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Advogado Professor Mestre em Direito Pós-graduado em Direito do Trabalho Pós-graduado em Direito Constitucional Pós-graduado em Direito Processual do Trabalho Membro da comissão de Assuntos Trabalhistas da OAB Ex- Procurador da fundação Municipal de saúde de Petrópolis Ex- Procurador Trabalhista e Funcional do Município de Petrópolis Ex-Procurador da Secretaria de Educação e Esportes do Município de Petropolis DIREITO DO TRABALHO 2016.1 AULA 1 UNIDADE 1. 1.2. Conceito de Direito do Trabalho, características , natureza jurídica 1.3. A interrelação com demais ramos do Direito e outras ciências 1.4. Princípios e a Flexibilização dos direitos trabalhistas 1.5. Fontes do Direito do Trabalho 1.6. Aplicação do Direito do Trabalho no tempo e no espaço BIBLIOGRAFIA BÁSICA: CASSAR, Vólia Bomfim. Direito do Trabalho. 2. ed. Niterói: Impetus, 2008 CARRION, Valentin. Comentários à Consolidação das Leis do Trabalho. 29 ed. atual. São Paulo: Saraiva, 2004 JORGE NETO, Francisco Ferreira; CAVALCANTE, Jouberto de Quadros Pessoa. Direito do Trabalho. 4 ed. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2008. t.1 BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR: BARROS, Alice Monteiro. Curso de Direito do Trabalho. 3. ed. São Paulo: LTr, 2008. GOMES, Orlando; GOTTSCHALK, Elson. Curso de direito do trabalho. 17. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2005. NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de direito do trabalho: História e teoria geral do direito do trabalho: relações individuais e coletivas do trabalho. 19. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2004. NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao direito do trabalho. 31. ed. São Paulo: LTr, 2005. SÜSSEKIND, Arnaldo et al. Instituições de direito do trabalho. 22. ed. São Paulo: LTr, 2005. 2 v. Complexo de princípios, regras e institutos jurídicos que regulam a relação empregatícia do trabalho e outras relações normativamente especificadas, englobando, também, os institutos, regras e princípios jurídicos concernentes às relações coletivas entre trabalhadores e tomadores de serviços, em especial através de suas associações coletivas.(Maurício Godinho Delgado) CONCEITO DIREITO DO TRABALHO Origem do latim TRIPALIUM, surgindo variações tais como tripaliare - trabalhar e Significava: 1. Instrumento para arar a terra 2. Instrumento de tortura SIGNIFICADO DA PALAVRA TRABALHO HISTÓRICO DIREITO TRABALHO PERÍODO ROMANO TRABALHO INDIGNO – REALIZADO POR ESCRAVOS Período da servidão (senhor Feudal) – Século I a XI REVOLUÇÃO INDUSTRIAL Ano 1775 1)MARCO HISTÓRICO DO DIREITO DO TRABALHO; 2) ROBERT OWEN - BANIU O CASTIGO AOS TRABALHADORES, FIXANDO JORNADA DE 10:30/DIA E PROIBIU TRAB. MENORES DE 10 ANOS EM SUAS FÁBRICAS; 3) O DIREITO DO TRAB. NASCE COMO REAÇÃO CONTRÁRIA À REV. INDUSTRIAL E AOS BAIXOS SALÁRIOS E COND. DESUMANAS DE LABOR O MOVIMENTO DE CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIR. TRABALHO e o TRAT. VERSALHES. 1) Criação da OIT em 1919 pela Conferência de Paz após a 1ª. Guerra Mundial e a sua Constituição converteu-se na Parte XIII do Tratado de Versalhes. 