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DESENVOLVIMENTO MOTOR NORMAL
As teorias sobre o desenvolvimento vem sendo estudadas há muito tempo, por vários autores. Recentemente vários grupos de pesquisadores têm sugerido novos componentes que influenciam no desenvolvimento, assim, as teorias do desenvolvimento infantil tem mudado, para relatar o desenvolvimento motor e a performance funcional na criança.
Em 1946, ARNOLD GESELL, um pediatra, retratou o desenvolvimento como uma hierarquia em espiral. Ele sugeriu que o desenvolvimento de um comportamento hábil não segue uma seqüência linear estrita, sempre em avanço, melhorando constantemente com a maturidade. Em vez disso, ele acreditava que o desenvolvimento é muito mais dinâmico por natureza e parece caracterizado pela alternação do avanço com a regressão na capacidade de usar as habilidades. 
 PIAGET, em 1957, enfatiza uma interação entre maturação de estruturas cognitivas-neurais e oportunidades do meio para promover ações. Um importante aspecto da teoria Piagetana, é a visão de que o indivíduo tem um sistema de auto-regulação de processos fisiológicos que produz o balanço entre assimilação de experiências do meio e acomodação de estruturas cognitivas para as mesmas. Estas características auto reguladoras constantemente se auto ajustam para manter o equilíbrio, no qual o meio pode interferir.
ILLINGWORTH (1960), sugere que o desenvolvimento constitui um processo contínuo, desde a concepção até a maturidade. Não se deve entendê-lo simplesmente como a apresentação sucessiva de acontecimentos importantes, antes de alcança-los , a criança deve passar por uma série de etapas precedentes ao desenvolvimento.
Essas teorias clássicas do desenvolvimento infantil dão uma grande importância ao substrato reflexo, no surgimento dos padrões de comportamentos humanos maduros. Isso significa que, na criança normal, a evolução do controle da postura e do movimento depende do surgimento e da subseqüente integração dos reflexos. De acordo com essas teorias, o surgimento e o desaparecimento desses reflexos representam a maturidade crescente das estruturas corticais que inibem e integram os reflexos controlados em níveis inferiores dentro do Sistema Nervoso Central, nas respostas motoras posturais e voluntárias mais funcionais. Essa teoria foi denominada reflexa/hierárquica (SHUMWAY-COOK & WOOLLACOTT, 2003).
Mais recentemente, FLEHMIG (1987) sugere que a evolução estático-motora do recém-nascido até a idade adulta depende da maturação do Sistema Nervoso Central (SNC), sendo determinada por padrões geneticamente estabelecidos e estímulos ambientais, e que, todo desenvolvimento motor realiza-se sempre sob uma ideal adaptação aos estímulos externos. Após o nascimento, todos os sistemas biológicos esforçam-se para adaptar-se aos fatores ambientais .
O primeiro ano de vida da criança representa a grande transição na evolução da espécie humana, de atividade espontâneas em supino para a posição ortostática, características dos seres humanos. Nele é que se processam as mais importantes modificações e os maiores saltos evolutivos em curtos períodos de tempo. Desde o nascimento, a evolução do sistema nervoso da criança será condicionada pela inter-relação da mesma com o meio (DIAMENT & CYPEL, 1996). Em 2001, SANTOS realizou um estudo, através de revisão de diversas pesquisas, e concluiu que, as diferenças no desenvolvimento motor, observadas em lactentes brasileiros, estão relacionadas às condições sócio-econômicas, educação dos pais, prematuridade e baixo peso ao nascimento, demonstrando com isso que o meio influencia o desenvolvimento da criança.
	O processo de transição ocorrido a partir do nascimento representa uma significativa modificação das condições de vida de um bebê. Quando uma criança nasce, os movimentos experimentados na vida intra-uterina, agora são restritos pela gravidade. Em ambiente extra-uterino, passará por um período crítico do desenvolvimento do sistema nervoso central, nesta fase com a mielinização contínua dos feixes nervosos, o bebê vai obtendo maior especificidade motora e intelectual, momento em que ocorrem as aquisições motoras necessárias para a independência nesse novo ambiente (ZANINI et al., 2002).
O desenvolvimento neuropsicomotor da criança é um aspecto importante do desenvolvimento infantil. As aquisições motoras no primeiro ano de vida são um fator relevante no prognóstico do desenvolvimento global da criança, pois o período compreendido entre o nascimento e o final do primeiro ano de vida é considerado como um dos mais críticos no desenvolvimento infantil. Neste período, o desenvolvimento motor apresenta ritmo acelerado de mudanças que culminam nas funções de mobilidade, com a aquisição do engatinhar e da marcha independente (MACINI et al., 2002).
Nos primeiros anos de vida, a criança desenvolve um incrível repertório de habilidades, aprendendo a rastejar, andar e correr sem ajuda, subir e descer escadas e conquista a coordenação olho/mão e a manipulação dos objetos de várias maneiras. O surgimento de todas essas habilidades requer o amadurecimento da atividade postural, a fim de sustentar o movimento primário. As teorias mais recentes, como a dos sistemas, a ecológica e a da ação dinâmica, sugerem que o controle postural surge de uma interação complexa entre os sistemas musculoesquelético e neural. A organização dos elementos do sistema do controle postural é determinado pela tarefa e pelo ambiente. A teoria dos sistemas não nega a existência dos reflexos, mas os considera apenas uma das diversas influências sobre o controle da postura e do movimento (Shumway-Cook & Woollacott, 2003).
ALEXANDER et col. (1993), ainda complementa que o desenvolvimento das habilidades motoras funcionais, dependem do desenvolvimento do sistema musculoesquelético. Os vários sistemas incluídos nessa área envolvem não somente ossos e músculos, mas também conecções neuromusculares, articulações, tendões, ligamentos e fáscias. 
	Reflexos e Reações
CORIAT (1991), sugere que a conduta no lactente do primeiro trimestre é regida por reflexos arcaicos, já, SHUMWAY-COOK & WOOLLACOTT (2003) afirmam que o desenvolvimento envolve muito mais que o desaparecimento de reflexos a partir da maturação do SNC, sendo um processo complexo, com novos comportamentos e novas habilidades surgindo da interação entre a criança, seus sistemas nervoso e musculoesquelético em desenvolvimento, e o ambiente.
SHEPHERD (1996), afirma que longe de serem reflexos que sofrem inibição à medida que o cérebro amadurece, esses movimentos são sinal da capacidade de auto-organização precoce do sistema do lactente, cujo potencial é realizado pelo aparecimento de atos motores adequados às intenções do lactente e as disponibilidades. 
A capacidade para manter o equilíbrio durante os movimentos realizados em posição sentada ou bípede é essencial para o funcionamento eficaz na vida cotidiana. O aprimoramento das reações de equilíbrio e proteção conferirão à criança a possibilidade de estabilidade nas posturas e independência. As reações de equilíbrio aparecem em torno do quarto mês, primeiro em supino e prono e mais tarde sentado, ajoelhado e em pé. (BOBATH 1989; FLEHMING, 1987).
O exame dos reflexos e reações tornou-se uma parte essencial do estudo do desenvolvimento motor. O profissional que trabalha com criança, deve estar atento não somente ao período de aparecimento e desaparecimento dos reflexos mas também, saber interpretá-los de maneira funcional.
Um exemplo para essa afirmação é o caso do Reflexo Tônico Cervical Assimétrico (RTCA), que pode ser visto a partir do primeiro mês de vida do lactente, sendo mais evidente no segundo e terceiro meses. Esse reflexo é muito importante para o desenvolvimento da lateralidade e primeiro contato olho-mão do lactente. Outro exemplo que pode ser citado é a Reação de Retificação Óptica, permite que o lactente oriente a cabeça através de informações visuais.
	Recém-nascido
O Recém-nascido a termo é altamente influenciado pela gravidade, apresentamuitos movimentos ocasionais mas pouco controle independente de qualquer parte do corpo. A postura é dominada pela flexão das extremidades, resultado da maturação do sistema nervoso central durante a vida intra-uterina. O tônus flexor vai diminuindo a medida que se desenvolve o controle dos músculos extensores durante a maturação (BLY, 1994). 
Os principais reflexos primitivos que aparecem no recém-nascido são: Reflexo de Moro, busca, sucção e deglutição; Reação postural cervical; Reflexo de Galant; Marcha automática e pode estar presente o Reflexo tônico cervical assimétrico (RTCA). O Reflexo de preensão palmar também está presente, e ocorre em resposta a um estímulo na palma da mão, especialmente no lado ulnar, e o recém-nascido responde com flexão de dedos. Este reflexo desaparece no final do quinto mês, onde o lactente inicia a preensão voluntária de objetos (BLY, 1994; FLEHMIG, 1987). O Reflexo de preensão plantar, aparece com o toque na planta do pé, abaixo do grande artelho, e em resposta, os demais assumem a posição de garra (FLEMHIG, 1987). Para CORIAT (1991), o desaparecimento desse reflexo está relacionado com o começo da deambulação.
As diferenças anatômicas entre os recém-nascidos e adultos aparecem com clareza no desenvolvimento do controle postural e do movimento. A cabeça do recém-nascido é proporcionalmente maior do que o resto do corpo, bem como os membros inferiores são menores se compararmos com o tronco e membros superiores. Outra variável importante é o contorno das estruturas ósseas. A maior parte dos ossos não está completamente ossificada ao nascimento, e muitas áreas são cartilaginosas. O formato dos ossos será definido durante o crescimento, e, pelo menos parcialmente, ocorre por aplicação de forças mecânicas no esqueleto. A coluna é relativamente reta com exceção das duas curvaturas flexoras sendo uma torácica e outra sacro-coccígea. A curvatura torácica está localizada aproximadamente de C7 a T4/T6 (ALEXANDER et al., 1993).
 O recém-nascido, encontra-se, seja qual for a posição, em postura fletida simétrica que é apenas ocasionalmente superada, correspondendo à atitude uterina que assumiu durante o período de gestação (ALEXANDER et al., 1993).
