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Curso Regular de Administração Geral Aula 08 – Mudança e Recrutamento Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 1 Aula 08 Administração Geral Mudança e Recrutamento Professor: Vinicius Ribeiro Curso Regular de Administração Geral Aula 08 – Mudança e Recrutamento Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 2 Olá pessoal, vamos seguindo? Tópicos da Aula Recrutamento e Seleção ..................................................................... 02 Questões.............................................................................................. 11 Mudança e Inovação ............................................................................ 25 Questões.............................................................................................. 50 Vale a Pena Estudar de Novo ............................................................. 62 Exercícios Trabalhados ...................................................................... 62 Gabarito ............................................................................................ 73 Recrutamento e Seleção O grande “lance” do recrutamento (processo de agregar pessoas), fase anterior à seleção de profissionais dentro de uma empresa, é entender que essa palavra significa “atração”. Sendo assim, Chiavenato conceitua: “Recrutamento é um conjunto de técnicas e procedimentos que visa a atrair candidatos potencialmente qualificados e capazes de ocupar cargos dentro da organização”. Vamos pensar o ser humano (no sentido profissional) como um produto. Assim como existe o mercado de automóveis, onde pessoas compram e vendem carros, temos o mercado de trabalho, em que empresas contratam e demitem profissionais. Quando a empresa precisa ir ao mercado (de trabalho) para recrutar profissionais, ela faz uso de um sistema de informação para divulgar e comunicar as suas necessidades, ou seja, que tipo de emprego ela está oferecendo. Aí entra o recrutamento ou a atração dos melhores profissionais para ocuparem as vagas desocupadas dentro da organização. Aula 8 Curso Regular de Administração Geral Aula 08 – Mudança e Recrutamento Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 3 Mas existe um detalhe. Esse mercado de trabalho pode funcionar inclusive dentro da empresa. Como assim? Uma vaga ofertada pode ser preenchida, também, por um profissional que já trabalha na própria empresa. É o chamado recrutamento interno. O outro recrutamento, o mais conhecido, é chamado, curiosamente, de que? Recrutamento externo. Vejamos a figura. Voltando ao recrutamento interno, vejamos como ele funciona. Como já falamos, o público alvo são os próprios funcionários, o que gera uma promoção ou uma simples transferência de setor ou de localidade. Vamos destacar duas características desse procedimento: é mais barato e pode gerar conflitos dentro da organização. Por que é mais barato? O recrutamento interno não requer trabalhos externos, como a contratação de uma empresa para recrutar ou o gasto com a divulgação da vaga. Por que pode causar conflitos? A “briga” por uma vaga pode gerar “sequelas”. Aqueles que não conquistaram a vaga podem se tornar funcionários insatisfeitos nas vagas onde ficaram trabalhando. Além disso, os colaboradores que disputaram a vaga podem criar, entre si, rixas pessoais. Outra característica: tende a ser mais rápido. Por acontecer apenas internamente, a empresa não precisa aguardar a disponibilidade do candidato externo, não precisa esperar os efeitos da divulgação. Mercado de Trabalho Empresa Recrutamento Externo Recrutamento Interno Curso Regular de Administração Geral Aula 08 – Mudança e Recrutamento Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 4 É lógico que o recrutamento interno também não é automático. Mas a empresa, sabendo de suas potencialidades (através de um bom mapeamento de competências), tende a recrutar e selecionar com mais agilidade quando o procedimento é interno. Uma pergunta muito comum é a seguinte: enquanto o recrutamento externo no setor público é o edital divulgando o concurso de provas ou de provas e títulos, existe recrutamento interno na Administração Pública? Minha resposta: sim. Mesmo no contexto público, as promoções e transferências também ocorrem. Então, podemos tirar a seguinte conclusão: o recrutamento externo é bastante diferente nos setores público e privado. Por outro lado, o recrutamento interno guarda bastante semelhança nos dois setores. Os dois tipos de recrutamento (externo e interno) possuem diferentes objetivos. No recrutamento externo, buscam-se novas pessoas para que elas tragam novas habilidades e as experiências vividas, ou seja, o foco são conhecimentos não existentes na empresa. Esses novos funcionários também chegam à empresa sem os vícios (problemas) presentes na empresa. O recrutamento interno, por seu turno, objetiva motivar seus funcionários, por meio do oferecimento de novas oportunidades. Por se mais complexo, o recrutamento externo requer um olhar com mais detalhes. É fundamental que o gestor de RH escolha o meio mais adequado para que o candidato desejado seja atraído pela organização. Esse processo se finaliza quando o candidato preenche a proposta de emprego ou apresenta seu currículo à empresa. Pode ser que um bom profissional procure a empresa em um momento de escassez de vagas. Mas a empresa não pode deixar de receber esse currículo. Por isso, o recrutamento deve ser uma atividade contínua e ininterrupta. O recrutamento externo ocorre em duas situações: pela necessidade de repor os egressos (aqueles que deixaram a empresa); em momentos de Curso Regular de Administração Geral Aula 08 – Mudança e Recrutamento Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 5 expansão/crescimento, para suprir a necessidade de aumentar o quadro de pessoal. O recrutamento denominado misto combina recrutamento interno e recrutamento externo. 1) (CESPE STJ 2012) Tanto no recrutamento interno quanto no externo, consideram-se, de maneira geral, apenas as necessidades momentâneas das organizações. A empresa que pensar assim está fadada ao fracasso. As organizações necessitam de visão de futuro. É preciso não só enxergar o candidato na vaga a ser preenchida atualmente como vislumbrar um crescimento para esse postulante. Outro ponto importante: as necessidades da empresa para sobrevivência no mercado sempre se alteram. Vivemos em um mundo em constante mudança, com alterações tecnológicas e de padrão de comportamento substanciais a cada momento. O candidato contratado deve possuir um perfil que se adéque ao atual e ao futuro que espera a empresa. Gabarito: E Princípio de Peter Segundo Laurence e Raymond, esse princípio denota o seguinte: quando o funcionário sobe na hierarquia, chegará um momento em que ele não terá competência para exercer determinado cargo, ou seja, ele sobe até o seu nível de incompetência. O que ocorre é que muitas empresas efetuam as promoções de seus funcionários sem fazer uma análise mais profunda se aquela pessoa que se mostra eficiente no seu cargo terá êxito em um cargo mais alto. Esse princípio representa uma desvantagem do recrutamento interno. Curso Regular de AdministraçãoGeral Aula 08 – Mudança e Recrutamento Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 6 Mercado de Trabalho e de Recursos Humanos Esse mercado de trabalho é como se fosse um espaço de intercâmbios entre quem oferece a sua mão de obra e quem demanda essa mão de obra. É nesse espaço que ocorrem as transações e os relacionamentos. A oferta no mercado de trabalho são as oportunidades de emprego, o que é bom para o profissional que busca emprego, pois ele consegue barganhar na negociação com a empresa. Já a procura significa que as oportunidades estão escassas, o que é bom para a empresa já que ela consegue negociar bem com o profissional necessitado. A empresa oferta e o profissional busca o emprego. Dependendo da quantidade de oferta ou procura, a empresa irá agir de determinada forma. Vejamos: Mercado de trabalho em oferta: A atração de candidatos demanda altos investimentos; Poucos critérios ou critérios flexíveis para a seleção; Altos investimentos em treinamento; Salários estimulantes; Investimentos em benefícios; Mercado de trabalho em procura: Baixo investimento em recrutamento; Critérios de seleção mais rígidos; Poucos investimentos em treinamento; Salários mais baixos; Poucos benefícios. Um conceito importante é o de mercado de recursos humanos. Diferente do mercado de trabalho, que são as vagas oferecidas pelas empresas, o mercado de recursos humanos são as pessoas que estão em condições de trabalhar, ou seja, que estão dispostos a vender sua força de trabalho. Curso Regular de Administração Geral Aula 08 – Mudança e Recrutamento Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 7 2) (CESPE ANEEL 2010) Para evitar a ocorrência do “princípio de Peter”, o gerente de RH deve utilizar o recrutamento interno. Segundo Laurence e Raymond, esse princípio denota o seguinte: quando o funcionário