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CADERNO DE CIVIL IV AV.1.docx 1

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Diferenciação entre direito real e direito pessoal:
	DIREITO PESSOAL:
	DIREITO REAL:
	Identifica-se um vínculo inter partes com sujeito passivo determinado ou determinável
	O sujeito passivo é a coletividade e por essa razão sujeito indeterminado.
	Em um Direito Pessoal a obrigação poderá ser de dar, fazer ou não fazer.
	No direito Real o dever jurídico imposto à coletividade consistirá sempre em uma obrigação de não fazer já que todos indistintamente assumem a obrigação de não praticar qualquer conduta que viole direito alheio
	O objeto de um Direito Pessoal é sempre a entrega de uma prestação
	O objeto de um Direito Real é próprio bem móvel ou imóvel, já que o sujeito ativo retira do bem sem a concorrência de quem quer que seja todas as utilidades que ele pode oferecer, deliberando em vende-lo, aluga-lo, empresta-lo etc
	
	Muito embora um Direito Real tenha início usualmente através de um direito pessoal, um contrato uma vez exaurido, executado fica constituído Direito Real pouco importando a forma pela qual foi criado. 
HIPOTECA (Direito real imobiliário):
A hipoteca é Direito real genuinamente imobiliário onde o pretenso comprador de um imóvel, por não ter meios de quita-lo se socorre ao Sistema Financeiro de Habitação que celebra com ele mútuo feneratício exigindo o agente financeiro como garantia do pagamento da dívida o próprio imóvel ou até mesmo outro, constituindo-se a partir daí a hipoteca.
 Efetuado o registro da hipoteca junto ao RI, nasce um Direito Real da Caixa Econômica Federal sobre coisa pertencente a outrem, o proprietário, que só será extinto ao término do pagamento do preço. Nesse período até que o pagamento pontual e final aconteça, o agente financeiro é titular de Direito Real sobre coisa alheia de forma que toda a coletividade tem o dever jurídico de respeitar a hipoteca. Caso não haja o pagamento do empréstimo a juros pela hipoteca, o agente financeiro poderá requerer a execução da mesma, promovendo a alienação do bem para pagamento da dívida, na medida em que o credor hipotecário tem interesse em receber e não no bem em si. 
Há então dois direitos reais distintos recaindo sobre um mesmo bem móvel: O direito real de propriedade (do proprietário) e o direito real de hipoteca (da Caixa Econômica Federal).
Sujeito Passivo da Hipoteca: A coletividade
Sujeito Ativo da Hipoteca: Caixa Econômica Federal 
Sujeito ativo: O proprietário
Objeto: Imóvel
15/02/17
SERVIDÃO DE PASSAGEM: Também é um genuíno Direito real imobiliário, um ônus real. O imóvel dominante passa a ser titular de um direito real sobre o imóvel serviente. O sujeito ativo da servidão só precisa do próprio bem, da própria coisa, independentemente de qualquer outro, para fazer valer o seu Direito Real de fazer uso da servidão, estabelece-se assim um vínculo do sujeito ativo com o bem. Uma vez efetuado o Registro da servidão no RI passa a existir o direito real.
Há então dois direitos reais distintos recaindo sobre um mesmo bem móvel: O imóvel dominante tem o direito de propriedade e o direito real de servidão sobre o imóvel serviente.
Sujeito Ativo da Servidão: O Imóvel que faz uso da servidão (dominante).
Sujeito Passivo da Servidão: A coletividade. 
Objeto da Servidão: Faixa do imóvel que pertence ao terceiro e esta delimitada na escritura (Servidão) 
Se for por contrato de gaveta só há eficácia entre as partes (inter partes), se for levado a registro adquire eficácia erga omnes. 
OBRIGAÇÃO PROPTER REM: Obrigação de caráter pecuniário em que vc tem o ônus, o dever de pagar, em função de ser titular de um direito real pré-existente. 
É uma obrigação de caráter híbrido ou misto, pois tem um pouco de direito real e um pouco de direito pessoal.
Ela não pode ser tida como um típico direito pessoal, pois o que caracteriza um direito pessoal é o fato de a obrigação ser assumida em caráter voluntário, a pessoa assume a obrigação com voluntariedade, o que não existe na obrigação propter rem, pois a pessoa não assume essa obrigação voluntariamente, ela é compelida a paga-lo, pois é titular de um Direito Real; e, nem como um típico direito real, pois o objeto de todo direito real é a coisa móvel ou imóvel, o objeto da obrigação propter rem é a entrega de uma prestação, da pecúnia (de dinheiro).
 
A doutrina afirma que a obrigação propter rem é uma obrigação de caráter híbrido, pois ela não é direito pessoal típico, justamente por não ser assumida voluntariamente, você precisa pagar por ser titular de um direito real e também não é um direito real típico pois o objeto dela é a entrega de pecúnia, dinheiro, obrigação de dar e não a própria coisa. 
Exemplos de obrigações propter rem: Condomínio (cota condominial prescreve em cinco anos Art.206, paragrafo 5, inciso I) IPTU, Taxa de incêndio, obrigação de construir o muro divisório, obrigação de pagamento para recomposição de danos ambientais. 
OBS: Débitos de água, esgoto e energia elétrica não são obrigações propter rem e sim obrigação de uma relação pessoal de consumo.
O que peculiariza uma obrigação propter rem é a possibilidade do titular atual ser responsabilizado pelas dividas do seu antecessor (direito real). Ele tem que pagar e depois ajuizar ação regressiva diferentemente do que ocorre nas relações de consumo, onde há obrigação de direito pessoal e quem tem que pagar é o consumidor e não o novo dono do bem. Art. 1.345 CC 
Art. 1.345. O adquirente de unidade responde pelos débitos do alienante, em relação ao condomínio, inclusive multas e juros moratórios.
PROMESSA DE COMPRA E VENDA: No que diz respeito à promessa de compra e venda poderia se imaginar que o custeio da obrigação propter rem diz respeito apenas ao proprietário. Porém algumas situações excepcionais afastariam essa regra.
 Naquelas hipóteses em que a promessa de compra e venda estiver registrada junto ao RI o entendimento da jurisprudência é que a responsabilidade é solidária. Porém em situações excepcionais em que o condomínio tem ciência inequívoca da promessa e reconhece a posição do promitente comprador enviando-lhe boletos em seu nome e convocações para assembleia não é possível admitir que o condomínio venha a cobrar o proprietário considerando que até aquele momento travavam suas relações jurídicas com o promitente comprador. A ideia de poder cobrar o proprietário constituiria verdadeiro comportamento contraditório (Venirium Contra Facto Próprio).
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS REAIS: É PERFEITAMENTE POSSÍVEL QUE UM BEM IMÓVEL SUPORTE DIREITOS REAIS DISTINTOS 
Oponibilidade erga omnes: A necessidade de todos respeitarem indistintamente a titularidade de um direito real alheio; Isso se da com o registro no RI (no caso de bens imóveis). Por isso que se diz que o direito real é um direito absoluto, pois eu posso fazer valer o meu direito real contra quem quer que seja, todos indistintamente tem o dever jurídico de respeitar o meu direito real;
Taxatividade: Os contratos são de livre criação, qualquer pessoa não esta presa aos contratos previstos no código civil, é perfeitamente possível criar uma nova figura contratual, que não esteja no código civil, no direito real não se tem essa possibilidade. Só se pode se valer dos direitos reais que estão expressamente previstos em lei. Apenas a lei pode criar direitos reais. A autonomia da vontade não pode criar direito real, as partes não podem criar direito real a seu bel prazer, estão presas ao conteúdo da norma. A maioria dos diretos reais estão no artigo 1.225, esse não é o único artigo que prevê direitos reais, isso é admitido desde que estejam previstos em lei.
Aderência: Na aderência uma vez estabelecido um direito real sobre o bem, cria-se um vínculo inafastável entre o direito real e a própria coisa, de forma que não é mais possível enxergar o bem sem o direito real que sobre ele incide; 
 Ambulatoriedade: É a capacidade de deslocamento do direito real, de forma que o titular do mesmo não precisa ter a coisa sobre seu poder físico a todotempo para que o direito real sobreviva. Assim, o proprietário de um imóvel não perde sua qualidade considerando que o bem esteja sobre o contato físico do inquilino por exemplo; 
 
