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Mecanismo de desenvolvimento limpo

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1 
 
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL 
CURSO DE FÍSICA AMBIENTAL 
UNIDADE DE DOURADOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DO 
MECANISMO DE DESENVOLVIMENTO LIMPO MDL – 
APLICADO EM PLANTAÇÕES ENERGÉTICAS: 
CASO DE ESTUDO O EUCALIPTO 
 
 
 
 
 
 
 
DOURADOS 
2010 
 
 
2 
 
FERNANDO FERREIRA ANSELMO 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DO MECANISMO DE DESENVOLVIMENTO 
LIMPO – MDL -APLICADO EM PLANTAÇÕES ENERGÉTICAS: 
CASO DE ESTUDO O EUCALIPTO 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de 
Física Ambiental, da Universidade Estadual de Mato Grosso 
Do Sul, em cumprimento às exigências para obtenção do 
título do grau de Licenciatura em Física com ênfase em 
Física Ambiental. 
Orientador: Profº. Dr. EDUARDO MIRKO 
VALENZUELA TURDERA. 
 
 
 
 
DOURADOS 
2010 
 
3 
 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL 
CURSO DE FÍSICA AMBIENTAL 
UNIDADE DE DOURADOS 
 
 
FERNANDO FERREIRA ANSELMO 
 
 
AVALIAÇÃO DO MECANISMO DE DESENVOLVIMENTO LIMPO – MDL – 
APLICADO EM PLANTAÇÕES ENERGÉTICAS: 
 CASO DE ESTUDO O EUCALIPTO 
 
 
 
 Aprovado em: _/_/_ 
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao 
Curso de Física Ambiental, da Universidade 
Estadual de Mato Grosso Do Sul, em cumprimento 
às exigências para obtenção do título do grau de 
Licenciatura em Física com ênfase em Física 
Ambiental, sob apreciação da seguinte banca 
examinadora: 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
________________________________________ 
Profº. Dr. Eduardo Mirko Valenzuela Turdera 
 
 
______________________________________ 
Profª. Drª. Margarete Soares da Silva 
 
 
_____________________________________ 
Profº. Dr. Antônio Cesar de Aguiar Pinto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 “E graças a Deus, que sempre nos faz triunfar em 
Cristo, e por meio de nós manifesta em todo o 
lugar o cheiro do seu conhecimento” 
II AOS CORÍNTIOS 2:14. 
 
 
6 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“A minha família, em especial meus pais e minha 
irmã que nunca deixaram de acreditar em mim. 
 
 
 
7 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Ao longo do período da graduação, muitas pessoas passaram por minha vida, 
deixando marcas e lições para toda ela, proporcionando-me alegrias, conhecimento e 
crescimento pessoal. Neste momento gostaria de agradecê-las, pois, de alguma 
forma, contribuíram para a conclusão desta etapa. 
Agradeço a Deus primeiramente por tudo, que me guiou e me protegeu ao 
longo desses anos. 
Aos meus pais, José Marcos e Irene que sempre me apoiaram 
incondicionalmente em todas as minhas decisões, não importando quais fossem elas. 
A minha irmã Beatriz que sempre que precisei esteve ao meu lado. 
Agradeço aos professores do curso de física pela paciência e dedicação na 
hora de ensinar. 
Ao prof. Eduardo Mirko Valenzuela Turdera, por ter acreditado em mim, e 
me orientado nesse trabalho. 
 Gostaria também de agradecer aos amigos, que conquistei durante esses 
anos, espero guardar a amizade deles para sempre, em especial meus amigos Diego 
Moreira (MARRETA), Peres Melo (PUNK), Marcão (O HOMEM DO MINÉRIO). 
Agradeço também ao Leandro Luis Vieira um amigo de longa data que 
esteve presente em todos esses anos de “batalha” em momentos alegres e em outros 
nem tanto. 
Ao meu amigo Francisco Fagner Ferreira (CHICO), que apesar de não estar 
presente desde o inicio, sempre me ajudou no que pode. 
E por fim agradeço novamente a Deus por sempre estar ao meu lado. 
 
 
 
 
8 
 
ÍNDICE 
 
 
RESUMO ............................................................................................................. 9 
ABSTRACT ......................................................................................................... 9 
1- INTRODUÇÃO ....................................................................................... 10 
2- POLUIÇÃO ............................................................................................. 12 
3- ACORDOS INTERNACIONAIS PARA MITIGAR OS EFEITOS DA 
EMISSAO DE GEE ........................................................................................... 18 
4- MECANISMO DE DESENVOLVIMENTO LIMPO - (MDL) ............. 23 
5- MERCADO DE CARBONO .................................................................. 26 
6- O EUCALIPTO NO BRASIL ................................................................. 31 
7- POTENCIALIDADE DO EUCALIPTO PARA GERAR CREDITOS 
DE CARBONO DENTRO DO MDL ................................................................ 33 
8- A PARTICIPAÇÃO DE MATO GROSSO DO SUL NA PRODUÇÃO 
DE EUCALIPTO. .............................................................................................. 40 
9- AS DESVANTAGENS DO EUCALIPTO .............................................. 43 
10- CONCLUSÃO. ........................................................................................ 44 
11- BIBLIOGRAFIA ..................................................................................... 46 
 
 
 
 
 
 
9 
 
RESUMO 
 
O presente trabalho apresenta um exercício de aplicação do Mecanismo de 
Desenvolvimento Limpo – MDL – criado e inserido no Protocolo de Kyoto, cujo 
objetivo é diminuir as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE). A aplicação foi 
feita sobre uma plantação energética em particular, a do eucalipto, considerou-se 
que a parte destinada para fins energéticos poderia ser incluída dentro de uma 
eventual avaliação de geração de créditos de carbono, provenientes do seqüestro de 
dióxido de carbono. 
 
 
ABSTRACT 
 
This paper presents an exercise in applying the Clean Development 
Mechanism - CDM - created and inserted in the Kyoto Protocol, whose objective is 
to reduce emissions of greenhouse gases (GHGs). The application was made on a 
crops energy, the tree chosen is the eucalyptus. In our evaluation we consider the 
possibility to be included Carbon Credits from sequestration of carbon dioxide by a 
share of the eucalyptus crops used for energy purposes and marketed in a eventual 
international negotiation. 
 