sobe na hierarquia (na estrutura organizacional), chegará um momento em que ele não terá competência para exercer determinado cargo, ou seja, ele sobe até o seu nível de incompetência. O que ocorre é que muitas empresas efetuam as promoções de seus funcionários sem fazer uma análise mais profunda se aquela pessoa que se mostra eficiente no seu cargo terá êxito em um cargo mais alto. Assim, chega um momento em que o recrutamento externo é imprescindível para o sucesso da contratação para determinado cargo. O princípio representa então uma desvantagem do recrutamento interno. Para evita-lo, realiza-se a atração externa. Gabarito: E Seleção O processo de seleção, que é um processo de agregar pessoas, ocorre após o recrutamento. Podemos dizer que, enquanto o recrutamento é uma atividade positiva e convidativa, a seleção é uma atividade caracterizada pela restrição, em que muitos são obstados (impedidos) de participar. A seleção é um processo de escolha (filtro), sendo o momento em que alguns serão “cortados” do processo. A seleção faz uma classificação dos candidatos atraídos para que a escolha do profissional seja a mais adequada às necessidades do cargo e da organização. Uma vez que temos, de um lado, cargo vago com as competências requeridas, e de outro, candidatos recrutados com diferentes personalidades e habilidades, a seleção é um processo de comparação e de tomada de decisão. Curso Regular de Administração Geral Aula 08 – Mudança e Recrutamento Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 8 Em um processo de comparação, a seleção trabalha a priori com os requisitos do cargo (chamados de variável x), que são obtidos através da atividade chamada de descrição e análise de cargos. A outra variável (y) é o perfil dos postulantes ao cargo. Quando x é maior do que y, o candidato não está atingindo os requisitos para ocupar o cargo, sendo rejeitado pela empresa. Quando x é igual a y, o candidato está reunindo as condições tidas como ideais para o cargo, sendo aprovado no processo. Há ainda a situação em que y é maior do que x. O cargo exige, por exemplo, o domínio do idioma inglês, e o candidato possui, além desse idioma, a fluência em espanhol e italiano. Nessa situação, o candidato é superdotado para o cargo. Há de se falar que essa comparação entre as variáveis (necessidades e características do candidato) é feita com uma certa tolerância. Assim, existe uma faixa de aceitação que ronda o ponto ideal. Para fazer uma comparação, algumas técnicas são utilizadas: Entrevistas; Dinâmicas de grupo; Provas ou testes de conhecimento; Testes de personalidade. Normalmente, essas técnicas são combinadas, ou seja, utiliza-se mais de uma ferramenta para poder selecionar o candidato. Primeiro, uma prova de conhecimento, depois a dinâmica de grupo e, por último, as entrevistas, por exemplo. Tipos de Entrevista Dentro das entrevistas, temos a seguinte classificação: Curso Regular de Administração Geral Aula 08 – Mudança e Recrutamento Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 9 Entrevista Totalmente Padronizada: há um roteiro previamente determinado, com perguntas tidas como fechadas, que geram respostas definidas, como sim ou não; Entrevista Padronizada Quanto às Questões: as perguntas são previamente elaboradas, mas as respostas não são definidas. O candidato tem liberdade para responder; Entrevista Diretiva: não há especificação de questões, mas a entrevista direciona para o tipo de resposta desejada; Entrevista Não Diretiva (exploratória, informal, não-estruturada): total liberdade do entrevistador e do entrevistado. Tomada de Decisão Após a comparação, entramos no processo decisório. Uma decisão não seria necessária se o número de candidatos que se encaixa ao perfil fosse igual ao número de vagas disponíveis. Entretanto, o comum é termos mais candidatos com perfil do que cargos a serem ocupados. Sendo assim, decisões precisam ser tomadas. Escolhas precisam ser feitas. E, nesse momento de decisão, quem decide não é a área responsável pela seleção, é a área que requisitou o processo, o setor que possui a vaga pleiteada, onde o contratado irá trabalhar. Tendo em vista essa relação entre a área requisitante e a área de seleção, tiramos a seguinte conclusão: a seleção de pessoas é uma responsabilidade de linha e uma função de staff. Esse é um raciocínio análogo ao treinamento. Cada decisão envolvendo um candidato gera um tratamento, ou seja, um tipo de resolução que será tomada. Podemos destacar três modelos de decisão de candidatos. Curso Regular de Administração Geral Aula 08 – Mudança e Recrutamento Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 10 Problemas no Processo Seletivo Vejamos alguns problemas que podem ocorrer na seleção: Efeito Halo/Horn: tendência em avaliar positivamente (halo) ou negativamente (horn) para todos os itens que serão avaliados na seleção, quando deveria avaliar cada item em separado. Erro de primeira impressão: o selecionador deve evitar as primeiras impressões do selecionado. As mudanças devem ser consideradas. Erro de semelhança: quando o selecionado se parece (características pessoais semelhantes) com o avaliador, esse costuma ser mais favorável na avaliação. Erro de fadiga: várias seleções em sequência podem causar cansaço e piorar a qualidade da seleção. Curso Regular de Administração GeralAula 08 – Mudança e Recrutamento Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 11 Questões 3) (FGV PROCEMPA 2014) A organização deve recorrer ao processo de recrutamento e seleção de funcionários sempre que houver escassez de RH, assim como, no caso de excesso de RH, deverá iniciar um processo de redução da força de trabalho. O recrutamento, que nada mais é do que o processo de localização, identificação e atração de candidatos, pode ocorrer por meio de recrutamento interno ou externo. A esse respeito, assinale a opção que indica algumas vantagens do recrutamento externo. a) Aproveitar o investimento da organização em treinamento e desenvolvimento pessoal. b) Limitar as escolhas aos trabalhadores atuais da organização. c) Impactar a política de remunerações da organização. d) Aproveitar as experiências e os conhecimentos adquiridos anteriormente pelos candidatos. e) Reduzir a incerteza em relação ao potencial, ao desempenho e ao perfil do candidato. Vejamos as alternativas. a) Isso é vantagem do interno. b) Isso ocorre no interno. c) Não necessariamente impacta. d) Essa é a nossa resposta. e) A incerteza aumenta com o externo. Não sabemos o que vem pela frente. Gabarito: D 4) (FGV SENADO 2008) O primeiro passo na administração bem- sucedida da complexidade é sondar o leque de talento disponível. É um erro grave permitir desequilíbrios históricos na nacionalidade ou no background funcional do grupo administrativo para restringir a contratação ou a promoção subseqüente. No atual mercado global, o recrutamento voltado para o mercado doméstico limita a habilidade de Curso Regular de Administração Geral Aula 08 – Mudança e Recrutamento Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 12 uma empresa em capitalizar o pool mundial de habilidades gerenciais e influencia negativamente os processos de tomada de decisões. A esse respeito, analise as afirmativas a seguir: I. As empresas precisam não apenas ampliar o pool de pessoas disponíveis para posições-chave, como precisam também desenvolver novos critérios para escolher os que têm maiores possibilidades de sucesso. II. Em virtude de o sucesso passado não ser mais uma qualificação para tarefas cada vez mais sutis, sensíveis e imprevisíveis em nível superior de gerenciamento, a direção precisa envolver-se em um processo de seleção mais discriminatório. III. As empresas necessitam reduzir o grupamento de pessoas disponíveis para posições-chave e preservar antigos critérios para escolher pessoas com chances maiores de sucesso. Assinale: a) se somente a afirmativa II estiver correta. b) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. c) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. d) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. e) se somente a afirmativa III estiver correta. Pool pode ser traduzido como um conjunto de pessoas. Vejamos os itens. I) item certo. Quanto maior o conjunto, melhor, mais chances de escolher alguém que seja adequado ao cargo oferecido. No momento de escolha dos profissionais mais capacitados, é preciso estimular a concorrência entre candidatos para que se possa selecionar o melhor profissional possível. II) item certo. A questão da discriminação é polêmica. Mas o sentido é o seguinte: os diretores precisam ter o direito de fazer opções/escolhas entre os candidatos. Não se pode basear a escolha apenas no histórico ou em questões objetivas. O “feeling” (sentimento) dos diretores é fundamental também. III) item errado. Quando maior o grupo, maior as chances de êxito. Os critérios Curso Regular de Administração Geral Aula 08 – Mudança e Recrutamento Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 13 precisam ser aperfeiçoados também. Gabarito: C 5) (FGV CAERN 2010) Considere as seguintes afirmações sobre os objetivos de um programa de Seleção de Pessoas: I. A tarefa básica da seleção é a de escolher, entre os candidatos recrutados, aqueles que tenham maiores probabilidades de ajustar-se ao cargo. II. A seleção busca entre os candidatos recrutados aqueles mais adequados aos cargos existentes na organização. III. A seleção é uma atividade de escolha, de opção e decisão, de filtragem da entrada, de classificação e, portanto, convidativa. Está(ao) correta(s) apenas a(s) afirmação(ões) a) I e III. b) II. c) III. d) I e II. e) II e III. Vejamos os itens. I) item certo. O selecionador tem a missão de enxergar qual candidato melhor se ajusta ao perfil do cargo. II) exatamente. A seleção é o momento de tentar encaixar perfil dos candidatos com perfil esperado pela empresa. III) item errado. A atividade que é convidativa é o recrutamento. Gabarito: D 6) (FGV CAERN 2010) A psicóloga Beatriz, responsável pelo recrutamento e seleção de sua empresa, está preocupada em manter a cultura dessa empresa. Frente a várias demandas de novos cargos, e a pressão por preenchê-los com rapidez, optou por utilizar o recrutamento interno. Conclui-se que ela considera como vantagem do recrutamento interno a) a exigência de que os funcionários tenham potencial para serem Curso Regular de Administração Geral Aula 08 – Mudança e Recrutamento Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 14 promovidos a cargos acima do cargo para o qual foram admitidos. b) o aproveitamento dos investimentos da empresa em treinamento de pessoal. c) a promoção incessante de seus empregados, que os eleva a posições para as quais podem não estar preparados. d) uma progressiva limitação às políticas e diretrizes da organização por parte dos funcionários. e) a geração de conflitos, pois apenas alguns terão condições de ser recrutados. De cara, já podemos ver que a questão pede uma vantagem e as opções a, c, d (no caso, do recrutamento externo), e são desvantagens. No caso do item b), devemos entender que o recrutamento externo possui vantagem de aproveitar o treinamento/desenvolvimento das outras empresas. Mas, considerando que as empresas fazem treinamento/desenvolvimento, recrutar internamente é aproveitar esse trabalho. Gabarito: B 7) (FGV CODEBA 2011) A ideia de que as empresas “competem por meio das pessoas” dá ênfase ao fato de que o sucesso depende cada vez mais da capacidade empresarial de gerenciar o capital humano. O primeiro passo de um adequado processo de recrutamento é a previsão de necessidades de pessoal em curto, médio e longo prazo. PORQUE A previsão feita de acordo com os objetivos, os orçamentos ou as tendências da empresa permite tempo para o melhor e mais qualitativo recrutamento. Analise as afirmações acima e assinale a alternativa correta. (A) As duas afirmações são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira. (B) As duas afirmações são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira. (C) A primeira afirmação é verdadeira, e a segunda é falsa. Curso Regular de Administração Geral Aula 08 – Mudança e Recrutamento Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 15 (D) A primeira afirmação é falsa, e a segunda é verdadeira. (E) As duas afirmações são falsas. No caso da questão, devemos entender o seguinte: quanto melhor a empresa define suas diretrizes, seus objetivos, melhor ela irá recrutar e consequentemente selecionar os “melhores” (perfil mais adequado) candidatos. Isso é crucial para asempresas do século XXI, tendo em vista que o capital humano é o fator diferencial para a competitividade em um mercado tão globalizado/concorrido. Gabarito: A 8) (FCC DNOCS 2010) O efeito halo é um erro de avaliação que ocorre no processo de recrutamento e seleção de um candidato. O efeito halo ocorre quando o entrevistador a) assume que todas as características de um candidato são boas. b) procura por pessoas com características semelhantes às suas. c) assume uma determinada situação como regra básica do comportamento do candidato. d) é preconceituoso com o candidato ou um grupo de pessoas. e) tira conclusões precipitadas baseadas em expectativas anteriores ao processo seletivo. Se fosse horn seria negativo. Mas o halo, de fato, ocorre quando o entrevistador assume que o candidato só tem virtudes. Gabarito: A 9) (FCC TRT 23ª 2011) A entrevista não-diretiva caracteriza-se por ser uma entrevista a) que apresenta um roteiro no qual o entrevistador faz perguntas abertas e previamente elaboradas no sentido de obter respostas definidas e fechadas. b) cuja sequência e orientação fica a critério de cada entrevistador, que caminha dentro da linha de menor resistência ou da extensão de assuntos, sem se preocupar com sequência ou roteiro, mas com nível e profundidade que a entrevista pode alcançar. Curso Regular de Administração Geral Aula 08 – Mudança e Recrutamento Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 16 c) que busca conhecer certos conceitos pessoais dos candidatos e que demandam certa liberdade para que o entrevistador possa captá-los adequadamente. d) com perguntas previamente elaboradas, mas que permitem respostas abertas, ou seja, resposta livre por parte do candidato. e) que obtém somente respostas fechadas por parte dos candidatos. Essa questão trata dos tipos de entrevista. Devemos lembrar que a técnica não diretiva proporciona total liberdade tanto para o entrevistador quanto para o entrevistado. Não há padrões, não há limites, não existem roteiros. a) as respostas estão padronizadas. b) essa é a nossa resposta. É preciso ficar claro que, mesmo sendo liberal, a técnica não diretiva tem objetivos, devendo sempre buscar a profundidade no conteúdo, independentemente da forma. c) não existe essa busca de certos conceitos pessoais na técnica não estruturada. Além disso, o termo “certa liberdade” deixa a questão errada, já que a liberdade é total. d) técnica conhecida como entrevista padronizada quanto às questões. e) entrevista totalmente padronizada. Gabarito: B 10) (FCC DPE-SP 2010) Com relação à seleção de pessoas como uma responsabilidade de linha e uma função de staff, considere as afirmativas abaixo. I. A escolha final do candidato cabe ao chefe ou gerente do órgão requisitante, mas, o responsável pela indicação dos melhores candidatos é o órgão de recursos humanos. II. A tendência atual é para a centralização e a concentração de serviços de recrutamento e seleção, admissão, integração, treinamento e desenvolvimento, administração de salários e remuneração nas áreas de ARH. III. A área de ARH está se transformando num tipo de consultoria Curso Regular de Administração Geral Aula 08 – Mudança e Recrutamento Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 17 interna para preparar e orientar os gerentes para a nova realidade. IV. Quando não existe uma distinção clara entre linha e staff nas organizações, tende a ocorrer conflitos sobre quem tem autoridade de tomar as decisões sobre pessoas. V. Pelo princípio da responsabilidade de linha e função de staff deve-se descentralizar a gestão das pessoas no nível das gerências de linha, de um lado, enquanto de outro, se mantém a função de assessoria e consultoria interna através do órgão e de RH. Está correto o que se afirma APENAS em a) II e IV. b) I, III e V. c) I, III, IV e V. d) III, IV e V. e) II, III, IV e V. ARH = área de recursos humanos. Vejamos item por item. I) O próprio enunciado responde o item. Item correto. II) Item errado. A tendência é exatamente o oposto. Os chefes de linha devem estar, cada vez mais, capacitados para ter essas responsabilidades, utilizando a área de recursos humanos apenas como suporte/apoio. III) Item certo. A ARH vem sim virando uma consultoria. Uma equipe técnica pronta para auxiliar gestores. IV) Item certo. Já viram quando um chefe não consegue delimitar as funções de cada funcionário? O que ocorre? Um empurra para o outro, ninguém assume determinada função. Assim ocorre de maneira macro, na organização como um todo, entre departamentos, quando as atividades não são devidamente distribuídas de forma clara. V) Item certo. É isso que vem ocorrendo nas empresas. Gabarito: C 11) (CESPE TRE-ES 2011) Julgue o item subsecutivo, referente à gestão de pessoas nas organizações. Curso Regular de Administração Geral Aula 08 – Mudança e Recrutamento Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 18 A velocidade do processo de recrutamento externo é otimizada, pois permite uma comunicação rápida e efetiva entre a empresa e os candidatos no mercado de trabalho. De forma alguma ela é otimizada. A comunicação rápida na verdade ocorre dentro da empresa, se ela for organizada é claro. Assim, é o recrutamento interno que normalmente possui velocidade otimizada. Por acontecer apenas internamente, a empresa não precisa aguardar a disponibilidade do candidato externo, não precisa esperar os efeitos da divulgação. Gabarito: E 12) (CESPE TJ-AC 2012) A seleção de pessoas é um processo decisório que se baseia em dados e avaliações