Sequela: É o direito de retomar a coisa fazendo uso das demandas judiciais por parte do titular de um direito real onde quer com quem quer que ela se encontre desde que a pessoa tenha o bem consigo injustamente.
Preferência: Ela é típica de uma espécie de direito real, ela não se aplica a todos os direitos reais, mais sim a algumas espécies, aos chamados diretos reais de garantia: Hipoteca, penhor, anticrese. 
É chamado de direito real de garantia, pois o individuo oferece um bem para garantir uma dívida (mutuo feneratício). A preferencia é a prerrogativa do titular de um direito real de garantia de receber na frente dos demais credores em caso de insolvência ou falência.
Essa prerrogativa não é absoluta: 
Art. 83 Lei de falência 11.101/2005: A classificação dos créditos na falência obedece a seguinte ordem: 
I - os créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 salários mínimos e os decorrentes de acidente do trabalho.
 Erga aliquos: A preferência do direito real de garantia é oponível contra alguns credores.
O condomínio tem prioridade sobre o credor hipotecário considerando a súmula 478 STJ e ainda por que o não pagamento de despesas desta natureza cria para os demais condôminos a obrigação de arcar pelo inadimplente, o que não se revela medida correta. Ademais o objetivo da taxa condominial é o custeio da coisa comum, o que deixa de acontecer diante do não pagamento do condomínio. Assim se a coisa comum não se conserva o imóvel que precisa ser alienado terá valor menor abarcando por consequência o menor número de créditos, o que justifica a necessidade do condomínio ser pago em primeiro lugar reforçando a súmula 478 do STJ. 
Súmula 478 STJ Na execução de crédito relativo a cotas condominiais, este tem preferência sobre o hipotecário.
20/02/17
EXCLUSIVIDADE: Significa que é impossível que duas pessoas, sozinhas, ao mesmo tempo postulem ou sejam titulares do mesmo direito real recaindo sobre o mesmo bem. Não é possível que cada um seja titular sozinho com exclusividade, é possível que duas ou mais pessoas sejam titulares do mesmo direito real que recaia sobre o mesmo bem, sobre determinado bem (copropriedade). 
PERPETUIDADE X TEMPORARIEDADE: O direito real é criado, estabelecido para ter tempo indefinido de propriedade da coisa móvel ou imóvel, é constituído sem tempo determinado de duração. Porém há direitos reais que são temporários, no momento em que são instituídos já se sabe que eles terão um tempo de validade, ou seja, são estabelecidos para ter um tempo de vigência.
ELASTICIDADE (1.228): Ela é própria de um direito real: Propriedade. A elasticidade: Consiste no fato que os poderes inerentes à propriedade não se encontrem nas mãos dos proprietários. Pois é possível o desmembramento da propriedade. 
- Poderes inerentes da propriedade:
Usar: Fazer uso, morar, emprestar
Fruir (Gozar): Perceber os frutos civil, naturais e industriais. (aluguel
Dispor: Alienar (transferir a titularidade a titulo oneroso ou gratuito. Vender, doar, trocar) + Gravar (Oferecer a coisa em garantia. Hipoteca em caso de bem imóvel, navio ou avião, ou penhor no caso de bens móveis). 
Esses três poderes revelam o aspecto interno, pois o titular só precisa da própria coisa para fazer uso da sua faculdade. São aspectos internos pois o proprietário só precisa do próprio bem para fazer uso de sua faculdade. 
D) REIVINDICAR (direito de sequela): Aspecto externo. Poder de tomar a coisa de quem injustamente possua ou detém. Proprietário para fazer uso do poder de reivindicar necessariamente precisara de um terceiro, estranho, alheio a sua propriedade. 
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
O proprietário pleno é aquele que tem em suas mãos os quatro poderes ou faculdades inerentes a propriedade. Em algumas hipóteses o proprietário deixa esse status e passa a se qualificar como restrito ou limitado. Nessas circunstâncias estará desprovido de uma das faculdades inerentes a propriedade, de mais de uma dessas faculdades ou até mesmo de parte de uma dessas faculdades. A limitação à propriedade variará de acordo com a espécie de direito real. 
Na hipoteca, por exemplo, o proprietário tem o poder de usar, fruir, reivindicar e dispor, porém quanto a este último há uma restrição na medida em que o proprietário não pode resolver aliena-lo sem a anuência do credor Hipotecário. 
 
OS DIREITOS REAIS OBEDECEM DUAS CONDICIONANTES:
1) Interesse Público. O direito real é restringido em prol do interesse público (desapropriação, tombamento). 
2) Função Social: A função social deixa claro que os direitos reais tem que estar de acordo com a função social. (usucapião) (1.255 paragrafo único e 1.258) . 
Art. 1.255. Aquele que semeia planta ou edifica em terreno alheio perde, em proveito do proprietário, as sementes, plantas e construções; se procedeu de boa-fé, terá direito a indenização.
ACESSÃO INVERTIDA OU INVERSA: Pois foge a regra geral de o acessório seguir a sorte do principal: 
Parágrafo único. Se a construção ou a plantação exceder consideravelmente o valor do terreno, aquele que, de boa-fé, plantou ou edificou, adquirirá a propriedade do solo, mediante pagamento da indenização fixada judicialmente, se não houver acordo. 
Art. 1.258. Se a construção, feita parcialmente em solo próprio, invade solo alheio em proporção não superior à vigésima parte deste, adquire o construtor de boa-fé a propriedade da parte do solo invadido, se o valor da construção exceder o dessa parte, e responde por indenização que represente, também, o valor da área perdida e a desvalorização da área remanescente.
POSSE: A posse é fenômeno fático relacionado diretamente à nossa vida cotidiana e está ligada ao exercício de um, mais de um, ou de todos os poderes inerentes à propriedade. O titular de um direito real dependendo de sua espécie tem o direito de exercer algumas ou todas as faculdades da propriedade o que certamente não significa que o faça. Por outro lado, o exercício com autonomia dessas faculdades não exige a previa titularidade. A posse é fenômeno democrático visto a todo instante em nossa vida cotidiana pelo indivíduo que faz uso de seu carro, por aquele que está alugando o seu imóvel etc.
A posse é direito, pois a norma preocupa-se em resguarda-la e fato, pois está presente em nosso dia a dia.
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
 
TEORIA SUBJETIVA DA POSSE (Savigny) não foi acolhida como regra: Por esta teoria para que uma determinada pessoa (individuo) seja possuidor é necessário que ela tenha ao mesmo tempo corpus (o bem e um conjunto de atos materiais que revelam um poder físico sobre a coisa) + animus domini (intenção de se tornar proprietário, de adquirir a propriedade). 
Essa teoria não foi acolhida como regra no direito brasileiro, ela foi sim acolhida em caráter excepcional no instituto do Usucapião. Para essa teoria corpus sem animus não é posse e sim detenção. Detentor: usufrutuário, arrendatário, comodatário, locatário) Posse: Contrato de Compra e Venda
Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis. 
Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo.
22/02/17
TEORIA OBJETIVA DA POSSE: Foi idealizada pelo professor Ihering.Essa é a teoria que o Brasil adota. Para esse criador é irrelevante corpus e animus domini, para ele é necessário visibilidade ou exterioridade do domínio, o individuo adota comportamento em relação à coisa como se dono dela fosse, ele procede em relação ao bem como o dono procederia naquelas circunstancias, sendo irrelevante a intenção de propriedade e sim a atuação como proprietário. Se a coletividade observando a conduta do sujeito, puder concluir que ele é o proprietário, pois seu comportamento revela isso, estaremos diante de um possuidor. (comodatário, locatário)
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. 
 