Na posição supina (Fig.1), o padrão de flexão pode mudar caso ocorra a modificação isolada da posição da cabeça. Ao virar a cabeça do recém-nascido passivamente, o tronco acompanha em bloco, essa reação é conhecida como Reação de Retificação, essa rotação da cabeça para um lado ocasiona o alongamento e a ativação muscular dos músculos cervicais (BLY, 1994).
 Figura 1. Recém-nascido 
 em supino
 Essa posição é de grande estabilidade, oferecendo apoio para toda cabeça e tronco. O controle e a força de flexão contra a gravidade se desenvolvem numa direção céfalo - caudal e seguem de perto o componente de extensão (ALEXANDER et al, 1993).
As escápulas mantém-se em adução e rotação inferior, sendo acompanhados por elevação da caixa torácica e clavículas. O úmero permanece em adução e rotação externa, cotovelos em flexão, antebraços pronados e punho em flexão e desvio ulnar (ALEXANDER et al., 1993).
Os braços movem-se e as mãos se abrem, fortalecidas pela reação de Moro, que promove a extensão dos dedos (FLEHMIG, 1987).
O Reflexo de Moro, consiste na flexão, abdução e elevação de ambos os membros superiores, seguida de retorno à habitual atitude flexora em adução. O reflexo se manifesta de igual maneira em ambos os lados do corpo e qualquer assimetria deve ser investigada como sinal de anormalidade. Desencadeia-se sempre no decurso de um sobressalto, de uma reação tônica brusca, consecutiva a um estímulo geralmente nociceptivo, pode ser interpretado como uma reação defensiva para melhor adequação do corpo no espaço assim que se altere o equilíbrio numa posição determinada. Assim sendo, pode-se considerá-lo como uma reação de equilíbrio arcaica (CORIAT, 1991).
Outra característica do recém-nascido, é a pelve pequena e rodada posteriormente em relação ao plano sagital (retroversão), mais evidente na postura de prono do que na de supino. Esse alinhamento da pelve ocorre em conjunto com a atitude flexora da região lombar (BLY, 1994).
Os quadris são mantidos em flexão e rotação externa. A contratura de flexão do quadril é em média 30º .O músculo íliopsoas, junto com as fibras dos ligamentos e cápsula que atravessam a articulação do quadril anteriormente mantém o quadril em flexão durante os primeiros 2 ou 3 anos na maioria das crianças. O recém-nascido também apresenta, uma contratura em rotação externa do quadril que dirige o grande trocanter posteriormente, antevertendo o colo do fêmur (PHELPS et al., 1985).
O fêmur possui características estruturais no recém-nascido. A coxa valga, onde a inclinação do ângulo entre o corpo e colo do fêmur é aumentada em relação aos valores maduros, acima do máximo de 150º . Outra característica é a antetorsão femural, que é a torção medial do corpo do fêmur na sua parte distal e proximal. A redução da torsão no fêmur parece corresponder com a redução da contratura em flexão do quadril combinado com a ativação dos músculos extensores e rotadores externos do mesmo (BLECK, 1982).
O joelho do recém-nascido, apresenta contratura em flexão de até 30º. A posição de flexão do joelho permite que a tíbia rode em relação ao fêmur. O Genu varum fisiológico é característica do joelho do recém-nascido, porém é mascarado pela presença da contratura em flexão (SCHAEFER, 1987). A tíbia e fíbula são quase retas, que quer dizer nem arqueadas nem torcidas. O tornozelo apresenta-se com uma hipermobilidade e pode ser dorsiflexionado até 70º. Esta hipermobilidade está relacionada ao posicionamento intra - uterino e aos hormônios maternos secretados durante o nascimento, e diminui rapidamente nas primeiras semanas de vida . O tamanho do pé do recém-nascido é de em média 3-4 polegadas, o que é grande em relação ao resto da perna (TAX, 1985).
Na postura de prono (Fig.2), acontece a aquisição do 1º componente de movimento contra a gravidade, isto é, o desenvolvimento da força de extensão e controle do pescoço, tronco e quadris. Enquanto as atividades de extensão e a força aumentam, os flexores antagônicos são alongados através da inervação recíproca, se preparando para a ativação. Os ligamentos anteriores nas articulações da coluna, quadris e extremidades são alongados e ganham mobilidade na extensão ( ALEXANDER et al., 1993).
Colocado em prono, o recém-nascido já apresenta uma reação automática de extensão e lateralização da cabeça para libertar as vias respiratórias, chamada de Reação de defesa (FLEHMIG, 1987).
 Figura 2. Recém-nascido em prono
Entretanto, o recém-nascido apresenta melhor capacidade para levantar a cabeça quando mantido de encontro ao ombro da mãe, demonstrando que, mesmo nessa idade, o movimento se torna mais fácil diante de condições mecânicas ideais (SHEPHERD, 1998).
Em prono, é possível testar a Reação de Galant ou Reflexo de encurvamento do tronco, onde se estimula uma parte da zona costo-lombar, um pouco acima da crista ilíaca e a coluna se encurva para esse lado. Essa reação pode ser considerada como uma das reações defensivas mais primitivas (CORIAT, 1991).
A contratura de flexão dos quadris (flexão, rotação externa e abdução) e cifose da coluna lombar e torácica, compelem à face e à cabeça do recém-nascido como ponto passivo de estabilidade sobre o qual o movimento ativo e ocasional das pernas e pelve acontece. Os chutes espontâneos fornecem o estimulo tátil sensorial às pernas e pés iniciando, dessa maneira, o processo de redução da contratura de flexão do quadril (ALEXANDER et al., 1993). 
Para THELEN (1984), os chutes têm o mesmo padrão espacial e temporal que os passos. Por exemplo, a fase de balanço da locomoção é semelhante às fases de flexão e de extensão do chute, enquanto a fase da postura vertical ésimilar à pausa entre os chutes.
Quando o recém-nascido é tracionado para sentar (Fig.3), é visível a contração dos músculos flexores do pescoço e elevadores do ombro. Entretanto o peso e o tamanho da cabeça impedem o bebê de segurá-la (BLY, 1994). Segundo SHEPHERD (1998), inicialmente a cabeça do recém-nascido pode não acompanhar o movimento quando ele é tracionado para sentar. Por outro lado, quando volta da posição sentada para dorsal, os flexores do pescoço se revelam capazes de contrair-se e manter-se essa contração durante boa parte do movimento .
 Figura 3. Recém-nascido puxado 
 para sentar
Quando colocados de pé (Fig.4), eles respondem com uma notável capacidade. Eles podem sustentar o peso e estender as pernas através da Reação de Suporte Positivo. O aumento do tônus extensor nessa postura, ajuda o recém-nascido a erguer a cabeça brevemente. Quando apoiado mais para frente, ele responderá com movimentos recíprocos de caminhada muito bem organizados. Essa resposta é chamada de Marcha Reflexa, ela aparece mais forte nas primeiras três semanas e depois vai diminuindo (BLY, 1994). THELEN (1984), sugere que o padrão de passos desaparece no segundo mês porque os lactantes não tem força suficiente para erguer as pernas, que agora estão mais pesadas durante o ciclo do passo, e que os passos prematuros transformam-se em um padrão gradualmente mais maduro durante os dois primeiros anos. 
 Figura 4. Marcha Reflexa
Primeiro mês
Muitas mudanças ocorrem durante o primeiro mês de vida do lactente, está mais alerta, e começa a responder e se adaptar mais ao ambiente. A melhora da acuidade visual estimula o lactente a olhar mais para os lados fazendo com que aumente a mobilidade da cabeça e coluna cervical. O tônus proximal dos ombros e quadris diminui o suficiente para permitir que os ombros rodem externamente e os quadris extendam. Os cotovelos, quadris e joelhos tem tônus de flexão diminuído, mas a dorsiflexão do tornozelo muda muito pouco (BLY, 1994).
Permanecem os reflexos de Moro, busca, sucção e deglutição; Reação postural cervical; Reflexo de Galant; Reflexo de preensão palmar e plantar ; Reflexo postural labiríntico e Reação de Óptica de Retificação que contribui para a orientação reflexa da cabeça através das informações visuais. Segundo BLY (1994), o RTCA pode aparecer, mas ainda é mais comum durante o segundo mês.
Segundo FLEHMIG (1987), na posição supina predomina no lactente a postura flexora. A cabeça está quase sempre rodada para o lado, o corpo segue a rotação em bloco.
Os membros superiores já não ficam mais perto do corpo, e a força da gravidade, ajuda a mantê-los em rotação externa, alongando a musculatura anterior do tórax e membros superiores. Inicia também a ativação dos abdutores do ombro e maior extensão dos cotovelos (BLY, 1994).
Segundo FLEHMIG (1987), as mãos alternam de fechadas para abertas, o polegar não está constantemente aduzido, e BLY (1994) complementa que, apesar disso, o lactente ainda não apresenta controle das mãos na manipulação de objetos.
Nos membros inferiores, o tônus flexor do quadril começa a diminuir mantendo-os em maior extensão, abdução e rotação externa . Os joelhos também se mantém em maior extensão, mas ainda limitados pelo encurtamento de tecidos. Os chutes são freqüentes e simétricos (BLY, 1994).
Em prono (Fig.5), também predomina a postura flexora. A cabeça está quase sempre colocada para um lado e pode ser erguida por alguns segundos. (FLEHMIG, 1987). Levantar a cabeça em prono proporciona o alongamento dos músculos anteriores do pescoço e contração dos posteriores. À medida que o lactente desenvolve extensão ativa contra a gravidade com rotação de pescoço, o esternocleidomastóideo e o trapézio superior são ativados (ALEXANDER et al., 1993).