 
10 
 
1- INTRODUÇÃO 
 
A história da humanidade mostra que o homem sempre se manteve em constante 
evolução. Nos registros mais antigos nota-se que o homem sempre buscou meios para 
facilitar sua vida, no início se abrigava em cavernas e se alimentava do que havia na 
natureza. Até mesmo a comunicação era feita de forma rudimentar, os homens da 
caverna se comunicavam apenas por sons, sem o uso das palavras. 
A primeira grande evolução do homem aconteceu com a descoberta do fogo, que 
servia para preparar alimentos e, principalmente, se proteger do frio e dos animais 
daquela época. 
A segunda grande evolução aconteceu com a invenção da roda, o que facilitou 
muito o seu dia-a-dia. 
Porém, em 1751, Benjamin Franklin dá início à terceira grande evolução do ser 
humano, quando fez experiências e observações com a eletricidade e no ano de 1752, 
com a experiência da pipa, ele descobre a eletricidade. 
No século XVIII, Luigi Galvani e Alessandro Volta fizeram experiências que 
revolucionaram as concepções sobre a eletricidade e seus efeitos. Em 1786 Luigi 
Galvani descobriu acidentalmente que era possível enviar por um condutor elétrico uma 
corrente diretaou continua gerada pela junção de dois metais diferentes, entre os quais 
existia certa substância úmida. 
Em 1800, baseado nesses princípios, Alessandro Volta apresentou uma bateria 
elétrica que se tornou conhecida como “Pilha voltaica” ou “Pilha de Volta”. 
No final do século XVIII surgiu a Revolução Industrial com a descoberta das 
máquinas a vapor. A qual iniciou-se na Inglaterra, posteriormente espalhou-se pela 
Europa e por fim, pelo resto do mundo. 
Com o início da revolução industrial passou-se a fabricar mais produtos e 
consequentemente, aumentou o uso da lenha, que era o principal combustível para as 
máquinas a vapor. 
11 
 
O crescimento da produção industrial propiciou o aparecimento de um problema 
até então inexistente, a poluição ambiental. As indústrias lançavam grandes quantidades 
de gases poluentes na atmosfera. 
Em 1661, cientistas da Inglaterra descobriram que a poluição industrial afetava a 
saúde das pessoas e das plantas. Com o avanço da indústria, aumentaram os danos para 
a saúde das pessoas e para o meio ambiente. Entretanto, ninguém pensava que a 
poluição pudesse ir para muito longe. 
Em 1881, um cientista norueguês descobriu um fenômeno que ele chamou de 
precipitação suja, o qual ocorria na costa oeste da Noruega, onde não havia indústria 
poluidora. Logo ele suspeitou que viesse da Inglaterra. 
O progresso da humanidade e as ações decorrentes do homem nas atividades 
econômicas e industriais têm provocado alterações na biosfera, resultando num grande 
aumento da concentração de Gases de Efeito estufa (GEE), na atmosfera. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
2- POLUIÇÃO 
 
Desde a metade do século XVIII, com o início da Revolução Industrial, vem 
crescendo significativamente a poluição do ar, como mostra o gráfico 1. 
 
 
 Fonte: SCIENTIFIC AMERICAN BRASIL (2008). 
Gráfico 1- Evolução da emissão de Gases Efeito Estufa 
 
No âmbito planetário (gráfico 1), observa-se que os níveis de poluição entre 
os anos de 1750 e 1850 permaneceram inalterados sendo praticamente zero o índice 
de poluição, a partir de 1850 até 1950, os índices de poluição começam a crescer, 
esse crescimento tem origem a partir da revolução industrial com a queima do 
carvão mineral, que foi a principal fonte de energia até o final da segunda guerra 
mundial, sendo substituído em 1950 pelo petróleo e o gás natural, o que contribuiu 
para o crescimento exponencial dos níveis de poluição no planeta. Decorrente da 
queima desses combustíveis fósseis tem se verificado um aumento de monóxido e 
dióxido de carbono na atmosfera terrestre. Estes dois combustíveis são responsáveis 
pela geração de energia que alimenta os setores industrial, elétrico e de transportes, 
de grande parte das economias do mundo. 
13 
 
A emissão dos gases provoca o fenômeno conhecido como Efeito Estufa, que 
ocorre quando substâncias gasosas que absorvem parte da radiação infravermelha, 
emitida principalmente pela superfície terrestre, e dificulta seu escape para o espaço, 
mantendo a Terra aquecida. Esses gases em uma determinada faixa são de vital 
importância, para manter o planeta aquecido e garantir a manutenção da vida, o 
problema porém, a alta concentração desses gases na camada inferior da atmosfera 
resulta em um desequilibrio climático (desbalanço energético) do planeta originando 
um fenômeno conhecido como aquecimento global. 
Os Gases de Efeito Estufa são: Dióxido de carbono (CO2), Metano (CH4), 
Óxido nitroso (N2O), Clorofluorcarboneto (CFC), Hidrofluorcarbonetos (HFC), 
Perfluocarbonetos (PFC), Hexafluoreto de enxofre (SF6). O gás carbônico (CO2), é o 
principal Gás de Efeito Estufa (GEE) cujas emissões no Brasil, provenientes da 
utilização de diversos tipos de combustíveis, cresceram vertiginosamente nos 
últimos anos, (IPCC, 2006). 
Contudo, é preciso salientar que os países desenvolvidos são os que mais 
contribuem para o acréscimo da concentração dos GEE. Como mostra o gráfico 2, 
os Estados Unidos, juntamente com a China e União Européia, são responsáveis por 
mais de 50% de todo o Gás de Efeito Estufa (GEE) lançado na atmosfera. 
14 
 
 
 Fonte: WWF (2005). 
Gráfico 2- Principais países emissores de Gases de Efeito Estufa. 
 
 O gráfico 3 mostra que a atividade que mais gera GEE no mundo é a 
produção de energia (incluindo todas as atividades da cadeia de produção de 
energia, que vão desde a produção, transformação, transporte, distribuição e 
consumo final). A maioria dessas emissões é proveniente da queima de 
combustíveis fósseis, sobretudo o carvão mineral e os derivados de petróleo. 
 
15 
 
 
 Fonte: WRI (2005). 
 * Derivadas da queima de combustíveis fosseis. 
 **Mudança no uso da terra é, em grande parte, em função do desmatamento das florestas. 
Gráfico 3- Mundo: Atividades geradoras de Gases de Efeito Estufa 
 
 
O gráfico 4, mostra que o principal responsável pelas emissões de GEE no Brasil 
é a atividade denominada Mudança no Uso da Terra, Essa mudança, em grande parte, 
ocorre por conta do desmatamento das florestas e das queimadas, ameaçando diversos 
biomas e, consequentemente, prejudicando o meio ambiente. 
 
16 
 
 
 Fonte: MCT (2005). 
 * Derivadas da queima de combustíveis fosseis. 
 **Mudança no uso da terra é, em grande parte, em função do desmatamento das florestas. 
Gráfico 4- Brasil: Atividades emissoras de Gases de Efeito Estufa 
 
O aumento da concentração dos GEE poderá desencadear um aumento da 
temperatura média no planeta entre 1,4 e 5,8ºC nos próximos cem anos (IPCC, 2006). 
Esse aumento da temperatura irá ocorrer devido ao bloqueio da saída da radiação 
solar que estes gases causam. (REZENDE ET AL. 2001) 
Segundo o IPCC (2008), os impactos econômicos, sociais e ambientais 
decorrentes do aquecimento global afetarão todos os países, porém, serão sentidos de 
maneira diferenciada. A tabela1 resume algumas previsões desses impactos em diversas 
regiões do mundo. 
 
