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Pec 241, 55, 95 Ivanesio

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Entenda o que é a PEC 241 (ou 55) e como ela pode afetar sua vida
Com o objetivo de congelar gastos públicos e contornar a crise econômica, proposta divide especialistas
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O que é a PEC 241. O presidente Michel Temer. REUTERS
Gil Alessi
GIL ALESSI
São Paulo 13 DEZ 2016 - 23:41	CET
A Câmara dos Deputados e o Senado aprovaram a proposta de emenda constitucional que cria uma teto para os gastos públicos, a PEC 241 ou PEC 55, dependendo da Casa legislativa, que congela as despesas do Governo Federal, com cifras corrigidas pela inflação, por até 20 anos. Com as contas no vermelho, o presidente Michel Temer vê na medida, considerada umas das maiores mudanças fiscais em décadas, uma saída para sinalizar a contenção do rombo nas contas públicas e tentar superar a crise econômica. O mecanismo enfrenta severas críticas da nova oposição, liderada pelo PT, pelo PSOL e pelo PCdoB, mas também vindas de parte dos especialistas, que veem na fórmula um freio no investimento em saúde e educação previstos na Constituição. O texto da emenda, que agora será incorporado à Constituição, também tem potencial para afetar a regra de reajuste do salário mínimo oficial. Veja como foi a votação nesta terça aqui. Entenda o que é a emenda e suas principais consequências.
O que é a PEC do teto de gastos?
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ESPECIAL Toda a cobertura da PEC 55
Educação e saúde podem perder um terço das verbas obrigatórias
A PEC, a iniciativa para modificar a Constituição proposta pelo Governo, tem como objetivo frear a trajetória de crescimento dos gastos públicos e tenta equilibrar as contas públicas. A ideia é fixar por até 20 anos, podendo ser revisado depois dos primeiros dez anos, um limite para as despesas: será o gasto realizado no ano anterior corrigido pela inflação (na prática, em termos reais - na comparação do que o dinheiro é capaz de comprar em dado momento - fica praticamente congelado). Se entrar em vigor em 2017, portanto, o Orçamento disponível para gastos será o mesmo de 2016, acrescido da inflação daquele ano. A medida irá valer para os três Poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário. Pela proposta atual, os limites em saúde e educação só começarão a valer em 2018.
Por que o Governo diz que ela é necessária?
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, diz que "não há possibilidade de prosseguir economicamente no Brasil gastando muito mais do que a sociedade pode pagar. Este não é um plano meramente fiscal." Para a equipe econômica, mesmo sem atacar frontalmente outros problemas crônicos das contas, como a Previdência, o mecanismo vai ajudar "a recuperar a confiança do mercado, a gerar emprego e renda" ao mesmo tempo em que conterá os gastos públicos, que estão crescendo ano a ano, sem serem acompanhados pela arrecadação de impostos. Para uma parte dos especialistas, pela primeira vez o Governo está atacando os gastos, e não apenas pensando em aumentar as receitas. O Governo Temer não cogita, no momento, lançar mão de outras estratégias, como aumento de impostos ou mesmo uma reforma tributária, para ajudar a sanar o problema do aumento de gasto público no tempo.
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O que dizem os críticos da PEC?
