EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 2

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 4ª VARADO TRABALHO DE PORTO ALEGRE.
Processo nº XXXXXXXXXXXXXXX
"EMPRESA", já qualificada nos autos do processo acima descrito, por seu advogado que esta subscreve, na Reclamação Trabalhista proposta por "empregado", inconformado com a respeitável sentença de folhas 125, vem, tempestiva e respeitosamente á presença de Vossa Excelência, interpor
RECURSO ORDINÁRIO
Com base no artigo 895, alínea "a" da CLT, de acordo com a razões em anexo as quais requer que sejam recebidas e remetidas ao Egrégio Tribunal Regional da 4 Região.
 Segue comprovante do recolhimento das custas e depósito recursal.
Termos em que,
Pede deferimento.
Porto Alegre,21 de setembro de 2017.
Luciane Nunes de Aquino
OAB/34567
RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO
Origem: __ Vara do Trabalho da 4ª Região.
Processo nº xxxxxxxxxxx
Recorrente: "EMPRESA"
Recorrido: "EMPREGADO"
Egrégio Tribunal Regional da 4ª Região.
Colenda Turma!
Nobres Julgadores! 1 –
 1-RESUMO DOS FATOS.
Foi proferida sentença que condenou a recorrente a reconhecer o vínculo, recolhendo o INSS e depositando o FGTS do período, com base no salário piso de categoria. Condenou ainda a pagamentos de todas verbas rescisórias que foram reclamadas. Arbitrou como valor de condenação 10 mil reais, com custas de 200 reais. 
2 - DO CABIMENTO DO PRESENTE RECURSO ORDINÁRIO.
 A decisão proferida na Vara do Trabalho trata-se de uma sentença, dessa forma encerrando a atividade jurisdicional do Douto Juízo de primeira instância.
Neste contexto, o reexame da decisão supra citada só poderá ser feita através de Recurso Ordinário, conforme preceitua o artigo 895, alínea "a" da CLT.
Cumpre ressaltar que segue cópia das custas e depósito recursal devidamente recolhidas, além do presente recurso ter sido interposto no actídio legal.
Dessa forma, preenchido os pressupostos de admissibilidade requer o devido processamento do presente recurso. 
3 - DOS MOTIVOS DA REFORMA DA RESPEITÁVEL SENTENÇA DE FOLHAS
3.1 - DO NÃO CABIMENTO DO RECONHECIMENTO DO VÍNCULO. 
Não pode prevalecer a sentença que julgou procedente a ação de reconhecimento de vínculo empregatício da demandante com a reclamada.
O conceito jurídico da diarista é definido na própria legislação previdenciária, através do Decreto nº 3.048/99, em seu artigo 9º, parágrafo 15, inciso VI, define juridicamente este trabalhador como um trabalhador autônomo, dando o seguinte conceito: “aquele que presta serviço de natureza não contínua, por conta própria, a pessoa ou família, no âmbito residencial desta, sem fins lucrativos”.
Nenhum dos direitos assegurados a uma empregada doméstica é assegurado a uma diarista, já que a diarista (trabalhadora autônoma) é aquela que exerce por conta própria atividade profissional remunerada, sem relação de emprego, eventualmente, para uma ou mais empresas/pessoas, em no máximo por dois dias na semana. 
Sabemos que a Jurisprudência entende que quando se tratar de trabalhadora autônoma (diarista) não há necessidade de assinar a carteira profissional, nem tampouco recolher a contribuição previdenciária, não fazendo jus também pagamento do salário mínimo, 13º salário, repouso semanal remunerado, férias anuais, aviso prévio e vale-transporte.
Então Excelência a contratante em nenhum momento deixou de cumprir com suas obrigações. Sabe-se então que o emprego de diarista duas vezes na semana não gera vinculo de emprego.
 Em verdade a reclamante ofertara seus préstimos à reclamada na condição de diarista, jamais como doméstica. De fato, segundo a defesa, a tarefa da reclamante era fazer faxinas semanais. Todavia, a quantidade de dias semanais, as horas trabalhadas, e o lapso de tempo, não condiziam com a verdade. A reclamante, quando muito, realizava duas faxinas na semana.
 Os horários dos préstimos, ademais, eram variáveis. A depender da demanda da limpeza, via de regra a mesma saía às 15:00h
A testemunha ouvida, a convite do reclamante, pouco acrescenta para o deslinde da controvérsia, porquanto apenas menciona que as vezes via a reclamante 3 vezes por semana não trazendo nenhuma certeza para seu testemunho.
Já, o depoimento da testemunha, ouvida a convite da reclamada, ata da fl. 137), é bem esclarecedor da situação fática vivenciada, para a formação do convencimento do Juízo.
 ELTON o porteiro do edifício que trabalhou concomitante com a reclamante e diz que ela trabalhou de 1 a 2x por semana no prédio, em regra aos sábados e outro dia da semana que era quarta-feira geralmente. Disse que a reclamante recebia 100 reais por dia.
testemunha apresentada pela contratada, tinha total convívio com a reclamante nos dias que ela prestava seus serviços no condominío Barão do Triunfo. A
Excelência não resta dúvidas que vínculo empregatício não existiu, o labor prestado em apenas alguns dias da semana não enseja o reconhecimento do vínculo empregatício doméstico, ante a ausência de um dos requisitos essenciais para a sua configuração, qual seja, a continuidade, incabível se afigura o pedido de reforma. 
Ementa: VÍNCULO EMPREGATÍCIO. NÃO CARACTERIZADO. DIARISTA. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS TRÊS VEZES POR SEMANA. RELAÇÃO DESCONTÍNUA. O trabalho doméstico prestado três vezes por semana não se presta a caracterizar a continuidade necessária para reconhecimento do vínculo empregatício. Enunciado n. 19 da Súmula deste Regional, cujo entendimento prevalece, considerando o período de trabalho discutido.
Ementa: VÍNCULO EMPREGATÍCIO. NÃO CARACTERIZADO. DIARISTA. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS TRÊS VEZES POR SEMANA. LC 150 /2015. DIREITO INTERTEMPORAL. O trabalho doméstico prestado três vezes por semana não se presta a caracterizar a continuidade necessária para reconhecimento do vínculo empregatício, conforme entendimento jurisprudencial majoritário, inclusive com assento no Enunciado n. 19 da Súmula deste Regional, de tal sorte que a alteração operada pela LC 150 /2015, que fala em serviço doméstico aquele prestado em três dias na semana, não pode se sobrepor sobre relações findas antes de sua vigência, eis que incorporadas ao ordenamento, por força do direito intertemporal.
Ementa: EMPREGADA DOMÉSTICA. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DUAS VEZESPOR SEMANA. VÍNCULO DE EMPREGO. NÃO CARACTERIZAÇÃO. Empregado doméstico é a pessoa física que presta, com pessoalidade, onerosidade e sob subordinação, serviços de natureza contínua e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, em função do âmbito residencial destas. Restando confessado o labor por somente duas vezes por semana, configura-se o caráter descontínuo da prestação de trabalho, não se verificando, portanto, o preenchimento do pressuposto específico da continuidade dos serviços. Recurso conhecido e não provido.
Por fim, requer que o presente recurso seja conhecido e provido pelos mais puros motivos da JUSTIÇA!