 
17 
 
Tabela 1- Prováveis impactos ambientais de cada região. 
Região Prováveis impactos 
1. África a. Diminuição da produção agrícola 
b. Diminuição da disponibilidade de água na 
região do Mediterrâneo e em países do sul 
c. Aumento dos vetores de diversas doenças 
d. Aumento da desertificação 
e. Extinção de animais e plantas 
2. Ásia a. Diminuição da produção agrícola 
b. Diminuição da disponibilidade de água 
nas regiões áridas e semi-áridas 
c. Aumento do nível do mar deverá deslocar 
dezenas de milhões de pessoas 
3. Austrália e Nova Zelândia a. Diminuição da disponibilidade de água 
b. Extinção de animais e plantas 
4. Europa a. Desaparecimento de geleiras nos Alpes 
b. Aumento da produção agrícola em 
algumas regiões 
c. Impactos no turismo 
5. América Latina a. Diminuição da produção agrícola 
b. Aumento dos vetores de diversas doenças 
c. Extinção de animais e plantas 
6. América do Norte a. Aumento da produção agrícola em 
algumas regiões 
b. Aumento dos vetores de diversas doenças 
7. Polar a. Diminuição da calota polar 
b. Extinção de animais e plantas 
8. Pequenas Ilhas a. Aumento do nível do mar deverá deslocar 
dezenas de milhões de pessoas 
b. Diminuição da disponibilidade de água 
c. Diminuição da atividade pesqueira 
d. Diminuição no turismo 
 FONTE: IPCC (2008). 
 
 
Como mostra a tabela 1, a grande maioria dos impactos será negativa, trazendo 
enormes prejuízos para a humanidade. Prevendo um grande desastre ambiental a 
Organização das Nações Unidas resolveu intervir e discutir com os países sobre o que 
poderia ser feito para frear a avanço do aquecimento global. 
 
 
18 
 
3- ACORDOS INTERNACIONAISPARA MITIGAR OS 
EFEITOS DA EMISSAO DE GEE 
 
Com o crescimento acelerado da população vem o crescimento do consumo e o 
aumento de emissão de gases poluentes, isso gera um grande problema, o aquecimento 
global. 
Em 1968, a Organização das Nações Unidas (ONU) se deu conta dos sérios 
problemas ambientais que estavam acontecendo no mundo, então a ONU decidiu fazer 
uma convocação para uma assembléia Geral. Em 1972 realizou a Conferencia das 
Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano. 
Essa conferência teve o propósito de chamar a atenção dos países para o fato de 
que as ações do ser humano estavam causando danos à natureza e criando altos riscos 
para o bem estar e para a sobrevivência da humanidade. A conferência foi realizada em 
Estocolmo e contou com a presença de representantes de 113 países, dessa conferência 
saiu a declaração sobre o Meio Ambiente Humano, uma declaração de como deveria ser 
o comportamento e a responsabilidade dos governantes sobre as questões ambientais, 
(ONU, 1972). 
Anos mais tarde, em 1988, a Assembléia Geral das Nações Unidas aprovou uma 
resolução determinando a realização de uma nova conferência sobre o meio ambiente, 
para se discutir o que os países estavam fazendo para a proteção ambiental, realizada em 
Estocolmo em 1972, (ONU, 1988). 
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU, 1992), essa nova 
conferência ocorreu em 1992 na cidade do Rio de Janeiro e os objetivos dessa nova 
conferência eram: 
 
1- Analisar a conjuntura ambiental mundial desde 1972 e suas 
relações com o estilo de desenvolvimento vigente; 
2- Formar mecanismos de transferência de tecnologias não-
poluentes aos países subdesenvolvidos; 
19 
 
3- Analisar estratégias nacionais e internacionais para inclusão de 
critérios ambientais ao processo de desenvolvimento; 
4- Formar um sistema de colaboração internacional para prever 
ameaças ambientais e prestar socorro em casos emergenciais; 
5- Reavaliar o sistema de organismos da ONU, eventualmente 
criando novas instituições para programar as decisões da conferência. 
 
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU, 1992), a conferência 
realizada no Rio de Janeiro em 1992, contou com a presença de 172 países e foram 
assinados quatro documentos; 
 
1- Declaração do Rio sobre meio ambiente e Desenvolvimento, 
essa declaração tinha por desígnio constituir uma nova e justa parceria global 
por meio de declaração de novos níveis de cooperação entre os países, os setores 
chave da sociedade e do indivíduo, assim visando à conclusão de acordos 
internacionais que respeitam os interesses de todos e protejam a integridade do 
sistema global do meio ambiente e desenvolvimento, reconhecendo a natureza 
interdependente e integral da Terra, como sendo nosso lar, (ONU, 1992). 
2- Agenda 21, foi um documento assinado pelos países presentes na 
conferência do Rio de Janeiro, é um texto chave com as estratégias que devem 
ser aceitos para a sustentabilidade, esse acordo se desenrola no âmbito da 
colaboração e da obrigação de governos. O texto expõe, especialmente, as 
especificidades e as características particulares de cada localidade, de cada 
cidade, para delinear o que deve ser desenvolvimento sustentável em cada uma 
delas, (ONU, 1992). 
3- Convenção da biodiversidade, esse foi um contrato aprovado 
durante a conferência do Rio de Janeiro, ela entrou em vigor no ano seguinte a 
conferência, ou seja, passou a ter validade em 1993, suas finalidades eram a 
defesa da biodiversidade, o uso sustentável de seus componentes e a separação 
equitativa e justa dos benefícios gerados com a utilização de recursos genéticos, 
20 
 
destacando o “protocolo de biosegurança” que permite que países deixem de 
importar produtos que contivessem organismos geneticamente modificados, 
(ONU, 1992). 
4- Convenção sobre mudança do clima, o seu principal foco desse 
tema foi a emissão de gases poluentes, como o monóxido de carbono, também 
houve uma tentativa de acordo para que os países reduzissem em 20% as 
emissões de gases poluentes até o ano de 2000, outro tema tratado foi a 
distribuição da camada de ozônio, mais por influência das indústrias dos países 
mais ricos retardou-se o plano da ONU no sentido de se evitar o uso de cloro 
flúor carbonetos (CFC,s), e foi dado um prazo considerável para o 
desenvolvimento das pesquisas que visavam à substituição dessas substâncias, 
(ONU, 1992). 
 
Outro documento debatido, tratava dos princípios para administração 
sustentável das florestas. 
Esse tema foi discutido e ficou em um grande impasse, pois os países de 
primeiro mundo propuseram que as florestas tropicais deveriam ser totalmente 
protegidas. Contudo países exportadores de madeira se opuseram inteiramente, a 
Malásia, que é grande exportadora, alegou que as nações industrializadas, já 
arrasaram suas próprias florestas e queriam evitar o progresso dos países em 
desenvolvimento. 
Os países industrializados afirmavam que as matas tropicais seriam uma 
grande forma de sorver e reciclar o gás carbônico, e isso se transformou num 
impasse, pois os países com florestas tropicais queriam conservar o direito de 
explorá-las. 
Em 1992, na conferência do Rio de Janeiro foi instituído que os países 
industrializados deveriam se comprometer para que suas emissões de gases 
poluentes estivessem no mesmo patamar que a do ano de 1990, para isso eles teriam 
até o ano 2000 para cumprir esse objetivo, (ONU, 1992). 
Isso queria dizer que eles seriam os responsáveis por darem os primeiros 
passos para a diminuição de emissões de gases poluentes. Porém o G-7 (grupo 
21 
 