Do ponto de vista de atacar o problema do aumento anual dos gastos públicos, uma das principais críticas é que uma conta importante ficou de fora do pacote de congelamento: os gastos com a Previdência. É um segmento que abocanha mais de 40% dos gastos públicos obrigatórios. Logo, a PEC colocaria freios em pouco mais de 50% do Orçamento, enquanto que o restante ficaria fora dos limites impostos - só a regra sobre o salário mínimo tem consequências na questão da Previdência. A Fazenda afirmou, de todo modo, que a questão da Previdência será tratada de forma separada mais à frente. "Se não aprovar mudanças na Previdência, um gasto que cresce acima da inflação todos os anos, vai ter de cortar de outras áreas, como saúde e educação", diz Márcio Holland, ex-secretário de política econômica da Fazenda. "Nesse sentido, a PEC deixa para a sociedade, por meio do Congresso, escolher com o que quer gastar", complementa. Há vários especialistas que dizem que, na prática, o texto determina uma diminuição de investimento em áreas como saúde e educação, para as quais há regras constitucionais. Os críticos argumentam que, na melhor das hipóteses, o teto cria um horizonte de tempo grande demais (ao menos dez anos) para tomar decisões sobre toda a forma de gasto do Estado brasileiro, ainda mais para um Governo que chegou ao poder sem ratificação de seu programa nas urnas. Eles dizem ainda que, mesmo que a economia volte a crescer, o Estado já vai ter decidido congelar a aplicação de recursos em setores considerados críticos e que já não atendem a população como deveriam e muito menos no nível dos países desenvolvidos. Se a economia crescer, e o teto seguir corrigido apenas de acordo com a inflação, na prática, o investido nestas áreas vai ser menor em termos de porcentagem do PIB (toda a riqueza produzida pelo país). O investimento em educação pública é tido como um dos motores para diminuir a desigualdade brasileira.
Quando a PEC começa a valer?
Começa a valer a partir de 2017. No caso das áreas de saúde e educação, as mudanças só passariam a valer após 2018, quanto Temer não será mais o presidente.
Qual o impacto da PEC no salário mínimo?
A proposta também inclui um mecanismo que pode levar ao congelamento do valor do salário mínimo, que seria reajustado apenas segundo a inflação. O texto prevê que, se o Estado não cumprir o teto de gastos da PEC, fica vetado a dar aumento acima da inflação com impacto nas despesas obrigatórias. Como o salário mínimo está vinculado atualmente a benefícios da Previdência, o aumento real ficaria proibido. O Governo tem dito que na prática nada deve mudar até 2019, data formal em que fica valendo a regra atual para o cálculo deste valor, soma a inflação à variação (percentual de crescimento real) do PIB de dois anos antes. A regra em vigor possibilitou aumento real (acima da inflação), um fator que ajudou a reduzir o nível de desigualdade dos últimos anos.
O que acontece se a PEC for aprovada e o teto de gastos não for cumprido?
Algumas das sanções previstas no texto da PEC para o não cumprimento dos limites inclui o veto à realização de concursos públicos, à criação de novos cargos e à contratação de pessoal. Em outras palavras, pretende ser uma trava muito mais ampla que a Lei de Responsabilidade Fiscal, por exemplo, que cria um teto de gastos com pessoal (vários Estados e outros entes a burlam atualmente).
A PEC do teto vale para os Estados também?
A PEC se aplicará apenas aos gastos do Governo Federal. No entanto, a secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, já sinalizou que o Planalto deve encaminhar em breve uma segunda PEC que limita os gastos estaduais. Por enquanto não há consenso entre o Executivo Federal e os governadores sobre o assunto.
Quais impactos a PEC pode ter nas áreas de educação e saúde?
Os críticos afirmam que a PEC irá colocar limites em gastos que historicamente crescem todos os anos em um ritmo acima da inflação, como educação e saúde. Além disso, gastos com programas sociais também podem ser afetados pelo congelamento. Segundo especialistas e entidades setoriais, esta medida prejudicaria o alcance e a qualidade dos serviços públicos oferecidos. Especialistas apontam problemas para cumprir mecanismos já em vigor, como os investimentos do Plano Nacional de Educação. Aprovado em 2014, o PNE tem metas de universalização da educação e cria um plano de carreira para professores da rede pública, uma das categorias mais mal pagas do país. "A população brasileira está envelhecendo. Deixar de investir na educação nos patamares necessários, como identificados no PNE, nos vinte anos de vigência da emenda proposta – tempo de dois PNEs -, é condenar as gerações que serão a população economicamente ativa daqui vinteanos, a terem uma baixa qualificação", disse o consultor legislativo da Câmara dos Deputados, Paulo Sena, ao site Anped, que reúne especialistas em educação.
