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RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA QUÍMICA GERAL CURSO Engenharia TURMA 3147 DATA 29/03/2017 Aluno/ Grupo Eduardo de Almeida Xavier TÍTULO Ligação química OBJETIVOS Estudar ligações iônicas e covalentes. Verificar o caráter iônico-covalente das ligações químicas. INTRODUÇÃO As ligações químicas são forças intramoleculares e podem ser classificadas em ligações iônicas, ligações covalentes e ligações metálicas. Uma substância química tem estrutura química única e é formada por uma razão fixa de átomos mantidos por ligações químicas. As ligações químicas se dão atendendo a Regra do Octeto, na qual os átomos passam por transformações onde há o trânsito ou compartilhamento de elétrons de modo a acabarem por ficar com oito elétrons em sua camada de valência (SANTOS et al., 2015). As ligações iônicas são formadas por íons. Os íons são espécies químicas que podem ser formadas por átomos ou moléculas que possuem uma carga devido à perda ou ganho de elétrons de forma a atender a regra do octeto (e.g. Na+, Cl-, NH4+, SO4-2). Devido a geração dessa carga nestas espécies químicas, há uma atração entre as espécies de carga oposta de forma que as ligações iônicas são formadas buscando formar um composto de carga neutra (SANTOS et al., 2015). As ligações covalentes ocorrem quando há uma interação entre átomos de forma que haja um compartilhamento de elétrons. O compartilhamento sempre ocorre entre com um par de elétrons, cada um originário de um dos átomos que estão se ligando, sendo que podem ocorrem mais de um compartilhamento dependendo dos átomos envolvidos. As ligações covalentes também se dão de forma a atender a regra do octeto, i.e. um átomo vai compartilhar elétrons até completar sua camada de valência (SANTOS et al., 2015). Além das interações intramoleculares existem as forças intermoleculares que possibilitam a ligação entre as moléculas. Essas forças não são fortes como as ligações químicas, mas estão relacionadas aos estados de apresentação da matéria (i.e. sólido, líquido e gasoso) e na energia de transições entre eles (SANTOS et al., 2015). REAGENTES, MATERIAIS E EQUIPAMENTOS Experimento 1 Experimento 2 Cadinhos de porcelana; Cloreto de sódio (NaCl); Sacarose; Chapa de aquecimento. Beckers; Dispositivo para teste de condutividade; Água destilada; Água + solução de HCl 0,1M; Água + álcool; Sacarose sólida; Solução aquosa de sacarose; Cloreto de sódio sólido; Solução aquosa de cloreto de sódio; Iodo sólido; Solução etanólica de I2; Solução de ácido acético 4%; Papel toalha. PROCEDIMENTOS Experimento 1: Ponto de fusão Duas pequenas medidas, uma de cloreto de sódio (NaCl) e outra de sacarose (C12H22O11), foram colocadas cada uma em um cadinho de porcelana separadamente. Ambos os cadinhos, rotulados com o nome da substância em seu interior, foram postos em uma chapa de aquecimento com capacidade de aquecer em até 250ºC. O processo de aquecimento das substâncias foi acompanhado por alguns minutos. Experimento 2: Condutividade elétrica Uma coleção de substâncias e soluções foi ordenada em beckers individuais, rotulados para teste de condutividade elétrica. Para realizar tal teste, foi utilizado um dispositivo que se constituía de um circuito elétrico aberto, ligado à uma lâmpada e dois eletrodos (Figura 1). O circuito se fecharia quando ambos os eletrodos entrassem em contato com uma substância/solução a ser testada e esta fosse capaz de conduzir de eletricidade. Assim sendo, os testes foram realizados inserindo-se ambos os eletrodos em cada substância/solução conforme esquematizado na Figura 1. Observou-se se a lâmpada acenderia e avaliou-se a intensidade da luz quando presente. Entre cada teste, a extremidade dos eletrodos que entrava em contato com as substâncias/soluções foi limpa com papel toalha a fim de evitar a contaminação da substância/solução seguinte. A coleção de substâncias/soluções testadas compreendeu: (1) água destilada; (2) água + solução de HCl 0,1M; (3) água + álcool; (4) sacarose sólida; (5) solução aquosa de sacarose; (6) cloreto de sódio sólido; (7) solução aquosa de cloreto de sódio; (8) Iodo sólido; (9) solução etanólica de I2 e (10) solução de ácido acético 4%. Figura 1. Esquema do dispositivo para teste de condutividade elétrica. No esquema o circuito se fecha com os dois eletrodos imersos numa substância hipotética que é capaz de conduzir a corrente elétrica e assim a lâmpada se acende. RESULTADOS e DISCUSSÃO Experimento 1: Ponto de fusão Após alguns poucos minutos ambos os cadinhos de porcelana aqueceram sobre a chapa de aquecimento. No cadinho conteúdo de cloreto de sódio (NaCl) o sal se manteve inalterado. O sal cloreto de sódio, pela natureza de sua ligação iônica, apresenta um alto ponto de fusão (SANTOS et al., 2015). O INMETRO (2017) indica que o ponto de fusão do cloreto de sódio é de 801°C, valor muito superior aos 250ºC, temperatura máxima, da chapa de aquecimento. Já no cadinho contendo sacarose (C12H22O11) rapidamente o açúcar derreteu passando do aspecto branco cristalino para um líquido viscoso amarronzado exalando um odor característico. A sacarose é um dissacarídeo formado pelos monossacarídeos glicose e frutose, tanto as ligações entre os átomos dos