formado pelos 7 países mais ricos do mundo na época) prejudicou o acordo, ao 
exigir que países em subdesenvolvimento também fossem obrigados a fazer o 
mesmo, logo os países em subdesenvolvimento não aceitaram as exigências e o 
acordo do Rio ficou apenas no plano de boas intenções. 
Em 1997, a ONU realizou a 3ª conferência das partes (COP-3) na cidade de 
Kyoto no Japão. 
Nessa conferência foi consolidado o protocolo de Kyoto. O objetivo desse 
protocolo é constituir metas para a redução das emissões de gases poluentes, essa 
diminuição dos gases deve atingir níveis de emissões de 1990, (ONU, 1997). 
Esse acordo era similar ao acordo discutido no Rio de Janeiro, porém para 
que o protocolo de Kyoto se tornasse efetivo era preciso que os países que mais 
contribuem na emissão de gases poluentes, assinassem o acordo de redução de 
emissões. 
No entanto, os Estados Unidos, maior emissor de gás carbônico (tabela 2), 
com cerca de 20% do total emitido no mundo, se recusou a assinar o protocolo 
alegando que apenas os países industrializados estavam sujeitados a reduzir as 
emissões de gases na atmosfera, enquanto os países em desenvolvimento não teriam 
compromisso nenhum. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
 
Tabela 2- Maiores emissores de gás carbônico do mundo. 
Países Emissões de Gás Carbônico (%) 
Estados Unidos 20 
China 15 
União Européia 14 
Rússia 6 
Índia 5,6 
Japão 4 
Alemanha 3 
Brasil 2,5 
Canadá 2,1 
Inglaterra 2 
 FONTE: MAPA. 
O protocolo de Kyoto passou a valer em 2005, quando a Rússia resolveu 
tomar parte do acordo. Com essa assinatura o protocolo de Kyoto contava com 175 
países o que representava 55% de todo o gás lançado na atmosfera. 
Em Kyoto ainda foi estabelecido o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo 
(MDL), que tem dois objetivos: diminuir o custo global da redução dos gases 
poluentes espalhados na atmosfera e, ao mesmo tempo apoiar iniciativas que 
promovam o desenvolvimento sustentável em países em desenvolvimento. 
 
 
 
 
23 
 
4- MECANISMOSDE DESENVOLVIMENTO LIMPO - 
(MDL) 
 
 
No artigo 12 do protocolo de Kyoto, fica estabelecida a criação de um 
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que tem como objetivo contribuir 
para a redução da emissão de gases poluentes na atmosfera. 
O principio básico do MDL é admitir que países desenvolvidos invistam nos 
países em desenvolvimento para obter oportunidades de redução de poluentes a 
baixo custo, e que a cada tonelada de CO2 deixada de ser emitida ou retirada da 
atmosfera poderá ser negociada no mercado mundial. 
O MDL é mais vantajoso para países desenvolvidos do que para os em 
desenvolvimento (ROCHA, 2003), entretanto países em desenvolvimento também 
se beneficiam, não somente com o aumento do fluxo de investimentos vindo dos 
países desenvolvidos, mas ainda com a exigência de que os investimentos 
compensem as emissões de gases poluentes lançados na atmosfera, e ao mesmo 
tempo promove os objetivos de desenvolvimento sustentável. 
Dessa forma, mediante os MDL, se permite o envolvimento dos países em 
desenvolvimento, sobretudo quando esses países têm outras prioridades que limitam 
seus recursos para as atividades de redução de emissões de gases poluentes. 
Sinalizando aos países subdesenvolvidos que o caminho para o desenvolvimento 
será incorporado como parte da solução. 
De acordo com ROCHA (2003), as regras estabelecidas para a participação 
em um projeto de MDL devem ser voluntárias. As partes interessadas em participar 
do MDL devem, em primeiro lugar, designar uma autoridade nacional que será 
responsável pela aprovação ou não dos projetos. 
Uma vez registrado, o projeto passa para a fase de monitoramento, onde será 
verificado o cumprimento das metas de redução de emissões e/ou de sequestro de 
carbono. 
24 
 
Esse monitoramento irá acontecer seguindo um plano estabelecido pela 
metodologia e terá como resultados relatórios que serão submetidos para a entidade 
operacional para a verificação do projeto. 
Após a verificação, a entidade operacional emite um certificado, que por sua 
vez, é a garantia por escrito, que durante um determinado período o projeto alcançou 
as reduções de GEE e/ou sequestro de carbono propostos. 
Com os certificados, é possível solicitar ao Comitê Executivo a emissão dos 
créditos de carbono, relativos à quantidade reduzida e/ou seqüestrada. 
A partir do período em que o Brasil firmou o Protocolo de Kyoto, em 1997, 
o governo federal vem promovendo esforços institucionais para dar suporte técnico 
e regulatório ao programa de políticas e ações no âmbito desse acordo. 
Nessa definição foram instituídas a Comissão Interministerial de Mudanças 
climáticas e o Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC). Este último, 
criado pelo decreto n.º 3.515, de 20 de junho de 2000, que tem por objetivo; 
conscientizar e mobilizar a sociedade para discussão e tomada de posições sobre os 
problemas decorrentes da mudança do clima por gases do efeito estufa, bem como 
sobre o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). 
Alguns dos recursos adotados para atender aos objetivos do MDL, é a 
plantação de florestas, que têm evidência como um dos principais recursos atuais no 
combate às causas das mudanças do clima, devido à sua alta capacidade de fixar o 
carbono atmosférico. 
No cultivo de novas árvores, o eucalipto é uma das que vem se destacando 
no Brasil, pois possui um rápido crescimento, alta produtividade, ampla diversidade 
de espécies e grande capacidade de adaptação. 
Além desses fatores, o eucalipto é aplicado em diversos processos e com 
diversas finalidades, como produção de celulose, papel e carvão vegetal, além de 
outros produtos. 
Diante das possibilidades abertas pelo Mecanismo de Desenvolvimento 
Limpo (MDL) e das propostas feitas pelas empresas que cultivam eucalipto, no 
sentido de financiar seus plantios com recursos do MDL e no sentido de vários 
25 
 
países quanto à utilização de tais atividades para atingir as metas de redução de 
emissões de GEE. 
As atividades de Uso da Terra, Mudança de Uso da Terra e Florestas (em 
inglês – Land Use, Land Use Chance and Forestry – LULUCF) para o sequestro de 
carbono devem ser elaboradas de acordo com os seguintes princípios (UNFCCC, 
2002): 
 
a- As atividades de LULUCF devem ser baseadas em sólido conhecimento 
cientifico; 
b- Metodologias consistentes devem ser utilizadas ao longo do tempo para a 
determinação das estimativas (de sequestro de carbono) e do monitoramento 
das atividades de LULUCF; 
c- A meta estabelecida no Protocolo de Kyoto não deve ser alterada pela 
contabilização das atividades de LULUCF; 
d- A simples presença de estoques de carbono deve ser excluída da 
contabilidade; 
e- A implementação de atividades de LULUCF deve contribuir para a 
conservação da biodiversidade e para o uso sustentável dos recursos naturais; 
f- A contabilização de atividades de LULUCF não implica na transferência de 
compromissos para período futuros; 
 
O primeiro projeto oriundo do eucalipto, que se enquadra nas atividades de 
LULUCF no Brasil, foi o projeto Plantar em Minas Gerais, que inicialmente o 
projeto propunha, através de plantio de eucalipto e de produção de carvão vegetal, 
evitar a emissão (consumo de carvão mineral) de 2.117.381 toneladas de carbono e 
seqüestrar 953.100 toneladas de carbono durante um período de 21 anos. 
O projeto Plantar foi aceito pelo PFC (Prototype Carbon Fund) e deverá 
vender para o Banco Mundial os créditos oriundos do projeto, (PFC, 2002). 
 