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Já o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que mais importante do que o valor despendido com áreas como saúde, educação e segurança, é a qualidade desses gastos. "Dados da educação e da saúde hoje mostram que a alocação de recursos não é o problema. É preciso melhorar a qualidade do serviço prestado à população", disse. "Teremos muito trabalho. O principal deles será o de mostrar que a saúde e educação não terão cortes, como a oposição tenta fazer a população acreditar", afirmou a líder do Governo no Congresso, a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES).
A PEC do teto atingirá de maneira igual ricos e pobres?
A população mais pobre, que depende do sistema público de saúde e educação, tende a ser mais prejudicada com o congelamento dos gastos do Governo do que as classes mais abastadas. A Associação Brasileira de Saúde Pública, por exemplo, divulgou carta aberta criticando a PEC. No documento a entidade afirma que a proposta pode sucatear o Sistema Único de Saúde, utilizado principalmente pela população de baixa renda que não dispõe de plano de saúde. Além disso, de acordo com o texto da proposta, o reajuste do salário mínimo só poderá ser feito com base na inflação - e não pela fórmula antiga que somava a inflação ao percentual de crescimento do PIB. Isso atingirá diretamente o bolso de quem tem o seu ganho atrelado ao mínimo.
Por que a Procuradoria Geral da República diz que é inconstitucional?
Em nota técnica divulgada em 7 de outubro o órgão máximo do Ministério Público Federal afirmou que a PEC é inconstitucional. De acordo com o documento, "as alterações por ela pretendidas são flagrantemente inconstitucionais, por ofenderem a independência e a autonomia dos Poderes Legislativo e Judiciário e por ofenderem a autonomia do Ministério Público e demais instituições constitucionais do Sistema de Justiça [...] e, por consequência, o princípio constitucional da separação dos poderes, o que justifica seu arquivamento". A crítica vem pela criação de regras de gastos para os demais Poderes. Na nota, a procuradoria argumenta que, caso aprovada, a PEC irá prejudicar a “atuação estatal no combate às demandas de que necessita a sociedade, entre as quais: o combate à corrupção; o combate ao crime; a atuação na tutela coletiva; e a defesa do interesse público". A Secretaria de Comunicação Social da Presidência rebateu a PGR, afirmando que na proposta não existe “qualquer tratamento discriminatório que possa configurar violação ao princípio da separação dos poderes".
O que vem depois da PEC?
A PEC é a prioridade da equipe econômica do Governo Temer, que vai pressionar por outras reformas nos próximos meses, como a Reforma da Previdência e Reforma Trabalhista.
Com informações de Ana Carolina Cortez.
Orçamento 2018 ampliará desigualdade social no Brasil
Se o parâmetro brasileiro para reduzir a desigualdade social extrema no país for o projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) para 2018 enviado ao Congresso pelo Governo Temer, o abismo entre os mais ricos e os mais pobres deve aumentar ainda mais. 
Por Rafael Duarte
 A primeira proposta orçamentária encaminhada após a aprovação do congelamento de investimentos por 20 anos (PEC 95) afeta diretamente a parcela da sociedade que mais utiliza os serviços públicos essenciais.
Os cortes em alguns programas sociais previstos no PLOA para o próximo ano chegam a 97%, como no caso da pasta de desenvolvimento social. Se a proposta for mantida como está, o programa Bolsa Família terá redução de 11%, o que deve provocar a exclusão ao benefício de mais de 800 mil famílias. Outra estimativa surpreendente é em relação aos investimentos em infraestrutura. A redução prevista no orçamento do Programa de Aceleração do Crescimento é de 95%. Há cortes ainda em programas da saúde, educação, segurança pública, turismo, cultura, agricultura, ciência e tecnologia, defesa social e em infraestrutura.