subjetivas, que possibilitam análise acurada das competências do candidato e de suas prováveis contribuições para o sucesso da instituição. De fato, durante a seleção, é possível detectar competências do candidato e as prováveis contribuições para o sucesso da instituição. No entanto, não podemos dizer que a seleção é um processo de decisão baseado em dados e avaliações subjetivas. As avaliações objetivas também são fundamentais. Acurácia pelo Dicionário Priberam: “Exatidão de uma medição ou de um instrumento de medição.” O processo de seleção ocorre após o recrutamento. Podemos dizer que, enquanto o recrutamento é uma atividade positiva e convidativa, a seleção é uma atividade caracterizada pela restrição, em que muitos são obstados (impedidos) de participar. A seleção é um processo de escolha (filtro), sendo o momento em que alguns serão “cortados” do processo. Gabarito: E 13) (CESPE MPU 2010) O recrutamento interno proporciona possibilidade maior e mais veloz de ascensão nos quadros funcionais de uma organização, visto que funciona como incentivo motivacional. Isso isso isso. Curso Regular de Administração Geral Aula 08 – Mudança e Recrutamento Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 19 Quando o recrutamento de funcionários é realizado internamente, ou seja, com os próprios colaboradores já existentes, o procedimento é bem mais rápido, se comparado com o recrutamento externo. Externamente, é preciso divulgar a vaga, aguardar interessados etc. Outro ponto importante é que, ao saberem que existe a possibilidade de ascensão (oriunda do recrutamento interno), os funcionários passam a executar melhor as suas tarefas para fazerem jus a promoções. Os dois tipos de recrutamento (externo e interno) possuem diferentes objetivos.No recrutamento externo, buscam-se novas pessoas para que elas tragam novas habilidades e as experiências vividas, ou seja, o foco são conhecimentos não existentes na empresa. Esses novos funcionários também chegam na empresa sem os vícios (problemas) presentes na empresa. O recrutamento interno, por seu turno, objetiva motivar seus funcionários, por meio do oferecimento de novas oportunidades dentro da organização. Gabarito: C 14) (CESPE MPU 2010) Constituem atividades típicas de seleção de recursos humanos: localização, atração e identificação de potenciais candidatos para a organização. Essas são tarefas do recrutamento. Na seleção, o candidato já está localizado, atraído e identificado. “Recrutamento é um conjunto de técnicas e procedimentos que visa a atrair candidatos potencialmente qualificados e capazes de ocupar cargos dentro da organização”. Curso Regular de Administração Geral Aula 08 – Mudança e Recrutamento Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 20 A seleção é uma atividade caracterizada pela restrição, em que muitos são obstados (impedidos) de participar. A seleção é um processo de escolha (filtro), sendo o momento em que alguns serão “cortados” do processo. Gabarito: E 15) (CESPE MPU 2010) Os critérios de seleção de pessoas devem considerar as características individuais, as características do trabalho e as necessidades da organização. Isso mesmo!! É fundamental o casamento entre a necessidade que requer o cargo e o perfil da pessoa contratada. Se, por exemplo, um cargo exige atividades rotineiras, uma pessoa dinâmica com certeza se sentirá desmotivada com o tempo. Devemos nos lembrar da gestão por competências, em que a empresa precisa comparar as competências existentes com as competências requeridas. Se o processo de seleção é bem feito, com certeza não haverá ou existirá poucos gaps (lacunas) de competências na organização. Em um processo de comparação, a seleção trabalha a priori com os requisitos do cargo (chamados de variável x), que são obtidos através da atividade chamada de descrição e análise de cargos. A outra variável (y) é o perfil dos postulantes ao cargo. Quando x é maior do que y, o candidato não está atingindo os requisitos para ocupar o cargo, sendo rejeitado pela empresa. Quando x é igual a y, o candidato está reunindo as condições tidas como ideais para o cargo, sendo aprovado no processo. Há ainda a situação em que y é maior do que x. O cargo exige, por exemplo, o domínio do idioma inglês, e o candidato possui, além desse idioma, a fluência em espanhol e italiano. Nessa situação, o candidato é superdotado para o cargo. Há de se falar que essa comparação entre as variáveis (necessidades e características do candidato) é feita com certa tolerância. Assim, existe uma faixa de aceitação que ronda o ponto ideal. Gabarito: C Curso Regular de Administração Geral Aula 08 – Mudança e Recrutamento Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 21 16) (CESPE EBC 2011) Diferentemente do processo de seleção, que está associado à área estratégica de gestão de pessoas, o recrutamento, cujo objetivo é atrair os candidatos para o processo de seleção, constitui tarefa da área operacional. As duas atividades são consideradas estratégicas. Tendo em vista que o capital humano é o diferencial de uma empresa, essa parte de recrutar e selecionar é fundamental. São essas pessoas recrutadas e posteriormente selecionadas que farão parte do quadro de pessoal da empresa, sendo o recurso humano que faz com que a empresa sobreviva no mercado. Esse não é o mercado de trabalho, é o mercado onde estão os clientes, os fornecedores e os concorrente. Podemos dizer que, enquanto o recrutamento é uma atividade positiva e convidativa, a seleção é uma atividade caracterizada pela restrição, em que muitos são obstados (impedidos) de participar. A seleção é um processo de escolha (filtro), sendo o momento em que alguns serão “cortados” do processo. Gabarito: E 17) (CESPE TRE-ES 2011) Julgue o item subsecutivo, referente à gestão de pessoas nas organizações. A validade de um processo de seleção de pessoas pode ser conseguida a partir da identificação de correlações positivas e negativas entre as características humanas e o desempenho no trabalho. É exatamente isso que o processo de seleção busca. O selecionador precisa identificar pontos positivos e negativos do candidato à vaga, efetuando uma correlação entre essas características e o possível desempenho futuro do postulante. É lógico que o candidato apresentará características negativas também. Ninguém é tão ator que consiga enganar o entrevistador. Os selecionadores são preparados para fazer essas identificações. Mas apresentar pontos negativos não quer dizer a recusa ao trabalho. O que importa é saber se esses aspectos ruins influenciarão no desempenho do trabalho. Curso Regular de Administração Geral Aula 08 – Mudança e Recrutamento Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 22 Gabarito: C 18) (CESPE STJ 2012) A seleção de pessoas procura solucionar dois problemas básicos nas organizações: adequação do indivíduo ao cargo e eficiência e eficácia do indivíduo no cargo. Perfeito. Uma vez que temos, de um lado, cargo vago com as competências requeridas, e de outro, candidatos recrutados com diferentes personalidades e habilidades, a seleção é um processo de comparação e de tomada de decisão. Em um processo de comparação, a seleção trabalha a priori com os requisitos do cargo (chamados de variável x), que são obtidos através da atividade chamada de descrição e análise de cargos. A outra variável (y) é o perfil dos postulantes ao cargo. Quando x é maior do que y, o candidato não está atingindo os requisitos para ocupar o cargo, sendo rejeitado pela empresa. Quando x é igual a y, o candidato está reunindo as condições tidas como ideais para o cargo, sendo aprovado no processo. É preciso saber se há essa adequação e se a organização consegue vislumbrar que o candidato atuará com eficiência e eficácia no cargo a ser ocupado. Gabarito: C 19) (CESPE TRE-BA 2010) No serviço público brasileiro, o processo de recrutamento envolve a avaliação dos candidatos por meio dos concursos públicos, que possuem a limitação de não medir a adequação do indivíduo ao trabalho que ele irá exercer. Nessa questão, há uma troca de conceitos. O recrutamento, que é uma fase anterior ao processo de seleção, significa a atração dos candidatos. A maneira de atrair os candidatos no caso da esfera pública é mediante a publicação do edital do concurso, em que estão detalhadas as funções, o salário, as matérias que cairão etc. Com certeza, de alguma forma vocês se sentiram atraídos pelo edital!!! Gabarito: E Curso Regular de Administração Geral Aula 08 – Mudança e Recrutamento Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 23 20) (CESPE MPU 2010) Em regra, o processo de recrutamento interno é mais rápido e econômico que o externo. Vejam que o examinador foi cuidadoso, utilizando a expressão “em regra”. Por não sair da porta da empresa, ocorrendo apenas internamente, o recrutamento feito dentro da organização é bem mais rápido e econômico que o externo, em regra. E se estivesse escrito assim: em todas as situações, o recrutamento interno é mais rápido e econômico. O que faríamos? Marcaríamos