26 
 
5- MERCADO DE CARBONO 
 
A evolução da atividade humana em termos tecnológicos, ocorridos desde a 
metade do século passado, tem sido o motivo da alteração no clima. Além do mais, 
existe a possibilidade de gerações futuras não ter acesso aos recursos naturais e 
qualidade plena e “saudável”, a poluição tem sido o foco de análises e mobilizações 
globais por países, líderes governamentais, instituições e comunidades técnicas - 
cientificas ao redor do planeta. 
A alteração do clima no planeta é acarretada pelo acréscimo significativo da 
concentração de gases, sobretudo aqueles compostos de carbono cujo ciclo de absorção 
é longo, o que gera desequilíbrio térmico na atmosfera. Tal fato ocasiona o agravamento 
do chamado efeito estufa, consequentemente contribui para o aquecimento global. Esses 
gases são liberados normalmente sob forma de produtos da queima dos combustíveis 
fósseis, bem como pela combustão da maioria dos compostos combustíveis orgânicos, 
como é o caso dos gases de combustão dos motores a explosão dos veículos 
automotores e em grande parte, das operações industriais. 
Em Kyoto, ainda ficou constituído por meio do protocolo assinado, um bônus 
para as empresas que alcançassem as metas constituídas, esse bônus ficou conhecido 
como Crédito de Carbono. 
O procedimento para se entender o que é o Crédito de Carbono é simples, com o 
protocolo de Kyoto, foi constituído metas para as emissões de gases poluentes na 
atmosfera, os créditos de carbono são certificados que autorizam o “direito de poluir”. 
(ONU, 1992) 
As agências de preservação ambiental reguladoras emitem certificados 
autorizando emissões de toneladas de gases poluentes, primeiramente foram 
selecionadas as empresas que mais poluem no país, e a partir desse ponto são impostas 
metas de diminuição de gases poluentes, a empresa que consegue atingir a meta 
estabelecida recebe créditos de carbono que podem ser vendidos para empresas que não 
conseguiram atingir a meta desejada, (ROCHA, 2003). 
27 
 
Cada crédito de carbono representa uma tonelada de gás poluente, as empresas 
que não conseguiram alcançar suas metas são obrigadas a adquirir créditos de carbono,para compensar o excedente por elas lançadas na atmosfera. 
Existem mercados de Créditos de Carbono, os que são chamados de não - Kyoto, 
os quais incluem a Bolsa do Clima de Chicago (Chicago Climate Exchange – CCX), e 
sua equivalente européia, a Bolsa Européia do Clima (European Climate Exchange – 
ECX) e outras incluídas que são reguladas por regras próprias quanto ao comércio de 
carbono, (WORLD BANK, 2007). 
Algumas organizações e empresas públicas e privadas participam das 
negociações internacionais de créditos de carbono através destes mercados privados. 
Este mercado vem crescendo significativamente nos últimos anos. 
O mercado atual de carbono se divide entre o relacionado ao Protocolo de 
Kyoto, no âmbito das Nações Unidas sobre Mudança do Clima e aqueles conhecidos 
como Não – Kyoto. 
De acordo com a Associação Brasileira das Empresas do Mercado de Carbono 
(ABEMC), o mercado Não – Kyoto ainda conta com outras iniciativas voluntárias, 
como o mercado de compensação de emissões de negócios comerciais, industriais, 
eventos e outros, inclusive por meio de atividades que promovam a fixação de carbono, 
como as florestas plantadas. Estes projetos de compensação de carbono não são 
regulamentados por um mercado, portanto possuem condições específicas a serem 
avaliadas pelas empresas interessadas. O mercado de carbono está em expansão, e as 
empresas brasileiras estão de olho nesse mercado (tabela 6). 
 
 
 
 
 
28 
 
Tabela 6- Projetos de Créditos de Carbono por estado 
Estados Números de projetos que recebem 
créditos de carbono. 
São Paulo 80 
Minas Gerais 34 
Rio Grande do Sul 24 
Paraná 22 
Goiás 20 
Mato Grosso 20 
Mato Grosso do Sul 19 
Espírito Santo 15 
Rio de Janeiro 11 
 FONTE: MAPA (2007). 
 
O Brasil lidera na America Latina quando o assunto é créditos de carbono, e a 
cada dia que passa vem crescendo, se tornando um mercado muito lucrativo para as 
empresas que recebem os créditos de carbono. 
De acordo com a Associação Brasileira das Empresas do Mercado de Carbono 
(ABEMC), a maior parte dos projetos desenvolvidos no Brasil, estão ligados ao setor de 
geração de eletricidade. 
Conforme a Associação Brasileira das Empresas do Mercado de 
Carbono (ABEMC), o valor do crédito de carbono está em cerca de 20 euros por 
crédito. 
Sabendo que o Brasil, captura 67,5 milhões de toneladas de carbono por ano1, 
porém somente 32%, desse valor pode se tornar créditos de carbono, logo o mercado de 
eucalipto geraria algo em torno de U$$ 650 milhões de dólares (R$ 1.105 bilhões de 
 
1 BRACELPA. Disponível em: www.bracelpa.org.br. Acesso em 18/08/2010. 
29 
 
reais), e o Mato Grosso do Sul geraria U$$ 1.77 milhões de dólares (3 Milhões de 
reais)2. 
Os maiores compradores de créditos de carbono hoje são fundos de 
investimentos, como os fundos do Banco Mundial. 
De acordo com o WORLD BANK (gráfico 5), os maiores compradores de 
créditos de carbono, são países europeus. 
 
 FONTE: WORLD BANK (2007) 
Gráfico 5- Maiores compradores de carbono. 
 
 
2 Esses valores são referentes se área cultivada de eucalipto estivessem nos projetos de 
captura de gás carbônico. 
30 
 
Enquanto os países europeus são os maiores “consumidores” do mercado de 
carbono, os países asiáticos são os maiores “produtores” (gráfico 6). 
 
 
 FONTE: WORLD BANK (2009). 
Gráfico 6- Maiores vendedores de carbono. 
 