No relatório “A distância que nos une: um retrato das desigualdades brasileiras”, divulgado nesta segunda-feira (25), a Ong Oxfam Brasil revelou que os 5% mais ricos do país detém a mesma fatia de renda que os demais 95%. E que apenas seis pessoas possuem riqueza equivalente ao patrimônio dos 100 milhões de brasileiros mais pobres. O relatório também estima que a equiparação salarial entre homens e mulheres só acontecerá em 2049 e que os negros só receberão o mesmo salário dos brancos em 2089.
Ao mesmo tempo em que revela a distância entre os dois extremos da pirâmide social brasileira, a pesquisa aponta que nos últimos 15 anos os gastos sociais se mostraram decisivos, no Brasil, no combate à pobreza e à proteção social. A ong Oxfam Brasil sugere a revisão da PEC 95, aprovada em 2016, que congelou em 20 anos os investimentos no país:
"Na prática, esta emenda – uma medida drástica sem precedentes – limita a expansão do gasto social por 20 anos, inviabilizando a implementação do Plano Nacional de Educação (PNE) e da expansão do Sistema Único de Saúde (SUS) e de programas da assistência social, entre outras políticas centrais para o combate à pobreza e às desigualdades no Brasil. Isto ocorrerá justamente em um período durante o qual a população brasileira vai se expandir e envelhecer mais, e em meio a uma grave crise econômica. Limitar gastos sociais significa limitar a redução de desigualdades. A Oxfam Brasil acredita que a Emenda do Teto de Gastos é um dos mais graves retrocessos observados no Brasil desde a Constituição, e um largo passo para trás na garantia de direitos".
De acordo com o economista José Aldemir Freire, os cortes previstos na LDO 2018 vão dificultar ainda mais a vida de quem mais depende das transferências de renda. "(Os cortes) vão dificultar a vida da população mais pobre que é atingida pelos programas sociais. Esses programas são, na realidade, uma transferência indireta de renda. Quando o serviço é gratuito e o poder público corta gastos relacionados a esses serviços acaba dificultando a transferência de renda", diz.
A alta carga tributária brasileira, especialmente debitada no consumo, é apontada pelo relatório da Oxfam Brasil como um dos grandes obstáculos a serem enfrentados. Aldemir Freire aponta as contradições na cobrança de impostos no país e defende que a saída é a tributação no topo da pirâmide.
"Só resolve quando a tributação chegar ao topo da pirâmide. Se com políticas sociais já é difícil reverter, reduzindo fica ainda pior. A estrutura da nossa pirâmide é regressiva. Eu pago de tributo, proporcionalmente, mais que o (empresário) Antônio Ermírio de Moraes, que está no topo da pirâmide. Precisamos modificar a estrutura tributária, hoje focada no consumo. É preciso fazer a tributação no imposto de renda das grandes fortunas, que tribute a distribuição de lucros pelas empresas, que tribute herança e patrimônio de forma mais efetiva. Ter um conjunto de tributação que não atinja tanto o assalariado e o consumo porque recai sobre a classe média e os mais pobres", afirma.
Programas
A agência Saiba Mais teve acesso a um levantamento realizado pela assessoria técnica de orçamento da liderança do Partido dos Trabalhadores (PT) no Senado em que são comparados os últimos orçamentos aprovados pelo Congresso e a PLOA encaminhada pelo Governo. Os dados foram extraídos do Sistema Integrado de Orçamento e Planejamento do Ministério do Planejamento em 6 de setembro. Na análise, foram utilizados os principais programas de cada área no orçamento e incluem custeio e investimento.
Na área de Desenvolvimento Social, o Governo Temer vai praticamente desmontar o Sistema Único de Assistência Social (Suas) com um corte de 97% no orçamento, que passará dos R$ 2,3 bilhões autorizados em 2017 para R$ 67,6 milhões em 2018. Criado em 2005, o Suas nasceu com o compromisso de romper com a lógica do assistencialismo e da fragmentaçãode ações, facilitando acesso da população carente a benefícios, programas, projetos e serviços socioassistenciais de proteção básica e especial.
O senador Lindberg Faria, líder do PT no Senado, gravou um vídeo para comentar os cortes previstos na LDO e classificou de “desastrosa” a proposta de Orçamento em programas sociais.
