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POP Introdução à Psicanálise

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PSICOTERAPIA DE ORIENTAÇÃO 
PSICANALÍTICA 
 
“Introdução à Psicanálise” 
 
 
Profa. Maíra Touso 
maira.touso@unifran.edu.br 
Resumo Geral 
•  breve relato sobre a vida de Freud; 
 
•  breve histórico do momento científico; 
 
•  os primórdios da psicanálise; 
•  associação livre; 
•  a primeira tópica; 
•  a interpretação dos sonhos; 
 
 
Breve relato sobre a vida de Freud 
Sigmund Freud 
•  Nascia, no dia 6 de maio de 1856, o 
terceiro filho do casal Salomon Jacob e da 
jovem Amalia (ou Malka), Sigismund 
Scholomo Freud, na cidade de Freiberg 
(Príbor, atualmente), na Morávia, pequena 
cidade situada onde agora é a República 
Tcheca, na época pertencente ao Império 
Austro-Húngaro; 
Sigmund Freud (cont.) 
•  Após um curto período morando em 
Leipzig (Alemanha), a família se muda 
para Viena, por volta de 1860; 
 
•  Em 1873, aos 17 anos, Freud inicia sua 
formação acadêmica no curso de Medicina 
na Universidade de Viena; 
 
•  1886 – casa-se com Martha Bernays 
Sigmund Freud (cont.) 
•  1895 – primeira publicação importante 
(Estudos sobre a histeria), juntamente 
com o também neurologista, Joseph 
Breuer; 
 
•  Por volta de 1897 e nos anos seguintes, 
acontece a descoberta da existência do 
Inconsciente e Freud formula a Teoria 
Topográfica (Pré-consciente, Inconsciente 
e Consciente); 
Sigmund Freud (cont.) 
•  1900 – publicação do livro A interpretação 
de sonhos; 
 
•  1923 – publicação do trabalho O ego e o 
id e formulação da Teoria Estrutural (Id, 
Ego e Superego); 
 
•  1938 – exército nazista invade a Áustria e 
Freud e sua família são obrigados a se 
mudarem para Londres; 
Sigmund Freud (cont.) 
•  23 de setembro de 
1939 – falece de 
câncer, doença que 
o acometeu desde 
1923. 
Breve histórico do momento científico 
•  No final do século XIX, a medicina era, 
quase que inteiramente, assentada em 
bases biológicas; 
 
•  A Psiquiatria era apenas um ramo da 
Neurologia, chamada de neuropsiquiatria; 
 
•  Os neuropsiquiatras utilizavam um 
atendimento mais humanista que os 
neurologistas. 
 
Hipnose 
•  Na mesma época, além dos métodos de 
tratamento que os neuropsiquiatras 
utilizavam (hidroterapia, ervas medicinais, 
eletroconvulsoterapia, entre outros), a 
hipnose também era utilizada e buscava, 
cientificamente, seus fundamentos; 
Hipnose (cont.) 
•  Hipnose – método terapêutico que leva a 
pessoa a um “estado semelhante ao sono, 
gerado por um processo de indução, no 
qual o indivíduo fica muito suscetível à 
sugestão do hipnotizador” (Dicionários 
Houaiss da Língua Portuguesa). 
Charcot e Freud 
•  Charcot, neurologista francês da famosa 
Universidade de Salpetrière, em Paris, era 
o grande nome no campo da hipnose 
empregada para fins científicos; 
 
•  Entre os anos de 1885 e 1886, Freud, ao 
ouvir falar das descobertas de Charcot, 
consegue uma bolsa de estágio para 
estudar a histeria e a dissociação da 
mente provocada pela hipnose. 
 
Breuer e Freud 
•  O neurologista Joseph Breuer foi quem 
apresentou a Freud a base do método 
hipnótico, utilizado por esse na sua jovem 
paciente histérica Anna O.; 
 
•  Breuer desenvolveu o método catártico a 
partir de sua experiência com a hipnose. 
Método catártico ou “cura pela fala” 
•  “Método de psicoterapia em que o efeito 
terapêutico visado é uma 
‘purgação’ (catharsis), uma descarga 
adequada dos afetos 
patogênicos.” (Laplanche e Pontalis, pág. 
60); 
•  Ajudou na transição do método da hipnose 
para a técnica da psicanálise, quando 
Freud o experimentou não mais através da 
hipnose, mas sim pressionando com seus 
dedos a fronte do paciente. 
Regra fundamental = Associação Livre 
Associação Livre 
•  A regra fundamental da psicanálise é 
chamada de livre associação das idéias ou, 
simplesmente, associação livre e consiste 
em: 
 
1. “(...) associar livremente as idéias que 
lhe surgissem espontaneamente na 
mente, e verbalizá-las ao analista, 
independentemente de suas inibições, ou 
do fato se ele as julgasse importantes ou 
não” (Zimerman, pág. 291). 
Associação Livre (cont.) 
2. “Método que consiste em exprimir 
indiscriminadamente todos os 
pensamentos que ocorrem ao espírito, 
quer a partir de um elemento dado 
(palavra, número, imagem de um sonho, 
qualquer representação), quer de forma 
espontânea” (Laplanche e Pontalis, pág. 
38). 
Formas de Manifestação do 
Inconsciente 
 