 Figura 5. Posição em Prono
O lactente do primeiro mês apresenta maior abdução e rotação externa dos ombros. Há uma diminuição na flexão do quadril, sugerindo um alongamento dos flexores do quadril (íliopsoas e reto femoral), e a pelve abaixa, as extremidades se movem mais afastadas do tronco, e há menos peso na face, ombros, e extremidades superiores. Quando o lactente está em atividade nesta posição, a flexão de quadril e a elevação da pelve aumenta, o peso então, cai sobre as extremidades e inibe o movimento dos membros superiores (BLY, 1994).
BLY (1994) ainda complementa que a extensão do joelho também é evidente, isso sugere que há alongamento dos flexores do joelho e também ativação da musculatura extensora (quadríceps). Os tornozelos ainda permanecem em dorsiflexão.
Quando tracionado para sentar (Fig.6), pegando pelas mãos do lactente, os braços ficam em flexão e a cabeça pende para trás (FLEHMIG, 1987). O lactente de um mês, não apresenta maior contração muscular do que o neonato, mas é mais alerta e tenta ajudar (BLY, 1994).
 Figura 6. Tracionado para sentar
Quando fica na posição sentada a cabeça cai para frente e oscila de um lado para outro (FLEHMIG, 1987). O desejo de elevar a cabeça nessa posição, indica atividade do sistema vestibular e visual. A elevação da cabeça é acompanhada com a hiperextensão do pescoço (capital e cervical). Como o neonato, no primeiro mês, o tronco permanece em flexão, a pelve continua perpendicular e a descarga de peso é feita na tuberosidade isquiática (BLY, 1994).
Quando colocado de pé, o lactente apoia-se mantendo-se erguido por alguns segundos sem fixação adequada e, então, cai, fletindo os joelhos (FLEHMIG, 1987).
Os cotovelos, punhos e dedos continuam em flexão, mas com o aumento do esforço ocorre extensão durante a atividade. A criança consegue sustentar e manter melhor a cabeça. A flexão, rotação externa e abdução do quadril mudaram muito pouco. Os joelhos permanecem em extensão e os tornozelos evertidos e dorsifletidos. A marcha automática ainda pode aparecer (BLY, 1994).
Segundo mês
O lactente do segundo mês, está mais alerta e atento com as pessoas ao seu redor. O tônus flexor continua diminuindo pela ação da gravidade, e pelo aumento da atividade extensora assimétrica. Apresenta-se mais desorganizado, devido a assimetria muito forte presente nesse mês (BLY, 1994).
Permanecem os reflexos de Moro, busca, sucção e deglutição; Reação postural cervical; Reflexo de preensão palmar e plantar e Reflexo postural labiríntico. Os reflexos de Galant e a marcha automática podem desaparecer.
Nesse mês, então, é mais evidente o Reflexo Tônico Cervical Assimétrico (RTCA). Girando isoladamente a cabeça para um lado, as extremidades superiores e inferiores do lado do rosto estendem-se e as do lado occiptal fletem-se (Fig.7). Trata-se da chamada posição de esgrimista (FLEHMIG, 1987). Segundo CORIAT (1991), o RTCA é de grande importância para o desenvolvimento do conhecimento do corpo e de sua situação no espaço, desenvolvimento da lateralidade, assim como o conhecimento da mão, marco fundamental do esquema corporal.
 Figura 7. RTCA
Na posição supina, a cabeça raramente está na linha média. Os membros superiores ganham um pouco mais de mobilidade, mas exceto pela postura do RTCA, eles não demonstram diferenças significativas em relação ao mês anterior. A extensão dos dedos ocorre com maior freqüência e ainda está associada com a extensão de cotovelos. O lactente ainda não manipula objetos (BLY, 1994). 
FLEHMIG (1987), sugere que os braços podem ser às vezes levantados, as mãos estão com freqüência abertas e o tronco está simétrico. 
Nessa posição, os membros inferiores ainda não ganharam tanta mobilidade quanto os membros superiores, mas, houve um aumento da extensão e rotação externa do quadril e extensão do joelho. Os chutes são bilaterais e simétricos. O tornozelo ainda é mantido em dorsiflexão (BLY, 1994).
Em prono (Fig.8), o tronco, pescoço e extremidadesse alinham assimetricamente. A abdução dos quadris ajuda a descer a pelve em direção à superfície de apoio. Isso facilita a mudança do ponto de estabilidade da face para a parte superior do peito e antebraços, que assim encoraja o levantamento transitório da cabeça (ALEXANDER et al., 1993).
Nesta posição, a criança já consegue fazer extensão da cabeça a 45º e extensão do tronco (BLY, 1994).
 Figura 8. Posição em prono
Os ombros ainda estão um pouco retraídos, os braços se colocam, sobre os antebraços para apoio (FLEHMIG, 1987).
Os flexores do quadril já estão bem alongados, permitindo que a pelve abaixe mais. A extensão de joelho aumenta, e quando o lactente está relaxado, pode ocorrer flexão plantar (BLY, 1994).
O movimento dos quadris para abdução inicia o processo de movimentação do aspecto medial/inferior da cápsula da articulação do quadril, enquanto a cabeça do fêmur desliza mais profundamente para dentro do acetábulo. O tendão de inserção do músculo iliopsoas também é submetido à pressão tensil e a cabeça do fêmur se assenta mais profundamente no acetábulo (ALEXANDER et al., 1993).
Quando tracionado para sentar (Fig.9), os braços ficam flexionados e a cabeça já acompanha bem (FLEHMIG, 1987). BLY (1994) complementa que o lactente tenta reforçar a estabilidade do pescoço através da fixação visual com o examinador. Os membros superiores começam a apresentar resposta, entretanto a musculatura abdominal e de membros inferiores ainda não participam. 
 Figura 9. Sustento cefálico
Quando sentada, a cabeça ainda cai um pouco para frente, e oscilando, orienta-se para posição ereta mais estável. O tronco fica instável (FLEHMIG, 1987).
Quando colocado de pé, o lactente apresenta menos controle do que no mês anterior. A sustentação primária e a marcha automática são raramente observadas. O lactente então apresenta a fase de astasia-abasia. A perda da postura de pé é chamada abasia, e o fato do lactente não conseguir suportar o peso nas pernas e apresentar o contato pobre do pé com o solo é chamado de astasia. (BLY, 1994).
Terceiro mês
O lactente de três meses, é alerta e totalmente atento ao ambiente. O terceiro mês é marcado pelo aumento da simetria em atividades bilaterais e pelo controle flexor contra a gravidade. Eles estão começando a organizar seus movimentos. O aumento da habilidade motora, habilita o lactente a interagir mais efetivamente com o ambiente do que no mês anterior (BLY, 1994).
ERHARDT (1990) sugere que, a orientação na linha média do lactente de três meses, juntamente com o desenvolvimento da simetria, proporcionam uma base de suporte para o aparecimento da convergência dos olhos e da fixação binocular. 
Ainda permanece Retificação labiríntica e Retificação Óptica mais fortes, Reação cervical de retificação, RTCA e MORO diminuídos.
Na posição supina, o lactente pode virar-se para os dois lados, com certa dissociação. A cabeça pode ser mantida na linha média, mas se coloca, preferencialmente para um lado (FLEHMIG, 1987).
Como já citado anteriormente, a transição de assimetria para alinhamento simétrico ocorre neste mês. O aparecimento da simetria oferece a evidência de força crescente e controle dos flexores bilaterais no pescoço e tronco. Isto ocorre pela estabilização simétrica dada pelos extensores. Postura simétrica e atividades bilaterais de extremidades superiores e inferiores são dominantes nesse período (movimentos de braços e pernas). O lactente de três meses consegue manter a cabeça na linha média por longo período de tempo, pois consegue de forma adequada usar os músculos esternocleidomastóide, os do complexo hióide, trapézio e esplênios capitais. O lactente consegue olhar para baixo em direção ao peito, pois o queixo consegue se mover para dentro e para trás (Thin tuck) o que significa flexão ativa de cabeça em uma coluna cervical estável. Esse movimento só ocorre se a cervical não estiver em extensão. A musculatura extensora se alonga excentricamente retificando a coluna cervical criando o alinhamento biomecânico apropriado para a ativação bilateral do esternocleidomastóide, realizando a flexão da cabeça. Os membros superiores se encontram junto ao peito e puxam a roupa, que significa uma rotação interna e flexão de úmero contra a gravidade (ALEXANDER et al., 1993; BLY, 1994).
O lactente começa a usar mais suas mãos, exploram a boca, seu corpo, roupas e as pessoas com quem mantém contato. Esses são passos importantes no desenvolvimento da consciência corporal (BLY, 1994). As mãos podem ser trazidas na linha média e observadas. Os dedos estão abertos, fechando-se quando os braços se colocam junto ao corpo, com retração escapular (FLEHMIG, 1987). O lactente pode segurar um brinquedo na mão, mas ainda não sabe o que fazer com ele (BLY, 1994). Tenta trazê-lo à boca; ainda não larga, apenas o faz quando as mão se abrem (FLEHMIG, 1987).
Nos membros inferiores, os chutes geralmente ocorrem no ar, quando ocorrem na superfície, o lactente encosta o pé no chão podendo causar extensão da coluna (BLY, 1994).
A estabilidade do tronco é conseguida através do recrutamento da sinergia flexora, incluindo a ativação dos peitorais, reto abdominal e extremidades. As pernas estão numa posição de “sapo”, com flexão de quadris e joelhos, levando ao contato pé-a-pé e pé-a-perna, iniciando o processo de auto-exploração e conhecimento corporal (ALEXANDER et al., 1993).
Em prono (Fig.10), o lactente pode erguer a cabeça de 45º a 90º na linha média. Isso ocorre devido não somente ao aumento do controle muscular, mas a diversos fatores. Dentre os quais podemos citar: o aumento das reações labirínticas e ópticas; o aumento da extensão da coluna lombar e torácica; a mudança no controle e posicionamento dos membros superiores; aumento do controle de músculos extensores lombares sinergistas que estabilizam o tronco e o aumento do alongamento dos flexores de quadril. Neste período, os cotovelos estão na linha ou em frente aos ombros, e o peso está nos cotovelos e antebraços. A criança pode fazer movimentos de arranhar com os dedos (BLY, 1994).