Os créditos de carbono recebidos pelas empresas podem ser negociados através 
de bolsas de valores, especula-se que o mercado de carbono gire algo em torno de 80 
bilhões de euros por ano, em 2008 o Brasil negociou algo em torno de 90,4 milhões de 
euros em créditos de carbono, ficando bem abaixo dos 432 milhões de euros, que 
poderia arrecadar por conta de uma negociação de todos os créditos de carbono 
provenientes do sequestro de carbono de uma parte das plantações de eucalipto3 
 
 
3 Dados referentes apenas ao cultivo do eucalipto, destinado ao carvão vegetal e se toda 
área plantada estivessem participando do projeto de captura de carbono. 
31 
 
6- O EUCALIPTO NO BRASIL 
 
O eucalipto foi encontrado pelos ingleses na Austrália, por volta de 1788. A 
disseminação de sementes de eucalipto no mundo deu início no século XIX. 
 Na América do Sul, o primeiro país a inserir o eucalipto na sua cultura foi o 
Chile em 1823, em seguida, a Argentina e o Uruguai. Por volta de 1850, países 
como Portugal, Espanha e Índia começaram a cultivar o eucalipto. 
O gênero Eucalyptus tem cerca de 700 espécies. As espécies mais 
corriqueiras no Brasil chegam de 20 a 60 metros de altura, mas há espécies de 
tamanho maior capazes de atingir 90 metros de altura. 
De acordo com a Sociedade Brasileira de Silvicultura (SBS), o eucalipto se 
desenvolve com grande rapidez, e por volta do quinto ano, já tolera um primeiro 
corte do tronco para o aproveitamento da madeira, em seguida retornam a vegetar. 
Por crescer ligeiramente, aceita cortes contínuos e fornece matéria-prima 
para diversos fins, por isso o eucalipto tornou-se uma das árvores mais comumente 
cultivadas. 
As primeiras mudas chegaram ao Brasil em 1868, foram plantadas no sul e 
sudeste do país, porém o plantio em escala comercial começou apenas em 1904. O 
gênero tomou impulso somente no inicio do século XX. 
Primeiramente, foi inserida como monocultura dedicada a preencher a 
demanda de lenha para combustíveis das locomotivas e dormentes para trilhos das 
companhias ferroviárias. 
Em meados de 1960, o governo adotou uma intensa política de apoio fiscal 
para o reflorestamento, destinado para as grandes indústrias siderúrgicas e de papel 
e celulose. Essas indústrias, que estavam em franca expansão, eram sujeitadas por 
força de lei a manter áreas próprias para a sua produção de matéria-prima. 
A política florestal desenvolvida pelo governo militar criou uma linha de 
instrumentos que, até meados de 1980, estimulou e financiou as grandes empresas 
florestais. 
32 
 
Entre os anos de 1909 e 1966, a área plantada de eucalipto no Brasil era de 
173000 ha e 80% concentrava-se em São Paulo4. Hoje em dia a maior área de 
eucalipto plantada encontra-se em Minas Gerais. 
Como mostra o gráfico 7, mais de 70%, de todo eucalipto plantado no Brasil 
é utilizado na produção de papel e transformado em carvão vegetal, esse carvão é 
utilizado principalmente em siderúrgicas, no lugar do carvão mineral, essa 
substituição de fonte de energia nas siderúrgicas, contribui para diminuir as 
emissões de gases de efeito estufa (GEE). 
PAPEL
40%
CARVÃO 
VEGETAL
32%
MADEIRA 
SERRADA
8%
AGLOMERADO
S
5%
CHAPA DE 
FIBRA
8%
OUTROS 
FINS
7%
Fins do Eucalipto
 
 Fonte: SBS (2007). 
Gráfico 7- Brasil: Destino do eucalipto plantado 
 
 
4 SAMPAIO, A. Navarro. Os eucaliptos no Brasil. In: Aracruz Celulose, O eucalipto e 
as ecologias, pp.5-10. 
 
33 
 
7- POTENCIALIDADE DO EUCALIPTO PARA GERAR 
CREDITOS DE CARBONO DENTRO DO MDL 
 
Atualmente o Brasil, em especial, Minas Gerais detêm tecnologia de ponta, 
chegando ainda a exportar conhecimentos técnicos e científicos para a Austrália, a 
terra de origem do eucalipto. 
Conforme informações da Sociedade Brasileira de Silvicultura (SBS), em 
2002, a área plantada de eucalipto no Brasil, correspondia a 1.77 milhões ha. Em 34 
anos, a área plantada de eucalipto aumentou em quase sete vezes, em relação a área 
plantada em 1966. (Gráfico 8). 
0
0
01
10
100
1.000
10.000
1904 1966 2002
M
ilh
ar
es
GRÁFICO DA ÁREA PLANTADA 
DE EUCALIPTO.
ÁREA PLANTADA (ha)
 
 Fonte SBS. 
Gráfico 8- Área plantada de eucalipto no Brasil. 
34 
 
Em 2009, a área total de florestas de eucalipto plantadas, atingiu 4.576.000 
ha, como mostrado (gráfico 9), abaixo: 
 
 
 Fonte SBS. 
Gráfico 9- Área de eucalipto plantado 2004 - 2009. 
 
Como-se pode observar (gráfico 7), o aumento da plantação de eucalipto, 
teve um ritmo menor entre os anos de 2008 e 2009, em relação aos anos passados, 
esse fato tem relação com a crise financeira internacional, que afetou a economia 
35 
 
mundial, reduzindo expressivamente a demanda dos mercados compradores dos 
produtos das cadeias produtivas baseadas em madeiras de eucalipto. (SBS, 2010) 
Atualmente as florestas plantadas com eucaliptos está em franca expansão, 
na maioria dos estados brasileiros com tradição na silvicultura, ou em estados 
considerados como novas fronteiras. 
O Brasil é um dos principais produtores de eucalipto do mundo, segundo a 
SBS (2009), como vemos a seguir (tabela 3). 
Tabela 3- Mundo: Maiores produtores de eucalipto. 
PAÍS EUCALIPTO* (1000 ha) 
ÍNDIA 9200 
BRASIL 4500 
CHINA 2100 
PORTUGAL 1000 
ÁFRICA DO SUL 900 
ESPANHA 900 
URUGUAY 700 
PERU 680 
VIETNÃ 650 
TAILÂNDIA 640 
CHILE 540 
ARGENTINA 500 
AUSTRÁLIA 500 
PAQUISTÃO 390 
INDONÉSIA 330 
VENEZUELA 90 
 FONTE SBS. 
 *DADOS APROXIMADOS DO ANO DE 2009. 
 
Abaixo (Tabela 4), podemos ver os dados de crescimento da área plantada de 
eucalipto nos anos de 2005 a 2009, por estados da federação. A taxa de crescimento 
das plantações de eucalipto nos últimos cinco anos foi de 30% no Brasil. 
36 
 
 
Tabela 4- Área plantada de eucalipto nos últimos anos. 
 
