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Saúde/Doença Um enfoque psicológico Definição Saúde OMS “Um estado de completo bem estar físico, mental e social, e não simplesmente a ausência de doenças e enfermidades.” Saúde Física Ter um corpo vigoroso e livre de doenças, com um bom desempenho cardiovascular, sentidos agudos, sistema imunológico vital e a capacidade de resistir a ferimentos físicos. Estilo de vida que promove a saúde, como seguir uma dieta nutritiva, fazer exercícios e dormir bem, evitar o uso de drogas e praticar sexo seguro. Saúde Psicológica Ser capaz de pensar de forma clara, ter uma boa auto-estima e um senso geral de bem estar. Ser criativo, possuir habilidades de resolução de problemas e estabilidade emocional. Saúde Social Ter boas habilidades interpessoais, relacionamentos significativos com amigos e família e apoio social em tempos de crise. Psicologia da Saúde Conjunto de contribuições educacionais, científicas e profissionais específicas da psicologia, utilizadas para: Promoção e manutenção da saúde; Prevenção e tratamento das doenças; Identificação da etiologia e diagnóstico (de problemas) relacionados à saúde, doenças e disfunções; Análise do sistema de atenção à saúde e formação de políticas de saúde. Níveis de atendimento em Psicologia da Saúde Prevenção primária: Prevenção da doença antes de sua ocorrência (remoção de fatores de risco); Prevenção secundária: Detecção e tratamento nos estágios iniciais da doença (evitar o aparecimento de complicações e retardar a progressão do quadro clínico); Prevenção terciária: Reduzir as complicações agudas e crônicas das doenças e evitar mortes prematuras. Fatores relacionados à Saúde Genética Qualidade de vida Acesso a cuidados clínicos Apoio Social Estresse Personalidade Crenças Apoio Social Comportamento Apoio social A ruptura de laços sociais aumenta a suscetibilidade a doenças. Portadores de enfermidades como hipertensão arterial, depressão e tuberculose, e ainda vítimas de acidentes, relatam com maior freqüência o fato de não estarem (ou não se sentirem) inseridos em uma rede de apoio mútuo, ou ainda de terem experimentado em maior grau perdas importantes de laços sociais (ex. viuvez, separação amorosa, desemprego, mudança de moradia) (Pilisuk & Minkler, 1985). (Cad. Saúde Pública vol.17 no.4 Rio de Janeiro July/Aug. 2001) Estudos confirmam a relação inversa entre a magnitude de índices de rede e apoio social e o risco de morrer por doença coronariana, acidente vascular cerebral e também por neoplasias malignas (Dressler et al., 1997; Dalgard & Haheim, 1998). Além da forte relação com a redução da mortalidade, dimensões de rede e de apoio social associam-se também, de forma direta, com a sobrevida após diagnósticos de doença coronariana, câncer e acidente vascular cerebral (Vogt et al., 1992), e de maneira inversa com a incidência de insônia (Hanson & Ostergren, 1987), com a freqüência de hipertensão arterial (Strogatz & James, 1986), com a aquisição de hábitos como o tabagismo e consumo de álcool (Westman et al., 1985), e também com o risco de demência (Fratiglione et al., 2000). Cad. Saúde Pública vol.17 no.4 Rio de Janeiro July/Aug. 2001 Estresse Experimentar situações que são percebidas como ameaçadoras a nosso bem estar físico ou psicológico. Resposta de estresse: reação das pessoas às situações estressoras. As causas do estresse variam de uma pessoa para outra. Reação adaptativa: quando é possível fugir ou atacar o estressor. Reação desadaptativa: quando o estressor é crônico ou incontrolável. Situações percebidas como estressantes Eventos traumáticos: desastres naturais ou causados pelo homem e ataques físicos; Controlabilidade: Quanto mais incontrolável parece um evento, maior sua probabilidade de ser percebido como estressante. Previsibilidade: Prever a ocorrência de um evento estressante, mesmo que eu não possa controlá-lo, geralmente reduz a severidade do estresse. Eventos que