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Aula 3 Petróleo: originado da matéria orgânica (MO) depositada junto com os sedimentos. MO marinha: praticamente microorganismos e algas que formam o fitoplâncton e que foram depositados sem sofrer oxidação. Mistura rica de sedimentos e material orgânico livre de oxigênio dissolvido na água → não pode se decompor normalmente. - Enterrados na lama do fundo (rápida sedimentação; - Teor de oxigênio restrito. Matéria Orgânica Condições Termoquímicas Sedimento MO vegetal: Também pode originar petróleo, porém não é bem preservada devido ao meio oxidante onde vivem. Tipo de Hidrocarboneto (HC) gerado – óleo ou gás – depende do tipo de MO e da intensidade do processo térmico. MO proveniente de fitoplâncton: geração de HC líquido MO vegetal lenhosa: geração de HC gasoso. Com um ambiente apropriado, após a incorporação da MO ao sedimento, dá-se aumento de carga sedimentar e de temperatura, iniciando-se o processo de geração de petróleo: 1) Predominam processos microbianos que convertem a MO em querogênio, tendo como produto gás metano – gás biogênico (Diagênese). 2) Aumento da profundidade por soterramento e aumento de temperatura. Quebra das moléculas de querogênio e geração de HC’s líquidos e gás (Catagênese). 3) Contínuo soterramento, aquecimento excessivo e geração de metano seco – gás termogênico (Metagênese). Geração → Migração O petróleo é gerado na Rocha Geradora, e se desloca para outra, a Rocha Reservatório, onde se acumula. Explicações: Expulsão da água da rocha pela compactação, que arrastaria o óleo OU microfraturamento das rochas geradoras. Migração Primária: Expulsão do óleo da Rocha Geradora Migração Secundária: Percurso ao longo de uma rocha porosa e permeável até ser contido por uma armadilha geológica. Rocha Geradora: deve possuir MO em quantidade e qualidade adequadas → evolução térmica necessária para degradação do querogênio. De modo geral, deve conter um mínimo de 0,5 a 1,0% de teor de carbono orgânico total (COT). Querogênio do tipo I: constituído predominantente por cadeias alifáticas, com poucos núcleos aromáticos. Rico em hidrogênio (alta razão H/C), é derivado principalmente de lipídios de origem algálica. Querogênio do tipo II: contém uma maior proporção de núcleos aromáticos, anéis naftênicos e grupos funcionais oxigenados. Consequentemente, é mais pobre em hidrogênio e mais rico em oxigênio do que o querogênio do tipo I. Querogênio do tipo III: constituído predominantemente por núcleos aromáticos e funções oxigenadas, como poucas cadeias alifáticas. Apresenta baixos valores para a razão H/C e altos valores de O/C. Derivado de matéria orgânica de origem terrestre. Rocha Reservatório: rocha de qualquer natureza, desde que possua espaços vazios no interior (porosidade) e que estes vazios estejam conectados (permeabilidade). De maneira geral, ela é composta de grãos, ligados uns aos outros pelo chamado cimento, juntamente com a matriz, um material muito fino. Exemplos de rocha-reservatório são os arenitos, calcarenitos, rochas sedimentares permeáveis com porosidade intergranular e folhelhos e carbonatos com fraturas. 9 Porosidade (φ): espaços vazios no interior da rocha. É medida a partir de ensaios em laboratório com amostras da rocha ou através de perfis elétricos. φ = Vp/Vt Vt = Vp + Vs Vp = volume poroso Vt = volume total Vs = volume de sólidos Porosidade ABSOLUTA e EFETIVA → depende dos poros interconectados Permeabilidade (k): é a capacidade da rocha de transmitir fluido, dependendo principalmente da quantidade, geometria e grau de conectividade dos poros. É expressa em Darcys (D). Arenito não poroso Arenito poroso Rocha Selante ou Capeadora: para que se dê a acumulação de petróleo, existe a necessidade de que alguma barreira se interponha no seu caminho → rocha selante → baixa permeabilidade. Plasticidade: manter a condição selante mesmo sobre efeitos de deformação. Ex.: folhelhos, evaporitos (sal), argilitos (rochas formadas pela consolidação da argila). Aprisionamento do petróleo - Trapas: Outra característica necessária para a formação de um reservatório de petróleo é a existência de armadilhas ou trapas. Define-se como armadilha toda e qualquer estrutura rochosa em profundidade, com espaço geométrico definido e dimensões significativas que sejam capazes de reter petróleo. Trapas: Estruturais, Estratigráficas e Mistas ou Combinadas As armadilhas estruturais são resultado de dobras ou falhas na rocha, ou seja, correspondem a regiões em que a crosta esteve sujeita a compressão horizontal. No ano seguinte à perfuração do poço pelo Cel. Drake, Henry D. Rogers (Universidade de Glasgow) mostrou que aquela ocorrência tinha controle estrutural. Sucesso inicial da exploração de petróleo nos EUA Relação Temporal Uma acumulação comercial de petróleo só é possível através de uma seqüência de eventos que devem ocorrer em uma ordem pré-determinada. Se esta seqüência não for obedecida, a acumulação comercial não é possível. Por exemplo, se uma trapa for formada após a migração de petróleo, ela será seca, não terá petróleo para acumular. Conseqüentemente uma trapa formada muito tarde na história de uma bacia não é atrativa do ponto de vista exploratório. SISTEMA PETROLÍFERO Fluidos de reservatório Gás Petróleo Água salgada Água: A maioria dos reservatórios ocorre devido a formações