como errada sem pestanejar. É possível que o profissional buscadonão esteja dentro da empresa (o conhecimento buscado não esteja presente dentro da empresa), o que pode tornar o processo interno mais lento e custoso do que o recrutamento externo, já que exigiria treinamento por parte do funcionário interno recrutado. Gabarito: C 21) (CESPE MPU 2010) A técnica de entrevista diretiva, utilizada para a seleção de recursos humanos, caracteriza-se pela realização de uma série de perguntas padronizadas. Na questão, houve uma troca de conceitos. A técnica citada refere-se à entrevista padronizada apenas nas perguntas (quanto às questões). Mas poderia ser também a entrevista totalmente padronizada, já que não citou se as respostas são definidas ou não (fechadas ou abertas). O fato de ser diretiva relaciona-se com o tipo de resposta desejada, não havendo especificação (padronização) das questões. Na entrevista não diretiva, não há especificação nem das perguntas nem das respostas desejadas. Gabarito: E 22) (CESPE TJ-ES 2011) O selecionador que quiser obter informações de um candidato por intermédio de perguntas e respostas padronizadas deverá adotar uma entrevista diretiva. Dentro das entrevistas, temos a seguinte classificação: Entrevista Totalmente Padronizada: há um roteiro previamente determinado, com perguntas tidas como fechadas, que geram respostas definidas, como sim ou não; Curso Regular de Administração Geral Aula 08 – Mudança e Recrutamento Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 24 Entrevista Padronizada Quanto às Questões: as perguntas são previamente elaboradas, mas as respostas não são definidas. O candidato tem liberdade para responder; Entrevista Diretiva: não há especificação de questões, mas a entrevista direciona para o tipo de resposta desejada; Entrevista Não Diretiva (exploratória, informal, não-estruturada): total liberdade do entrevistador e do entrevistado. Se o que se busca é a padronização total, nada como a entrevista totalmente padronizada, ou seja, padrão nas perguntas e nas respostas. Gabarito: E 23) (CESPE CORREIOS 2011) No que concerne às noções de administração de pessoal e recursos humanos, julgue o item a seguir. A seleção de pessoas é um processo de atração, dentro e fora das organizações, de candidatos que tenham grandes possibilidades de apresentar bons resultados no trabalho. É mais fácil haver um acordo entre Israel e Palestina do que você errar essa questão. A definição da assertiva é de recrutamento, com destaque para a tipologia atração interna e externa. A seleção é evento posterior. A seleção faz uma classificação dos candidatos atraídos para que a escolha do profissional seja a mais adequada às necessidades do cargo e da organização. Gabarito: E 24) (CESPE ABIN 2010) No que concerne a características das políticas de gestão de pessoas, julgue o seguinte item. A função de um processo seletivo é prever o desempenho dos candidatos no cargo. Isso mesmo. O entrevistador precisa identificar aspectos no candidato que demonstrem um potencial para o bom desempenho no trabalho a ser executado. Gabarito: C Curso Regular de Administração Geral Aula 08 – Mudança e Recrutamento Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 25 25) (CESPE TJ-ES 2011) Considere que, em determinado tribunal, se pretenda recrutar internamente um servidor para assumir cargo comissionado. Nessa situação, um possível problema para a realização desse recrutamento é a ocorrência do princípio de Peter. O princípio de Peter é mesmo um problema no recrutamento interno. Segundo Laurence e Raymond, esse princípio denota o seguinte: quando o funcionário sobe na hierarquia, chegará um momento em que ele não terá competência para exercer determinado cargo, ou seja, ele sobe até o seu nível de incompetência. O que ocorre é que muitas empresas efetuam as promoções de seus funcionários sem fazer uma análise mais profunda se aquela pessoa que se mostra eficiente no seu cargo terá êxito em um cargo mais alto. Gabarito: C Mudança e Inovação Organizacional Mudança, segundo Chiavenato, pode ser definida como a transição de uma situação para outra diferente ou a passagem de um estado para outro diferente. Nesse sentido, mudança representa uma ruptura, uma transformação, uma interrupção, e também uma perturbação. A habilidade de lidar com mudanças é fundamental nos dias de hoje. Tanto as organizações quanto as pessoas precisam ser ágeis, flexíveis, adaptáveis e criativas. É preciso reorganizar empresas para lidar com a competitividade existente no mundo globalizado. A ideia de mudança é totalmente oposta ao que se pregava no início do século passado, em que teóricos como Taylor pregavam uma administração voltada Curso Regular de Administração Geral Aula 08 – Mudança e Recrutamento Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 26 estritamente para o aumento da produtividade, sem levar em conta comportamentos pessoais e mudanças. A única certeza que temos do futuro é que ele é será uma mudança constante. Assim, as empresas precisam estar bem inseridas nesse processo. A teoria de campo é um método de análise de relações causais e de criação de construções específicas. Campo, para o autor, é o espaço de vida da pessoa, em que todo o comportamento é concebido como uma mudança de algum estado de um campo numa unidade de tempo específica. Kurt Lewin estabelece alguns princípios em que a realidade pode ser compreendida, no seu funcionamento interno ou na sua estrutura dinâmica ou na sua relação com o ambiente: Comportamento como função do campo existente no momento em que ele ocorre; A análise se inicia com a situação como um todo. A partir daí, as partes componentes são diferenciadas; A pessoa concreta pode ser representada, de forma matemática, em uma situação concreta. O autor propôs um processo de mudança que é aplicável tanto a pessoas, quanto a grupos e organizações. Inicialmente, vejamos a figura. Como podemos ver na figura, o modelo do autor divide-se em 3 etapas: Descongelamento: ocorre quando a mudança é óbvia, fazendo com que a organização rapidamente a entenda e a aceite. Sem essa etapa de Descongelamento Mudança Recongelamento Velhas ideias e práticas são derretidas (abandonadas e desaprendidas) Novas ideias e práticas são exercidas e aprendidas Novas ideias e práticas são incorporadas no comportamento Identificação Internalização Suporte Reforço Curso Regular de Administração Geral Aula 08 – Mudança e Recrutamento Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 27 descongelamento, a tendência é o retorno ao padrão habitual de comportamento, ou seja, a mudança não resultaria em nenhuma consequência. Em suma, o descongelamento permite que as velhas ideias sejam “derretidas”, ou seja, sejam abandonadas e desaprendidas, para que novas ideias e práticas possam ser aprendidas. Mudança: é o momento em que são descobertas e adotadas novas atitudes, valores e comportamentos. Daí a importância da figura do “agente de mudanças”, que poderá conduzir pessoas no sentido de promover novos valores, atitudes e comportamentos por meio de processos de identificação e internalização. É preciso que haja a identificação dessas pessoas com as novidades, e a eficácia com o desempenho dessas medidas deve ser percebida. Em suma, a mudança é a fase em que as novas ideias e práticas sãoaprendidas de modo que as pessoas passam a pensar e agir de uma nova forma. Recongelamento: é a incorporação de um novo padrão de comportamento, ocorrido pela mudança. É realizado por meio de suporte e reforço, tornando-se a nova norma integrada à prática atual da maneira de realização de trabalhos. Assim, não basta conhecer as novas práticas, é fundamental a incorporação e fixação do comportamento em voga. É preciso dizer que esse é um processo dinâmico, em que forças atuam em vários sentidos, estabelecendo-se, ao mesmo tempo, obstáculos e incentivos. Na implementação de uma mudança, estão presentes forças impulsoras (positivas), que atuam como apoio e suporte, e restritivas (negativas), representando a oposição e a resistência. Esse sistema funciona, de certo modo, em um equilíbrio quase-estacionário. Há o rompimento do equilíbrio quando se imprime tentativas de mudança, momento em que agem as forças positivas e as forças negativas. Nesse choque de forças, podemos dizer que quando há prevalência das impulsoras, temos o êxito/efetividade da mudança. Por outro lado, quando imperam as forças negativas, a velha situação “vence o jogo”. O ideal, Curso Regular de Administração Geral Aula 08 – Mudança e Recrutamento Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 28 portanto, no momento de mudanças, é estimular forças de apoio e suporte e minimizar a oposição e resistência. Vamos ilustrar para facilitar a memorização. Exemplos de forças impulsionadoras: desejo de mudar, vontade de melhorar, novas ideias, criatividade, inovação, inconformismo com o presente. Exemplos de forças restritivas ou impeditivas: desejo de ficar, vontade de manter o “status quo”, velhas ideias, conservadorismo, rotina, conformismo