nódulo, espessamento e descarga papilar. A mastalgia, 
apesar de queixa muito freqüente, não representa indicação de 
mamografia, pois o sintoma “dor”, além de não representar 
sintoma de câncer de mama, não tem expressão correspondente 
em imagens. 
 
Outras situações diagnósticas com indicação de mamografia são 
o controle radiológico de lesão provavelmente benigna 
(Categoria 3 BI-RADS®) e a avaliação de mama masculina. 
As linhas de cuidado são estratégias de estabelecimento do “percurso 
assistencial” com o objetivo de organizar o fluxo dos indivíduos, de 
acordo com suas necessidades. 
Reconstrução da mama 
Linfedema pós-mastectomia 
O linfedema é uma das 
complicações crônicas 
complexas, que se 
manifesta pelo aumento 
significativo do volume de 
uma determinada região 
do corpo, em 
conseqüência do 
comprometimento da 
drenagem linfática 
fisiológica loco-regional. 
Complicação que atinge 
aproximadamente 15 a 
20% das mulheres 
mastectomizadas.

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