2) 1ª Constituição Social Trabalhista – México 1917 e temos ainda de Weimar 1919 (Movimento de Constitucionalização do Direito; 3) CF 88 – Brasil – marco fundamental para o país; NATUREZA JURÍDICA DIREITO DO TRABALHO Algumas CORRENTES TEORIA DO DIREITO PRIVADO Desenvolvimento do contrato de trabalho em relação a locação de serviços do Direito Civil, apenas C/ normas de ordem pública. (Vólia Bomfim, Sérgio Pinto Martins; Maurício Godinho Delgado); TEORIA DIREITO UNITÁRIO OU SOCIAL Fusão dos ramos de Direito Público e privado, numa concepção de um todo orgânico, diferente de outros ramos, possuindo substância nova. (Arnaldo Sussekind). DIREITO PÚBLICO Em razão do Estado intervir no contrato de trabalho quando edita normas cogentes que não podem ser afastadas pelas partes. RELAÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO COM OUTROS RAMOS CONSTITUCIONAL artigo 7º e Incisos, além de Princípio Dignidade Humana (art. 1º, III) ADMINISTRATIVO Lei Licitações – art. 71 8666/93 e Normas Seg. Trabalho. CIVIL O Direito do Trabalho utiliza-se do Civil subsidiariamente (art. 8º, CLT). Ex: artigo 932, III. PROCESSO CIVIL Aplicação de inúmeros artigos do CPC (art. 769, CLT). PENAL (Assédio Sexual ; Condição análoga à de escravo). INTERNACIONAL Aplicação, por exemplo, OIT 132; PREVIDENCIÁRIO Ex: Lei 8213/91 – art. 118 (Est. Prov. Acidente de trabalho) 1) SUMULAS TST: Jurisprudência predominante uniformizada pelo TST 2)PRECEDENTES NORMATIVOS TST: Registros de Decisões em sentenças normativas em DC, com intenção de uniformização; 3)ORIENTAÇÕES JURISPRUDENCIAIS DAS SEÇÕES DO TST: Cristalizam tendências da jurisprudência do TST em matérias coletivas e individuais, mas que ainda não tiveram autoridade para se configuram em Súmulas. Orientações das SDC e SDI do TST. A JURISPRUDÊNCIA DOS TRIBUNAIS DO TRABALHO Art. 8º - As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por eqüidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público. CONCEITO DE PRINCÍPIOS “Princípios são proposições básicas que fundamentam as ciências. Para o Direito, o princípio é seu fundamento, a base que irá informar e inspirar normas jurídicas”. Art. 8o. da CLT INFORMADORA: inspiram o legislador, servindo de fundamento para o ordenamento jurídico; þNORMATIVA: atuam como fonte supletiva, no caso de ausência de lei; þINTERPRETADORA: operam como critério orientador do Juiz ou do intérprete. Funções dos Princípios PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO • NORMA MAIS FAVORÁVEL: Havendo várias normas a serem aplicadas numa escala hierárquica, deve ser aplicada a mais favorável ao empregado. EX: ADC HE CF e CCT • IN DUBIO PRO OPERARIO: entre as duas ou mais interpretações viáveis, a mais favorável ao trabalhador, desde que não afronte a nítida manifestação do legislador • CONDIÇÃO MAIS BENÉFICA: As vantagens já conquistadas, ajustadas no contrato de trabalho, integram os contratos de trabalho e não podem ser modificadas para pior. (S. 51 e 288 TST) Princípio da ultratividade das Normas Coletivas • S.277. CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO OU ACORDO COLETIVO DE TRABALHO. EFICÁCIA. ULTRATIVIDADE. As cláusulas normativas dos acordos coletivos ou convenções coletivas integram os contratos individuais de trabalho e somente poderão ser modificadas ou suprimidas mediante negociação coletiva de trabalho Primazia da realidade os fatos prevalecem sobre a forma Irrenunciabilidade dos direitos – ver S. 276 TST Inalterabilidade contratual in pejus (vide art. 468 CLT) Continuidade da relação de emprego (ver S.212 TST) Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das r e s p e c t i v a s c o n d i ç õ e s p o r m ú t u o consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. (CLT) OUTROS PRINCÍPIOS DE DIR. TRABALHO Intangibilidade salarial (Previne aretenção dolosa do salário, inclusive mediante descontos abusivos no salário). Irredutibilidade Salarial Tem cunho relativo, na medida em que a CF, art. 7*, inciso VI, autoriza a redução salarial mediante Acordo ou Convenção Coletiva. VALORES SOCIAS DO TRABALHO (art. 1º., IV. CF) BUSCA DO PLENO EMPREGO (art. 170, IV ); SUM-51 NORMA REGULAMENTAR. VANTAGENS E OPÇÃO PELO NOVO REGULAMENTO.ART. 468 DA CLT I - As cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do regulamento. II - Havendo a coexistência de dois regulamentos da empresa, a opção do empregado por um deles tem efeito jurídico de renúncia às regras do sistema do outro. SÚMULAS DO TST PERTINENTES AOS PRINCÍPIOS SÚM.276 AVISO PRÉVIO. RENÚNCIA PELO EMPREGADO O direito ao aviso prévio é irrenunciável pelo empregado. O pedido de dispensa de cumprimento não exime o empregador de pagar o respectivo valor, salvo comprovação de haver o prestador dos serviços obtido novo emprego. S. 212 DESPEDIMENTO. ÔNUS DA PROVA È do empregado o ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado. É a garantia constitucional decorrente do denominado bloco de constitucionalidade, de matriz axiológica da máxima efetividade dos direitos constitucionais e da dignidade da pessoa humana. O princípio respalda a concepção de que o Estado, após ter implementado um direito fundamental, não pode retroceder, ou seja, não pode praticar algum ato que vulnere um direito que já se encontra passível de fruição, sem que haja uma medida compensatória efetiva correspondente. Princípio da vedação ao retrocesso FONTES DO DIREITO TRABALHO c o m p r e e n d e m o c o n j u n t o d o s fenômenos sociais, que contribuem para a f o r m a ç ã o d a substância, da matéria do direito. ) fonte real o u p r i m á r i a é a p r e s s ã o q u e o s empregados exercem s o b r e o E s t a d o Capitalista, por meio de reivindicações, p r o t e s t o s , paralisações. produção é realizada pelas próprias partes intervenientes AUTÔNOMAS produção não se caracteriza pela imediata vontade dos destinatários principais das mesmas regras jurídicas. São, em regra, estatais. HETERÔNOMAS CCT ACT CIT Constituição LEIS( lato sensu) Regulamentos Trat. e Con. Inter. Sent. Normativas Jurisprudências FONTES FORMAIS São os meios de exteriorização do direito. Atribuem à regra jurídica o caratér de direito positivo FONTES MATERIAIS Caso concreto 1: O Sindicato dos Empregados de Bares e Restaurantes de Minas Gerais celebrou convenção coletiva de trabalho com o Sindicato Patronal de Bares e Restaurantes de Minas Gerais. A referida norma coletiva estabeleceu que, para os integrantes da categoria profissional representada pelo sindicato profissional, a hora noturna, assim considerada aquela compreendida entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do outro dia, teria adicional de 50% (cinquenta por cento) sobre a hora diurna. Finalmente, as partes estabeleceram um prazo de vigência de 1(um) ano para a vigência da convenção coletiva. Analisando o caso concreto apresentado, esclareça se esta norma coletiva poderia ser caracterizada como fonte material do direito do trabalho? Justifique. Semana 1 1- (FCC) Determinado princípio geral do direito do trabalho prioriza a verdade real diante da verdade formal. Assim, dentre os documentos que disponham sobre a relação de emprego e o modo efetivo como, concretamente, os fatos ocorreram, deve-se reconhecer estes em detrimento daqueles. Trata-se do princípio: Semana 1 a) da irrenunciabilidade; b) da irrenunciabilidade dos direitos trabalhistas; c) da primazia da realidade; d) da prevalência do legislado sobre o negociado; e) da condição mais benéfica; APLICAÇÃO DA LEI NO TEMPO APLICAÇÃO NO ESPAÇO A p l i c a - s e a l e i d o momento em que o ato for praticado, adequando-se, assim, ao simples efeito i m e d i a t o ( E F I C Á C I A IMEDIATA), atingindo os c o n t r a t o s e m c u r s o . Impera o PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DA LEI. APLICAÇÃO DA