sedimentares, originalmente perto ou no mar. O petróleo em formação desloca parte dessa água. Geralmente há água distribuída no reservatório e água adicional livre. Óleo: Não se mistura naturalmente com a água e desloca grande parte desta para baixo no reservatório. Um filme de água, no entanto, normalmente adere ou é adsorvido pelo material rochoso dos poros. Gás Natural: A energia suprida pelo gás sob pressão é a mais valiosa força direcionando a saída de óleo. Gás em solução: Nas condições de reservatório (↑P e ↑ T), o GN estará em solução no óleo. Quando o óleo vem à superfície (↓P) o gás abandona a solução. Gás livre (não dissolvido no óleo): Tende a se acumular na porção estrutural mais elevada do reservatório (capa de gás). Enquanto houver capa, o óleo no reservatório permanecerá saturado com gás em solução. Gás dissolvido abaixa a viscosidade do óleo, tornando mais fácil o fluxo do óleo para cima. Alteração do petróleo no reservatório A composição do petróleo que chega à trapa depende essencialmente da natureza da matéria orgânica e da evolução do processo de geração e migração. Esta composição, entretanto, pode ser alterada na trapa por uma série de processo de alteração: craqueamento térmico, ‘’deasphalting’’ ou desasfaltenização e biodegradação. Craqueamento Térmico: O craqueamento térmico é conseqüência do aumento de temperatura do reservatório devido à subsidência, mudança do gradiente geotérmico ou influência de intrusões ígneas. Resulta no aumento da proporção dos hidrocarbonetos leves em relação aos mais pesados. Sob temperaturas muito elevadas, o petróleo é transformado basicamente em metano e um resíduo carbonoso. Alteração do petróleo no reservatório Desasfaltenização: precipitação dos asfaltenos causada pela dissolução de grandes quantidades de gás e/ou hidrocarbonetos leves no petróleo acumulado. Biodegradação: processo de alteração do petróleo pela ação de bactérias. A biodegradação do petróleo está normalmente associada ao influxo de água meteórica no reservatório, uma vez que as bactérias que consomem o petróleo são principalmente aeróbicas, dependendo, portanto, do oxigênio e nutrientes trazidos pela água. O consumo dos hidrocarbonetos pelas bactérias é seletivo, seguindo de modo geral: alcanos normais → ramificados → cíclicos → hidrocarbonetos aromáticos. A perda preferencial dos compostos mais leves resultano aumento da densidade e da viscosidade do óleo acumulado. Cálculo de reservas e métodos de produção Estimativa do volume de petróleo recuperável de uma jazida: Volume do reservatório: calculado com base em mapas estruturais e isópacos. A porosidade e a saturação de óleo (fração do espaço poroso ocupado pelo petróleo) são definidas com base em perfis elétricos. Fator de recuperação: percentagem do volume total do óleo que pode ser produzido. É estimado por analogia com reservatórios similares já em produção. Fator volume de formação: é usado para a conversão do volume do petróleo no reservatório para as condições de P e T na superfície, correspondendo ao volume de óleo no reservatório para fornecer um barril de petróleo na superfície. Análise PVT. Bo - volume que a mistura, em T e p quaisquer, é necessário para se obter uma unidade de volume de óleo nas condições de superfície. Curva típica para cada óleo a depender da sua composição química Volume equivalente a um barril padrão ou standard de líquido: 1 bbl = 5.615 ft3 = 0.159 m3 Temperatura : 60 °F .......................... 15.6 °C Pressão : 14.7 psi .......................... 1.033 kgf/cm2 Condições padrão A produção do petróleo depende da diferença de pressão entre poço e reservatório. Existem três mecanismos naturais para o fluxo espontâneo do petróleo até a superfície: gás dissolvido, capa de gás e empuxo de água. A presença de gás dissolvido nas mais variadas proporções é comum em acumulações de petróleo. A energia do gás dissolvido é liberada com a expansão decorrente da queda de pressão entre o reservatório e a superfície. À medida que o gás se expande, ele ‘’arrasta’’ o óleo ao longo do gradiente de pressão. Com o avanço da produção e a redução da quantidade de gás, observa-se o declínio da pressão do reservatório até a mesma alcançar a pressão de saturação . Neste ponto, o gás sai da solução sob a forma de bolhas, podendo formar uma capa de gás sobre o óleo. Esta capa exerce pouca influência sobre a eficiência da produção, e tende a aumentar até ocupar o espaço poroso ocupado pelo óleo. A eficiência da recuperação através deste mecanismo está em torno de 20%. A capa de gás livre, por sua vez, indica que a quantidade de gás excede a necessária para saturar o óleo. A energia provém tanto do gás dissolvido quanto da capa de gás comprimido na porção superior da trapa. Com o avanço da produção também se observa o declínio da pressão do reservatório e uma expansão da capa de gás, ocupando o espaço ocupado pelo óleo. A eficiência da recuperação através deste mecanismo pode variar de 20 a 50%. O mecanismo de produção por meio do empuxo de água ocorre nas acumulações onde a pressão é transmitida pelo aquífero através do contato óleo-água ou gás-água. Neste caso, a água substitui o petróleo produzido, mantendo a pressão do reservatório. A eficiência da recuperação através deste mecanismo pode chegar a 80%.
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