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AO JUÍZO DA 2ª VARA PENAL PROCESSO Nº __________ Matheus, já qualificado nos autos do processo em epígrafe vem respeitosamente a presença de Vossa Excelência e no prazo legal oferecer. DEFESA PRÉVIA Com fundamento nos Art. 396 e 396-A do CPP, consoante as razões a seguir aduzidas. Dos fatos: Mateus, de 26 anos de idade, foi denunciado pelo Ministério Público como incurso nas penas previstas no art. 217-A, §1º, c/c art.234-A, III, todos do Código Penal, por crime praticado contra Maísa, de 19 anos de idade. Na peça acusatória, a conduta delitiva atribuída ao acusado foi narrada nos seguintes termos: No mês de agosto de 2016, em dia não determinado, Mateus dirigiu-se à residência de Maísa, ora vítima, para assistir, pela televisão, a um jogo de futebol. Naquela ocasião, aproveitando-se do fato de estar a sós com Maísa, o denunciado constrangeu-a a manter com ele conjunção carnal, fato que ocasionou a gravidez da vítima, atestada em laudo de exame de corpo de delito. Certo é que, embora não se tenha valido de violência real ou de grave ameaça para constranger a vítima a com ele manter conjunção carnal, o denunciando aproveitou-se do fato de Maísa ser incapaz de oferecer resistência aos seus propósitos libidinosos assim como de dar validamente o seu consentimento, visto que é deficiente mental, incapaz de reger a si mesma. Nos autos, havia somente a peça inicial acusatória, os depoimentos prestados na fase do inquérito e a folha de antecedentes penais do acusado. O juiz da 2.ª Vara Criminal do Estado XXXX recebeu a denúncia e determinou a citação do réu para se defender no prazo legal, tendo sido a citação efetivada em 18/11/2016. Alessandro procurou, no mesmo dia, a ajuda de um profissional e outorgou-lhe procuração ad juditia com a finalidade específica de ver-se defendido na ação penal em apreço. Disse, então, a seu advogado que a vítima não era deficiente mental, e que já a namorava havia algum tempo. Disse ainda que sua avó materna, Olinda, e sua mãe, Alda, que moram com ele, sabiam do namoro e que todas as relações que manteve com a vítima eram consentidas. Disse, ainda, que a vítima não quis dar ensejo à ação penal, tendo o promotor, segundo o réu, agido por conta própria. Por fim, Mateus informou que não havia qualquer prova da debilidade mental da vítima e que a mesma poderia comparecer para depor a seu favor em juízo. Da Absolvição Sumária – ATIPICIDADE DOS FATOS Trata-se a hipótese de fato manifestamente atípico. O Art. 217-A do CP tem como sujeito passivo pessoa vulnerável, quais sejam: menor de 14 anos, portador de deficiência mental, sem capacidade de entender o ato sexual ou pessoa que não pode por qualquer causa resistir ao ato sexual. No caso, a suposta vítima não se enquadra em qualquer das situações acima. A pessoa apontada como vítima na denúncia possui plena capacidade mental, portanto imputável, inclusive, há tempo, mantém relacionamento normal e saudável com o réu e interagindo com pessoas do relacionamento de ambos. Pode-se afirmar que não se trata de pessoa sem discernimento, incapaz de entender o ato com maturidade sexual pelan. Dessa forma, impõe-se ao acusado a absolvição sumária na forma do Art. 397, III, CPP. Do pedido Ante das razões, espera respeitosamente de Vossa Excelência a absolvição sumária na forma do Art. 397, III do CPP. Caso assim não entenda Vossa Excelência, o acusado provará sua inocência no curso da instrução. Assim, requer a notificação das testemunhas a seguir arroladas para deporem sobre os fatos ora narrados. 1. Olinda 2. Alda Pede deferimento, Data, __/__/____ ___________________ Assinatura
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