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Texto 3 Teoria do Crime (1)

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Coordenação de Direito
Período: 2º Período
Disciplina: Direito Penal I
Professor: Gustavo Mendes Tupinambá
Aluno(a): _________________________________________________ Turma: _________ Data: ____/ ____/ ____
TEXTO 02
TEORIA DO CRIME
DISPOSIÇÕES GERAIS
1. Noções fundamentais
- Parte do direito penal voltada a explicar o que seja infração penal, apontando suas características e elementos integrantes, para fins práticos de atestar em situações concretas se ocorreu ou não um crime.
	- Estrutura: Fato típico (tipicicidade) – Ilícito (ilicitude/ antijuridicidade) – Culpável (culpabilidade)
2. Infração penal
	- Critério bipartido:	crime (delito)				- Critério tripartido:	crime
				contravenção							delito
												contravenção
	2.1. Diferença entre crime (delito) e contravenção (art. 1º, Decreto-Lei nº 3.914/41)
		- Diferença baseada em elemento político
		- Crime (delito):	ofensa mais gravosa
proteção a bens jurídicos mais importantes
cominação de pena de reclusão ou detenção ou multa (isolada, alternativa ou cumulativamente)
		- Contravenção:	ofensa menos gravosa (crime anão)
					proteção a bens jurídicos menos importantes
cominação de pena de prisão simples ou multa (isolada, alternativa ou cumulativamente)
3. Ilícito penal e ilícito civil
	- Ilicitude: relação resultante em contrariedade face a conduta do agente ser contrária ao ordenamento jurídico.
	- Diferença baseada em elemento político
	- Conseqüências:		Ilícito civil – aplicação de sanção de reparação do dano
Ilícito penal – aplicação de sanção que resulte até na privação da liberdade
4. Conceito de crime
	- Inexistência de conceito legal de crime (delito)
	- Atualmente o conceito de crime tem natureza eminentemente jurídico
	- Visões conceituais sobre o crime:
- Material – todo fato humano lesivo a interesse que comprometa as condições de existência, conservação e de desenvolvimento do homem e da sociedade.
- Formal – toda conduta humana que afrontasse a lei penal editada pelo estado, lesando os bens jurídicos mais importantes.
		- Analítico – toda conduta humana de natureza típica, ilícita e culpável.
- A importância do conceito analítico do crime decorre do fato de atestar ou não a ocorrência de uma infração penal mediante análise dos elementos que o integram.
	4.1. Tipicidade
		- Consiste na adequação da conduta praticada pelo agente com a conduta descrita na lei como crime (ilícito)
		- Elementos:	Conduta do agente
				Resultado
				Nexo de causalidade
				Tipicidade
	4.2. Ilicitude
		- Relação resultante em contrariedade face a conduta do agente ser contrária ao ordenamento jurídico
		- Decorre de um processo de exclusão com base nas excludentes de ilicitude legais (art. 23, CP) e supralegais
		- Elementos legais:	Legítima defesa
					Estado de necessidade
					Estrito cumprimento de dever legal
					Exercício regular de direito
		- Elementos supralegais:	Capacidade de consentimento do ofendido
						Conduta do agente recaia sobre bem jurídico disponível
Consentimento do ofendido tenha se manifestado previamente ou simultaneamente à conduta do agente
	4.3. Culpabilidade
		- Decorre de um juízo de reprovação pessoal sobre a conduta ilícita do agente
		- Elementos:	Imputabilidade
				Potencial consciência sobre a ilicitude do fato
				Exigibilidade de conduta diversa
5. Anagrama
	Crime
	Típico
	Ilícito
	Culpável
	Formal
	Material
	Formal
	Material
	Formal
	Material
	Adequação do fato ao tipo legal
	Adequação do fato ao tipo de injusto, capaz de lesar bem juridicamente protegido
	Contrariedade do fato com o ordenamento jurídico
	Contrariedade do fato com o ordenamento jurídico causando efetiva lesão a bem jurídico tutelado
	Censurabilidade do injusto (fato típico e ilícito) e seu autor, em tese
	Censurabilidade concreta do injusto e seu autor quando não estão presentes as excludentes de culpabilidade
TIPICIDADE – CONDUTA DO AGENTE
DISPOSIÇÕES GERAIS
1. Conduta
- Conduta é termo sinônimo de ação, comportamento, etc.