 Figura 10. Posição em Prono
BLY (1994) ainda sugere que pode ocorrer do lactente rolar ocasionalmente, mas não é comum neste período.
O quadril já se estende melhor, mas ainda está um pouco fletido (FLEHMIG, 1987). Para BLY (1994) a extensão do quadril e joelhos aumentou muito e a rotação externa do quadril diminui. Os tornozelos ganharam maior mobilidade e agora alternam de dorsifletidos para plantifletidos.
Quando tracionado para sentar (Fig.11), o lactente já colabora. A cabeça ainda não apresenta controle total, oscila de um lado para outro, mas acompanha bem. Quando sentado, o tronco é mais estável, mas o dorso e os braços ainda não se estendem plenamente (FLEHMIG, 1987).
 Figura 11. Tracionado para sentar
Segundo BLY (1994), quando a cabeça, ombro e pelve estão alinhados na postura sentada, o pescoço tem menor hiperextensão, demonstrando o aumento do controle de cabeça de flexores e extensores contra a gravidade. O peso fica centrado na tuberosidade isquiática. O lactente necessita de menos apoio para se manter na posição.
Quando colocado de pé (Fig.12), a fase de astasia-abasia desapareceu. O peso do corpo está sobre o pé. A posição dos braços e da escápula em adução reforçam a estabilidade do tronco. A sustentação da cabeça é obtida pela diminuição da hiperextensão cervical. A extensão dos joelhos mantém o lactente na postura (BLY, 1994).
 Figura 12. De pé
Quarto Mês
O quarto mês é marcado pelo início do controle, alternância e coordenação de movimentos. Neste período, o lactente pode facilmente alternar entre extensão e flexão tanto em prono como em supino. A cabeça e o tronco simétricos, orientação na linha média e movimentos simétricosbilaterais estão presentes. Neste mês o controle cefálico está completo (BLY, 1994).
Segundo ERHARDT (1990), existe uma demora entre a atenção visual no objeto e a ativação para alcançá-lo. Às vezes, o lactente observa o objeto e movimenta todo o corpo sem alcançá-lo. Ele pode fixar visualmente um objeto por longo período de tempo.
Os reflexos ainda presentes e mais fortes são as reações de retificação labiríntica e óptica. Nesse período acontece o início da reação de Landau. O RTCA ainda pode estar presente mais é diminuído. O Reflexo Tônico Cervical Simétrico pode aparecer.
Na posição supina, inicia-se o controle do úmero em flexão contra gravidade (Fig.13), ainda não é capaz de alcançar acima de 90º de flexão de úmero, porém, consegue agora manter o braço no espaço contra a gravidade por um curto período de tempo enquanto toca o brinquedo. Ele junta as mãos no espaço, alcança para baixo para tocar o joelho e/ ou a perna. A ativação do tríceps proporciona a extensão de cotovelo nesta fase. Através da repetição dessas atividades o lactente trabalha o aumento da força dos músculos abdominais, e o alongamento da porção proximal dos ísquios tibiais (origem), como também aumenta a mobilidade da articulação do quadril (ALEXANDER et al, 1993 ; BLY, 1994).
 Figura 13. Alcançando objetos
Consegue fazer extensão de cotovelo a 100º para alcançar objetos com as duas mãos, continua a explorar o corpo com as mãos e agora já consegue chegar até a cabeça, suas mãos estão geralmente abertas. Ela ainda não é capaz de soltar voluntariamente os objetos, no entanto, é a manipulação que faz com os dedos na linha média nesta fase, que prepara a criança para transferir objetos de uma mão para outra. Essas atividades são preparatórias para o soltar controlado ou voluntário no espaço que ocorrerá por volta do décimo mês (ERHARDT,1990).
Segundo BLY (1994), as pernas se movem simetricamente em sincronia com os braços. Os movimentos dos membros inferiores são totalmente sinérgicos, com poucos movimentos isolados das articulações. A mudança mais evidente neste período é o aumento na extensão do joelho, que se desenvolve com os chutes. Enquanto o lactente estende os joelhos com ação do quadríceps, os ísquiotibiais , gastrocnêmios e outros músculos são alongados. Apesar dos tornozelos ainda se manterem em dorsiflexão, a flexão plantar pode ser observada durante a extensão do joelho, o que inicia o alongamento dos ísquiotibiais. 
O lactente também empurra os pés contra a superfície de apoio na tentativa de estender o quadril, o que faz com que a coluna lombar e as extremidades inferiores participem de maneira ativa no movimento. Ele pode perder o controle quando elevar as pernas e então a pelve cai para um dos lados, isso ocasiona um alongamento de quadrado lombar e grande dorsal ( ALEXANDER et al, 1993; BLY, 1994).
O rolar para prono ainda não é possível, pois a flexão do quadril que está por baixo bloqueia o movimento, mas o lactente inicia o rolar para o lado (Fig.14) com uma postura flexora, já que as reações de retificação agindo sobre o corpo estão presentes, e a extremidade superior do corpo segue os membros inferiores. O lactente repete essa atividade muitas vezes, pois gosta da sensação e vira de lado sempre que for estimulado, ou se algum objeto chamar sua atenção. Essa posição tem muita importância na orientação visual, vestibular e proprioceptiva para o lactente (BLY, 1994).
 Figura 13. Rolar para Decúbito lateral
Os contatos olho-pé e mão-no-pé aparecem. Esta experiência sensória é perdida se a criança for incapaz de usar os músculos flexores contra a gravidade de forma efetiva (BLY 1994).
Em prono, a simetria e o aumento da extensão são marcantes (Fig. 14). O padrão da postura em prono pode ser descrita como a posição de pivoteio, que coincide com o início da reação de Landau, que será mais madura entre o quinto e o sexto mês (BLY, 1994). 
Há um aumento da extensão da cabeça, pescoço, coluna e quadril. A cabeça pode ser elevada a 90º na linha média. Os ombros estão flexionados e aduzidos horizontalmente, trazendo os braços para perto da linha do corpo. Os antebraços estão pronados, os punhos estendidos e os dedos fechados. O lactente consegue agora realizar a flexão da cabeça sem sair dessa posição. Faz também a rotação da cabeça, contribuindo para o aumento da mobilidade da coluna. Nesse período é difícil separar os movimentos da cabeça e do tronco, isso pode ser provado através da reação de Landau (BLY, 1994).
Enquanto o pescoço e a coluna se estendem com força e consistência, um aumento correspondente na extensão do quadril e joelho com a abdução do quadril é observado, e o Landau aparece. O alongamento do íliopsoas ocorre por inervação recíproca e a cápsula articular do quadril em sua porção anterior é mobilizada. Os membros inferiores são simetricamente estendidos, mas nenhuma das articulações ainda apresenta alongamento completo. O quadril está mais aduzido, com menor rotação externa e os joelhos ganham maior extensão (BLY, 1994). 
 Figura 14. Posição em Prono
No quarto mês, o lactente pode rolar de prono para lateral e ocasionalmente para supino. Entretanto, isso é mais comum no quinto mês. O início do rolar geralmente ocorre acidentalmente quando o lactente eleva-se e mantém o peso somente num antebraço, os ombros ainda não apresentam controle suficiente para suportar o peso, então os braços fazem adução e o lactente rola para lateral (BLY, 1994).
Quando puxado para sentar, o lactente organiza o movimento aumentando a atividade flexora, segura com os dedos, cotovelos e pernas em flexão, controla melhor a cabeça trazendo o queixo perto do tórax e mantendo na linha média. Segundo BLY (1994), quando sentado, ele pode permanecer na posição sem apoio por alguns segundos, mas não consegue fazer flexão da cabeça nessa posição. Ele se mantém na postura com adução escapular, o que limita o uso dos membros superiores para alguma função.
Quando colocado em pé, faz uma extensão de MMII para se manter na posição. A escápula está aduzida e o úmero em abdução para reforçar a extensão do tronco. Os cotovelos estão quase sempre em extensão, conseguindo manter um bom controle de cabeça. O lactente consegue se manter na postura tendo apenas o apoio da mãos, o tronco fica simetricamente em extensão com uma pequena lordose lombar (BLY, 1994).
Quinto mês
No quinto mês, o lactente usa a simetria e a orientação na linha média desenvolvidos durante o quarto mês e realiza movimentos voluntários e dissociados (BLY, 1994).
Ele apresenta maior controle sobre o corpo, e, como conseqüência, melhor qualidade do controle visual. O lactente agora vê o objeto e o alcança imediatamente. A coordenação olho-mão melhorou muito. Ele pode mover os olhos na horizontal, vertical e circular (ALEXANDER et al, 1993).
A Reação de Landau é aumentada, assim como as reações labirínticas e ópticas de retificação. As reações de equilíbrio iniciam em prono, e o reflexo de preensão palmar desaparece.
Na posição supina, o tronco está simétrico e alinhado com a cabeça. Os MMII apresentam-se em rotação externa e abduçãoe os joelhos em extensão (FLEHMIG, 1987).
O lactente apresenta controle de cabeça, ombros, abdômen e flexores do quadril contra a gravidade, já pode levar os pés a boca (Fig.15) e as mãos até os pés, proporcionando um alongamento dos músculos extensores lombares, origem dos ísquiotibiais, extensores e rotadores internos do quadril. Quando realiza a flexão da cabeça nessa posição, também estará alongando os extensores cervicais assim como ativando os flexores (BLY, 1994).
 Figura 15. Levando os pés na boca
O lactente de cinco meses continua a usar o padrão bilateral de alcance, mas agora, uma mão agarra o objeto e a outra mão vem ajudar, consegue fazer a flexão do úmero e não é mais limitado pela adução.A extensão de cotovelo chega até 110º (ERHARDT 1990). 