desafiam o limite de nossa capacidade e de nosso auto conceito: mudanças de vida que exijam muitas readaptações podem ser vistas como estressantes. Conflitos internos: Quando uma pessoa precisa escolher entre objetivos ou formas de agir incompatíveis ou mutuamente excludentes. Reações psicológicas ao estresse Ansiedade: emoção desagradável caracterizada por preocupação, apreensão, tensão e medo; Cólera e agressão: hipótese da frustração-agressão (sempre que os esforços de uma pessoa para atingir uma meta são bloqueados, produz-se um impulso agressivo que motiva um comportamento destinado a agredir o objeto ou a pessoa causadora de frustração); Apatia e depressão: se as condições estressantes perduram e a pessoa é incapaz de lidar com elas, a apatia pode aprofundar-se e transformar-se em depressão (desamparo aprendido). Enfraquecimento cognitivo: dificuldade de concentração e de organizar os pensamentos de maneira lógica. Reações fisiológicas ao estresse A resposta de luta ou fuga: Maior secreção de glicose; Aumento do metabolismo corporal; Aumento da freqüência cardíaca, pressão arterial, taxa respiratória; Enrijecimento dos músculos; Diminuição da saliva e digestão; Secreção de endorfinas; Contração dos vasos sanguíneos superficiais; Mais glóbulos vermelhos e brancos. Síndrome de Adaptação Geral Fase de alarme: corpo se mobiliza para enfrentar uma ameaça desencadeando a atividade do S.N. Simpático; Fase de resistência: o organismo tenta lidar com a ameaça pela luta ou pela fuga; Fase de exaustão: ocorre se o organismo é incapaz de fugir ou lutar contra a ameaça e esgota seus recursos fisiológicos neste esforço. A exposição permanente a estressores pode gerar doenças fisiológicas. Como o estresse afeta a saúde As tentativas de se adaptar à presença constante de um estressor podem esgotar os recursos do corpo e torná-lo vulnerável à doença. O estresse afeta a capacidade do sistema imunológico de defender o organismo. O estresse pode afetar a saúde indiretamente reduzindo as taxas de comportamentos positivos relacionados à saúde e aumentando as taxas de comportamentos negativos. Por que algumas pessoas tendem a avaliar situações como estressantes Atribuição de eventos negativos a causas internas (“a culpa é minha”), estáveis no tempo (“nunca mais vai terminar”) e globais, afetando muitas áreas da vida do indivíduo tendem a fazer com que ele apresente uma resposta impotente e deprimida perante esses eventos. Um estilo de atribuição pessimista tem sido ligado a um menor funcionamento do sistema imunológico e, indiretamente, reduz a tendência da pessoa a adotar um comportamento favorável à saúde. Habilidades de Enfrentamento Enfrentamento focalizado no problema: tentativa de mudar ou evitar a situação que gerou o problema. Podem ser voltadas para o meio ou no próprio indivíduo. Pessoas que tendem a utilizar o enfrentamento focalizado no problema em situações de estresse apresentam menores níveis de depressão tanto durante como depois da situação de estresse. Enfrentamento focalizado na emoção: a pessoa concentra-se no alívio das emoções associadas com a situação estressante. Manejo do Estresse Pessoas que têm apoio social positivo vivem mais e têm menos tendência a sucumbirem a doenças relacionadas ao estresse. Treinamento em relaxamento Meditação Exercícios físicos Terapia Personalidade Pessoas portadoras de alguns traços de personalidade, normalmente de natureza ansiosa, são propensas a problemas coronarianos mais que pessoas sem esses traços. Crenças e comportamento Auto-eficácia Modelo de crenças em saúde Locus de controle em saúde Teoria da Ação Racional Conceito de auto-eficácia: Crenças que as pessoas têm em sua capacidade de organizar e executar cursos de ação necessários para alcançar determinados resultados (Bandura, 1997). A expectativa de auto-eficácia determina se o comportamento de enfrentamento será iniciado, quanto esforço será empreendido e por quanto tempo esse