- O comportamento em análise é o do ser humano (regra geral), sendo indiferente o comportamento advindo de coisas, animais, pessoas jurídicas, etc.
- Exceção: pessoa jurídica responde por crime contra o meio ambiente (art. 225, § 3º, CF/ 88 c/ c Lei nº 9.605/ 98).
- Por conduta deve-se entender qualquer comportamento comissivo (positivo) ou omissivo (negativo) desenvolvido mediante dolo (assume-se o risco quanto a produção do resultado) ou culpa (inobservância ao dever de cuidado, por negligência, imprudência ou imperícia).
2. Conceito de ação
	- Concepções
- Causal: movimento humano voluntário produtor de uma modificação no mundo exterior (teoria clássica causal naturalista). Comportamento humano voluntário, de sentido normativo, manifestado no mundo exterior, quer através de ação positiva, que através de uma ação negativa (teoria neoclássica).
		- Final: comportamento humano voluntário dirigido a uma dada finalidade de natureza lícita ou ilícita.
- Social: toda atividade humana, dominada ou dominável pela vontade, social e juridicamente relevante, consoante valores de uma dada época.
3. Dolo e culpa
	- Dolo – o agente quer o resultado diretamente, ou ainda, assume o risco de produzi-lo.
	- Culpa – o agente causa o resultado mediante imprudência, imperícia ou negligência.
- Regra geral: a previsão de crimes far-se-á mediante modalidade dolosa e, apenas excepcionalmente, quando expressamente previsto, haverá crimes culposos. (art. 18, parágrafo único, CP)
4. Conduta comissiva e conduta omissiva
	- Comissão – o agente direciona sua conduta a uma finalidade ilícita.
	- Omissivo – o agente abstém-se de uma atividade que era imposta pela lei ao agente. É a abstenção da atividade juridicamente exigida. Constitui-se e uma atitude psicológica e física de não atendimento da ação esperada.
- Omissivo simples (próprio, puro) – “é o que objetivamente é descrito com uma conduta negativa, de não fazer o que a lei determina, consistindo a omissão na transgressão da norma jurídica e não sendo necessário qualquer resultado naturalístico”. (MIRABETE)
- Omissivo qualificado (impróprio, comissivo por omissão) – é o que decorre da condição do garantidor, ou seja, daquele que tenha o dever legal de cuidado, vigilância, proteção, por ter assumido a responsabilidade legal de impedir o resultado, ou ainda, seu comportamento tenha criado o risco da ocorrência do resultado.
5. Ausência de conduta
- Não há conduta quando não há ação munida de vontade para a realização de uma dada finalidade (ação final).
	- Por conseguinte, se o agente não atua com dolo ou com culpa, não há ação, não há conduta.
	- Hipóteses:	- Força irresistível (forças naturais e força de terceiros)
			- Movimentos reflexos
			- Estados de inconsciência
6. Fases da realização da ação
	- Fase interna:	- Representação e antecipação mental do resultado a ser alcançado
				- Escolha dos meios a serem utilizados
- Consideração dos efeitos colaterais ou concomitantes à utilização dos meios escolhidos
	- Fase externa: resulta na exteriorização de tudo aquilo desenvolvido mentalmente, colocando em prática a teoria.
	- Em regra, somente são punidos os atos executórios, voltados à consumação da conduta e, apenas excepcionalmente nos casos previstos em lei, há punição aos atos de cogitação e de preparação (ex.: art. 288, CP)

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