Os flexores do cotovelo são alongados progressivamente quando o lactente brinca levando as mãos aos pés durante o quinto e sexto meses. O lactente de cinco meses tem todos os graus de liberdade de movimento na parte superior da caixa torácica e braços (BLY, 1994).
Para rolar de supino para o lado, inicia-se com uma posição simétrica de flexão. O lactente roda a cabeça para o lado, e o resto do corpo segue o movimento, rolando em bloco. Em decúbito lateral pode, enquanto flete uma perna, estender a outra. Ainda não é capaz de completar o movimento rolando para posição de prono (BLY, 1994).
Em prono, nesta fase, o lactente é capaz de levantar a cabeça, ombros e pernas simultaneamente sobre a base de apoio, balançando-se para trás e para frente nessa posição (mataborrão) (Fig.16). Nessa época ele procura agarrar objetos nessa posição, além de desenvolver a capacidade para o deslocamento lateral de sua massa corporal. Outro meio de deslocamento é o de se arrastar sobre o chão com auxílio dos braços (SHEPHERD, 1998).
 Figura 16. Elevação da cabeça, 
 ombros e pelve simultaneamente
BLY (1994) sugere que nessa posição, continua a maturação da reação de Landau. O controle cervical está completamente desenvolvido, o lactente pode rodar a cabeça para os dois lados, podendo usar a posição de pivoteio, que neste mês é descrito como "nadar", devido aos movimentos oscilantes e alternados dos membros superiores. Nesta posição, ele pode alcançar objetos à sua frente, com as duas mãos, provocando um alongamento da musculatura anterior do ombro e preparando-a para uma contração eficiente.
Apesar dos membros inferiores estarem menos ativos do que os superiores, algumas mudanças também estão acontecendo. A ativação da extensão no quadril, joelho e tornozelo continuam. A extensão do quadril é realizada pela ativação do glúteo máximo. O lactente de cinco meses, começa a fazer flexão de joelhos contra a gravidade quando o quadril está em extensão. Os tornozelos estão começando a alternar mais de posição entre dorsifletidos e plantifletidos (BLY, 1994).
Pode rolar de prono para supino, o que geralmente ocorre acidentalmente pois o lactente ainda não apresenta controle total de ombros. Rola usando a extensão como primeiro componente e ainda não apresenta reações de equilíbrio (BLY, 1994).
Quando tracionado para sentar, ativa flexores do tronco e do pescoço com antecipação e usa a força de abdominais, podendo ativamente alcançar os dedos do examinador e realizar uma flexão de cotovelos para auxiliar quando for tracionado (SHEPEHERD, 1998; BLY, 1994).
Sentado, consegue se manter segurando nas mãos do examinador ou com suporte de tronco. Nessa posição, está mais funcional do que no mês anterior, podendo interagir com o ambiente e brincar, embora ainda não consiga manipular os objetos. Pode também, se manter sem suporte, apoiando os membros superiores na sua frente em extensão (Reação de equilíbrio para frente) (BLY, 1994).
Quando é colocado em pé, o lactente pode se manter numa postura ereta sendo segurado pelas mãos ou pelo tronco, não precisando mais da adução escapular para se manter na posição. O peso é todo descarregado nas pernas em extensão. Apesar da contração de quadríceps para manter a extensão do joelho forte, o lactente pode começar a flexionar o joelho. O movimento de sobe - desce proporciona estimulação vestibular e proprioceptiva (BLY, 1994).
Sexto mês
Durante o sexto mês, o lactente desenvolve a assimetria voluntária, dissociação, movimentos recíprocos, coordenados e integra previamente o desenvolvimento de componentes de movimento. Esses avanços na maturação e controle neuromuscular, habilitam o lactente ser mais funcional. Devido ao aumento do controle de tronco, o controle de cabeça é completamente desenvolvido, habilitando o bebê a facilmente estender a cabeça em prono, flexionar em supino e realizar também as flexões laterais. Esses movimentos, ou reações de endireitamento, continuam a se desenvolver através do sistema óptico e vestibular (ALEXANDER et al., 1993; BLY, 1994).
As reações de retificação da cabeça e a reação de Landau aparecem fortes. Iniciam as reações de equilíbrio.
Na postura supina, o lactente tem o controle flexor contra a gravidade possibilitando-o flexionar e erguer a cabeça independentemente. Quando o bebê brinca com flexão cervical, a musculatura flexora capital e cervical é contraída enquanto que os extensores são alongados (BLY, 1994).
Consegue também brincar com os pés, essa posição é muito importante pois alonga músculos paravertebrais e ativa os músculos abdominais, realiza mínima flexão da coluna, mas além da ativação de abdominais, simultaneamente alonga os músculos lombares. A ativação dos oblíquos, é muito importante no desenvolvimento da rotação isolada da pelve para os dois lados. Os membros superiores parecem estar mais fortes e com maior controle voluntário da musculatura do que no mês anterior, pode alcançar um brinquedo com os dois braços nessa posição. Com o objeto nas mãos, agora consegue manipulá-lo e explorá-lo. As pernas estão em flexão, rotação externa e abduzidas e podem estender-se bem. Os movimentos são coordenados. A dissociação e o desenvolvimento do controle motor de membros inferiores pode ser demonstrado quando o lactente brinca com o pé no joelho oposto (ALEXANDER et al, 1993; BLY, 1994; SHEPHERD ,1998).
O lactente de seis meses começa a desenvolver e utilizar as reações de equilíbrio, podendo realizar flexão da cabeça, ombros e quadril contra a gravidade. Tradicionalmente, as reações de equilíbrio tem sido consideradas como uma resposta a um desequilíbrio no centro de gravidade ativando assim o sistema vestibular (BLY, 1994).
Nesse mês, o lactente consegue rolar de supino para prono (Fig.17). Os componentes para o movimento foram sendo adquiridos durante os meses anteriores, e agora o lactente tem a capacidade de combinar os vários componentes e completar por inteiro o movimento. O rolar de supino para prono inicia-se pela flexão, rotação e transferência de peso para lateral. A cabeça é rodada e imediatamente fletida, os braços acompanham o corpo, utilizando a flexão e adução do ombro com abdução escapular. Os membros inferiores se movem bilateralmente com flexão de quadril e extensão de joelhos. Esses movimentos de membros superiores e inferiores, facilitam a flexão do tronco e a contração abdominal. A cabeça então realiza uma flexão lateral, ocorre a ativação da musculatura oblíqua de abdominais e uma flexão lateral de tronco contra a gravidade. O úmero faz uma abdução que auxilia na elevação do tronco e os membros inferiores se dissociam assimetricamente, fazendo uma abdução da perna de cima. Completando o rolar, o lactente passa de uma flexão lateral de cabeça, para uma rotação e extensão enquanto que o tronco passa de flexão lateral para uma extensão simétrica (ALEXANDER et al, 1993; BLY, 1994).
Figura 17. Rolando de supino para prono
Em prono, o lactente tem um controle forte de extensores contra a gravidade (Fig.18). A reação de Landau está madura. Passam mais tempo em prono, e as habilidades que desenvolvem nessa posição, é uma preparação para o arrastar, engatinhar e escalar. O lactente já desenvolveu todo o controle de cabeça e pode realizar flexão, extensão, flexão lateral e rotação, com os membros superiores em extensão. Para permanecer nessa posição, o tríceps braquial é contraído para manter o cotovelo em extensão e o bebê fica com as mãos abertas servindo de apoio. A posição de pivoteio em prono ainda está presente, onde o lactente faz uma extensão de cabeça, tronco e quadril, podendo alternar essa posição com a de apoio das mãos e extensão de cotovelos. O movimento de pivotear, diferente da posição descrita anteriormente, só ocorre quando o bebê atinge o final do sexto ou sétimo mês. Ele é capaz de se locomover e alcançar objetos emdiferentes posições (ALEXANDER et al.; 1993; BLY, 1994)
 Figura 18. Posição em Prono
 Embora nesse período o lactente já consiga usar como apoio as mãos com os cotovelos estendidos, ele prefere usar o antebraço como suporte de peso. O lactente consegue agarrar os brinquedos, mas ainda tem dificuldades de manuseá-lo nessa posição. Quando quer alcançar um brinquedo a sua frente, nessa tentativa, o esforço de se mover para frente o empurra para trás. A flexão de ombro e a extensão de cotovelo aumentam. Nessas tentativas de se locomover, o lactente consegue se empurrar para cima e ficar na posição de quadrúpede (Fig.19). Para que ele consiga se manter nessa posição, é necessário que ele tenha um ótimo controle dos músculos do tronco, pelve e quadril. Embora assuma essa posição, ainda não consegue se mover (engatinhar) (ALEXANDER et al; 1993; BLY, 1994; SHEPHERD, 1998).
 Figura 19. Posição de quadrúpede
Nesse mês, eles já são capazes de rolar de prono para supino, embora maioria não o faz, pois são muito mais funcionais em prono. O movimento de rolar para supino, continua sendo uma atividade extensora que ocorre quando o lactente transfere seu peso lateralmente fazendo assim a extensão da cabeça, tronco e quadril para conseguir rolar (BLY, 1994).
Quando tracionado para sentar, o lactente participa ativamente, estende os braços e segura nas mãos do examinador realizando a flexão dos membros inferiores. Os músculos abdominais são ativados e quando está sendo puxado, faz uma extensão de quadril e joelhos (ALEXANDER et al., 1993; BLY, 1994).
Segundo CUSICK (1990), a posição sentada geralmente estabelecida, é a aquisição de “sentar em anel” (pernas de sapo) (Fig.20). Nesta posição, as pernas se arrumam em um anel com as plantas dos pés na direção uma da outra e os joelhos flexionados mantidos em grande proximidade ao chão. Esta arrumação das pernas dá estabilidade posicional que ajuda a bloquear uma queda para frente ou para o lado.