com o presente, medo, conforto. Independentemente da quantidade de forças negativas e forças positivas (ambas sempre existirão), é fundamental que o processo seja executado de forma planejada. Não há espaço para improvisos. Dentro do planejamento, é preciso identificar que tipo de mudança está sendo proposto/analisado. Vejamos esses tipos de mudança. Tentativa de mudança malsucedida Tentativa de mudança bem- sucedida Velha Situação Forças positivas (Apoio e suporte) Forças positivas às mudanças são maiores do que as negativas Forças negativas às mudanças são maiores do que as positivas Forças negativas (Oposição e resistência) Nova situação Velha situação Curso Regular de Administração Geral Aula 08 – Mudança e Recrutamento Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 29 A conclusão de Lewin, nesse estudo, é que as pessoas, quando pensam que elas mesmas descobriram a necessidade de mudança, tornam as mudanças mais fáceis. A gestão da mudança inicia-se a partir da análise das forças exógenas (exigências externas da economia globalizada, da tecnologia, dos consumidores, dos concorrentes, etc.) e das forças endógenas (decisões e atividades internas, demandas de novos processos e tecnologias, novos produtos ou serviços, exigências dos empregados e sindicatos, etc.), o que cria a necessidade de mudança organizacional. Assim, as forças tanto internas quanto externas são transferidas para necessidades percebidas na organização. A partir daí, temos a chamada lacuna de desempenho (performance gap), que é a disparidade entre a situação atual e a situação desejada. A partir da percepção da necessidade de mudança, é realizado o diagnóstico da mudança, Mudanças Estruturais •Redesenho da organização / nova configuração causada por pressão interna ou externa Mudanças Tecnológicas •Modificação de processo ou metodologia diante de técnicas mais modernas Mudanças nos Produtos/Serviços •Surgimento de novos produtos, serviços e clientes Mudanças Culturais •A partir de reestruturação interna, mudança nas atitudes, percepções, expectativas, mentalidade. Curso Regular de Administração Geral Aula 08 – Mudança e Recrutamento Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 30 ou seja, a verificação do que precisa ser mudado: estrutura, cultura, tecnologia ou produtos e serviços. Finalmente, é implantada a mudança, sempre de maneira planejada e organizada. Mais uma figura para facilitar a visualização. No contexto da mudança, quando falamos na relação entre a organização e o seu ambiente, estamos falando no seu componente estratégico. Isso porque quando a empresa interage com o ambiente ela está fazendo seus negócios (fornecedores e clientes), que são as questões mais importantes para a organização. Essas relações com o ambiente fora da organização também tendem a sofrer alterações. Dentro desse processo de mudanças, a figura do “agente de mudanças” é fundamental para concretizar as inovações propostas. Essas pessoas, condutoras (e apoiadoras) do processo de mudança, são responsáveis pela mudança dos padrões existentes de comportamento de outras pessoas. Esses agentes podem ser pessoas da própria empresa ou agentes externos, ou seja, consultores contratados para tomar a frente do processo de mudança. Competição globalizada, compradores, concorrentes, fornecedores, etc Forças externas Forças internas Necessidade de mudança Diagnóstico da mudança Implementação da mudança Missão, objetivos, planos, problemas e necessidades da organização Análise dos problemas e necessidades Definição das mudanças necessárias em tecnologia, produtos, estrutura e cultura Utilização da análise de campo de forças, táticas de vencer resistência à mudança Curso Regular de Administração Geral Aula 08 – Mudança e Recrutamento Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 31 Esse agente, quando externo, possui a vantagem de ser independente, de não guardar vícios da cultura organizacional. Por outro lado, quando o agente é funcionário da empresa, a vantagem que ele tem é a de conhecer bem a empresa, conhecer seus problemas mais específicos e ser, pelo menos em tese, comprometido com a melhoria da organização. Vejamos, de acordo com Day e Jung, dez importantes regras para a reestruturação de uma empresa: Os fatos devem ser confrontados com frequência: é preciso desconfiar das opiniões e inferências. Os fatos é que valem; A transformação deve seguir um roteiro coerente: os stakeholders (partes interessadas) devem compreender os motivos da mudança; A sabedoria coletiva é fundamental: todos devem compreender qual a melhor escolha de mudança; Há aspectos inegociáveis e aspectos flexíveis: os tópicos inflexíveis devem ser limitados, já que a adaptação é fundamental; A boa utilização dos líderes é imprescindível: os gestores não podem ficar sobrecarregados. É preciso descentralizar, encontrar outros líderes; A ação e a reflexão devem estar equilibradas: a reestruturação não pode perder a oportunidade da mudança, mas a reflexão deve sempre estar presente; O sucesso deve ser previsto e demonstrado: simulações são essenciais para mostrar às pessoas os bons impactos que a mudança causará. O processo dever ser único: tudo deve ocorrer para o mesmo sentido dentro da organização, de forma única. Preparação para a resistência é importante: críticas são normais nesse processo. É preciso absorvê-las da melhor forma possível – elas podem ser boas. O progresso deve ser medido: os administradores devem estarinformados/atualizados sobre o que está de fato ocorrendo para poder comparar com aquilo que foi traçado. Curso Regular de Administração Geral Aula 08 – Mudança e Recrutamento Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 32 É preciso enfatizar que a empresa deve estar, de forma concomitante, orientada para pessoas e para resultados. Esses dois aspectos não podem ser separados. Vejamos outros modelos acerca de mudanças, além daquele proposto por Lewin, com enfoque para aspectos tecnológicos. Kolb-Frohman – são setes as etapas no processo: reconhecimento, entrada, diagnóstico, planejamento, ação, avaliação, conclusão. Essas etapas devem sempre considerar o equilíbrio entre as forças impulsoras e restritivas. McFarlen/Mckenney – a adoção de novas tecnologias é um processo de difundir a novidade na organização, sendo um processo de: Identificação da existência de uma tecnologia; Experimentação, aprendizado e adaptação; Racionalização e controle gerencial; Expansão e transferência da tecnologia. Rogers – deve haver um processo natural de adoção individual, que precisa ser respeitado para que a pessoa se adéque às mudanças sem que haja “violência”. O processo envolve os seguintes aspectos: Consciência: a pessoa recebe a notícia da novidade; Interesse: há o estímulo à procura de informação acerca do assunto; Avaliação: a pessoa pondera se vale a pena experimentar a inovação; Experimentação: momento de colocar em prática, em pequena escala; Adoção: o indivíduo toma a decisão de utilizar, de forma regular, a inovação. Orlikowski – o processo envolve três etapas: motivos (reconhecer problemas e formular intenções), adoção (adquirir uma ferramenta, mudar a política e práticas, mudar a estrutura) e consequências (stakeholders reagindo às mudanças). Segundo James e Osborn, podemos ter as seguintes classificações de mudança: Mudanças Radicais x Mudanças Incrementais Radical: elas quebram as a estrutura. O resultado da mudança, que envolve a todos, é uma revolução importante, normalmente iniciada por um Curso Regular de Administração Geral Aula 08 – Mudança e Recrutamento Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 33 acontecimento crítico (péssimos resultados operacionais, chegada de um novo presidente). Incremental: é uma mudança mais comum, porém menos abrangente, com um impacto menos traumático sobre a organização como um todo. Podemos ter como exemplo a introdução de novos produtos, novas tecnologias ou novos sistemas. A natureza da organização permanece relativamente inalterada. Mudança Planejada x Mudança Não-Planejada Planejada: resultado de esforços específicos do agente de mudança. É uma resposta direta a uma lacuna de desempenho. É preciso facilitar a mudança em andamento e criar comprometimento com o melhoramento contínuo. Não-Planejada: ocorrem espontaneamente ou aleatoriamente. Não é resultado de alteração proposta pelo agente de mudanças. Podem ser desestabilizadoras, como uma greve geral ou um conflito interpessoal. Entretanto, há casos que essas mudanças podem ser transformadas em vantagens. Um exemplo é uma mudança de embalagem realizada devido a protestos que surte efeito positivo, dado aos bons impactos ambientais. 