LEI TRABALHISTA NO TEMPO E NO ESPAÇO - critérios LEI DO LUGAR DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS (REGRA GERAL) (Princípio da Territorialidade – Lex loci executionis - Convenção de Direito Internacional Privado de Havana – Código de Bustamante, art. 198). POR EXCEÇÕES 1) Empregados de navios e aeronaves ( lei do pavilhão 2) lei 7.064/82 – Empregados contratados no Brasil para labor no exterior 3)Trabalho eventual em determinado país, diverso do local da contratação. Aplica-se a lei do país onde o contrato se executa normalmente; Art. 1o Esta Lei regula a situação de trabalhadores contratados no Brasil ou transferidos por seus empregadores para prestar serviço no exterior. Art. 3º - A empresa responsável pelo contrato de trabalho d o e m p r e g a d o t r a n s f e r i d o a s s e g u r a r - l h e - á , independentemente da observância da legislação do local da execução dos serviços: I - os direitos previstos nesta Lei; II - a aplicação da legislação brasileira de proteção ao trabalho, naquilo que não for incompatível com o disposto nesta Lei, quando mais favorável do que a legislação territorial, no conjunto de normas e em relação a cada matéria. LEI 7064\82 A Flexibilização segundo Vólia Bomfim: "DEFENDEMOS QUE O BRASIL ADOTOU A FLEXIBILIZAÇÃO LEGAL E A SINDICAL NEGOCIADA SINDICALMENTE" No se pode confundir com Desregulamentação do Direito do Trabalho : "A DESREGULAMENTAÇÃO PRESSUPÕE A AUSÊNCIA DO ESTADO (ESTADO MÍNIMO), REVOGAÇÃO DE DIREITOS IMPOSTAS PELA LE I , RET IRADA TOTAL DA PROTEÇÃO L E G I S L AT I VA , P E R M I T I N D O A L I V R E MANIFESTAÇÃO DA VONTADE, A AUTONOMIA PRIVADA PARA REGULAMENTAR A RELAÇÃO DO TRABALHO." DA FLEXIBILIZAÇÃO DAS RELAÇÕES DE EMPREGO (Art. 7º. Incisos VI, XIII e XIV, CF). Segundo Sérgio P. Martins “É o conjunto de regras que tem por objetivo instituir mecanismos tendentes a compatibilizar as mudanças de ordem econômica, tecnológica, política ou social existentes na relação entre o capital e o trabalho. TENDÊNCIA DA FLEXIBILIZAÇÃO NO BRASIL (PODE SER LEGAL OU CONVENCIONAL) ART. 7º. VI, CF ART. 7º., XIII ART. 7º, XIV VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo; XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho; Algumas normas flexibilizadas Banco de horas - art. 59 par. S e g u n d o d a CLT, trabalho a tempo parcial - art. 58-A da CLT. suspensão do contrato d e t r a b a l h o p a r a realização de curso de aperfeiçoamento de acordo com o art. 476- A da. CLT. Art. 58-A. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda a vinte e cinco horas semanais. Art. 59 - A duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas suplementares, em número não excedente de 2 (duas), mediante acordo escrito entre empregador e empregado, ou mediante contrato coletivo de trabalho. § 2o Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força de acordo ou convenção coletiva de trabalho, o excesso de horas em um dia for compensado pela correspondente diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no período máximo de um ano, à soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite máximo de dez horas diárias. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001) Art. 476-A. O contrato de trabalho poderá ser suspenso, por um período de dois a cinco meses,para participação do empregado em curso ou programa de qualificação profissional oferecido pelo empregador, com duração equivalente à suspensão contratual, mediante previsão em convenção ou acordo coletivo de trabalho e aquiescência formal do empregado, observado o disposto no art. 471 desta Consolidação.
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