 Figura 20. Sentado em anel
Quando o lactente transfere o peso lateralmente na posição sentada em anel, o quadril no lado que suporta o peso faz adução e rotação externa pressionando o joelho na superfície de apoio. Desta maneira, a criança evita uma queda contrapondo e fazendo ajustes de maneira a preservar o equilíbrio contra a gravidade. Esta ativação dos músculos do quadril, aplica uma força de torque lateral ao fêmur, enquanto se prepara para execução, mais tarde, dos mesmos movimentos nas transições de progressão para a posição de quadrúpede. O lactente também pode demonstrar reação de proteção anterior (BLY, 1994).
A posição de pé, ainda é uma postura estática, embora tenha aumentado o controle de cabeça, tronco e quadril. O bebê também controla melhor a flexão e extensão de joelhos. O quadril está mais aduzido e a tíbia rodada externamente (BLY, 1994).
Sétimo mês
No sétimo mês, a criança pode ficar na posição supina, prono, senta, engatinha e levanta quando auxiliada. Apresenta também os reflexo de preensão plantar, reflexo postural labiríntico, reação Landau, reação postural de retificação (BOBATH & BOBATH, 1989; FLEHMING, 1987; CAMARGO, 1997; DIAMENT & CYPEL, 1996).
	A partir do primeiro ano de vida, a atividade da criança é enriquecida pelas primeiras ações coordenadas, neste momento a criança passa a explorar partes do seu corpo e objetos, desde que estejam no seu campo visual. No início, a atividade sensorial tátil não está suficientemente madura, e o único meio de explorar os objetos e através da boca. A partir do momento em que a motricidade fina da mão e dos dedos torna possível a palpação, a mão constitui a base de uma atividade exploratória (CAMARGO, 1997; LE BOULCH, 1992).
	Nesta fase a criança agarra objetos e os transfere de uma mão para a outra, repete constantemente esse processo, somente interrompido quando leva-o à boca. Os objetos menores e maiores são agarrados quase sempre com a palma da mão. Aprende a identificar dois objetos diferentes, batendo-os um contra o outro e experimentando. A preensão é realizada principalmente com o polegar, indicador e o dedo médio. Os objetos mais finos são apanhados entre o polegar e o indicador (FLEHMING, 1987; CORIAT, 1991; LE BOULCH, 1992).
Em supino, o lactente também tem suficiente controle flexor antigravitacional do tronco para levantar e brincar com os pés e ainda explorá-los com a boca. Pode deixar as pernas cair para o lado e reerguê-las, sem ter que rolar para o lado, requisitando a ação dos músculos oblíquos abdominais. Durante a atividade antigravitacional do músculo do tronco a coluna torácica não flete. Não gosta desta posição então, rola sobre si mesmo ou senta (BLY, 1994; BOBATH & BOBATH, 1989).
O lactente já não permanece na posição supina, podendo estender os dois braços, erguendo a cabeça independentemente e sustentando-a, pois o controle flexor atingravitacional esta completamente desenvolvido. Durante a sustentação da cabeça o pescoço está alongado, o queixo protraído e os ombros estão deprimidos. O controle de flexão da cabeça requer ação sinérgica dos músculos oblíquos abdominais para estabilizar a caixa torácica, subseqüentemente fornecendo um ponto de estabilidade sobre o qual pode fletir e sustentar a cabeça (BLY, 1994 E FLEHMING, 1987).
O lactente rola rapidamente de supino para decúbito lateral ou para prono, em qualquer dos casos é caracterizado pela forte flexão lateral do tronco e pescoço, o que significa um equilíbrio entre os músculo flexores e extensores. A posição lateral fornece assimetria para o tronco, aumentando a estimulação da reação postural do corpo sobre a cabeça. Essa posição também fornece estimulação visual e vestibular pelo controle lateral da cabeça e da reação postural da cabeça sobre o corpo. Com o aumento da reação lateral ocorre o alongamento dos músculos contralaterais do pescoço (BLY, 1994).
	Na posição prona adota uma postura de extensão, com boa abdução dos braços e das pernas. Com o equilíbrio estabelecido nesta posição o lactente adquire habilidade de estender e girar nesta posição o que permite que ele transfira o peso para o braço estendido e gire o corpo deixando o outro braço livre para explorar o espaço (BOBATH, 1989).
	O lactente tem controle de tronco e dissociação úmero-escapular para procurar em todas as direções. Tendo apreendido o objeto, o lactente sempre rola para o lado para brincar e levar o brinquedo à boca. Consegue pivotear e os braços movem-se ativamente sobre o plano frontal alternando em abdução e adução, sendo necessária a dissociação escápulo-umeral para realização dos movimentos. No braço para o qual a face esta virada o apoio da mão esta do lado ulnar, isso liberta os dedos para aprender o brinquedo. No outro braço, a cabeça do úmero está rodada internamente e o peso está do lado radial da mão alongando assim os músculos tênares. Essa experiência de troca de peso fornece variedade de estímulos sensoriais para os braços, mãos e contribuem para a formação do arco palmar (BLY, 1994).
	O pivoteamento é uma atividade a qual o lactente pode pegar brinquedos e explorar o mundo. Normalmente, o lactente que fica em quadrúpede não pivoteia (BLY, 1994).
O lactente passa de prono para decúbito lateral, e então para posição quadrúpede. Uma vez em quadrúpede, pode balançar para frente, para trás e para o lado. Os primeiros movimentos são tão grandes que levam à queda, então mudam para pequenos movimentos sem quedas. O balanço requer suficiente estabilidade da coluna para permitir estabilidade e mobilidade escapular. O balanço também fornece estimulação proprioceptiva, vestibular e fortalece os músculos do ombro e quadril (BLY, 1994).
	A maioria do controle desse balanço vem inicialmente das extremidades superiores. A extremidade inferior assume uma posição estável de flexão, abdução e rotação externa. A estabilidade pélvica femural parece ser mantida por forte contraçãodos flexores de quadril. Nessa fase, os joelhos são fletidos e tornozelos em dorsiflexão, sugerindo contração sinérgica dos flexores do quadril, joelhos e tornozelos. A Ação dos flexores de quadril conduz para uma anteriorização da pelve e inibição dos extensores do quadril (BLY, 1994).
	A postura quadrúpede permite ao lactente movimentos simples de deslocamento do centro de gravidade do corpo ântero-posteriormente. Esses e outros movimentos, como inspeção visual e tátil da superfície, fornecem informações relevantes para a locomoção quadrúpede (MORAES, et al., 1998).
	Para a aquisição do engatinhar deve haver uma evolução tônica que permita a manutenção da postura quadrúpede e os reflexos tônicos cervicais devem ser integrados ao sistema nervoso central, para possibilitar os movimentos dos membros independentemente do pescoço e cabeça (MORAES, et al., 1998).
A transferência de peso sobre as mãos enquanto na posição quadrúpede (Fig.21) também contribui para o desenvolvimento dos arcos palmares da mão. Da posição quadrúpede consegue passar para a posição de urso (Fig.22). Essa posição, é uma habilidade mais avançada do que assumir a posição de quatro, porque ela requer mais estabilidade do ombro e controle da pélvis, para execução perfeita. Três avanços são evidentes para assumir a postura de urso, o alongamento dos ísquios tibiais por ativação do quadríceps, alongamento da fáscia plantar e musculatura intrínseca plantar e hiperextensão dos dedos dos pés, pela aplicação de pressão na superfície da sola do pé, modificada pelo grau de rotação externa evidente nos quadris (ALEXANDER et al., 1993; BLY, 1994).
 Figura 21. Posição de quadrúpede Figura 22. Posição de urso
	Para que o lactente sente sem apoio, é necessário coordenação das informações sensório-motoras que associam a cabeça e o tronco no controle da postura. Assim, apresenta bom equilíbrio quando se inclina para frente com apoio dos braços. Quando inclinada passivamente para o lado, os braços e as mãos estendem-se para equilibrar-se sem que haja uma rotação muito boa. No início, sua coluna é muito “cifótica” e por isso a posição não pode ser mantida por muito tempo. Sentar-se com as pernas retas provoca hipercifose e sendo assim, a criança desejará sentar-se com as pernas flexionadas o que alarga a superfície de sustentação e proporciona melhor equilíbrio para o tronco, tornando mais fácil o sentar com a coluna mais retificada (HOLLE, 1990; FLEHMING, 1987; BOBATH & BOBATH, 1989; SHUMWAY-COOK & WOOLLACOTT, 2003).
	Sentando-se no chão, o lactente se sustentará no início com ambas as mãos, sejam apoiadas sobre o chão ou sobre suas pernas. A reação de proteção está sendo desenvolvida e, por isso, quando a criança cai procura apoio à frente ou dos lados (HOLLE, 1990).
	O lactente se puxa para levantar, segurando nas mobílias, tenta equilibrar-se e oscila nesta posição para cima e para baixo, equilibra-se às vezes por um curto período. O quadril já está bem estendido, com inclinação para o lado e já existem movimentos compensatórios. Apresenta boa colocação da cabeça no espaço e simetria de atitude (FLEHMING,1987; BOBATH & BOBATH, 1989).
	Quando em pé, com as pernas em uma posição estável, o lactente se estabiliza com uma mão e com a outra procura objetos. O tronco inferior, pelve e extremidade inferior permanece simétricos e estável assegurando a estabilidade do centro de gravidade (BLY, 1994).
	Apesar de no sétimo mês o lactente poder ficar por si só de pé, não consegue ainda voltar para o chão sozinho. O lactente consegue caminhar quando apoiado. As extremidades inferiores são alternadamente fletidas e estendidas enquanto mantidas em abdução e rotação externa, as escápulas estão abduzidas, progredindo com flexão ventral do tronco superior e depende que alguém a segure para poder se deslocar (BLY, 1994).
	O engatinhar e a marcha são importantes marcos no desenvolvimento motor da criança, representando as primeiras expressões da locomoção. Estes comportamentos motores refletem mudanças radicais na estrutura corporal, na coordenação e no controle motor, devido à maturação do sistema nervoso central ( MORAES, et al, 1998).
