Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIDADE 4: PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR NO AMBIENTE PERIOPERATÓRIO Profa.MSc. Luciane katrine 4.1. Causas de infecções 4.2. Controle de infecções 4.3. Infecção no sítio cirúrgico 4.4. Biossegurança Plano de Ensino: Aula 4 INFECÇÃO HOSPITALAR “É qualquer infecção adquirida após a internação do paciente e que se manifesta durante a internação ou mesmo após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares, com, por exemplo, uma cirurgia” (BRASIL, 2009). INFECÇÃO HOSPITALAR Infecção Hospitalar (IH) é a maior causa de morbidade e mortalidade. A taxa de infecção hospitalar é determinada: Cirurgia; Habilidade técnica; Presença de dispositivos. INFECÇÃO HOSPITALAR Fatores de risco: Tempo de internação; Condições nutricionais do paciente; Gravidade da doença; Procedimentos realizados. Medidas de prevenção. INFECÇÃO DO SÍTIO CIRÚRGICO (ISC) “Ocorre como complicação de uma cirurgia, comprometendo a incisão, os tecidos, os órgãos ou a cavidade manipulada, podendo ser diagnosticada em até 30 dias após a realização do procedimento ou até em 1 ano, em caso de implante de próteses.” ( CDC – Centers for Desease Control and Prevention) Correspondem de 14 a 16% do total das infecções hospitalares; ANVISA Maiores fontes de morbidade e mortalidade; Prolongam o tempo de internação e o custo; Incidência ≈ 1 a 2% para as cirurgias consideradas "limpas”; Staphylococcus aureus e Staphylococcus coagulase negativo. INFECÇÃO DO SÍTIO CIRÚRGICO (ISC) Dividem-se em: ISC INCISIONAL SUPERFICIAL: deve ocorrer em 30 dias após o procedimento e envolver apenas pele e tecido subcutâneo e apresentar pelo menos um dos seguintes sinais ou sintomas: secreção purulenta, dor, edema, calor local, hiperemia. Ex: celulite peri-incisional INFECÇÃO DO SÍTIO CIRÚRGICO (ISC) ISC INCIONAL PROFUNDA: deve ocorrer em 30 dias após o procedimento, se não houver implante ou um ano, se houver implante. A infecção deve envolver os tecidos moles profundos (músculo ou fáscia) e apresentar pelo menos um dos seguintes sinais ou sintomas: febre (38ºC), dor localizada, rubor e presença de abscessos. Ex: Fasceíte pós-operatória INFECÇÃO DO SÍTIO CIRÚRGICO (ISC) ISC DE ÓRGÃOS/ESPAÇOS PROFUNDOS: deve ocorrer em 30 dias após o procedimento, se não houver implante ou um ano, se houver implante. Envolve qualquer parte do sítio anatômico, além da incisão, fáscia e músculo, e apresentar pelo menos um dos seguintes sinais ou sintomas: drenagem purulenta, cultura positiva de fluido ou tecido e abscesso no espaço e/ou órgão. Ex: Peritonite após cirurgia abdominal INFECÇÃO DO SÍTIO CIRÚRGICO (ISC) INFECÇÃO DO SÍTIO CIRÚRGICO (ISC) Fatores que aumentam a probabilidade de ISC: - Dose do inóculo microbiano no sítio cirúrgico; - Virulência da bactéria; - Resistência imunológica do hospedeiro; - Microambiente do sítio cirúrgico; - Cirurgias cardíacas e em queimados, - Cirurgias realizadas em grandes hospitais, - Idade; - Obesidade; - Desnutrição; - Diabetes; - Fumo; - Tempo de internação antes da cirurgia; - Procedimentos invasivos; - Esterilização inadequada. Fatores que aumentam a probabilidade de ISC: PREVENÇÃO DA ISC São três as principais estratégias para reduzir e prevenir as ISC: • Diminuir o montante e o tipo de contaminação • Melhorar as condições da ferida • Melhorar as defesas do hospedeiro CLASSIFICAÇÃO