26) (CESPE AL-CE 2011) Mudanças organizacionais referem-se a qualquer transformação de natureza estrutural, tecnológica, cultural e humana, independentemente do impacto que causarem à organização. Se não causa impacto na organização, não podemos falar que houve mudança organizacional, independentemente daquilo que foi transformado. É preciso haver impacto. Gabarito: E Resistência a Mudanças Chiavenato destaca esses três aspectos que se relacionam com a resistência a mudanças. Vamos entendê-los: Curso Regular de Administração Geral Aula 08 – Mudança e Recrutamento Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 34 Lógico: a resistência neste aspecto advém do esforço e do tempo que são requeridos para a pessoa se ajustar a uma mudança. Isso inclui os novos deveres afetos ao cargo que necessitam ser aprendidos. Se a oportunidade de desenvolvimento é percebida, esse aspecto pode ser combatido. Sociológico: refere-se a interesses de grupos e valore sociais que estão envolvidos. É preciso considerar coalizões políticas, a existência de diferentes comunidades. Aqui existe a indagação se as mudanças que irão ocorrer poderão custar o emprego de colegas de trabalho. É preciso considerar a lealdade tribal. Psicológico: advém de atitudes e sentimentos dos indivíduos com relação à mudança. Pode haver medo do desconhecido, dúvida com relação à liderança do gerente, etc. O reforço da liberdade e da responsabilidade é fundamental. Cultura e Mudança Cultural Já falamos bastante aqui da necessidade de mudança em uma organização. Essa mudança só ocorre de fato quando a cultura da empresa está aberta a mudanças. É a partir da cultura que de fato pode-se mudar uma organização. Veja o esquema abaixo baseado no Livro “Fazendo a Estratégia Funcionar”, de Lawrence G. Hrebiniak: Vejam que cultura e desempenho são mutuamente afetados, envolvendo mudança, novos comportamentos. Podemos considerar quatro condições internas para que a mudança cultural efetiva ocorra: Suficiência de recursos Cultura Comportamento Desempenho Organizacional Feedback e mudança (Novos comportamentos) Cultura Curso Regular de Administração Geral Aula 08 – Mudança e Recrutamento Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 35 Desejo de mudança por parte do senso coletivo Liderança estável com estratégia, visão e poder Habilidade para comunicar a transição cultural. Flexibilidade Organizacional Flexibilidade é palavra de ordem no mundo atual. Temos hoje poucas certezas do futuro. Uma delas é que ele será uma mudança constante. Quem parar no tempo não sobrevive no mundo organizacional. As empresas e os seus funcionários precisam respirar flexibilidade, precisam ser adaptativos. Estruturas rígidas não sobrevivem nesse contexto. É preciso ter “jogo de cintura”, ter plano “B” para atuar no mercado. As organizações não são mais máquinas, como eram no passado. Elas são formadas por pessoas, por capital intelectual. Em meio a isso, temos a crescente inovação tecnológica. No contexto da flexibilidade nas organizações, surgem conceitos como home office (trabalho em domicílio) e teletrabalho (trabalho fora do local de trabalho, não necessariamente em casa). Essas são soluções fundamentais para os dias de hoje, em que enfrentamos congestionamentos, problemas para estacionar carros, deficiência de transporte público, limitação de tempo para executar determinadas tarefas, etc. Além disso, esses trabalhos realizados fora do ambiente de trabalho são possíveis devido à disponibilidade tecnológica atual, em que as teleconferências são possíveis (Skype, msn, chats em geral), a internet está disponível a todos (mecanismos de pesquisa, periódicos), fazendo com que o funcionário em casa esteja conectado com a sua empresa/órgão e com o mundo. No contexto de um teletrabalho, passa a ser mais importante as metas cumpridas pelo funcionário do que o controle do seu horário de trabalho. No entanto, é preciso ter responsabilidade, saber separar a vida pessoal em casa das necessidades de trabalho. O profissional que deseja e tem a possibilidade de atuar em casa, precisa configurar um ambiente de escritórioem casa, fazendo com que as pessoas que Curso Regular de Administração Geral Aula 08 – Mudança e Recrutamento Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 36 moram no domicílio compreendam que se trata de um momento de trabalho, ou seja, não é um momento de lazer. Especialização flexível: trata-se de um modo atual de organização industrial para pequenas e médias empresas baseado na adaptabilidade a variações de demanda, ao dinamismo inovador. Para Michael Piore e Charles Sabel: “Especialização flexível é uma estratégia de inovação permanente: acomodação para mudança ininterrupta, em vez de um esforço para controla-la. Essa estratégia é baseada no equipamento flexível, multiuso; trabalhadores especializados e criação, através de políticas, de uma comunidade industrial que restringe as formas de competição àquelas inovações favoráveis. Por essas razões, a propagação da especialização flexível equivale à revisão das formas artesanais”. Inovação Organizacional Inovações podem ser definidas como diversas técnicas que contribuem para a mudança organizacional, podendo se caracterizar pelo desenvolvimento de novos produtos e automação (modernização nos processos produtivos, com aumento de tecnologia), e também como reestruturação organizacional – inovações administrativas. Podemos entender a inovação também como fazer algo diferente, algo que agregue, sem necessariamente ser novo. Diferente é o contexto da invenção (algo novo criado ou concebido). Mas por que as empresas inovam? Podemos responder a essa pergunta com as seguintes funções da inovação: Redução dos custos operacionais; Aumento da flexibilidade; Aumento da qualidade do serviço; e Crescimento no controle e integração. É preciso considerar que a inovação administrativa é a reestruturação organizacional e que uma organização ou qualquer sistema produtivo, analisado em seus aspectos básicos, nada mais é do que uma parte do ambiente Curso Regular de Administração Geral Aula 08 – Mudança e Recrutamento Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 37 composta por três elementos completamente integrados entre si e com o meio ambiente: estrutura, tecnologia e comportamento. Assim, a análise da inovação sempre será em termos de: Dimensões e determinantes da estrutura: centralização, formalização, complexidade, ambiente, tamanho da organização, tecnologia dominante, incerteza tecnológica e estratégia organizacional; Tecnologia: tipo de tecnologia, contexto organizacional da inovação tecnológica. É na tecnologia que as pessoas encontram os recursos para desempenharem suas atividades; Comportamento: contexto da cultura organizacional. As pessoas possuem conhecimento e competência para realização de seus trabalhos. Em termos de estrutura, deverão ocorrer mudanças no tocante à diferenciação e à integração, assim como em termos de suas dimensões genéricas básicas, ou seja, quanto ao grau de centralização, formalização e complexidade. A tecnologia dominante e a estratégia da organização implicam em mudanças na estrutura, de modo que possibilite uso de maneira racional da tecnologia utilizada pela organização, podendo assim atingir seus objetivos. Com relação à tecnologia, deverão ocorrer mudanças quanto ao tipo de tecnologia a ser utilizada pela organização. As mudanças em termos de estrutura e tecnologia implicam em mudanças no comportamento das pessoas que possuem conhecimentos e competência para realizar o trabalho. No caso da inovação técnica ou automação, também chamada de informatização, a análise se dá em termos de características próprias e peculiares da Tecnologia da Informação, ligadas à ideia e/ou impacto em termos de comunicação, integração e uso intensivo do conhecimento. Importante mencionarmos que a inovação sempre envolve um processo, ou seja, há procedimentos a serem seguidos, há fases ou estágios. Nesse processo, primeiro se detecta um problema ou necessidade. Entretanto, o desenvolvimento da inovação não é tão simples como parece: a falta de integração, o isolamento de gestores, a intolerância com Curso Regular de Administração Geral Aula 08 – Mudança e Recrutamento Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 38 pesquisadores, os curtos prazos atrapalhando o planejamento, as práticas conservadoras, o excesso de burocracia, são exemplos de obstáculos. Após o desenvolvimento, entra em cena a absorção da inovação, que também não ocorre com facilidade, daí a importância de uma gestão participativa, para evitar surpresas para os funcionários. Mudanças já não são bem vistas, mudanças não comunicadas são odiadas por qualquer ser humano. Vejamos os estágios da inovação: Pesquisa básica; Pesquisa aplicada; Desenvolvimento; Teste ou avaliação; Fabricação ou acondicionamento; Marketing ou disseminação. Ao final do processo, a inovação é transformada em um novo produto ou serviço, ou melhor, em algo que agregue valor à empresa. Do ponto de vista do consumidor, os estágios da inovação são os seguintes: Tomada de consciência; Identificação; Ajuste; Combinação (Seleção); Adoção ou comprometimento; Implementação; Aceitação rotineira. Com relação a realizações práticas, a inovação abarca diversas ações em diversos setores da atividade humana, sendo essas ações percebidas pelos seguintes eventos em sequência: pesquisa