monossacarídeos como a ligação glicosídica que os unem são covalentes (NELSON & COX, 2002). Substâncias formadas por ligações covalentes não constituem um grupo com características próprias assim como as substancias iônicas, podendo possuir características bem distintas, algumas delas, no entanto, podem se apresentar como sólidos com pontos de fusão relativamente baixos (SANTOS et al., 2015), como é o caso da sacarose que possui um ponto de fusão de 169-170ºC (ANIDROL, 2017). Lâmpada Fio metálico condutor Substância/solução em teste Gerador de corrente Experimento 2: Condutividade elétrica Os resultados dos testes de condutividade elétrica são sumarizados na Tabela 1 abaixo: Tabela 1. Resultado dos testes de condutividade elétrica com diferentes substâncias/soluções. Lâmpada acesa indica que a substância conduz eletricidade. Substância/Solução Lâmpada acesa Lâmpada apagada 1. Água destilada x 2. Água + solução de HCl 0,1M x 3. Água + álcool etílico x 4. Sacarose sólida x 5. Solução aquosa de sacarose x 6. Cloreto de sódio sólido x 7. Solução aquosa de cloreto de sódio x 8. Iodo sólido x 9. Solução etanólica de iodo x 10. Solução de ácido acético 4% x A água destilada não fechou o circuito do dispositivo de teste de condutividade elétrica. Suas moléculas são formadas por ligações covalentes dificilmente se ionizam. A água pura tem pH 7 o que indica que suas moléculas se ionizam formando H+ e H3O- a 10-7M, um valor muito ínfimo para permitir a passagem de corrente elétrica (NELSON & COX, 2002). O ácido clorídrico, formado por uma ligação covalente entre seus átomos, em solução apresenta um alto grau de ionização liberando os íons H+ e Cl- em solução e formando assim um eletrólito forte capaz de conduzir eletricidade e fechar o circuito do dispositivo e acender a lâmpada com alta intensidade. A mistura entre água e o álcool etílico não forma um eletrólito. O álcool etílico (CH3CH2OH), formado por ligações covalentes, não se dissocia em solução aquosa. A sacarose (C12H22O11) é uma molécula formada por várias ligações covalentes, tanto no estado sólido quanto em solução não conduz eletricidade pois as ligações covalentes se mantêm impedindo o movimento de elétrons. O cloreto de sódio (NaCl) é um sal formado pelos íons Na+ e Cl-. Em estado sólido a ligaçãoiônica entre os átomos não dá mobilidade aos íons de forma que não há condutividade elétrica no material. Já em solução ocorre a dissociação dos íons e estes ganham mobilidade no líquido permitindo a passagem de corrente elétrica. Foi formado um eletrólito forte e assim no teste ocorreu o fechamento do circuito fazendo com que a lâmpada se acendesse com alta intensidade. O Iodo é um ametal da família dos halogênios que forma uma molécula covalente apolar I2, pouco solúvel em água, porém dissolve-se facilmente em substâncias orgânicas, como etanol. Tanto no estado sólido quanto em solução não conduz eletricidade pois as ligações covalentes se mantêm impedindo o movimento de elétrons. O ácido acético (CH3COOH) é uma molécula orgânica com um grupamento carboxílico que, quando em solução possuem um fraco grau de ionização liberando íons H+ e CH3COO- gerando assim um eletrólito fraco (NELSON & COX, 2002). Ocorreu o fechamento do circuito do dispositivo do teste, no entanto como o eletrólito era fraco a lâmpada se acendeu com intensidade baixa. CONCLUSÃO No primeiro experimento pode-se observar que o ponto de fusão da sacarose, um sólido formado por moléculas com ligações covalentes polares, é menor que que o ponto de fusão do cloreto de sódio, um outro sólido, porém formado a partir de ligações iônicas. Tal resultado demonstra que, comparadas, substâncias com ligações covalentes e iônicas possuem forças de ligação intermoleculares bem distintas, sendo as substâncias iônicas detentoras de uma maior atração entre seus íons e assim necessitando de uma quantidade de energia maior para fundir. No segundo experimento, constatou-se que para uma substância conduzir eletricidade é necessário que possua íons livres, como foi o caso do ácido clorídrico, cloreto de sódio e também o ácido acético, todos em solução. A formação de íons livres ocorre quando compostos iônicos se dissociam e alguns compostos covalentes (e.g. ácidos) se ionizam em solução. Substancias sólidas, sejam formadas por ligações covalentes como o iodo e a sacarose ou formadas por ligações iônicas como o cloreto na forma cristalina não possuem íons livres e consequentemente não conduzem eletricidade. Excluindo-se os ácidos, outras substancias formadas por ligações covalentes, em solução não são capazes de se ionizar, mantendo suas ligações intramoleculares intactas, como no caso do álcool etílico, a sacarose e o iodo. REFERÊNCIAS ANIDROL. Ficha de Informação de Segurança de Produto Químico: SACAROSE PA. Disponível em: < http://www.anidrol.com.br>. Acesso em: 30 mar. 2017 INMETRO. Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos – FISPQ: Cloreto de Sódio. Disponível em: <http://www.inmetro.gov.br>. Acesso em: 30 mar. 2017 NELSON, D. L.; COX, M. M. Lehninger Principios de Bioquímica. 3. Ed. São Paulo: SARVIER. 2002. 975p. SANTOS, C. M., CARVALHO, M. A. LIMA, N. S. Química Geral.1. ed. Rio de Janeiro: Lexikon. 2015. 216p.
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