DO CDC EM RELAÇÃO ÀS RECOMENDAÇÕES PARA A PREVENÇÃO DA ISC Categoria IA: são medidas fortemente recomendadas para implementação e fortemente suportadas por estudos experimentais, clínicos ou epidemiológicos bem desenhados. (Comprovado) CLASSIFICAÇÃO DO CDC EM RELAÇÃO ÀS RECOMENDAÇÕES PARA A PREVENÇÃO DA ISC Categoria IB: são medidas fortemente recomendadas para implementação e suportadas por alguns estudos experimentais, clínicos ou epidemiológicos e com forte razão teórica. (Recomendado) Categoria II: são medidas sugeridas para implementação e são suportadas por estudos clínicos ou epidemiológicos indicativos e com uma razão teórica. (Sugerido) CLASSIFICAÇÃO DO CDC EM RELAÇÃO ÀS RECOMENDAÇÕES PARA A PREVENÇÃO DA ISC Tópicos não resolvidos ou sem recomendações: são medidas para as quais as evidências científicas são insuficientes ou não há consenso relativo a sua eficácia. CLASSIFICAÇÃO DO CDC EM RELAÇÃO ÀS RECOMENDAÇÕES PARA A PREVENÇÃO DA ISC PREPARO PRÉ-OPERATÓRIO DO PACIENTE PROCEDIMENTO RECOMENDAÇÃO CATEGORIA PREPARO DO PACIENTE Sempre que possível, identificar e tratar todas as infecções à distância antes de cirurgias eletivas; adiar o procedimento até que a infecção seja resolvida COMPROVADO (IA) Prescrever banho pré-operatório no chuveiro ou com antisséptico na noite anterior ao procedimento ou na manhã da cirurgia. RECOMENDADO (IB) Proporcionar tempo de internação pré-operatória o mais curto possível, mas que permita o preparo adequado do paciente. SUGERIDO (II) Nenhuma recomendação para aumentar o apoio nutricional para pacientes cirúrgicos como meio de prevenir a ISC. TÓPICO NÃO RESOLVIDO INTRAOPERATÓRIO PROCEDIMENTO RECOMENDAÇÃO CATEGORIA LIMPEZA E DESINFECÇÃO DE SUPERFÍCIES FIXAS Não deve ser utilizado tapete com desinfetantes na entrada do centro cirúrgico, pois não contribui para redução de infecções. RECOMENDADO (IB) Aplicar diariamente no piso da sala cirúrgica, após o último procedimento, um desinfetante aprovado pelo MS. SUGERIDO (II) Nenhuma recomendação para desinfecção da SO entre os procedimentos, na ausência de sujidade visível em superfícies ou equipamentos. TÓPICO NÃO RESOLVIDO CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS COM A INCISÃO CIRÚRGICA PROCEDIMENTO RECOMENDAÇÃO CATEGORIA QUANTO À INCISÃO Proteger a incisão primariamente fechada com curativo estéril por 24 a 48h. RECOMENDADO (IB) Educar pacientes e familiares quanto aos cuidados com a incisão, na identificação e notificação de sinais e sintomas relacionados à infecção. SUGERIDO (II) Nenhuma recomendação quanto a cobrir uma incisão primariamente fechada além de 48h, nem quanto ao tempo apropriado para tomar banho de aspersão e nem lavar uma incisão descoberta. TÓPICO NÃO RESOLVIDO LIMPEZA DO AMBIENTE CIRÚRGICO Os microrganismos estão presentes nas superfícies através do contato das mãos; A limpeza é considerada eficaz na medida de controle das infecções; A limpeza da SO consiste nos procedimentos rotineiros com equipamentos, piso, paredes e portas e o controle ambiental; RDC 50/2002 da ANVISA: classifica os ambientes hospitalares segundo o potencial de contaminação: ÁREAS CRÍTICAS: ambientes onde se realizam procedimentos de risco ou onde se encontram pacientes imunodeprimidos. ÁREAS SEMICRÍTICAS: ambientes ocupados por pacientes com doenças infecciosas de baixa transmissibilidade e doenças não infecciosas. ÁREAS NÃO