comportamento será mantido diante de obstáculos e experiências aversivas. Fontes que originame alteram crenças de auto-eficácia Experiência de domínio (êxito): o indivíduo experimenta sucesso em uma determinada tarefa tornando-se confiante para desempenhá-la. Auto-eficácia nessa tarefa pode generalizar-se para outras semelhantes. Experiência vicária: A partir da observação do comportamento de outros. Determinantes da saúde segundo Bandura Conhecimento dos riscos e benefícios das diferentes práticas de saúde; Auto-eficácia percebida; Crença de que pode exercer controle sobre os hábitos de saúde; Expectativas de resultados sobre custos e benefícios para evitar comportamentos de risco; Objetivos de saúde das pessoas e planos e estratégias completos para realizá-los; Facilitadores e impedimentos sociais e estruturais para mudar o que almejam. Persuasão social: Outra pessoa comunica ao sujeito que ele tem habilidades para atingir o que procura. Esse tipo de poder só tem influência se houver comprovação dos fatos ou se a fonte de persuasão tiver credibilidade pra ele. Excitação emocional: pode afetar positiva ou negativamente. Crenças Comportamento Apoio Social A ruptura de laços sociais aumenta a suscetibilidade a doenças. Portadores de enfermidades como hipertensão arterial, depressão e tuberculose, e ainda vítimas de acidentes, relatam com maior freqüência o fato de não estarem (ou não se sentirem) inseridos em uma rede de apoio mútuo, ou ainda de terem experimentado em maior grau perdas importantes de laços sociais (ex. viuvez, separação amorosa, desemprego, mudança de moradia) (Pilisuk & Minkler, 1985). (Cad. Saúde Pública vol.17 no.4 Rio de Janeiro July/Aug. 2001) Estudos confirmam a relação inversa entre a magnitude de índices de rede e apoio social e o risco de morrer por doença coronariana, acidente vascular cerebral e também por neoplasias malignas (Dressler et al., 1997; Dalgard & Haheim, 1998). Além da forte relação com a redução da mortalidade, dimensões de rede e de apoio social associam-se também, de forma direta, com a sobrevida após diagnósticos de doença coronariana, câncer e acidente vascular cerebral (Vogt et al., 1992), e de maneira inversa com a incidência de insônia (Hanson & Ostergren, 1987), com a freqüência de hipertensão arterial (Strogatz & James, 1986), com a aquisição de hábitos como o tabagismo e consumo de álcool (Westman et al., 1985), e também com o risco de demência (Fratiglione et al., 2000). (Cad. Saúde Pública vol.17 no.4 Rio de Janeiro July/Au) Modelo de Crenças de Saúde: (MCS) assume que a interação entre diferentes tipos de crenças entre si influencia a adesão, bem como os comportamentos protectores/preventivos ou promotores da saúde. Considera quatro variáveis: Susceptibilidade percebida - refere-se à percepção subjetiva do risco pessoal de contrair uma doença; Severidade percebida - a gravidade ou seriedade da doença pode ser avaliada tanto pelo grau de perturbação emocional criada ao pensar na doença quanto pelos tipos de conseqüências que a doença pode acarretar (dor, morte, gasto material, interrupção de atividades, perturbações nas relações familiares e sociais, etc.); Benefícios percebidos - referem- se às crenças na efetividade da ação para a saúde e à percepção de suas conseqüências positivas; Barreiras percebidas - os aspectos negativos da ação são avaliados em uma análise do tipo custo/benefício, considerando possíveis custos de tempo, dinheiro, esforço, aborrecimentos, etc. Tendo por base o MCS, as pessoas com maior probabilidade de aderir são: As que se percebem a si próprias como sendo vulneráveis a uma determinada doença; Que acreditam que esta tem potenciais conseqüências graves para a saúde ou funcionamento diário; Por outro lado, as pessoas avaliam os benefícios em relação à probabilidade de prevenção da doença, cura, controle, ou alívio de sintomas. (Prof. Me. Russélia Godoy)
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