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RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA FÍSICA TEÓRICA E EXPERIMENTAL CURSO Engenharia TURMA 1033 DATA 17/10/2017 Aluno/ Grupo Eduardo de Almeida Xavier Harley Geraldo Louzada TÍTULO Resistor não ôhmico OBJETIVOS -Levantar a curva de um resistor não ôhmico. INTRODUÇÃO O presente relatório tem como propósito relatar uma atividade prática focada no estudo de resistores não ôhmicos. Os resistores não ôhmicos, diferente dos ôhmicos, não possuem valores determinados de resistência e variam a sua resistência com a variação da tensão. Será avaliado o comportamento de um resistor através de medições de corrente e cálculo de resistências aparentes submetidos a diferentes tensões elétricas. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Lei de Ohm (Ω). Para um condutor mantido à temperatura constante, a razão entre a tensão entre dois pontos e a corrente elétrica é uma constante. Esta constante é denominada de resistência elétrica. A corrente que atravessa este condutor é linearmente proporcional a diferença de potencial aplicado ao dispositivo. Consequência disso, tem se a equação abaixo: 𝑽 = 𝑹𝒊 No entanto, existem condutores que não obedecem à Lei de Ohm, como, por exemplo, um condutor gasoso usado em lâmpadas fluorescentes. Sua curva característica passa pela a origem, mas não é uma reta (Figura 1, resistor não-ôhmico). Esses condutores são denominados condutores não lineares ou não ôhmicos. Para eles, define-se uma resistência aparente (não constante) em cada ponto da curva pelo quociente. 𝑹𝒂𝒑 = 𝑼 𝒊 , 𝑹′𝒂𝒑 = 𝑼′ 𝒊′ Figura 1: Curvas características de (I) resistores ôhmicos e (II) não ôhmicos. Nos condutores não lineares, a curva característica é sempre determinada experimentalmente. A resistência aparente em cada ponto será numericamente igual ao coeficiente angular da secante que passa pela origem e pelo ponto considerado: 𝑡𝑔𝛽 = 𝑅𝑎𝑝 𝑡𝑔𝛽 ′ = 𝑅′𝑎𝑝 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Um circuito elétrico foi montado com um resistor não ôhmico (lâmpada de 4V) conforme o esquema descrito na Figura 2. Figura 2: Esquema do circuito montando sobre um painel para associações eletroeletrônicas com uma fonte de alimentação DC Minipa de tensão regulável; uma lâmpada de 4V (resistor não ôhmico) e um multímetro Minipa regulado para medir a corrente. A fonte de alimentação foi ligada e valores de tensão pré-estabelecidos de 0 até <4V foram regulados para que os respectivos valores correspondentes de corrente fossem lidos pelo multímetro com a chave do circuito fechada. Como os valores obtidos para a corrente beiravam o limiar entre duas ordens de grandeza de medição do multímetro foram coletadas duas séries de dados uma primeira aferida na ordem de 20A e outra na ordem de 200mA. Os dados foram trabalhados no software Microsoft Excel 2016 onde foram calculados os valores de resistência aparente para cada par de dados tensão e corrente correspondentes e também levantados os gráficos de tensão x corrente para as duas séries de dados. RESULTADOS e DISCUSSÃO As duas séries de dados, a primeira obtida com o multímetro regulado para ler valores de corrente da ordem de 20A e a segunda da ordem de 200mA (ou 0,2A) estão sumarizados nas Tabela 1 e Tabela 2respectivamente abaixo. Pode-se notar que para cada par de valor de tensão e corrente, o valor de resistência aparente calculado é diferente, i.e., não obedece a Lei de Ohm, o que já caracteriza o resistor sendo não ôhmico. Tabela 1: Série de dados de tensões reguladas na fonte de alimentação DC Minipa, seus respectivos valores de corrente registados no Multímetro Minipa sob a leitura na ordem de grandeza de 20A e seus também respectivos valores de resistência calculados. Tensão (V) Corrente (A) Resistência aparente (Ω) 0,00 0,00 - 0,50 0,15 3,33 1,00 0,20 5,00 1,50 0,24 6,25 2,00 0,28 7,14 2,50 0,31 8,06 3,00 0,34 8,82 3,50 0,37 9,46 Tabela 2: Série de dados de tensões reguladas na fonte de alimentação DC Minipa, seus respectivos valores de corrente registados no Multímetro Minipa sob a leitura na ordem de grandeza de 200mA e seus também respectivos valores de resistência calculados. Tensão (V) Corrente (A) Resistência aparente (Ω) 0,00 0,00 - 0,30 0,04 8,43 0,60 0,07 8,89 0,90 0,10 8,59 1,20 0,13 9,60 1,50 0,14 10,59 1,80 0,16 11,36 2,10 0,17 12,09 2,40 0,19 12,85 Na Figura 3 são apresentadas as curvas das duas séries de dados, onde fica evidente a não linearidade do comportamento do resistor, apresentando um perfil mais polinomial, uma meia parábola, e, portanto, mais uma vez demonstrado se tratar de um resistor não ôhmico. Ainda na Figura 3, é notável que as duas curvas apresentam perfis não coincidentes, o que na teoria deveria ser, uma vez que se trata do mesmo circuito com o mesmo resistor (a lâmpada de 4V) e o que foi mudado foi apenas o nível de grandeza do aparelho. O manual do produto atesta precisões de ±(1.2%+10D) para as leituras em 200mA e ±(2.0%+10D) para as leituras em 20A, margens de erro que não justificam a divergência entre as curvas, o que pode indicar que a acurácia do equipamento é comprometida quando medimos valores próximos ao limiar da ordem de grandeza definido. Repare que a curva laranja termina antes do valor 0,2A (=200mA), pois para tensões mais altas que 2,4V o aparelho multímetro não conseguia ler valores de corrente quando configurado para leitura na ordem de grandeza 200mA (Figura 3; Tabela 2). Figura 3: Curvas de um resistor não-ôhmico (lâmpada de 4V) de acordo com duas séries de dados. Os pontos em azul denotam pares de valores de tensão x corrente aferidos com um multímetro regulado para ler valores de corrente na ordem de 20A e os pontos em laranja na ordem de 200mA (0,2A). CONCLUSÃO Avaliando os resultados comprovamos experimentalmente que os resistores não ôhmicos não obedecem a Lei de Ohm, pois a corrente não variou linearmente proporcional à tensão aplicada. Tal conclusão foi corroborada pelos valores calculados de resistência aparente das duas séries de dados utilizados para análise, quanto também pelo perfil das curvas de ambas as séries de dados. Foi observada uma divergência entre as curvas das duas séries de dados aferidos, a qual, em teoria deveria coincidir. Questões sobre o equipamento de leitura Multímetro foram levantadas em relação a acurácia de leitura no limiar de suas faixas de ordem de grandeza, no entanto melhores avaliações focadas nestas questões precisam ser tomadas para entender a razão da divergência observada. BIBLIOGRAFIA HALLIDAY, D.; RESNICK, R. e WALKER, J. Fundamentos de Física: Eletromagnetismo. Volume 3. 9ªedição. Editora LTC, 2012. JUNIOR F. R.; FERRARO, N. G. e SOARES, P. A. T. Os fundamentos da Física- Volume 1. 7.ed . São Paulo: Editora Moderna, 1999. MINIPA. Multímetro Digital ET-2033B Manual de Instruções. São Paulo, 2010. -0,50 0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35 0,40 Te n sã o (V o lt s) Corrente (Ampère) 20A 200mA
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