POSSE DEGRADA OU INFERIORIZADA PELA LEI: Por esta teoria o detentor seria aquele a quem a lei, a norma retira a qualidade de possuidor. Você só não é possuidor porque a norma expressamente assim determina. 
DETENÇÃO: É possível visualizarmos duas modalidades de detenção.
Há duas espécies na modalidade de detenção: 
- INTERESSADA: O detentor possui interesse jurídico da coisa que tem consigo.
- DESINTERESSADA: O detentor não possui interesse jurídico no bem que tem consigo. Ex: caseiro
Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas. FÂMULO OU SERVO DA POSSE. (caseiro)
ENUNCIADO 493: O detentor pode, no interesse possuidor, exercer autodefesa do bem sob o seu poder. Ele não pode propor ação.
A ocupação de um bem público jamais conduzirá um individuo a ter posse sobre o bem diante do poder público. Assim mesmo que o indivíduo ocupe este bem por grande lapso temporal jamais será considerado possuidor diante da Fazenda Pública e sim detentor interessado, porém, em relação ao restante da coletividade entende a jurisprudência que o mesmo será possuidor com todos os efeitos que possam ser atribuídos a posse merecendo destaque a possibilidade de ajuizar contra qualquer particular uma ação possessória.
TEORIA SOCIOLÓGICA DA POSSE: Não tem o objetivo de superar, prevalecer sobre as demais. O seu objetivo é o fortalecimento do fenômeno fático da posse diante da propriedade. A aplicação da teoria sociológica da posse tem por efeito ora a extinção da propriedade e outros direitos reais e ora a sua limitação, restrição.
Parágrafo único (Art.1.255). Se a construção ou a plantação exceder consideravelmente o valor do terreno, aquele que, de boa-fé, plantou ou edificou, adquirirá a propriedade do solo, mediante pagamento da indenização fixada judicialmente, se não houver acordo. 
Parágrafo único (1.238). O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo.
Art. 1.258. Se a construção, feita parcialmente em solo próprio, invade solo alheio em proporção não superior à vigésima parte deste, adquire o construtor de boa-fé a propriedade da parte do solo invadido, se o valor da construção exceder o dessa parte, e responde por indenização que represente, também, o valor da área perdida e a desvalorização da área remanescente.
CLASSIFICAÇÃO DA POSSE:
POSSE PLENA: Possuidor pleno é aquele que exerce com autonomia todos os poderes (4) inerentes à propriedade.
- Posse Direta: Possuidor direto é aquele que tem o contato físico imediato com a coisa.
- Posse Indireta: Possuidor indireto é aquele que já recebe a coisa ou ele mesmo por direito real ou pessoal transfere o contato direto da coisa para outrem (possuidor direto) reservando-se o direito de recobra-la no futuro.
Tanto o possuidor indireto como direto podem defender a coisa de terceiros sozinhos com exclusividade através de ação possessória.
Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto.
O possuidor indireto pode ajuizar ação possessória contra o direto e vice versa, pois ambos possuem a posse.
06/03/2017
COMPOSSE (Art.1.199): Na composse normalmente nos temos a coposse oriunda da copropriedade. O direito é um só exercido por duas ou mais pessoas simultaneamente. Qualquer um dos copossuidores poderá defender a posse do todo contra terceiros.
A composse fere as características da exclusividade dos direitos reais? Não, pois pela exclusividade tem-se duas ou mais pessoas reivindicando sozinhas o mesmo direito real sobre a coisa, já na composse o direito é um só exercido por duas ou mais pessoas em concomitância, de maneira que ninguém pode mais que o outro. Na exclusividade temos 2 ou mais pessoas reivindicando sozinhas, o mesmos direito real sobre a coisa. 
Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os dos outros copossuidores.
Posse pro diviso: Apesar do bem não ter ainda uma divisão de direito ele já possui uma divisão fática, neste caso não há que se falar em composse, pois cada um ocupa um pedaço do bem com exclusividade.
Posse pro indiviso: Nesta não há divisão nem de direito nem fática. Quando isso acontece qualquer um dos copossuidores poderá exercer a defesa do todo.
Exceção (Art. 73, parágrafo 2º CPC): Se o possuidor é casado ele precisará que os dois litiguem, ou um litigue com a anuência do outro ou tenha o suprimento deste consentimento.
Na eventualidade de um copossuidor ter a posse direta do bem e os demais se insurgirem em relação a isso esses últimos poderão exigir ação de arbitramento de aluguel, proporcional. 
POSSE DERIVADA E ORIGINÁRIA:
Posse Derivada: É aquela em que há o fenômeno da transmissão, ou seja, o sucessor recebe a posse do antecessor. Ela pode ser inter vivos ou mortis causa. O sucessor assume a posse com todas as características e classificações que essa posse tinha em relação ao anterior.
Posse Originária: Não há o fenômeno da transmissão, o indivíduo obtém a posse por sua própria força. As características da posse do antecessor não são transmitidas ao sucessor, pois não há o fenômeno da transmissão, ele assume por ato próprio e sem os vícios e as características do anterior. 
POSSE JUSTA E INJUSTA (Art. 1.200):
Posse justa: O possuidor justo é aquele que tem a posse desacompanhada de um dos vícios objetivos da posse: 
- Violência ou posse vi
- Clandestinidade
- Precariedade
Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária.
Posse Injusta: O possuidor injusto é aquele que tem a posse acompanhada de um dos vícios objetivos da posse, essa posse será injusta até que um ato o legitime. A partir da publicidade o possuidor é considerado como possuidor injusto perante o proprietário, porém diante da sociedade é possuidor justo: 
- Violência ou posse vi: se assemelha ao roubo. Na violência o indivíduo faz uso da força física ou da coação moral para obter o contato imediato com a coisa. Enquanto o legítimo possuidor estiver oferecendo resistência à investida do agressor será considerado aquele que faz uso da violência como mero detentor interessado. Por força do art. 1.210, parágrafo 1º o agredido poderá fazer uso da autodefesa de sua posse, situação em que a norma permite que o indivíduo faça uso da força física para repelir a agressão. A norma exige a presença de dois requisitos para o uso da autodefesa, a proporcionalidade bem como que o uso da força física seja concomitante, logo em seguida a prática do ato e não no momento em que o legítimo possuidor tomar conhecimento. A partir do momento em que o legítimo possuidor deixar de oferecer resistência, não chamando a polícia, a ajuda de familiares o detentor interessado passa a possuidor injusto até que fato superveniente e eventual legitime a sua posse, seja um contrato ou o usucapião. 
Art. 1.210, § 1°. O possuidorturbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse. 
 
- Clandestinidade: Se assemelha ao furto. O indivíduo obtém a coisa de maneira sorrateira, as escondidas. Será considerado possuidor quando der publicidade ao seu contato imediato com a coisa.   
Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade.
- Precariedade (enunciado nº 301 das jornadas de direito civil): Resulta do abuso de confiança do possuidor que indevidamente retém a coisa além do prazo avençado para o término da relação jurídica de direito real ou obrigacional que originou a posse. Inicialmente, o precarista era qualificado como titular de uma posse direta e justa, obtida através de negócio jurídico celebrado com o proprietário ou possuidor, conduzindo-se licitamente perante a coisa. Todavia, unilateralmente delibera por manter o bem em seu poder, além do prazo normal de devolução, praticando verdadeira apropriação indébita.
	A norma no art. 1.208, segunda parte não faz menção ao vicio da precariedade, de maneia que alguns doutrinadores com amparo nesta norma sustentam que o vício da precariedade jamais se convalesce, de maneira que o indivíduo será tratado indefinidamente como detentor interessado.
	 A interpretação deste artigo vai de encontro à teoria sociológica da posse de forma que o individuo em dado momento deverá ser tratado como possuidor injusto já que figurava na qualidade de detentor ou possuidor direto justo ate determinado momento. A grande questão que se coloca está em saber a partir de que momento o individua poderá ser considerado possuidor injusto. 
	A melhor compreensão da norma e da teoria sociológica entende que isso seria possível a partir do momento que o legitimo possuidor tenha a negativa expressa na devolução do bem ou aquele que faz uso da precariedade comesse a adotar uma série de comportamentos objetivos que revelam a sua intenção em não devolver o bem, tais como construindo, reformando, plantando ou criando animais. 
	O enunciado 301 reforça a ideia de que o individuo possa se tornar possuidor pela precariedade. 
Enunciado 301: É possível a conversão da detenção em posse, desde que rompida à subordinação, na hipótese de exercício em nome próprio dos atos possessórios. 
Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas.
Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade. 
08/03/2017
A prática da precariedade é o exemplo mais recorrente, clássico da interversão, inversão ou conversão do título da posse. Estaremos diante de um fenômeno que tenha esses três nomes toda vez que o individuo alterar as qualidades, especificações e atributos de sua posse, ou quando ele era detentor e passa a ser possuidor. Tinha-se uma posse justa, uma detenção e ao negar devolução da coisa eu me torno um detentor injusto.
INTERVERSÃO, INVERSÃO OU CONVERSÃO DO TÍTULO DA POSSE:
FATO DE NATUREZA JURÍDICA: Estará presente quando a inversão acontecer consensualmente através da celebração de um direito real ou pessoal. 
Constituto Possessório ou Clausula Constituti: A interversão do título da posse por fato de natureza jurídica também acontecerá através do Constituto possessório. Este fenômeno estará presente quando o indivíduo aliena bem de sua propriedade e insere através de cláusula expressa a entrega da posse em favor do adquirente, permanecendo o alienante com o contato imediato com a coisa, na qualidade de possuidor direto ou detentor. 
	Muito embora a eficácia da cláusula não esteja condicionada a um prazo de ocupação por parte do alienante o correto é que a cláusula preveja prazo específico para desocupação do bem. A entrega da posse em favor do adquirente se dá de forma ficta na medida em que a cláusula tem o efeito de entregar a posse ao adquirente e imediatamente devolver ao alienante. A grande vantagem da previsão expressa da entrega da posse está justamente no fato de que o adquirente conseguirá obter a retomada do bem contra o alienante de maneira mais célere, caso este não entregue a coisa. A cláusula Constituti produz eficácia unicamente inter partes, justamente por estar prevista no contrato esta cláusula não é oponível erga omnes. 
Traditio Brevi Manu: O indivíduo é possuidor direto da coisa ou detentor legítimo e adquire a propriedade do bem se tornando proprietário pleno e por consequência possuidor pleno. Enquanto no constituto se tem o desmembramento da posse aqui teremos a concentração da posse plena. Ex: O caseiro recebe em doação de seus patrões o imóvel que ele ocupava. O CONSTITUTO POSSESSORIO é uma forma de aquisição DA POSSE FICTA, POIS OCORRE ÚNICA E EXCLUSIVAMENTE POR CAUSA DA CLAUSULA. 
 