Oitavo mês
O lactente já não permanece na posição supina, e quando colocado, rapidamente muda de postura para ter independência funcional (BLY, 1994 ; FLEHMING, 1987).
O lactente melhora constantemente o equilíbrio nas posições supino e prono e começa a sentar sozinho. Quando perde o equilíbrio logo consegue reestabelecê-lo. Tem predileção clara por uma das mãos, apesar de ainda manipular muito com as duas mãos. Continua apresentando os reflexo de preensão plantar, reflexo postural labiríntico, reação postural de retificação, reação de proteção e reação de Landau (FLEHMING, 1987).
Nesta fase, alcança todos os brinquedos que estão a sua volta. Acompanha com os olhos os brinquedos que caem. Bate com as mãos, faz tchau e brinca de esconder. Larga propositalmente objetos e já os pega com o polegar e o indicador. Brinca à mesa com objetos menores e maiores e tenta descobrir o que aconteceu quando desloca ou joga para baixo alguma coisa. Se atira um objeto no chão e alguém torna a levantá-lo, o lactente repete a ação até que a pessoa desista (FLEHMING, 1987; MEYERHOF, 1994).
	O lactente pratica diversos atos com os dedos, de caráter provavelmente explorador. Neste momento, denunciando o interesse crescente do lactente pelos rostos, seu dedo indicador começa a ser usado para explorar a face da mãe ou pai. O lactente agarra objetos estreitos com o polegar e indicador, começa sistematicamente a tocar, apalpar, esfregar, apertar e bater os objetos, aprende a conhecer materiais e a distinguir superfícies agradáveis e desagradáveis. O principal elemento do sistema motor, responsável pelos movimentos independentes dos dedos e pela destreza motora, parece ser as sinapses entre os neurônios do tracto córtico-espinhal (SHEPHERD, 1995; FLEHMING, 1987).
	Em prono, o lactente tem bom controle de cabeça e desta posição, pode passar para a posição de quem vai engatinhar, às vezes engatinha mesmo, embora ainda sem segurança e sem rotação. Vira-se em círculo em torno do próprio eixo. Os quadris estão em rotação externa, as pernas movem-se livremente. O lactente senta-se, às vezes ajudado, passando da posição prono para a posição sentada virando-se de lado. Ainda engatinha sobre as mãos e joelhos ou sobre um pé e um joelho (BOBATH & BOBATH, 1989 ; FLEHMING, 1987).
	O uso do apoio manual para se manter sentado é somente ocasional e a coluna, que ao sexto mês era ainda um arco convexo para trás, começa a desenhar as curvaturas (convexidade dorsal e concavidade lombar) que se manterão nas idades posteriores. O lactente pode manter-se sentado sem se apoiar com os membros superiores (CORIAT, 1991).
O lactente senta-se com a coluna reta e com bom controle do tronco, e quando perde o equilíbrio consegue recupera-lo apoiando o braço para os lados (Fig. 23). Os músculos pélvico femurais e do tronco são suficientes para estabilizar a postura. Vira-se em torno do próprio eixo, sem apoio do braço, exibindo bom equilíbrio. Utiliza uma grande variedade de posições das extremidades inferiores, o que é muito importante para o seu desenvolvimento neuromotor normal (BLY, 1994; FLEHMING, 1987).
 Figura 23. Sentado sem apoio
	Os ajustes posturais na posição sentada exigem a coordenação dos grupos musculares que ligam as extremidades inferiores com o tronco. Tal como acontece na posição em pé, esses músculos precisam ser ativados antes que o lactente levante o braço para pegar um objeto, isso quer dizer que eles precisam contrair-se antecipadamente, criando condições para que qualquer perturbação, se ocorrer, não provoque a queda do lactente nem o obrigue a realizar ajustes reacionais posteriores ao movimento do braço (SHEPHERD, 1995).
	Como os músculos pélvicos femurais vêm a ser mais eficientes no controle da postura sentada, olactente reduz sua base de suporte. As pernas progridem para frente na posição long-sitting onde os quadris estão mais aduzidos e menos rodados externamente e os joelhos estão estendidos (BLY, 1994).
	Inicialmente, a postura long-sitting sempre envolve abdução exagerada com semiflexão de joelhos. Quando a postura é nova ou as atividades motoras finas são intensas, o lactente tenta compensar a falta de estabilidade posicional nos quadris, com movimento dos artelhos, o que faz um aumento do tônico da extremidade inferior e conseqüentemente o aumento da estabilidade. A rotação externa exagerada dos quadris é também utilizada para manter esta estabilidade pélvica (BLY, 1994).
	O lactente freqüentemente pratica rotação de tronco (movimento no plano transverso) na posição sentada. A rotação da cabeça causa endireitamento da coluna e a pelve roda sobre o fêmur. Rotações da pelve em direção ao lado da face são controladas pela atividade dos rotadores externos do quadril (BLY, 1994).
	Side-sitting é uma posição transicional para maioria dos lactentes, eles não permanecem muito tempo na posição e conforme o lactente vai aumentando o controle nesta posição, vai diminuindo a base (BLY, 1994).
	Pode mover-se facilmente da posição sentada para quadrúpede iniciando esta posição flexionando uma das pernas e os pés sobre o corpo, enquanto a outra perna fica abduzida, fletida e rodada externamente fornecendo estabilidade para a pelve. Desde que a perna esteja fletida sobre o corpo o lactente move a perna e o tronco para frente. O tronco permanece simetricamente estendido e ocorre movimento no plano sagital. Para engatinhar é necessário ter mobilidade do quadril. Durante o movimento, a perna que está suportando o peso deve ficar rodada internamente para se alinhar com o tronco. A perna que não está suportando o peso deve ficar fletida, abduzida e rodada externamente com o pé sobre o chão. Na transição de sentado para quadrúpede a maioria dos lactentes ajustam a perna abduzida para adução para mantê-la alinhada com a pelve e o tronco (BLY, 1994). 
	O lactente já engatinha com rotação ainda deficiente, mas isto é aprendido por muitos desta idade rapidamente (Fig. 24). Às vezes, girando passa da posição sentada em side-sitting para a posição sentada propriamente dita. Cada vez mais rapidamente muda de posição e movimenta-se (FLEHMING, 1987).
O desenvolvimento do engatinhar geralmente começa com a brincadeira exploratória de quatro, enquanto a criança se estica para pegar um brinquedo e se curva para frente e/ou para o lado. Quando os abdominais dão suporte anterior para a pélvis, esse “esticar e curvar para frente” resulta em carga diagonal simultânea na mão que suporta o peso e no joelho oposto. Os adutores contribuem para a estabilidade do quadril na carga diagonal. A parte proximal do adutor magnus exerce uma força de torque lateral no corpo do fêmur. O engatinhar amadurece em eficiência, à medida que à base de suporte diminui e ocorre a contra-rotação entre ombros e pélvis (ALEXANDER et al, 1993).
	O engatinhar é a forma mais eficiente para locomover, utilizando movimentos recíprocos de extremidade ao qual requer controle diagonal e de rotação de tronco. Quando o braço esquerdo está levantado, o peso é transferido lateralmente para o braço direito e uma súbita rotação do tronco superior ocorre. Quando a perna direita está levantada o peso é transferido lateralmente para a perna esquerda e súbita rotação do tronco inferior ocorre. Dessa forma o tronco superior roda para esquerda e o inferior roda para direita, movimento chamado de contra-rotação, que ocorre no nível T7, T8 (BLY, 1994; KAPANDJI, 1990).
 Figura 24. Engatinhar
	A posição em pé é assumida apenas se o lactente segura em móveis ou se alguém o segure (Fig.25). Para ficar em pé é importante que tenha um bom controle das extremidades superiores para que realizem a maior parte do trabalho, enquanto as pernas dão assistência. De quadrúpede se puxam para ficar em pé e então, com ligeira oscilação, artelhos em garra, e por não ter bom equilíbrio nesta posição pode ainda ser visto o reflexo de preensão plantar ( BLY, 1994; FLEHMING, 1987 & SHEPHERD, 1995).
 Figura 25. Puxando para ficar de pé
	O principal componente do ato de levantar-se que o lactente precisa adquirir ao longo do seu desenvolvimento parece ser a capacidade de controlar o impulso do corpo para frente quando o centro de gravidade é deslocado para diante, das coxas, para os pés. Se não for devidamente controlado, este ato constitui considerável ameaça para o equilíbrio. Desenvolve também a capacidade de se colocar em pé, partindo da posição de cócoras, assim como da posição ajoelhada ou semi-ajoelhada (SHEPHERD, 1995).
	Levantando-se as pernas estão bastante abduzidas, o lactente pode andar, segurando nas mobílias ou segurado por ambas as mãos (BOBATH & BOBATH, 1989).
	Tem habilidade de trocar o peso nas pernas nos três planos e utilizam esta habilidade para segurar o objeto e explorar o ambiente. Na posição em pé o lactente abduz a perna para estabilizar a postura. A estabilidade da extremidade inferior possibilita que o lactente tenha os braços livres para explorar o ambiente, mas mesmo assim os braços são utilizados para estabilidade postural. O movimento no plano sagital é usado para levantar, ficar em pé e abaixar para pegar um objeto (BLY, 1994; CORIAT,1991; FLEHMING, 1987).
	Depois de se colocar em pé, geralmente encontra dificuldades para voltar a sentar-se, a não ser largando o apoio e se deixando cair. É bem provável que o controle da atividade muscular excêntrica contra o peso da massa corporal seja mais difícil que a atividade concêntrica, exigindo força e controle que o lactente ainda não é capaz de exercer. De qualquer maneira, o lactente não requer muito exercício para aprender a dominar o ato nos dois sentidos (SHEPHERD, 1995).
