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AULA 6- CIVIL 2 ESTRUTURA DO CONTEÚDO • Obrigação Divisível – Conceito – Reflexos jurídicos • Obrigação Indivisível – Conceito – Reflexos jurídicos • Introdução às Obrigações Solidárias – Conceito – Princípios Gerais OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS • Introdução Só há interesse jurídico em valer-se da classificação das obrigações em divisíveis e indivisíveis quando houver a multiplicidade subjetiva, seja no pólo passivo, seja no pólo ativo. Quando a obrigação é simples esta classificação é irrelevante, uma vez que a prestação deverá ser cumprida por inteiro, independente do objeto ser divisível ou não. - Art. 314 CC: a prestação é devida integralmente salvo ajuste das partes • Muito se discutiu doutrinariamente acerca das relações entre a divisibilidade/ indivisibilidade da prestação com a divisibilidade/ indivisibilidade do objeto. Se perguntavam: -Será que é a prestação ou o objeto que possuem a natureza da indivisibilidade? No entanto a doutrina atual, na concepção adotada também pelo Código Civil no art 258, entende que a divisibilidade/ indivisibilidade da prestação decorre diretamente da possibilidade ou não de fracionamento do objeto. Desta forma conceitua-se obrigações divisíveis e indivisíveis com base na concepção de bens divisíveis e indivisíveis ( arts 87 e 88 CC) Obrigação Divisível: reflexos jurídicos • Art 257 • Havendo pluralidade de devedores cada um só está obrigado a pagar a sua quota parte (cada solvens só deve a sua quota parte) • Havendo pluralidade de credores, cada credor só tem o direito de cobrar do devedor a sua parte ( cada accipiens só tem o direito de exigir a sua fração do crédito) • OBS1: se na pluralidade de credores o devedor solver integralmente a dívida a um deles, não se desobrigará com relação aos demais, pois quem paga mal paga duas vezes • OBS2: o credor que recusar recebimento de sua cota por pretender o crédito integral será constituído em mora • OBS3: na pluralidade de devedores a insolvência de 1 não aumenta a cota parte dos demais • A suspensão da prescrição com relação a um dos devedores não aproveita aos demais ( art 201 CC) ex: um dos devedores vai servir no exército • A interrupção da prescrição por um dos credores não beneficia aos outros ( art 204 CC) ( ativa) • A interrupção da prescrição operada contra um dos devedores não prejudica aos outros (art 204 CC) (passiva) Obrigação Indivisível: reflexos jurídicos • Sabemos que em geral a prestação é distribuída pro rata, ou seja, tanto o benefício como o ônus da relação obrigacional, devem ser repartidos, possuindo cada credor o direito a uma parte e cada devedor respondendo pela sua quota. Há duas importantes exceções à esta regra que são a indivisibilidade e a solidariedade, quando cada credor possui o direito de reclamar integralmente a prestação e cada devedor é responsável por toda a dívida. • Como na obrigação indivisível o objeto não pode ser dividido, sob pena de perder sua substância, o legislador procura ao tratar dos efeitos jurídicos da indivisibilidade harmonizar esta necessidade de dividir imposta pela justiça com a impossibilidade de fracionar inerente à natureza da prestação. • Pluralidade Passiva • Art. 259 caput O credor pode exigir o cumprimento integral de qualquer um dos devedores - O devedor demandado não pode exigir que o credor acione conjuntamente os demais codevedores, pois qualquer um, a escolha do credor, pode ser demandado integralmente pela dívida. - Se o credor interromper a prescrição com relação a um dos devedores esta se extende aos demais porque a prestação é indivisível • Art 259 parágrafo único O devedor que pagar a dívida sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros coobrigados, dispondo de ação regressiva para cobrar a quota parte de cada um destes. - Trata-se de hipótese de sub-rogação legal ( art. 346, III CC), extinguindo-se o crédito com o pagamento em face do credor, mas não do devedor. O devedor que adimpliu com toda a obrigação ocupa o lugar do credor satisfeito para exigir dos demais devedores as suas respectivas quotas. - OBS1: Nas relações internas entre os devedores cessa a indivisibilidade e cada devedor só é responsável por sua cota parte. - OBS2: e se o devedor pagar um valor menor pela obrigação? R: art. 350 CC - O devedor sub- rogado não pode pretender na via de regresso nada além da soma que tiver desembolsado para pagamento da obrigação, deduzida a quota que lhe competia. - OBS3: falecimento de um dos codevedores em obrigação indivisível ( caderno) - OBS4: insolvência de um dos codevedores em obrigação indivisível ( caderno) • Pluralidade Ativa • Art. 260 CC 2ª parte - Cuida da hipótese do devedor que for cumprir a obrigação antes de ser interpelado por qualquer dos credores. -O devedor se exonera: 1: se pagar a todos os credores conjuntamente 2: se pagar a um credor estando este autorizado pelos demais, ou seja, este credor deve prestar caução de ratificação • OBS1: caução de ratificação: Documento no qual se insere a garantia de aprovação da quitação unilateral por parte dos outros credores (instrumento escrito, datado e assinado pelos demais credores) • OBS2: Se nenhuma das duas situações se verificar o devedor constituirá os credores em mora e promoverá o depósito judicial da coisa devida. • OBS3: a interrupção da prescrição feita por um dos credores aproveita a todos e a suspensão da prescrição feita em favor de um beneficia aos demais. • Art 260 CC 1ª parte -Cada credor pode exigir a dívida integralmente, dando quitação integral oponível aos demais credores. • Art 261 CC Devido ao concurso ativo, o credor que recebeu a prestação por inteiro deverá reembolsar os demais pelo valor de suas quotas. OBS: na falta de estipulação, presumem-se iguais as quotas ( art.259 CC) • Art 291 CPC – a propositura de ação por um dos credores aproveita a todos os demais, mas o credor que não participou da demanda, receberá sua parte se contribuir para as despesas na proporção do seu crédito. • Art 262 CC caput – Remissão por parte de um dos credores não aproveita aos demais mas sua quota deverá ser descontada do valor total da dívida.- então ou os credores pagam ao devedor a parte remida e exigem a prestação indivisível, ou ela será paga pelo equivalente em dinheiro referente às suas quotas. • OBS1: ao invés de desconto deveria ter-se usado o termo indenização • OBS2: Este desconto da quota do credor remitente só é devido se for compatível com a natureza da prestação ex: servidão, direito de passagem, pois nestas a remissão não acarreta em nenhuma vantagem aos demais credores. • OBS3: Transação, novação, compensação, confusão – no caderno • Perda da Indivisibilidade • Art 263 CC caput - A situação da indivisibilidade é oriunda da própria natureza da prestação, por isso quando a obrigação indivisível se resolve em perdas e danos, será paga pelo seu equivalente em dinheiro, perdendo a qualidade da indivisibilidade, pois o objeto é transformado em pecúnia, que é bem divisível • Art 263 § 1º CC: Havendo impossibilidade de execução da prestação indivisível por culpa de todos os devedores responderão estes em partes iguais ( pro rata) • Art 263 § 2º CC - Como a culpa é pessoal, responde por perdas e danos o devedor culpado, exonerados os demais das perdas e danos - OBS: os devedores não culpados são só exonerados das perdas e danos, mas não do pagamento de suas quotas.
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