Formas de tradição:
- Efetiva: É o indivíduo ser investido na posse;
- Fictícia: Posse obtida pela cláusula;
- Simbólica: Onde há a entrega das chaves;
FATO DE NATUREZA MATERIAL: A grande diferença é que no fato de natureza material o indivíduo inverte a sua posse unilateralmente sem a concorrência do legítimo possuidor, isso precisa ser acompanhado por atos objetivos, que demonstrem que eu modifiquei o meu comportamento ex: construir, plantar, reformar etc.
Enunciado 301: É possível a conversão da detenção em posse, desde que rompida a subordinação, na hipótese de exercício em nome próprio dos atos possessórios.
POSSE AD USUCAPIONEM: É a mesma coisa que posse animus domini, é a intenção de adquirir a propriedade.
POSSE JUS POSSIDENDI E JUS POSSESSIONIS: 
 Jus Possidendi: é aquela que tem amparo em uma relação jurídica prévia, seja um direito real seja um direito pessoal. Ex: Locatário que tem a sua posse com base em um contrato e usufrutuário que tem a sua posse com base no usufruto. 
Jus possessiones: é a posse desamparada de qualquer relação jurídica, é a posse pela posse, eu sou possuidor pela própria situação fática. Ex: Invasores, grileiros. 
POSSE AD INTERDICTA: É a posse que permite ser defendida através do uso das ações possessórias que também são conhecidos como interditos possessórios (reintegração de posse em caso de esbulho, manutenção de posse em caso de turbação, interdito proibitório no caso de ameaça de esbulho ou turbação). Toda posse é interdicta, pois todas permitem ser defendidas através das ações possessórias.
POSSE COM JUSTO TÍTULO (1.201, parágrafo único): É a posse constituída em razão de um fato legitimo, seja direito real ou pessoal. O principal efeito dessa classificação é identificar que esse indivíduo goza de posse de boa-fé. 
Parágrafo único. O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé, salvo prova em contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta presunção.
POSSE NATURAL E POSSE CIVIL OU JURÍDICA: 
Posse Natural: O indivíduo tem o contato direto, imediato com a coisa. Ex: Constituto possessório e lei.
Posse civil ou jurídica: O indivíduo recebe a posse em virtude de determinação legal ou de disposição contratual expressa, independentemente do contato direto com a coisa Ex: morte.
POSSE DE BOA OU MÁ FÉ (VÍCIO SUBJETIVO DA POSSE 1.201): 
Posse de má-fé: O vicio subjetivo da posse estará presente quando a posse for de má fé. 
Posse de boa-fé: O legislador optou em não estabelecer um conceito de boa-fé entendendo que o indivíduo ostenta esta qualidade, toda vez que ignora o vício que lhe impede de possuir a coisa. A ignorância a que se refere à norma deve ser escusável, tolerável, não sendo justo entender o indivíduo que acaba de invadir alegue desconhecer que aquele bem pertence a alguém. O possuidor de boa-fé manterá essa qualidade atéque fato superveniente presuma de maneira inequívoca que ele passou a conhecer o vício. Na falta de um marco determinante para a inversão do título da posse deverá ser considerado a citação válida seguida da sentença que determina a entrega da coisa. 
	Em regra, o possuidor injusto é também de má fé. Porém, excepcionalmente é possível sustentar que passado um tempo razoável da pratica do ato de precariedade aquele individuo possa ser considerado um possuidor de boa-fé como, por exemplo, o caseiro que passados 6 anos sem ter notícia de seu patrão e sem receber salário, passa a partir de então a acreditar que tem direito a permanecer no imóvel. 
Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa. 
Art. 1.202. A posse de boa-fé só perde este caráter no caso e desde o momento em que as circunstâncias façam presumir que o possuidor não ignora que possui indevidamente.
13/03/17
 Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis.
A primeira grande consequência extraímos do art. 1.219: 
JUS RETETIONIS: É um dos efeitos da posse de boa fé. O direito de retenção vai funcionar como uma modalidade de exceção do contrato não cumprido (a pessoa não pode demandar da outra parte sem ter cumprido a sua própria). Se o juiz reconhece o direito de retenção, o réu alega que não cumprirá o contrato naquele momento, na verdade é um fato impeditivo do direito do autor, porque naquele momento a devolução do bem está relacionada ao direito de pagamento. 
Modalidade de exceção do contrato não cumprido: Porque o réu ao alegá-la não pretende discutir o conteúdo do contrato, não pretende discutir que não tem a posse, mas sim que não devolverá a coisa naquele momento. Só tem razão de ser se o juiz julgar procedente.
A NATUREZA JURÍDICA DO DIREITO DE RETENÇÃO (possui duas correntes): A doutrina discute sobre a natureza jurídica do direito de retenção de maneira que para alguns estamos diante de um:
- DIREITO PESSOAL SUI GENERIS: Pessoal, pois uma vez quitada à indenização, cumprida a obrigação, o retomante poderá exigir a entrega da coisa; e, sui generis porque várias características dos direitos reais a ele se aplicam tais como a oponibilidade erga omnes, aderência e sequela.
	Pessoal Sui Generis pois o direito de retenção não está no Rol dos direitos reais 1.225 (taxatividade). Uma vez pago o dever de indenizar, o direito de retenção fica esvaziado. Se o autor pagar as benfeitorias imediatamente esvazia-se o direito de retenção. As características dos direitos reais se aplicam também: Oponível erga omnes, direito de sequela, ambulatoriedade. Os doutrinadores argumentam como forma de rejeitar a classificação de direito real típico, o fato de não estar previsto expressamente no art. 1.225 bem como diante da impossibilidade registral.
 - DIREITO REAL TÍPICO: Há os que sustentem se tratar de direito real típico, por ter todas as características do direito real; argumentam que é de direito real previsto em lei, não necessariamente no art.1.225, cumprindo assim a característica da taxatividade; e quanto a impossibilidade registral o art. 1.227 permite que seja tratado como direito real sem a necessidade de registro no RI, já que previsto no código civil.
	