 
1. ATO FALHO – desejo inconsciente se 
realiza nele, muitas vezes de forma até 
clara. Uma intenção é substituída por 
outra, atribuído geralmente ao acaso, 
distração. 
Formas de Manifestação do 
Inconsciente 
 2. CHISTE - O chiste acaba sendo magistral para 
falar de algo que não pode ser dito, não pode 
aparecer como tal. O elemento fundamental do 
chiste é a questão do jogo, embora o jogo de 
palavras seja suportado por uma intencionalidade 
subjetiva que não é da ordem da consciência. Os 
chistes possuem um elemento que se transmite; 
tanto quem faz o chiste quanto quem o ouve é 
surpreendido pelo que é transmitido pelo chiste. 
Resumidamente, pode ser compreendido como 
um dito espirituoso de humor fino. 
Formas de Manifestação do 
Inconsciente - Arte 
 Surrealismo: 
•  foi por excelência a corrente artística moderna da 
representação do irracional e do subconsciente; 
•  este movimento artístico surge todas às vezes que a 
imaginação se manifesta livremente, sem o freio do 
espírito crítico, o que vale é o impulso psíquico. 
•  os surrealistas deixam o mundo real para penetrarem 
no irreal, pois a emoção mais profunda do ser tem 
todas as possibilidades de se expressar apenas com a 
aproximação do fantástico, no ponto onde a razão 
humana perde o controle. 
 
Formas de Manifestação do 
Inconsciente - Arte 
 Surrealismo: “ Conjunto de Procedimentos de 
criação e de expressão, liberadas do controle da 
razão.” 
•  Foi criada em 1920, e teve como um de seus 
maiores nomes, o pintor espanhol Salvador Dalí; 
•  Por meio do automatismo, ou seja, qualquer 
forma de expressão em que a mente não 
exercesse nenhum tipo de controle, os 
surrealistas tentavam,por meio de formas 
abstratas ou figurativas simbólicas, criar imagens 
da realidade mais profunda do ser humano: o 
inconsciente; 
Formas de Manifestação do 
Inconsciente - Arte 
 
A Persistência da Memória 
Formas de Manifestação do 
Inconsciente - Arte 
 
Sono 
Psicanálise 
 
Psicanálise 
 
 Método terapêutico criado por Freud 
baseado fundamentalmente na 
interpretação dos conteúdos inconscientes 
de palavras, ações e produções 
imaginárias de um indivíduo, com base 
nas associações livres e na transferência. 
 
Psicanálise 
 
 Um método de investigação, que consiste 
essencialmente em evidenciar o 
significado inconsciente das palavras, das 
ações, das produções imaginárias (sonhos, 
fantasias, delírios) de um sujeito. 
 
Psicanálise 
 
 
Sua característica é tratar através da fala, e 
unicamente através da fala, as doenças da alma 
(psicose, melancolia), dos nervos (neurose) e da 
sexualidade (perversão), excluindo 
voluntariamente qualquer outra forma de 
intervenção. 
 
A PRIMEIRA TÓPICA 
CONSCIENTE 
 
•  recepciona as informações vindas do 
interior e exterior do psiquismo; 
•  é fugaz; 
•  responsável pelo pensamento. 
PRÉ-CONSCIENTE 
•  “Pequeno Arquivo” 
•  as informações nele armazenadas podem 
ser recuperadas por um “ato de vontade”; 
•  o pensamento tem uma capacidade 
voluntária de acessá-lo; 
•  é um o local das representações. 
INCONSCIENTE 
•  as informações nele armazenadas não 
podem ser recuperadaspela vontade; 
•  é a parte mais primitiva e arcaica da 
mente humana; 
•  local dos “traços mnêmicos” (reproduções 
de antigos fragmentos de percepções); 
•  é em parte filogenético e em parte 
ontogenético; 
•  carregado de energia pulsional; 
 
INCONSCIENTE 
Mas por que não lembramos? 
 Por dois motivos, principalmente: 
-  primeiro porque a nossa memória é 
seletiva, ou seja, guardamos somente 
aquilo que precisamos; 
-  e segundo porque alguns conteúdos 
podem ser bastante doloridos para serem 
lembrados e, assim, fazemos força para 
esquecê-los e jogá-los nas profundezas do 
mar do nosso inconsciente. 
Traduzir-se (Ferreira Gullar) 
Uma parte de mim 
é todo mundo; 
outra parte é ninguém: 
fundo sem fundo. 
Uma parte de mim 
é multidão; 
outra parte estranheza 
e solidão. 
Traduzir-se (Ferreira Gullar) – cont. 
Uma parte de mim 
pesa, pondera; 
outra parte delira. 
Uma parte de mim 
almoça e janta; 
outra parte se espanta. 
Uma parte de mim 
é permanente; 
outra parte 
se sabe de repente. 
Traduzir-se (Ferreira Gullar) – cont. 
Uma parte de mim 
é só vertigem; 
outra parte, 
linguagem. 
 
Traduzir uma parte 
na outra parte 
- que é uma questão 
de vida ou morte - 
será arte? 
Referências bibliográficas 
Etchegoyen, R. H. (2004). Fundamentos da 
técnica psicanalítica. Porto Alegre: 
Artmed. 
 
Ferro, A. (1998). Na sala de análise: 
emoções, relatos, transformações. Rio 
de Janeiro: Imago. 
 
Freud, S. (1905 [1904]). Sobre a 
psicoterapia. In: Obras Completas. Rio 
de Janeiro: Imago, v. vii, 1996. 
Referências bibliográficas 
Freud, S. (1912). Recomendações aos 
médicos que exercem a psicanálise. In: 
Obras Completas. Rio de Janeiro: Imago, 
v. xii, 1996. 
 
Laplanche, J., Pontalis, J. -B. (1998). 
Vocabulário da psicanálise. São Paulo: 
Martins Fontes. 
 
Zimerman, D. E. (1999). Fundamentos 
psicanalíticos: teoria, técnica e clínica. 
Porto Alegre: Artmed.

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