tecnológica; desenvolvimento tecnológico; engenharia; produção; construção e instalação; utilização e assistência técnica. Quando tiramos um retrato das diferentes empresas, podemos separar a inovação organizacional em 5 diferentes tipos. Vejamos. Curso Regular de Administração Geral Aula 08 – Mudança e Recrutamento Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 39 Para cada uma das situações, diferentes desafios gerenciais aparecem. Usuária da inovação: é preciso ser flexível o bastante para detectar inovações estratégicas e aproveitá-las da melhor forma possível na empresa; Inventora: a organização precisa estruturar-se para que a criatividade existente encontre espaço para garantir o bom desenvolvimento científico, principalmente na área de pesquisa e desenvolvimento. Usuárias e inventoras: o importante aqui é o equilíbrio das necessidades de controle (centralização e formalização) com as necessidades de inovação (descentralização e flexibilidade). Veículo da inovação e a organização como uma inovação: é preciso garantir estabilidade, porém sem reprimir a criatividade e inovação, de modo que as pessoas possam realizar seus trabalhos de maneira eficaz, ao mesmo tempo em que criam uma compreensão da aceitação da organização junto ao público externo. É preciso estimular a interação entre as diversas áreas da organização. Essas interações acabam por formar espécies de estruturas nas empresas: estruturas chamadas de paralelas. Dentro do contexto da inovação, é fundamental em uma empresa a prática do brainstorming, que é uma chuva de palpites. É aquele momento em que as A organização como usuária da tecnologia inovadora A organização como inventora da inovação A organização como usuária e inventora A organização como veículo da inovação A organização como uma inovação Curso Regular de Administração Geral Aula 08 – Mudança e Recrutamento Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 40 pessoasse reúnem para “jogarem” ideias sem qualquer filtro, sem qualquer restrição. É nesse tipo de reunião que saem as grandes ideias inovadoras. Gestão da Inovação É perceptível a necessidade das empresas investirem em inovação para poderem enfrentar a acirrada concorrência oriunda da globalização. Nesse sentido, a inovação passa a ser um ingrediente fundamental para que a organização tenha um êxito sustentado (prolongado, embasado, com estrutura). A inovação tem a função de proteger os ativos tangíveis e intangíveis contra o mercado. É preciso perceber que a inovação não brota de algum lugar do nada. Com o estímulo empresarial, para aproveitar ao máximo as inovações, é preciso gerir os processos relacionados. Isso é a gestão da inovação: tratar a inovação como parte do negócio da empresa, gerindo-a como os outros processos existentes. Podemos elencar sete importantes regras que permitem uma boa gestão da inovação. Vejamos. Liderança sólida na definição da estratégia de inovação, organização de agendas de inovação e incentivo para a criação de valor; A inovação deve estar internalizada na mentalidade da empresa; É preciso que a inovação esteja alinhada com as estratégias organizacionais; A criatividade deve sempre considerar a geração de valor. É preciso que os investimentos deem retorno; Neutralizar os obstáculos dentro da organização. As pessoas tendem a se conformar com o status quo (situação atual), com a rotina. Nesse sentido, os gestores devem enfrentar resistências para evitar que boas ideias sejam descartadas; A construção da inovação não é concebida isoladamente. É preciso considerar a existência de redes internas e externas; Os indicadores e as recompensas devem ser constantemente corrigidos para se adaptarem à realidade. Curso Regular de Administração Geral Aula 08 – Mudança e Recrutamento Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 41 Normalmente, a gestão da inovação segue um fluxo determinado, conforme abaixo: Vejamos cada item: Insumo: são os recursos necessários para a inovação. Vejamos alguns tipos: Tangíveis: capital, tempo, software, estrutura física; Intangíveis: talento, cultura, motivação, marcas, conhecimento; Inovações estruturais: grupos de interesse e capital de risco corporativo; Estratégias de inovação: plataformas de inovação; Redes externas de apoio: envolvem parceiros, clientes e fornecedores; Sistemas de inovação: envolvem sistemas para recrutar, treinar, manter a continuação do aprendizado, execução e criação de valor. Processos: os processos fazem combinações de insumos e os transforma. Vejamos os tipos: Processo Criativo: acompanha a qualidade das ideias, a habilidade de Criatividade Empreendedorismo Inovação Propriedade Intelectual Gestão da Inovação Competitividade da Indústria Perfil Empreendedor Insumo Processo Produto Resultado Curso Regular de Administração Geral Aula 08 – Mudança e Recrutamento Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 42 explorá-las, juntamente com o índice de transformação em projetos e valor. Execução de projeto: acompanha a evolução de projetos. Execução integrada: desempenho agregado de todos os projetos. Portfólio equilibrado de inovação: acompanha o mix de projetos alinhado com a estratégia. Produtos: resultado do esforço da inovação. Vejamos os tipos: Liderança Tecnológica; Conclusão de Projetos; Lançamento de novos produtos; Aperfeiçoamento do processo de negócio; Liderança de mercado. Resultados: enquanto os produtos representam qualidade, quantidade e atualidade, os resultados significam valor criado. Vejamos os tipos: Lucratividade do projeto; Clientes e lucratividade dos produtos; Retorno sobre o investimento; Valor captado a longo prazo. Para implantar inovações, é fato que a empresa enfrentará uma série de resistências, já que as pessoas buscam se manter na mesma situação, acostumadas com a rotina. Nesse sentido, devemos conhecer as variáveis em um processo de inovação. Vejamos o quadro. Aspectos Pessoais Aspectos Facilitadores Aspectos Motivadores Necessidade de capital humano que esteja capacitado e seja criativo Cultura e clima organizacional propensos à inovação Os objetivos da organização devem ser claros Necessidade de capital social, imagem corporativa e envolvimento de todos da Ambiente adequado para aflorar o desenvolvimento É preciso saber mensurar os resultados Curso Regular de Administração Geral Aula 08 – Mudança e Recrutamento Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 43 organização alcançados A equipe deve possuir competência criativa Orientação estratégica É necessário oferecer reconhecimentos e recompensas Os colaboradores devem saber trabalhar em equipe Busca pela gestão do conhecimento Manutenção do relacionamento com o mercado A gestão da inovação pode ser definida também como um processo que gera diferenciação competitiva no mercado, fazendo com que a empresa evolua, criando produtos diferenciados, apropriando-se de novos mercados, ampliando o seu market share (fatia de mercado) e construindo barreiras estratégicas para enfrentar a concorrência. Assim, como resultado da gestão da inovação, podemos ter: Melhoria do índice de êxito quando do lançamento de produtos e serviços; Redução no prazo e nos custos para o desenvolvimento de novos produtos; Aumento na confiabilidade dos produtos e serviços; Aumento na rentabilidade do mix (variedade de itens) de produtos da empresa. Cada empresa acaba por definir os passos para a inovação. A 3M, por exemplo, define 10 regras para se seguir quando o assunto é gestão da inovação. Vejamos. Curso Regular de Administração Geral Aula 08 – Mudança e Recrutamento Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 44 Em outra abordagem, podemos ter os seguintes mandamentos quando o assunto é a gestão da inovação. Vejamos: Não é preciso uma revolução interna na empresa para se obter inovação. Para que haja inovação, é preciso construir processos de gestão com bases sólidas. Além disso, é fundamental que a empresa “tire do papel” as suas ideias; Não devemos pensar a inovação como uma alquimia, pois não há mudanças mistificadoras; A inovação não se restringe à criatividade e à existência de uma cultura criativa. Nem sempre é tão difícil pensar em boas ideias. De qualquer forma, a implementação das ideias não é um processo simples; Dê aos funcionários espaço para pensar Elimine tabus referentes ao pensar Permita que ocorra erros Elogie qualquer inovação Promova uma comunicação de forma intensiva Aja como um preparador (treinador) para as inovações Envolva clientes que sejam importantes As inovações podem surgir por várias fontes Produtos são do departamento de vendas, tecnologias são da empresa Obstáculos à inovação são enfrentados Curso Regular de Administração Geral Aula 08 – Mudança e Recrutamento Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 45 Na inovação, não há de se falar apenas em processos de stage-gate* isolados. É preciso também ter uma visão sistêmica na organização, utilizando-se indicadores de desempenho e recompensas para fazer com que os planos virem
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