Art. 1.227. Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com o registro no Cartório de Registro de Imóveis dos referidos títulos (arts. 1.245 a 1.247), salvo os casos expressos neste Código.
DIREITO DE RETENÇÃO E BENFEITORIAS SE O INDIVÍDUO É POSSUIDOR DE MÁ FÉ (Art. 1.220): O juiz assegura o pagamento das benfeitorias necessárias, pois o possuidor de má fé contribuiu para a conservação da coisa, devendo ser indenizado para não constituir o enriquecimento sem causa. 
Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias.
Em se tratando de benfeitorias não legalizadas: Dão direito de indenização e retenção desde que possam ser legalizadas pelo retomante. 
Em se tratando das benfeitorias que não puderem ser legalizadas por estarem, por exemplo, em local indevido: Não dão direito à indenização nem retenção. 
O réu só poderá requerer indenização e retenção com benfeitorias concomitantes ao processo. 
Art. 1.222. O reivindicante, obrigado a indenizar as benfeitorias ao possuidor de má-fé, tem o direito de optar entre o seu valor atual e o seu custo; ao possuidor de boa-fé indenizará pelo valor atual.
Na hora de ajuizar ação de retomada ela deve ser cumulada com ação de perdas e danos:
Art. 1.221. As benfeitorias compensam-se com os danos, e só obrigam ao ressarcimento se ao tempo da evicção ainda existirem.
Em um comodato com prazo pode se requerer a resilição, extinção sem inadimplemento? Sim, se houver justificativa. 
- Se extingue o comodato verbal: Através de notificação extrajudicial, comunicando ao comodatário, instituindo prazo e aluguel pena. Será considerado de má fé a partir do término do prazo da notificação extrajudicial.
No comodato as benfeitorias úteis realizadas de boa fé: para alguns doutrinadores não conferem indenização nem retenção por decorrem do natural uso da coisa na forma do art. 584 
Art. 584. O comodatário não poderá jamais recobrar do comodante as despesas feitas com o uso e gozo da coisa emprestada.
Há os que aplicam o 1.219:
Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis.
No caso da locação as benfeitorias úteis realizadas de boa fé: Se aplicam os arts. 35 e 36 da Lei 8.245/91. A regra para locação no que tange as benfeitorias é que vale o que as partes estipularem, pois elas têm total liberdade. Serão indenizadas e com direito de retenção pelas benfeitorias necessárias e as úteis se forem autorizadas. As voluptuárias não serão indenizadas, mas poderão ser retiradas desde não traga prejuízo ao bem.
Art. 35. Salvo expressa disposição contratual em contrário, as benfeitorias necessárias introduzidas pelo locatário, ainda que não autorizadas pelo locador, bem como as úteis, desde que autorizadas, serão indenizáveis e permitem o exercício do direito de retenção.
Art. 36. As benfeitorias voluptuárias não serão indenizáveis, podendo ser levantadas pelo locatário, finda a locação, desde que sua retirada não afete a estrutura e a substância do imóvel.
 Se o locatário realizar benfeitorias e no contrato tiver cláusula de renuncia à indenização das benfeitorias e ao direito de retenção, ele não terá direito a indenização das benfeitorias nem retenção. 
Súmula 335 STJ: Nos contratos de locação, é válida a cláusula de renúncia à indenização das benfeitorias e ao direito de retenção.
No caso da locação em se tratando de contrato verbal, às benfeitorias: Serão indenizadas e com direito de retenção pelas benfeitorias necessárias e as úteis se forem autorizadas. As voluptuárias não serão indenizadas, mas poderão ser retiradas desde não traga prejuízo ao bem.
BENFEITORIAS X ACESSÕES: 
As benfeitorias: São tratadas pelo código como bens acessórios, exigem obrigatoriamente a intervenção do homem e não possuem valor econômico autônomo na medida em que a coisa é avaliada como um todo. 
As acessões: Podem ser naturais ou com a participação do homem, são tratadas pela norma como uma forma de aquisição da propriedade imobiliária e por fim possuem valor econômico autônomo afastado do bem a que adere. 
O art. 1.255 prevê apenas o direito deindenização ao possuidor de boa fé, a norma não trata da possibilidade da retenção. Porém é pacífico o entendimento no sentido de que se aplica por analogia o direito de retenção (1.254) sem prejuízo de eventual acessão invertida (1.255 parágrafo único) 
ACESSÕES: 
Art. 1.248. A acessão pode dar-se: 
I - por formação de ilhas; 
II - por aluvião; 
III - por avulsão; 
IV - por abandono de álveo; 
V - por plantações ou construções.
Art. 1.254. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno próprio com sementes, plantas ou materiais alheios, adquire a propriedade destes; mas fica obrigado a pagar-lhes o valor, além de responder por perdas e danos, se agiu de má-fé. 
Art. 1.255. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno alheio perde, em proveito do proprietário, as sementes, plantas e construções; se procedeu de boa-fé, terá direito a indenização.
 Parágrafo único. Se a construção ou a plantação exceder consideravelmente o valor do terreno, aquele que, de boa-fé, plantou ou edificou, adquirirá a propriedade do solo, mediante pagamento da indenização fixada judicialmente, se não houver acordo.
PERCEPÇÃO DOS FRUTOS NO CASO DE LOCATÁRIO DE BOA E MÁ FÉ:
O locatário de boa fé: Terá direito em quanto à boa fé durar aos frutos percebidos.
Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos.
O locatário de má fé: após a citação válida será obrigado a devolver os frutos: 
Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé; tem direito às despesas da produção e custeio.
PERCEPÇÃO DOS FRUTOS EM SE TRATANDO DE POSSUIDOR DE BOA E MÁ FÉ:
O possuidor de boa fé: Terá direito a todos os rendimentos que a coisa que está em seu poder puder oferecer tais como aluguel, arrendamento agrícola, e frutos naturais. Terá direito a essas verbas até ser citado em eventual ação em que se pretende a retomada, se não há fato anterior que promove a inversão do título da posse. Só responderá pela perda ou deterioração da coisa caso tenha agido dolosa ou culposamente. 
Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a que não der causa.
Se o locatário estiver em mora ele irá ter que pagar pela coisa, pois a partir deste momento se torna possuidor de má fé, se perecer acidentalmente será responsabilizado, salvo se provar que teria se dado mesmo sem ele:
Em se tratando de possuidor de má fé: Deverá restituir todos os frutos requeridos pelo retomante e comprovadamente por ele recebido e ainda caso o bem venha a perecer em seu poder responderá mesmo que por caso fortuito, força maior, salvo se ficar provado, e o ônus da prova é dele, que a coisa pereceria de qualquer forma, se estivesse em poder do retomante. Assim, se o bem vem a perecer por conta de uma tragédia natural não possui o possuidor de boa fé qualquer responsabilidade, já o de má fé responderá pela perda caso não prove que o bem pereceria de qualquer forma.
Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante. 
15/03/17
ACOẼS POSSESSORIAS: Três ações possessórias típicas ou interditos possessório típicos admitem como única causa de pedir a alegação do autor ser o possuidor.
	Prescindem da discussão acerca da propriedade, é irrelevante nessa ação a alegação de propriedade, o juiz irá decidir aquele que tem a melhor posse.  O único fundamento da causa de pedir remota dessas ações é a posse.
O CÓDIGO PREVÊ 3 INTERDITOS POSSESSÓRIOS TÍPICOS  OU 3 AÇÕES POSSESSÓRIAS TÍPICAS:
1º - AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE (ESBULHO): Ela tem cabimento toda vez que o autor relata a prática, ocorrência de esbulho, que é privar injustamente o legítimo possuidor de exercer a sua posse de maneira total. A pessoa tinha a posse, porém está foi-lhe retirada, ele tem o ônus de provar que em algum momento ele ou seu antecessor exerceram a posse direta do bem. 
Na reintegração de posse é fundamental que o autor da ação prove o esbulho e que um dia ele exerceu a posse direta da coisa ou ao menos o seu antecessor.
OBS: Se o vínculo entre as partes é de locação temos o art 5 da lei 8.245/91:  Qualquer ação ajuizada pelo locador promovendo a retoma da coisa será ação de despejo, mais só é despejo pois existe norma especial .
Art. 5º Seja qual for o fundamento do término da locação, a ação do locador para reaver o imóvel é a de despejo.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica se a locação termina em decorrência de desapropriação, com a imissão do expropriante na posse do imóvel.
2ª - AÇÃO E MANUTENÇÃO DE POSSE (TURBAÇÃO): Tem cabimento toda vez que o legítimo possuir estiver sendo turbado, que é incomodar, atrapalhar, embaraçar o legítimo exercício da posse do possuidor. Na manutenção de posse o possuidor não foi totalmente privado da posse, só parcialmente. Ele continua com a posse, e está sendo embaraçado, atrapalhado etc. ou tem sua posse parcialmente privada.  
3ª - INTERDITO PROIBITÓRIO (AMEAÇA): Tem lugar toda vez que o autor relatar a presença de uma ameaça de esbulho ou de turbação. Esta ameaça precisa ser concreta, efetiva. 
Duas regras que não podemos esquecer:
1ª - A ação precisa ser proposta no domicílio de situação do imóvel, a competência é absoluta do domicílio do imóvel, obrigatoriamente a ação precisa ser aflorada no local onde reside o imóvel 47, parágrafo 2o.
Art. 47.  Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da coisa.
§ 2o A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem competência absoluta.
2ª - Os cônjuges na posse de casal a ação necessariamente deve ser proposta contra ambos. Se a pessoa é casada e há uma composse, esta ação tem que ser proposta pelo casal ou por um deles com o consentimento do outro.
Para cada uma lesão há uma respectiva ação para saná-la.  
CARACTERÍSTICAS DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS TÍPICAS:
FUNGIBILIDADE (Art. 554 CPC): Em matéria de ação possessória típica vigora o princípio da fungibilidade previsto no art. 554. A regra comum em matéria processual é o sentido de que caso o autor promova a ação equivocada o magistrado deva extinguir o processo sem exame do mérito, de forma a exigir que o indivíduo proponha outra ação. Nas possessórias típicas o juiz receberá a ação equivocadamente ajuizada como se correta fosse. A regra legal se justifica pelo fato de que todas as demandas possessórias típicas se prestam a defesa da causa de pedir remota a posse, não havendo sentido em exigir que o autor proponha nova ação. Ademais as lesões possessórias estão em constante modificação de forma que uma situação que hoje revelaria turbação, amanhã passa a esbulho ou regride a ameaça, não sendo razoável exigir a propositura de nova ação.
Art. 554.  A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados.
CARÁTER DÚPLICE (Art.556): Em matéria de ação possessória simples a coisa é desburocratizada: O art.556 permite que o réu formule pedido contraposto, ou seja, pedido possessório na própria ação. Na própria contestação formula-se o pedido de manutenção da posse.  
Art. 556.  É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho cometido pelo autor.
Duas coisas fundamentais:
Art. 557 CPC - Na constância da ação possessória típica não é possível ajuizar ação de usucapião, para se evitar decisões contraditórias. No curso de uma ação possessória típica não se pode ajuizar ação de usucapião entre as mesmas partes evitando-se decisões contraditórias, conflitantes.   
Art. 557.  Na pendênciade ação possessória é vedado, tanto ao autor quanto ao réu, propor ação de reconhecimento do domínio, exceto se a pretensão for deduzida em face de terceira pessoa.
Parágrafo único.  Não obsta à manutenção ou à reintegração de posse a alegação de propriedade ou de outro direito sobre a coisa.
Art. 555.CPC. É lícito ao autor na própria petição inicial cumular ao seu pedido condenação em perdas e danos; Indenização dos frutos.   
Art.555 É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de:
I - condenação em perdas e danos;
II - indenização dos frutos.
Parágrafo único.  Pode o autor requerer, ainda, imposição de medida necessária e adequada para:
I - evitar nova turbação ou esbulho;
II - cumprir-se a tutela provisória ou final
As ações possessórias típicas oferecem uma enorme vantagem em favor do autor na medida em que toda vez que o mesmo afirmar que a lesão possessória é inferior a ano e dia (um ano e um dia) independentemente do tempo de posse do autor poderá ser concedida liminar.
LIMINAR EM AÇÃO DE FORÇA NOVA (1 ANO E 1 DIA): O autor que conseguir provar os requisitos do art. 561 do CPC bem como a data da lesão possessória, dispõe de uma ação de força nova que poderá obter, sem ouvir o réu, antes do oferecimento de contestação, a devolução da coisa ou que cesse a turbação ou ameaça. 
	