CRÍTICAS: onde não são realizados procedimentos de risco ou não são ocupadospor pacientes. LIMPEZA DO AMBIENTE CIRÚRGICO Delimitação do CC, de acordo com a movimentação da equipe e de pacientes: Área irrestrita: circulação com roupas comuns; Área semirrestrita: tráfego limitado de pessoas do próprio setor, utilização de roupa privativa e gorro; Área restrita: locais onde as técnicas de higienização/limpeza devem ser rigorosamente controladas e utilizadas e o nº de pessoas na SO deve ser restrito ao necessário. É necessário o uso de máscara, além da roupa privativa e gorro. LIMPEZA DO AMBIENTE CIRÚRGICO LIMPEZA PREPARATÓRIA; LIMPEZA OPERATÓRIA; LIMPEZA CONCORRENTE; LIMPEZA TERMINAL. TIPOS DE LIMPEZA DO AMBIENTE CIRÚRGICO PREPARATÓRIA: deve ser realizada pelo circulante da sala (com EPIs), pouco tempo antes da montagem da sala para a primeira cirurgia. OPERATÓRIA: pelo circulante com o uso de EPIs, durante o procedimento cirúrgico. CONCORRENTE: realizada entre dois procedimentos, entre uma cirurgia e outra. Faz a limpeza de mobiliários, chão , superfícies e equipamentos. Realizada pelo circulante e pessoal da higiene. TERMINAL: realizada diariamente, após o término do último procedimento cirúrgico, ou uma vez por semana, no caso de baixo movimento do CC. Limpeza de teto, parede, portas e chão é feita pelo serviço de higiene e os equipamentos, foco, mobiliários, pelo circulante. BIOSSEGURANÇA “É o conjunto de medidas e procedimentos técnicos necessários para a manipulação de agentes e materiais biológicos capazes de prevenir, reduzir, controlar ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana, animal, vegetal e o meio ambiente.” BIOSSEGURANÇA Finalidades: Prevenção de acidentes, Redução de riscos, Proteção da comunidade, ambiente e experimentos. RISCOS No ambiente hospitalar o risco é uma ou mais condições de uma variável com potencial necessário para causar danos. Os riscos de acidente podem ser: Físicos; Químicos; Biológicos; Ergonômicos/Mecânicos; Psicológicos. CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS FÍSICOS: incluem ruídos, vibrações, pressões anormais, temperaturas , luminosidade, radiação e umidade. QUÍMICOS: englobam todas as substâncias que podem penetrar no organismo pela pele, por ingestão ou pelas vias respiratórias, na forma de névoa, poeira, neblina, gás e fumaça. BIOLÓGICOS: identificados pelo contato com bactérias, fungos, protozoários, vírus, bacilos, parasitas. MECÂNICOS: decorrentes de movimentos inadequados, escorregões, quedas e outras condições de insegurança presentes no local de trabalho e capazes de provocar lesões à integridade física do trabalhador; PSICOLÓGICOS: resultante da interação entre pessoas num mesmo ambiente fechado e altamente desgastante. CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS PREVENÇÃO Ergonomia: boa mecânica corporal; Uso de EPI’s individual e coletiva; Descarte adequado de materiais; Plano para situações de emergências e catástrofes; Plano de segurança elétrica e de prevenção de incêndio no CC; Cuidados com a radiação; Quimioterápicos; Estresse e Burnout; Controle e vacinação. REFERÊNCIAS BRASIL, ANVISA. Sítio Cirúrgico – Critérios Nacionais de Infecções relacionadas à assistência à saúde – Gerência Geral de Tecnologia em Serviços de Saúde – Gerência de Investigação e Prevenção das Infecções e dos Eventos Adversos, Brasília, 2009.
Compartilhar