UF 
Área de eucalipto plantada (ha) 
2005 2006 2007 2008 2009 
MG 1.119.259 1.181.429 1.218.212 1.278.210 1.292.150 
SP 798.522 915.841 911.908 1.001.080 1.029.620 
PR 114.996 121.908 123.078 142.430 157.920 
BA 527.386 540.172 550.127 587.610 628.440 
SC 61.166 70.341 74.008 77.440 108.140 
RS 179.690 184.245 222.245 277.320 271.980 
MS 113.432 119.319 207.687 265.250 290.890 
ES 204.035 207.800 208.819 210.410 204.570 
PA 106.033 115.806 126.286 136.290 139.720 
MA 60.745 93.285 106.802 111.120 137.360 
GO 47.542 49.637 51.279 56.880 57.940 
AP 62.087 58.473 58.874 63.310 62.880 
MT 42.417 46.146 57.151 58.580 61.510 
TO 2.124 13.901 21.655 31.920 44.310 
OUTROS 25.285 27.491 31.588 27.580 28.280 
TOTAL 3.464.719 3.745794 3.969.719 4.325.430 4.515.710 
 FONTE SBS. 
 
Conforme o MDL, nem todo o eucalipto plantado, é revertido em 
créditos de carbono, somente são revertidos os destinados ao setor energético. 
Como mostra o gráfico 7, apenas 32% é destinado ao setor energético. 
Segundo a SBS, até o ano de 2015 haverá um crescimento de 1,4% por ano, na 
transformação do eucalipto em carvão vegetal. (gráfico 10) 
 
37 
 
 
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
1,8
2
2010 2011* 2012* 2013* 2014* 2015*
M
ilh
õe
s
Persperctiva do carvão vegetal 
vindo do eucalipto
Área de eucalipto (ha)
 
 Fonte: SBS 
 *Projeção da área plantada de eucalipto que pode ser negociada como crédito de carbono de acordo com a 
SBS (2009). 
Gráfico 10- Projeção da área de eucalipto destinada à produção de 
carvão vegetal. 
38 
 
 
Fonte: SBS . 
 *Projeção da área plantada de eucalipto que pode ser negociada como crédito de carbono de acordo com a SBS 
(2009). 
 
 
Gráfico 11- Projeção da venda de créditos de carbono originado da 
área de eucalipto destinada à produção de carvão vegetal. 
 
O gráfico 11, mostra uma projeção de valores gerados para cada ano, através 
dos créditos de carbono, oriundos da área que será cultivada até 2015. Esses valores 
foram obtidos da seguinte forma, cada crédito de carbono gerado, pode ser vendido 
por cerca de 20 euros, logo foi calculado quantos créditos de carbono geraria a área 
de eucalipto destinado ao carvão vegetal, e multiplicado por 20 euros. 
39 
 
A ampliação na área cultivada com eucalipto é conseqüência de um conjunto 
de fatores que vêm beneficiar o plantio em larga escala dessa árvore. Entre os 
aspectos mais relevantes estão o rápido crescimento em ciclo de curta rotação, a alta 
produtividade florestal e a expansão e direcionamento de novos investimentos por 
parte de empresas de segmentos, que utilizam sua madeira como matéria prima em 
processos industriais. Em particular, as expansões previstas no segmento de celulose 
e papel têm sido a alavanca do crescimento nas áreas plantadas. 
 Como podemos ver (tabela 4), nos últimos cinco anos, houve um grande 
crescimento na produção de eucalipto, isso tem contribuído para atender aos 
objetivos propostos pelo MDL. 
As florestas e a alteração do clima possuem uma ligação muito estreita, pois 
as modificações climáticas têm afetado as florestas por meio do aumento da 
temperatura média anual. Ao mesmo tempo, as florestas armazenam CO2 e servem 
como fontes limpas de energia e matérias primas renováveis, o que contribui 
expressivamente para mitigar as modificações climáticas. 
Contudo, as florestas quando desmatadas ou manejadas de modo não 
sustentável, podem gerar emissões de gases de efeito estufa, principalmente o CO2. 
O IPCC – Intergovernamental Panel on Climate Change (Painel 
Intergovernamental para as mudanças Climáticas), das Nações Unidas (ONU), 
avalia as opções de mitigação das alterações climáticas, por meio da restrição ou 
diminuição das emissões de gases de efeito estufa e do acréscimo das atividades 
para removê-los da atmosfera, entre elas está atividades e setores ligados à 
silvicultura. 
Em regiões tropicais, como o Brasil, onde o eucalipto é de rápido 
crescimento e, conseqüentemente, removem o carbono da atmosfera mais 
rapidamente, é possível remover grandes volumes de carbono atmosférico com seu 
cultivo, em um prazo relativamente curto. Estudos apontam que a fixação total de 
carbono em eucalipto é de 15 tCO2/ano5. 
 
5 EMBRAPA FLORESTA. Disponível em www.cnpf.embrapa.br. Acesso em 
18/05/2010. 
40 
 
Levando em conta, que hoje em dia existe cerca de 4,5 milhões de ha, 
plantados no Brasil, podemos fazer o seguinte cálculo: 
 
 
No ano de 2009, o Brasil emitiu cerca de 18 bilhões de toneladas de gás 
carbônico6, isso mostra que a área total de eucalipto plantada captura 3,75% de todo 
gás carbônico emitido pelo país. 
 
8- A PARTICIPAÇÃO DE MATO GROSSO DO SUL NA 
PRODUÇÃO DE EUCALIPTO. 
 
O Mato Grosso do Sul vêm se destacando ultimamente como um estado em 
desenvolvimento no Brasil. Diferentes são os fatores que cooperaram para que isso 
ocorra entre eles deve-se ponderar a instalação de novas empresas no estado, o que 
tem gerado uma maior receita ao estado e colaborado com o desenvolvimento 
(EMBRAPA FLORESTA, 2009). 
O Mato Grosso do Sul é o quarto estado da federação com maior área 
plantada de eucalipto do país (tabela 4), sua plantação representa, 6,5% de todo 
eucalipto plantado no Brasil. 
O governo do Mato Grosso do Sul por meio da Secretaria de 
Desenvolvimento Agrário, Produção, Indústria, Comércio e Turismo (SEPROTUR), 
e junto com o SEBRAE, lançaram o Plano Estadual para o Desenvolvimento 
Sustentado das Florestas (PEF/MS), o qual tem por objetivo guiar as autoridades 
governamentais e empresas, no processo de desenvolvimento do setor florestal7. 
O PEF deverá ser implantado em cinco etapasao longo dos 12 anos, a 
primeira etapa foi completada com o lançamento do programa PEF/MS. A segunda 
 