Caso o magistrado tenha dúvidas em relação à concessão da liminar requerida em uma ação de força nova, designará audiência de justificação permitindo que o autor através de testemunhas prove os requisitos do Art. 561 bem como a data da lesão.  Após ouvidas as testemunhas o magistrado decidirá, saindo o réu citado para oferecer contestação no prazo de 15 dias. A grande vantagem da possibilidade de se propor ação possessória típica e incluindo-se aí o constituto possessório é a possibilidade de obter a proteção possessória sem que o réu se manifeste naquele processo.         
Art. 561.  Incumbe ao autor provar:
I - a sua posse;
II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu;
III - a data da turbação ou do esbulho;
IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a perda da posse, na ação de reintegração.
20/03/17
Como uma pessoa que nunca possuiu a posse direta (aquisição em hasta pública) pode propor ação de reintegração de posse, mesmo provando a qualidade de dono do imóvel através o RI e não provar que possui a posse direta, pois a 3 anos não se dirige ao local. Como poderá brigar pela posse se a 3 anos não vai ao imóvel? Neste caso não se pode propor uma ação possessória simples, mas sim uma ação reivindicatória: Que é uma ação onde com base na propriedade, na alegação de ser proprietário a pessoa requer a posse. O individuo requer a posse com base na propriedade (compra e venda ou outro direito real).  
AÇÕES PETITÓRIAS: São ações que tem por fundamento a alegação de propriedade. Ela é gênero e a demanda reivindicatória é espécie.
Como a ação reivindicatória não é uma ação possessória típica a ela não se aplicam as características de uma ação possessória típica: 
Não cabe liminar de 1 ano e 1 dia: Se quiser a posse do bem sem contestação tem que  convencer o juiz de acordo com os requisitos da tutela  de urgência Art. 300 CPC.
Art. 300.  A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
§ 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.
§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.
§ 3o A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.
Não possui caráter dúplice: Não se pode formular pedido na própria contestação. Precisará oferecer a reconvenção. Reconvenção é a ação do réu em face ao autor no mesmo processo (Reconvenção é demanda do réu contra o autor no mesmo processo em que está sendo demandado). A reconvenção é como se fosse uma nova ação, ajuizada pelo réu contra o autor, no momento de responder os termos da petição inicial. Assim, trata-se de um pedido do réu contra o autor, dentro do mesmo processo. Está reconvenção precisa se submeter ao requisito da petição inicial e todas as formalidades que ela traz.  
Não ha fungibilidade: Se eu propuser uma ação reivindicatória quando correto seria reintegração de posse ou o contrário, o magistrado ao invés de tomar uma ação como se fosse a outra ele imediatamente tem que julga-la improcedente, não se pode admitir a ação equivocada como correta fosse.    
Enunciado da jornada de Direito Civil 253 : O promitente comprador, titular de direito real (art. 1.417), tem a faculdade de reivindicar de terceiro o imóvel prometido à venda.
Art. 1.417. Mediante promessa de compra e venda, em que se não pactuou arrependimento, celebrada por instrumento público ou particular, e registrada no Cartório de Registro de Imóveis, adquire o promitente comprador direito real à aquisição do imóvel.
Não é só o proprietário que reivindica, também tem direito a ação reivindicatória o promitente comprador. 
OBS: DIFERENCIAÇÃO ENTRE AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE E AÇÃO REIVINDICATÓRIA: Reintegração de posse é uma ação possessória típica e por isso se discute a posse com base na posse. Na reivindicatória se requer a posse através da propriedade.
A grande vantagem do constituto possessório: É possibilitar a reintegração de posse.
SUCESSÃO NA POSSE: A sucessão na posse implica obrigatoriamente em posse derivada na medida em que o sucessor recebe a posse do antecessor. A mesma pode acontecer a titulo universal ou a titulo singular. 
SUCESSÃO NA POSSE A TITULO UNIVERSAL - SUCESSIO POSSESSIONIS (óbito) Art. 1.217: Identifica-se uma universalidade de direito, composta por direitos e obrigações incluindo-se neste patrimônio bens moveis e imóveis que são transmitidos aos herdeiros já que em regra a sucessão universal acontece pelo óbito. Nessas circunstancias estamos diante da chamada sucessio possessionis que tem por efeito mais importante a obrigatoriedade da soma ou união de posses para efeito de usucapião. Assim, se o pai permanecesse com posse animus domini em um imóvel por 7 anos em um usucapião hipotético de 10, bastaria que os filhos permanecessem por mais 3 para adquirirem o bem por usucapião.     
Art. 1.207. O sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor; e ao sucessor singular é facultado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais.
SUCESSÃO NA POSSE A TITULO SINGULAR - ACESSIO POCESSIONIS: O sucessor sucede em relação a bem especifico e determinado como em uma compra e venda e numa cessão de posse. Nestas circunstancias apesar da posse também ser derivada a sua soma, a sua união ao do antecessor é facultativa principalmente para efeitos de usucapião na forma do art. 1.207. Na sucessão singular estamos diante da acessio possessionis que também se apresenta no legado onde o legatário é comtemplado em bem especifico e determinado em virtude de clausula testamentaria, como o testador que deixa a alguém a propriedade de um imóvel. Apesar do beneficiado receber em virtude do falecimento não sucede na herança como um todo mais apenas naquele bem especifico. 
Art. 1.207. O sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor; e ao sucessor singular é facultado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais.
Art. 1.209. A posse do imóvel faz presumir, até prova contrária, a das coisas móveis que nele estiverem: Se eu sou possuidor da coisa imóvel presume-se ate prova contraria que todos os bens moveis neles existente me pertencem.
Art. 1.211. Quando mais de uma pessoa se disser possuidora, manter-se-á provisoriamente a que tiver a coisa, se não estiver manifesto que a obteve de algumadas outras por modo vicioso.: Subsistindo duvidas em relação a liminar (a reintegração de posse) o juiz manterá o possuidor direto 
DIREITOS REAIS EM ESPECIE:
USUFRUTO: O usufruto vale tanto para bens móveis como imóveis. Para criar o usufruto sobre um bem imóvel basta registra-lo junto ao RI.
PARTES:
Usufrutuário: Titular dos poderes de usar e fruir.
Nú-proprietário: Pode dispor e reivindicar. Por estar privado dos poderes de usar e fruir não tem a oportunidade de revelar a coletividade que ele é o dono da coisa.
Temos 3 características essenciais ao usufruto
Temporariedade: É criado com tempo definido de existência. É Essencial na criação do usufruto que ele possua um tempo pré-estabelecido de vigência caso haja omissão ao termino do usufruto ele é vitalício. Pode-se ter pessoa jurídica como usufrutuaria e ainda sim ele é temporário (1.410). Essencialmente o usufruto é um direito real temporário.
Art. 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: 
III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer; 
Personalíssimo (Art. 1.410, I): O usufruto é essencialmente personalíssimo, ou seja, qualquer que seja o termo ou condição escolhido pelo instituidor a morte do usufrutuário sempre porá fim ao usufruto sendo correto afirmar que não existe herança de usufruto em favor dos herdeiros do usufrutuário, que ficam obrigados a devolver o bem na medida em que o nú-proprietário passa a ser proprietário pleno. O caráter personalíssimo deste direito real se deve a sua origem histórica na medida em que o usufruto foi criado como forma de assegurar ao usufrutuário a titulo gratuito uma moradia ou uma renda suficiente ao atendimento de suas necessidades básicas de maneira que é justo presumir que o instituidor só faria isso em favor de pessoa especifica. 
A morte do nú-proprietário não alcança o direito real de usufruto que uma vez estipulado validamente cria um vinculo do usufrutuário com a coisa a pouco importando a pessoa do nú- proprietário. Assim, os herdeiros do nú-proprietário assumem essa condição procedendo inclusive o inventário até que o usufruto se extinga seja pelo óbito, seja pelo termo ou condição estipulado pelo instituidor. 
Art. 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: 
I - pela renúncia ou morte do usufrutuário;
22/03/17
3) INALIENAVEL (Art.1.393): Não se é possível vender o usufruto, doar o usufruto, praticar negócios jurídicos sobre direitos personalíssimos não se é admitido, pois ele é direito personalíssimo além de ele ser feito para atender as necessidades daquele usufrutuário. O usufrutuário pode renunciar a qualquer tempo. O usufrutuário não pode vender, doar, dar em pagamento o seu direito real de usufrutuário mais pode ceder. Ex: Escritura Pública de Cessão de Usufruto Vitalício. 
Art. 1.393. Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título gratuito ou oneroso.
FORMAS DE SE CRIAR O USUFRUTO: 
ATO INTER VIVOS: O proprietário pleno resolve criar o usufruto. Ex: Escritura Pública de Doação com Reserva de Usufruto. A vantagem é que não há necessidade de se fazer inventário, é só levar a certidão de óbito ao RI para proceder a baixa do usufruto. 
POR TESTAMENTO: Se uma pessoa deixou por testamento a nua propriedade para uma pessoa e o usufruto em favor de outra. Com a morte do usufrutuário o usufruto se extingue, pois o Usufruto é direito personalíssimo, e não se transmite aos herdeiros. Se os herdeiros do usufrutuário não quiserem sair do imóvel o nú-proprietário poderá entrar com a ação reivindicatória (pois eles são possuidores injustos).
LEGAL (Art.1.689):
Art. 1.689. O pai e a mãe, enquanto no exercício do poder familiar: 
I - são usufrutuários dos bens dos filhos; 
4)  POR USUCAPIÃO: Imaginando que João e Maria sejam respectivamente nú-proprietário e usufrutuário de um determinado bem imóvel, situação jurídica criada através de doação.
	 Passados 12 anos dessa situação jurídica os dois são surpreendidos com ação ajuizada por Luciana requerendo a nulidade do título, cumulada com a nulidade do registro, cumulada ainda com ação reivindicatória, dois primeiros pedidos precisão ser formulados na medida em que o registro existente em favor de Joao e Maria cria a presunção de titularidade de direito real em favor dos dois de maneira que este título precisa ser desconstituído bem como o registro para que a ação reivindicatória possa vir a ser analisada. No caso, além de todas as defesas possíveis Joao e Maria, passados mais de uma década, poderão manter seus direitos reais pela usucapião.      
Art. 1.391. O usufruto de imóveis, quando não resulte de usucapião, constituir-se-á mediante registro no Cartório de Registro de Imóveis.
É possível o usufruo sucessivo no Brasil, que seria aquele em que o instituidor estabelece uma cadeia de usufrutuários? O direito brasileiro não admite em lei nem por doutrina o usufruto sucessivo, pois ele não só viola o caráter temporário do usufruto como também o personalíssimo. Quando vc cria este direito real à intenção é que em um dia o nú-proprietário adquira a propriedade plena e nesse caso isso tornaria inviável.
USUFRUTO CONJUNTO OU CONJUNTIVO: A solução para a morte ou renúncia de um dos usufrutuários no usufruto conjuntivo passa pela analise da forma pela qual ele foi criado.
- EM SE TRATANDO DE USUFRUTO INSTITUIDO POR ATOS INTER VIVOS (Art. 1.411): Como regra há a extinção gradativa do direito real de usufruto, sendo certo que é possível cláusula expressa prevendo o contrário assegurando o direito de acrescer em favor dos usufrutuários remanescentes. 
A cláusula de direito de acrescer só não é admitida em Doação com reserva de usufruto feita de pais a filhos considerando que a CF assegura o direito a herança como garantia individual de maneira que não se pode impor uma restrição aos descendentes pelo óbito de um dos ascendentes. 
Art. 1.411. Constituído o usufruto em favor de duas ou mais pessoas, extinguir-se-á a parte em relação a cada uma das que falecerem, salvo se, por estipulação expressa, o quinhão desses couber ao sobrevivente. 
- EM SE TRATANDO DE USUFRUTO CRIADO POR TESTAMENTO (1.946): A regra é bem diversa. De acordo com o art. 1.946 fica claro o direito de acrescer em favor dos usufrutuários remanescentes. O aumento dos quinhões em favor dos usufrutuários remanescentes poderá ser afastado mediante clausula expressa prevista no testamento ou se o testador deixar claro no testamento a quota parte ou fração de usufruto conferida a cada um dos usufrutuários na medida em que neste caso entende-se que o testador queria contemplar os usufrutuários apenas com aqueles percentuais e não com o usufruto com um todo.      
Art. 1.946. Legado um só usufruto conjuntamente a duas ou mais pessoas, a parte da que faltar acresce aos colegatários.
Parágrafo único. Se não houver conjunção entre os colegatários, ou se, apesar de conjuntos, só lhes foi legada certa parte do usufruto, consolidar-se-ão na propriedade as quotas dos que faltarem, à medida que eles forem faltando.
27/03/2017
PENHORA DO USUFRUTO:
O direito real de usufruto não pode ser objeto de penhora, pois é inalienável.  
 
