Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ª VARA CÍVIL DA COMARCA DE VITÓRIA – ES ANTÔNIO (...), nacionalidade, estado civil, profissão, portador do RG nº e CPF, com endereço eletrônico (...), residente na Rua, nº, Bairro, CEP, na cidade de Vila Velha no Estado do Espírito Santo e MARIA (...), nacionalidade, estado civil, profissão, portadora do RG nº e CPF, com endereço eletrônico (...), residente na Rua, nº, Bairro, CEP, na cidade de Vila Velha no Estado do Espírito Santo, vem por meio desse advogado que subescreve respeitosamente, (procuração em anexo), propor AÇÃO ANULATÓRIA DE NEGÓCIO JURÍDICO, nos termos dos arts. 171, inciso II e 496 do Código Civil, em face de JAIR (...), nacionalidade, estado civil, profissão, portador do RG nº e CPF, com endereço eletrônico (...), residente na Rua, nº, Bairro, CEP, na cidade de Vitória Estado do Espírito Santo, FLÁVIA (...), nacionalidade, estado civil, profissão, portadora do RG nº e CPF, com endereço eletrônico (...), residente na rua, nº, bairro, CEP, na cidade de Vitória no Estado de Espírito Santo e JOAQUIM (...), nacionalidade, estado civil, profissão, portador do RG nº e CPF, com endereço eletrônico, residente na rua, nº, bairro, CEP na cidade de Vitória no Estado do Espírito Santo, pelas seguintes razões de fatos e fundamentos seguintes expostas. DOS FATOS Os autores relataram que no dia 20 de dezembro de 2013 seus pais e réus, Jair e Flávia celebraram um negócio jurídico cujo fim era a venda de um bem imóvel para seu irmão e também réu Joaquim, sem a devida autorização dos demais descendentes do casal. Além disso, o valor ajustado de tal negócio foi de R$ 200.000, 00 (duzentos mil reais), valor este muito abaixo do mercado, que na época da celebração do negócio era de R$ 450.000,00 (quatrocentos e cinquenta mil reais). A partir disso Joaquim reside no imóvel desde então, este situado no município de Vitória, no estado do Espírito Santo onde também foi realizada a escritura no Cartório de Notas da comarca de Vitória. Em virtude desses fatos os autores pleiteiam a anulação do negócio jurídico. DOS FUNDAMENTOS É perceptível que o caso em questão trata-se de anulação do negócio jurídico por faltar um requisito para sua validade, segundo o art. 496 “caput” a anuência expressa dos descendentes quanto à realização de venda realizada entre ascendente e descendente. Bem como preleciona ilustríssimo autor Carlos Roberto Gonçalves “Embora não mencionada, é também causa de anulabilidade a falta de assentimento de outrem que a lei estabeleça como requisito de validade, como por exemplo, o ascendente depende do consentimento do descendente” (Direito Civil Parte Geral, v.01, p. 482, 2015). Ainda que constatado uma legítima realização de contrato de compra e venda, é inquestionável que o fato em questão sofre de uma falta de legitimidade por parte dos réus Jair e Flávia em realizar tão celebração de negócio jurídico, passível sua anulação por um vício social. Além disso, o valor do imóvel no momento da realização do negócio se encontrava muito abaixo do preço de mercado, uma diferença exorbitante evidenciando um defeito no negócio jurídico tratando-se de fraude contra credores nos termos do art. 158 e 159 do Código Civil. Traz o conceito Carlos Roberto Gonçalves “Fraude contra credores é, portanto, todo ato suscetível de diminuir ou onerar seu patrimônio, reduzindo ou eliminado a garantia que este representa para o pagamento de suas dívidas, praticado por devedor insolvente, ou por ele reduzido a insolvência” (Direito Civil Parte Geral v.01, p.455, 2015). Ora, se os réus em questão e pais Jair e Flávia se desfaz de um bem pertencente de direito à herança dos autores Antônio e Maria, é claro que estes precisam anuir sob pena de prejuízo aos mesmos. Ademais, há prova do consilium fraudis, ou seja, o adquirente, no caso Joaquim, de má-fé conhece a situação financeira dos alienantes a adquire o bem por preço vil ou tem parentesco próximo entre as partes. Outrossim, o prazo para pleitear ação de anulabilidade de negócio jurídico em contrato de compra e venda realizada entre ascendente e descendente sem a anuência dos demais é vintenário, como versa a súmula 494 do STF. Inclusive há julgados nos tribunais nesse sentido: APELAÇÃO CÍVEL. PROMESSA DE COMPRA E VENDA. AÇÃO ANULATÓRIA DE NEGÓCIO JURÍDICO. CONTRATO DE PROMESSA DE COMPRA E VENDA DE ASCENDENTE PARA DESCENDENTE, SEM O CONSENTIMENTO DOS DEMAIS. PRESCRIÇÃO VINTENÁRIA. SÚMULA 494 DO STF. SENTENÇA MANTIDA. Tratando-se de ação anulatória de promessa de compra e venda, de ascendente para descendente, a pretexto de que não houve o consentimento dos demais, aplicável o disposto na Súmula 494 do colendo STF, a qual dispõe que “A ação para anular venda de ascendente para descendente, sem consentimento dos demais, prescreve em 20 anos, contados”... (TJ-RS - AC: 70041781212 RS, Relator: Elaine Maria Canto da Fonseca, Data de Julgamento: 06/09/2012, Décima Oitava Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 12/09/2012) Portanto, em face dos fatos e fundamentos narrados resta é evidente que se faz claro e de direito a anulação do negócio jurídico. DOS PEDIDOS Ante ao exposto e tendo elucidado os fatos explanados, requeremos à vossa excelência: A) Citação do requerido por meio postal, nos termos do art. 246, inciso I, do CPC/2015; B) Declaração de anulabilidade de negócio jurídico de contrato de compra e venda nos termos do art. 496 CC; C) Condenação dos réus em restituir o bem alienado nos termos do art. 165 do CC; D) Seja o réu condenado ao pagamento de custas processual e honorários advocatícios, nos termos do art. 322, parágrafo 1º do CPC/2015. DAS PROVAS Requer a produção de todas as provas admitidas em direito, nos termos do art. 369 do CPC, em especial a produção de provas testemunhal, documentação que comprove o grau de parentesco e o próprio contrato de compra e venda. DO VALOR DA CAUSA Dá-se à causa o valor de R$ 450.000,00 (quatrocentos e cinquenta mil reais). Nestes termos, pede deferimento. Local, data. Advogado. OAB nº (...) / UF.
Compartilhar