	O andar é em passos titubeantes e há necessidade que alguém o segure. Desta forma, a parte superior do tronco fica fixa realizando adução das escapulas. Os quadris estão abduzidos e rodados externamente assumindo uma base estável de suporte e mais alinhados com o ombro, mas isso é acompanhado com hiperextensão de tronco e lordose lombar que aumenta a extensão. Os movimentos da extremidade inferior ocorrem primeiro no plano sagital e frontal e o andar para frente não é realizado com rotação da pelve em torno do fêmur (BLY, 1994).
	
Nono mês
No nono mês, o lactente pode realizar movimentos e manter atitude. As articulações são móveis e estão preparadas para a posição ereta (FLEHMING, 1987). 
	Apresenta um bom equilíbrio nas posições supina, prono e sentada. Pode, mediante movimentos, manter ou restabelecer o equilíbrio, apoiar-se para frente, para o lado, mas ainda não para trás (FLEHMING, 1987).
Consegue agarrar objetos em todas as posições nas quais tem equilíbrio e pega objetos mesmo fora do seu alcance. As mãos estão abertas e os dedos preparados para atividades mais finas, com uma preensão em pinça um tanto imatura. As mãos juntam-se na linha média; brinca com as mãos, pés, o corpo inteiro e assim aprende a conhecê-lo (FLEHMING, 1987; CORIAT, 1991).
	Quase nunca assume a posição supina e prono, virando-se para a posição lateral, e sentando-se. Às vezes, primeiro passa de prono para a posição quadrúpede e depois, voltando-se de lado, senta-se (FLEHMING, 1987).
	Senta-se estavelmente com bom equilíbrio da cabeça e do corpo e mantém-se nesta posição com contramovimentos do corpo. Pode apoiar-se para diante e para o lado e mostra boa rotação do tronco, podendo assumir atitudes simétricas (FLEHMING, 1987; HOLLE, 1990).
	O lactente pode rastejar e realizar a passagem para quadrúpede o que possibilita a coordenação dos braços e pernas. Entre o nono e o décimo mês o lactente pode se manter de pé ajudando-se com seus braços (LE BOULCH, 1992).
	O lactente levanta-se segurando emmóveis e fica em pé com bastante estabilidade, dando os primeiros passos com apoio e andando ao longo dos móveis (Fig. 26). Na posição em pé oscila com ligeira flexão dos joelhos e às vezes também com flexão ou extensão do quadril. Desta posição pode soltar-se caindo para posição sentada. Sentado ou em pé, passa para posição quadrúpede e assim pode locomover-se com muita rapidez, podendo acompanhar a mãe, ou sendo acompanhado por ela, o que representa dimensão nova de interação (FLEHMING, 1987).
 Figura 26. Andando ao redor dos móveis
	A deambulação com apoio inicia-se do sexto ao nono mês, apoio este que é dado pela mãe ou pelos móveis, locomovendo-se ao redor deles. Ainda não existem pesquisas sobre a dinâmica da marcha em sentido lateral, mas parece que esta constitui um meio para desenvolver o controle postural durante a locomoção. Quando o lactente se move colocando um pé lateralmente em relação ao outro, realiza um treino importante para a marcha na qual uma das funções responsáveis pela iniciação da marcha consiste em deslocar o peso do corpo sobre o pé fixo (SHEPHERD, 1995).
	Quando andando apoiado, o lactente fixa o tronco superior e limita os graus de liberdade com forte adução da escápula. Essa adução da escápula facilita a extensão da coluna e uma anteversão pélvica. O quadril esta alinhado com o ombro, como conseqüência da extensão lombar e da anteversão pélvica e não devido a extensão do quadril. Como resultado da anteversão pélvica, o quadril permanece fletido e a abdução e rotação externa continuam a fornecer uma ampla base de suporte (BLY, 1994).
	Durante a fase de balanço o lactente move o quadril, joelhos e tornozelo em sincronismo com a flexão, abdução e rotação externa, e durante a fase de apoio a criança utiliza abdução e rotação externa do quadril para manter uma base grande de suporte para estabilidade (BLY, 1994).
	
Décimo mês
No décimo mês as articulações independentemente da gravidade estão bem preparadas para a posição ereta e marcha (FLEHMING, 1987).
	Consegue alcançar um brinquedo e também já o larga. Atira o brinquedo para baixo e espera que o adulto o levante para recomeçar a brincadeira. O lactente pega em objetos com o polegar e o indicador (preensão em pinça). Tira os objetos de uma caixa e torna a colocá-los. Ainda não acha objetos que foram escondidos de sua vista. Interessa-se por estímulos mais finos. Já brinca bastante concentrado com cubos e outros objetos parecidos (FLEHMING, 1987).
	No décimo e décimo primeiro meses, a coordenação entre os músculos flexores e extensores da mão começa a equilibrar-se. O lactente abre a mão voluntariamente, consegue dar um objeto, colocá-lo numa bacia, coloca uns sobre os outros desde que se demonstre como fazer ( SHEPHERD, 1995 & MEYERHOT, 1994)
	Agarra objetos estreitos com o polegar e o indicador fletidos em preensão de pinça, realizando boa supinação, com ombro totalmente móvel (Fig.27). Troca de objetos de uma mão para outra (FLEHMING, 1987).
 Figura 27. Pinça
	As funções das mãos se aperfeiçoam e da pinça inferior “tipo tesoura” passa-se a outro tipo de pinça, onde se observa a oposição do polegar (CORIAT, 1991).
.	O lactente senta-se sozinho, com bom equilíbrio. Apresenta reação protetora dos braços para frente, para o lado e para trás e a atitude simétrica é sempre possível além de conseguir deslizar para frente em redor do próprio eixo (FLEHMING, 1987; BOBATH,).
	O lactente pode engatinhar com rapidez e com boa rotação. De sentado e em pé passa para a posição quadrúpede. Este tipo de movimento para frente é bem observado pelas pessoas que o cercam porque ele se coloca a todo instante em perigo, querendo pegar em tudo (FLEHMING, 1987).
	Ergue-se para ficar em pé segurando-se em móveis, mas também já pode, às vezes, ficar em pé sozinho e quando segurado por alguém, fica em pé com bastante estabilidade e anda apoiado (FLEHMING, 1987; UMPHRED, 1994).
	Na posição em pé, às vezes, o lactente já se solta mas ainda dá passos com apoio. Na maior parte das vezes, anda ao redor dos móveis. Desta posição consegue se sentar com bons estádios motores intermediários e transfere-se com freqüência para o engatinhar (FLEHMING, 1987; BLY, 1994).
	O lactente encontra estabilidade durante o caminhar usando adução das escápulas, extensão do tronco e anteversão da pelve. Como a mobilidade da rotação pélvica femural e o controle aumentam, o lactente pode realizar dissociação das extremidades inferiores durante a marcha (BLY, 1994).
	Utiliza a extensão do tronco quando deambulando para frente com apoio. Até a rotação pélvica femural estar desenvolvida, o lactente deve utilizar a extensão do tronco para aumentar a extensão da extremidade inferior e o comprimento do passo. A fase de balanço é caracterizada por uma notável flexão do quadril e joelho seguida por uma extensão de joelho e lombar o que impulsiona o corpo para frente. O tornozelo está em dorsiflexão e na fase de apoio o contato inicial do pé com o solo é feito com o apoio total do pé, sendo ocasionalmente feito com o antepé e com os dedos. Inicialmente, o tornozelo fica quase em flexão dorsal neutra, mas o quadril e o joelho estão mais fletidos (ROSE E GAMBLE, 1998; BLY, 1994).
	O contato inicial estabelece um período de duplo apoio dos membros, chamado resposta de carga. O tornozelo faz flexão dorsal durante este período de resposta a carga, seja o contato inicial feito por todo o pé ou pelo antepé. O joelho e o quadril se estendem. Quando a coxa contralateral começa a avançar, tem início o apoio simples. O tornozelo continua com flexão dorsal e o quadril e o joelho se estendem, não havendo desprendimento do calcanhar. Depois do contato contralateral inicial, é iniciado um segundo período de duplo apoio, chamada de pré-balanço. O tornozelo começa a ter flexão plantar, o joelho começa a flexionar e o quadril continua a estender. Na fase de balanço o quadril começa a fletir. No balanço inicial, o joelho continua a flexionar e o tornozelo começa a sofrer flexão dorsal ao mesmo tempo que o quadril está flexionando. Os arrastos dos dedos são compensados pela flexão excessiva do quadril e do joelho do membro de apoio contralateral. No balanço terminal, o joelho se estende enquanto o quadril permanece flexionado e o tornozelo sofre flexão dorsal. A combinação de flexão dorsal do tornozelo com extensão inadequada do joelho resulta em contato inicial com todo o pé e com os dedos. Esta marcha apoiada é uma fase de transição que conduz a deambulação independente (ROSE & GAMBLE, 1998).
Décimo primeiro mês
	O lactente continua a praticar e aperfeiçoar suas habilidades iniciadas no décimo mês. Utiliza finalmente a pinça superior por meio da qual apanha precisamente objetos pequenos, segurando-os com precisão. Pode levantar e engatinhar eficientemente, além de caminhar em torno de mobílias. Pode levantar e manipular objetos com as duas mãos, mas usualmente se apóia nas mobílias, iniciando a usar as mãos em pé sem apoio (BLY, 1994; CORIAT, 1991).
	Ficar em pé sem apoio externo usualmente ocorre quando o lactente está interessado por um objeto (Fig.28). Uma grande abdução das pernas assegura uma larga e estável base de suporte. Esses ajustes posturais ocorrem automaticamente antes do lactente soltar as mãos (BLY, 1994).
 Figura 28. De pé sem apoio
	A independência do andar está aumentando rapidamente. Andar ao redor das mobílias usando uma mão e com a outra mão segurando em alguém, habilita o lactente a praticar transferência de peso no tronco, pelve e extremidade inferior, além disso, está usando ajustes posturais automáticos na extremidade inferior quando está em pé sem apoio. Todas essas experiências preparam o lactente para o andar independente (BLY, 1994).
Décimo segundo mês
	O lactente no décimo segundo mês é muito ativo e independente.

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