Os rendimentos do usufruto podem ser penhorados. Mas quando o usufrutuário provar que necessita desses valores para o atendimento da sua dignidade, estes rendimentos também não poderão ser percebidos pelo credor. 
 
O usufrutuário não precisa da autorização do nú-proprietário para alugar, etc, pois ela tem direito de usar e fruir deste bem. 
 
Caso o usufrutuário morra e todos os poderes voltem para o nú-proprietário, ele não é obrigado a respeitar esse contrato, podendo fazer uma denúncia dentro do prazo para que a pessoa se retire do imóvel. Caso não denuncie no prazo, corre o risco do contrato correr por tempoindeterminado. (Art 7° Lei de Locações 8245/91). 
Art. 7º Nos casos de extinção de usufruto ou de fideicomisso, a locação celebrada pelo usufrutuário ou fiduciário poderá ser denunciada, com o prazo de trinta dias para a desocupação, salvo se tiver havido aquiescência escrita do nú-proprietário ou do fideicomissário, ou se a propriedade estiver consolidada em mãos do usufrutuário ou do fiduciário.
Parágrafo único. A denúncia deverá ser exercitada no prazo de noventa dias contados da extinção do fideicomisso ou da averbação da extinção do usufruto, presumindo - se, após esse prazo, a concordância na manutenção da locação.
Consolidação: é um fenômeno excepcional e proveniente do direito sucessório, onde a morte do usufrutuário implica na aquisição da propriedade plena por parte do nú-proprietário. 
 
OBRIGAÇÕES DO USUFRUTUÁRIO: 
 
Prestar caução (garantia): Isso é necessário, pois o usufrutuário pode durante o período que tiver a coisa agir de forma dolosa e destruir o bem. E o dinheiro do caução entra para recompor aquele bem, para que o usufrutuário não leve vantagem. Se o usufrutuário não puder usar caução, o nú-proprietário fica com o poder de admistrar o usufruto, e aí ele é quem deverá prestar caução, pois ele está administrando o que não é dele, podendo de algum modo prejudica-lo. 
 
Pagamento das obrigações propter rem (condomínio, IPTU, taxas de incêndio, etc). Art 1403, II. 
 
Despesas comuns: Não são tributos. São em princípio do usufrutuário, despesas do dia a dia. Salvo quando não forem de custo módico, pois o nu proprietário é o maior interessado em manter o bem. (art. 1.404, par 1°). 
Art. 1.404. Incumbem ao dono as reparações extraordinárias e as que não forem de custo módico; mas o usufrutuário lhe pagará os juros do capital despendido com as que forem necessárias à conservação, ou aumentarem o rendimento da coisa usufruída.
§ 1o Não se consideram módicas as despesas superiores a dois terços do líquido rendimento em um ano.
SEGURO DE IMÓVEL: O contrato de seguro é uma opção e caso os titulares de direito real optem por concretizá-lo, o pagamento dos valores será responsabilidade do usufrutuário. Muito embora, o usufrutuário contrate a seguradora à seu livre critério, em havendo-se isto estamos diante de uma estipulação em favor de terceiro, na medida em que o nu proprietário é quem resgatará aquele valor. O nu proprietário, ao receber o valor da indenização, tem dupla opção. Poderá reconstruir o imóvel ou repará-lo, hipótese em que o usufruto se restabelece, ou recolher a indenização, à seu livre critério, e nessas circunstâncias, o usufrutuário terá parte a receber proporcional ao tempo de usufruto que ainda resta.
EXTINÇÃO DO USUFRUTO:
A morte do usufrutuário é a causa de extinção do usufruto. 
 
Se não estiver expresso o motivo pelo qual o usufruto foi criado no próprio titulo, não havendo mais tal motivo, não caberá a extinção do usufruto por cessar a causa da instituição do mesmo.
 
Art 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis:
VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas a aplicação prevista no parágrafo único do art. 1.395; 
 
VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399). 
DIREITO REAL DE HABITAÇÃO:
Só existe em relação ao bem imóvel, diferente do usufruto que cabe também para bem móvel. 
O titular do direito real de habitação, para manter o direito, tem que exclusivamente morar. 
Pode ser criado por testamento, ato Inter vivos e por lei (art. 1.831). 
A situação mais usual de direito real de habitação é a prevista no art. 1831, onde se assegura ao cônjuge ou companheiro sobrevivente, o direito real de habitação como forma de assegurar ao co-sobrevivente, o mesmo padrão socioeconômico que ele possuía enquanto o seu cônjuge ainda era vivo, e por via indireta, a dignidade da pessoa do cônjuge viúvo.
	 Caso este direito real não tivesse sido consagrado, ao término do inventário, os herdeiros do falecido poderiam ajuizar ação de extinção de condomínio, e caso os herdeiros não comprassem a parte eventual do cônjuge ou vice versa, a consequência seria a alienação do bem para pagamento da dívida. Assim, a habitação tem por objetivo assegurar a permanência do sobrevivente daquele bem de forma a não poder ser forçado a desocupá-lo. Muito embora, a norma deixe claro que só é cabível a habitação quando o cônjuge falecido, sozinho ou em conjunto com seu sobrevivente, possuir um único imóvel residencial, a doutrina entende que em caso de múltiplas residências, a habitação deva recair sobre o imóvel de domicílio do casal. 
Art. 1.831. Ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, será assegurado, sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o direito real de habitação relativamente ao imóvel destinado à residência da família, desde que seja o único daquela natureza a inventariar. 
A norma permite que este direito seja criado em favor de duas ou mais pessoas: 
 
Art. 1.415. Se o direito real de habitação for conferido a mais de uma pessoa, qualquer delas que sozinha habite a casa não terá de pagar aluguel à outra, ou às outras, mas não as pode inibir de exercerem, querendo, o direito, que também lhes compete, de habitá-la. 
 