6 INPE. Disponível em: www.inpe.br. Acesso em 15/05/2010. 
 
7 SEPROTUR. Disponível em: www.seprotur.ms.gov.br. Acesso em 17/06/2010. 
41 
 
etapa prevê a institucionalização do Plano junto a Assembléia Legislativa do Estado 
e a formação de uma Unidade Gestora. Na terceira etapa está prevista a implantação 
dos programas estratégicos para os setores públicos e privados. Com prazo de 
execução de até 2 anos, a etapa contemplará a instalação e atração de investimentos, 
extensão e fomento florestal, desenvolvimento tecnológico e criação de um banco de 
dados florestal4. 
Na quarta etapa esta prevista a concretização da proposta, onde serão 
considerados os impactos obtidos. Nesta etapa, igualmente é esperada que a 
consolidação competitiva do setor encontre-se em pleno processo. 
A última etapa, prevista para ocorrer em 6 a 12 anos, são previstas as 
políticas de fortalecimento e ampliação do setor e sua modernização, por meio de 
novos processos, tecnologia, criação de novos produtos e conquista de novos 
mercados4. 
Com esse programa, o governo do Mato Grosso do Sul espera a criação de 
mecanismos para os futuros investidores do setor. O programa ainda prevê que, até 
2030, a área de eucalipto cultivada no estado chegue a um milhão de hectares, isso 
significaria um investimento no setor de R$ 20 bilhões4. 
Tabela 5- Empresas no mato grosso do sul, que mais cultivam o eucalipto. 
PROPRIETÁRIO ÁREA TOTAL 
PLANTADA (ha) 
% 
VCP-MS. 143.191 53,98 
VETORIAL SIDERURGIA LTDA. 11.100 4,18 
GRUPO MUTUM. 8.760 3,30 
MMX MATALICOS CORUMBÁ LTDA. 6.172 2,33 
3 P EMPREENDIMENTOS E COMÉRCIO LTDA. 5.200 1,96 
CORUS AGROFLORESTAL LTDA. 5.012 1,89 
RAMIRES REFLORESTAMENTOS LTDA. 4.581 1,73 
NIPPAK S/A DE DESENVOLVIMENTO 
AGROPECUÁRIO LTDA. 
3.675 1,39 
FLORAGUA AGROFLORESTAL LTDA. 3.371 1,27 
OUTROS. 74.188 27,97 
TOTAL. 265.250 100 
 FONTE: REFLORE MS (2008). 
42 
 
Segundo a tabela 5, a empresa VCP-MS é responsável por quase 54% de toda a 
área plantada no estado, enquanto as outras empresas juntas têm 18% do eucalipto do 
Mato Grosso do Sul. O eucalipto produzido pela VCP-MS é destinado especificamente 
para produção de papel e celulose. 
O Mato Grosso do Sul com sua plantação, representa cerca de 6% de todo gás 
carbônico capturado por ano, pelas florestas de eucalipto no Brasil8. 
A captura de gás carbônico pode representar um grande lucro para as empresas 
produtoras, pois cada tonelada de gás capturado, gera um crédito de carbono9. 
Nem toda área de eucalipto pode ser contabilizada como beneficiada aos Crédito 
de Carbono, pois, somente é contabilizada aquela destinada ao uso final no setor 
energético. 
 
8 Os 6% são referente apenas ao potencial de captura de carbono, pela área de eucalipto 
plantada e não a geração de carbono. 
9 Os créditos de carbono são gerados, somente para empresas que apresentam projetos 
que visam à diminuição das emissões de gases estufa. 
43 
 
9- AS DESVANTAGENS DO EUCALIPTO 
 
Segundo PEREIRA (2006), a monocultura do eucalipto causa impactos 
sobre a biodiversidade e a disponibilidade hídrica, por ser de rápido crescimento 
necessita um grande consumo de água. 
Uma série de problemas é originada devido à exploração de eucalipto em 
grandes áreas. A desertificação do clima e de solo, as grandes florestas de eucalipto 
precisam de uma enorme quantidade de água, para se ter uma idéia, segundo 
MEIRELLES (2006), cada pé de eucalipto necessita, para crescer satisfatoriamente, 
de aproximadamente 30 litros de água por dia, o que acaba gerando um grande 
déficit hídrico nas regiões onde são cultivados, gerando assim certa desertificação da 
região. 
Esse é um grave problema, já que muitas plantações são realizadas à beira de 
córregos e nascentes de rios, o que acaba por ressecar o solo. 
As florestas de eucalipto são cultivadas priorizando o retorno econômico. 
Assim sendo, não são cultivadas juntamente outras espécies de vegetais, o que 
diminui a diversidade vegetal da região de floresta, já que a mesma também impede 
que gramíneos e pequenos arbustos cresçam e se desenvolvam. 
Embora quando estejam pequenas, as árvores de eucalipto não forneçam um 
bloqueio solar como quando estão grandes. Outro problema é a falta da diversidade 
da fauna, já que os únicos animais que conseguem sobreviver nesses tipos de 
florestas são formigas e caturritas (aves predadoras de lavouras que usam as árvores 
de eucalipto como abrigo, mas não se alimentam delas), (PEREIRA, 2006). 
 
 
 
 
 
 
44 
 
10- CONCLUSÃO. 
 
Com o aumento do aquecimento global e a preocupação mundial do que poderia 
acontecer no futuro, resultou em uma conscientização maior dos países em relação aos 
problemas causados pelo aumento da concentração dos gases poluentes. 
Tendo em vista essa preocupação a ONU criou o Protocolo de Kyoto, como 
tentativa de minimizar as emissões exageradas dos gases na atmosfera, o Protocolo 
delega a responsabilidade a cada país competindo a eles efetuar as mudanças 
necessárias para amenizarem as emissões de gases poluentes. 
Com a implantação do Protocolo, surgem os créditos de carbono para estimular 
as empresas a diminuírem suas emissões. 
Com esses créditos vem a comercialização, tornando esse mercado, em franca 
expansão, muito lucrativo para as empresas. 
Os créditos gerados pelo MDL podem ter um papel significativo para o país e 
diversas empresas associadas. Estas empresas já vêm implementando projetos e 
planejando novos investimentos a partir desse importante instrumento. 
Apesar de o Brasil ser um dos lideres de venda do crédito de carbono no mundo, 
ainda sim sua participação é pequena considerando o tamanho do território brasileiro. O 
Brasil tem um grande potencial para aumentar cada vez mais sua participação no 
mercado de carbono. 
Nos últimos anos o Brasil aumentou em mais de 30% sua plantação de eucalipto 
(tabela 4), visando suprir a quantidade de matéria prima que utiliza e ao mesmo tempo 
contribuindo com o MDL. 
Junto com o Brasil, caminha o Mato Grosso do Sul, que em 2005 ocupava o 7º 
lugar na produção nacional de eucalipto, passando a ocupar o 4º lugar em 2009 (tabela 
4). 
Esse salto na produção do estado se deve às instalações de novos pólos 
indústrias no estado ligados diretamente e indiretamente à matéria prima proveniente do 
45 
 
eucalipto. Demonstrando assim, o grande potencial que o Brasil tem para tornar-se um 
dos principais “fornecedores” de créditos de carbono para o mundo. 
Com projetos desenvolvidos para o setor energético, principalmente com o uso 
do eucalipto como carvão vegetal, que em 2015, tem perspectivas para alcançar cerca de 
800 mil hectares (gráfico 8). 
 Isso mostra que o Brasil está atento às oportunidades dos créditos de carbono, 
pois se o mercado mantiver-se constante até 2015, isso poderá representar um lucro de 
540 milhões de euros. Além de ajudar a diminuir as emissões dos Gases de Efeito 
Estufas (GEE), pois o carvão vegetal substitui o carvão mineral, ao mesmo tempo o 
Brasil contribui para redução das emissões dos Gases de Efeito Estufas (GEE) e lucra 
com o mercado de carbono. 
Logo o eucalipto, para fins energéticos torna-se uma boa opção de investimento 
para os setores públicos e privados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
46 
 
11- BIBLIOGRAFIA 
 
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