Caso a habitação, convencional ou testamentaria seja instituída em favor de duas ou mais pessoas, aquele que habitar sozinho não poderá ser compelido ao pagamento de aluguel proporcional, porque o instituidor criou esse direito real com objetivo de moradia e não com objetivo de obter rendimento. 
29/03/2017
O direito real de habitação pode ser criado convencionalmente ou por testamento em favor de duas ou mais pessoas 1.415. Caso a habitação convencional ou testamentária seja instituída em favor de duas ou mais pessoas, aquele que habitar sozinho não poderá ser compelido ao pagamento de aluguel proporcional, pois o instituidor criou esse direito real com o objetivo de moradia e não de rendimento. (no usufruto poderia) 
Art. 1.415. Se o direito real de habitação for conferido a mais de uma pessoa, qualquer delas que sozinha habite a casa não terá de pagar aluguel à outra, ou às outras, mas não as pode inibir de exercerem, querendo, o direito, que também lhes compete, de habitá-la.
DIREITO REAL DE SUPERFICIE (Lei 10.257/2001 Estatuto da cidade e Arts 1.369 a 1.377 CC):
Não há incompatibilidade entre a Lei do Estatuto da cidade e os artigos 1.369 a 1.377 do CC pois, a superfície do estatuto da cidade tem a finalidade de estipular as políticas públicas de desenvolvimento urbano, a outra regula interesses estritamente particulares.
Fundeiro ou concedente: Dono do imóvel
Superficiário ou concessionário: Pessoa que vai poder usufruir
O direito real de superfície é direito real essencialmente temporário e que recai apenas sobre bem imóvel onde o dono do solo justamente por não poder empregar função social ao seu terreno transfere por direito real ao superficiário a possibilidade do mesmo construir ou plantar sobre o seu terreno. No momento da celebração da escritura pública é essencial que o superficiário preveja um tempo razoável para que recupere os investimentos feitos e ainda tenha lucro por um prazo razoável. Desta forma como precisa ter em mente essas considerações, ao término da superfície, como regra, todas as acessões realizadas pelo superficiário não poderão ser cobradas do fundeiro, salvo se o documento que criou a superfície dispuser em sentido contrário.  
Art. 1.369. O proprietário pode conceder a outrem o direito de construir ou de plantar em seu terreno, por tempo determinado, mediante escritura pública devidamente registrada no Cartório de Registro de Imóveis. 
Parágrafo único. O direito de superfície não autoriza obra no subsolo, salvo se for inerente ao objeto da concessão.
Art. 1.375. Extintaa concessão, o proprietário passará a ter a propriedade plena sobre o terreno, construção ou plantação, independentemente de indenização, se as partes não houverem estipulado o contrário.
A doutrina admite que o direito real de superfície seja criado pelo fenômeno da cisão: Significa que no momento da criação da superfície as construções ou plantações já existiam e o indivíduo resolveu desmembrar a sua propriedade. 
Ao término do prazo se o superficiário não devolver o bem, o fundeiro poderá se valer de ações: 
- Se a superfície for criada nos moldes do art. 1.369, ou seja, direito abstrato: Será reivindicatória (petitória)
- Se for criada pelo fenômeno da cisão: Será a de reintegração de posse (possessória), pois na visão ele já tinha a posse das construções ou plantações e resolveu desmembrar.
    
Durante o período do direito real de superfície temos um afastamento temporário do princípio da gravitação jurídica que significa que o bem acessório segue a sorte do principal. Neste caso o superficiário tem a propriedade autônoma sobre as construções e plantações, ele pode usar, fruir, dispor, reivindicar sobre as construções ou plantações. Porém a sua propriedade sobre as construções é resolúvel, ou seja, até que advenha o termo estipulado pelas partes.
Art. 1.370. A concessão da superfície será gratuita ou onerosa; se onerosa, estipularão as partes se o pagamento será feito de uma só vez, ou parceladamente.
Apesar de ser temporário ele não é personalíssimo, então a morte do superficiário não acaba com o direito de superfície, pois o seu objetivo é fomentar a função social do imóvel, por isso ele transmite-se aos herdeiros do superficiário até o prazo acabar. 
Art. 1.372. O direito de superfície pode transferir-se a terceiros e, por morte do superficiário, aos seus herdeiros. 
O direito real de superfície é essencialmente alienável: Dessa forma tanto o superficiário quanto o fundeiro podem a qualquer momento alienar o seu direito real a título oneroso ou gratuito. 
Em se tratando de alienação gratuita: O titular do direito real pode dispor da coisa em favor de quem quer que seja. 
Na alienação onerosa: O correto será conceder o direito de preferência ao outro pelo mesmo valor e nas mesmas condições que seria vendido em relação a terceiros. Caso a alienação onerosa seja concretizada sem essa providência aquele que foi preterido poderá ajuizar contra o adquirente ação de consignação em pagamento cumulada com pedido de adjudicação compulsória contados de 6 meses do registro na forma do enunciado 510 da jornada de direito civil. O negócio jurídico é válido, porém ineficaz em relação à pessoa preterida de forma que não teria sentido em admitir a invalidade da venda caso o superficiário ou fundeiro não tivesse condições ou não quisesse adquirir o direito real alienável a terceiro. Aquele que não exercer o direito de preferência não poderá cobrar qualquer valor por não ter exercido a faculdade de se tornar proprietário pleno da coisa. 
1.372 - Parágrafo único. Não poderá ser estipulado pelo concedente, a nenhum título, qualquer pagamento pela transferência. 
Art. 1.373. Em caso de alienação do imóvel ou do direito de superfície, o superficiário ou o proprietário tem direito de preferência, em igualdade de condições.
ENUNCIADO 510 - Ao superficiário que não foi previamente notificado pelo proprietário para
exercer o direito de preferência previsto no art. 1.373 do CC é assegurado o
direito de, no prazo de 6 meses, contado do registro da alienação, adjudicar
para si o bem mediante depósito do preço.
O direito real de superfície acaba de maneira natural que é o termo previsto na escritura pública que o criou. Porém existem duas outras formas de extinção anormal:
1) Desapropriação (1.376): Quando o imóvel é desapropriado o fundeiro perde a propriedade e o superficiário perde o seu direito de superfície.
Art. 1.376. No caso de extinção do direito de superfície em consequência de desapropriação, a indenização cabe ao proprietário e ao superficiário, no valor correspondente ao direito real de cada um.
2) Quando o superficiário der ao imóvel destinação diversa ao que foi convencionado (1.374): Se houver desvio da finalidade do direito real de superfície. O Superficiário encontra-se então em inadimplemento e poderá o fundeiro pedir a resolução. 
Art. 1.374. Antes do termo final, resolver-se-á a concessão se o superficiário der ao terreno destinação diversa daquela para que foi concedida.   
3) Se o superficiário não pagar o valor estipulado pelo direito real de superfície: Resolução, por causa do inadimplemento. 
DIFERENÇA DA SUPERFICIE DO ESTATUTO DA CIDADE: A superfície do estatuto da cidade contém duas grandes diferenças com a superfície do código civil. 
Inicialmente o art. 21 da lei 10.257/01 deixa claro que como regra a superfície compreende o uso do subsolo: O que como regra não existe na superfície do código civil.
  
A norma especial permite que seja criado por prazo indeterminado: O que no código civil é vedado.
 Ao admitir a possibilidade de não ter prazo não estamos diante de um direito que passa a ser perpétuo continuando temporário. Assim o fundeiro considerando que já passou o prazo razoável poderá notificar o superficiário de sua intenção de recobrar as construções ou plantações. Caso o superficiário se negue a devolver deverá o fundeiro ajuizar ação para ver reconhecida a resilição do contrato e por consequência do direito real. Neste contexto o magistrado valendo-se do art. 473 parágrafo único que procura coibir o abuso de direito de resilir só permitirá a extinção do contrato quando o juiz estiver convencido que o superficiário já recobrou os investimentos feitos e teve tempo razoável para lucrar por um período com a aquisição daquele direito real    
Artigo 13 da lei 10.257/01: A usucapião especial de imóvel urbano poderá ser invocada como matéria de defesa, valendo a sentença que a reconhecer como título para registro no cartório de registro de imóveis.
Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita, opera mediante denúncia notificada à outra parte. 
Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes houver feito investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá efeito depois de transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto dos investimentos.
03/04/17
DIREITO DE SOBRELEVAÇÃO (Art. 1225, XIII/ 1.510-A) medida provisória 759/2016: Com o advento do código atual o legislador ao tratar do direito de superfície tinha como um dos seus objetivos regulamentar o direito de laje, ou seja, o direito de construir sobre acessões já existentes. 
	O código atual em seu início deixou de tratar expressamente a matéria considerando que o direito de sobrelevação não era admitido a registro na forma da Lei 6.015/73 e como esta norma é regulada pelo princípio da taxatividade de maneira que só podem ser levados a registro aquilo que a norma expressamente prevê, o direito de laje não poderia ser registrado e por consequência deixou de ser regulamentado. 
	O enunciado n 568 da jornada de direito civil já previa em doutrina o direito de laje até a medida provisória 759/2016 promover a modificação do art. 1.225 conceituando a sobrelevação no art. 1.510-A. 
Art. 1.225. São direitos reais:
XIII – a laje
Art. 1.510-A. O direito real de laje consiste na possibilidade de coexistência de unidades imobiliárias autônomas de titularidades distintas situadas em uma mesma área, de maneira a permitir que o proprietário ceda a superfície de sua construção a fim de que terceiro edifique unidade distinta daquela originalmente construída sobre o solo.
Enunciado 568 jornada de direito civil: O direito de superfície abrange o direito de utilizar o solo, o subsolo ou o espaço aéreo relativo ao terreno, na forma estabelecida no contrato, admitindo-se o direito de sobrelevação, atendida a legislação urbanística.
ENFITEUSE (Art.2.038):

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