"Estou escandalizado. O orçamento 2018 é criminoso. Na pasta do ministério do desenvolvimento social, eles cortam 97%. Aqui tem todo um sistema de assistência social, com os CRAS de cada município, abrigo para crianças, abrigo para idosos, idosos em situação de abandono, políticas de combate ao crack, as pessoas que recebem o benefício do bolsa família são atendidas aqui. É todo um sistema que que eles estão desmontando com uma canetada só. É um orçamento desastroso", defende.
Na mesma área, o programa de Segurança Alimentar e Nutrição também perderá uma parcela significativa dos recursos, com 75% de redução, migrando dos R$ 445,8 milhões aprovados em 2017 para R$ 119,4 milhões.
Conselheira Nacional de Assistência Social e secretária-adjunta de Trabalho, Habitação e Ação Social do município de Natal Maira Almeida afirma que, em nível nacional, já existem rumores de cortes embora o Governo Federal tenha garantido que será mantido o orçamento aprovado pelo Conselho. Caso os cortes sejam aprovados, ela acredita que os serviços oferecidos pelos municípios serão os mais penalizados.
"O Conselho Nacional de Assistência Social tirou uma nota de repúdio em relação à possibilidade dos cortes. E existe uma mobilização por parte de gestores estaduais e municipais para sensibilizar as bancadas federais. Se houver corte o impacto será em cima de quem estiver na ponta, de quem mais precisa. O maior impacto será nos municípios", adverte.
O programa de Aceleração do Crescimento (PAC) sofrerá o mais duro corte desde que foi criado, em 2007, englobando um conjunto de políticas econômicas planejadas para quatro anos. O comparativo entre o orçamento autorizado em 2017 e o previsto para 2018 aponta uma redução de 95% no PAC. Se no ano passado o Governo autorizou R$ 36 bilhões em investimentos para o programa que inclui obras de infraestrutura, no próximo ano todo o PAC terá à disposição apenas R$ 1,9 bilhão.
A Educação é outra área bastante afetada pelos cortes. No mesmo comparativo com o orçamento aprovado para o exercício deste ano, a proposta do Governo para 2018 prevê redução do programa Educação de Qualidade para Todos tanto na educação básica (de R$ 6,1 bilhões em 2017 para R$ 3,5 bilhões em 2018, queda de 42%), tecnológica (de R$ 3,7 bilhões em 2017 para R$ 2,8 bilhões em 2018, redução de 24%) e na educação superior, cujo orçamento do próximo ano será 32% menor, caindo de R$ 8,7 bilhões para R$ 5,9 bilhões. O programa incentiva e promove a formação inicial e continuada na educação presencial e à distância nos três níveis.
A coordenadora geral do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica Aparecida Fernandes lembra que mesmo antes da PEC ser editada, o governo Temer já havia iniciado cortes na Educação e, após o congelamento dos investimentos sociais, a situação deve se agravar:
"Já estávamos sentindo cortes drásticos. Em 2016 o IFRN passou a operar com orçamento de 2014. Então foi sintomático. O cenário ruim é de desmonte da rede federal de ensino. No campus central já foram demitidos 80 terceirizados. Temos escassez de dinheiro para aula de campo, diárias, para ir a congressos, isso já se faz sentir na assistência estudantil. É tudo muito desolador", lamenta.
O Fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) também virou alvo do governo Temer. O programa tem corte estimado de 14%. O orçamento de R$ 18,7 bilhões aprovado para 2017 passará a R$ 16,1 bilhões em 2018.
Michel Temer ignora os problemas que vem enfrentando na área da Justiça. A proposta orçamentária para o próximo ano do programa Justiça, Cidadania e Segurança Pública prevê uma redução de 54% em comparação ao orçamento aprovado para 2017. De R$ 2,07 bilhões, a rubrica passará a R$ 956,7 milhões em 2018.
A Defesa Nacional enfrentará ainda mais dificuldades. A previsão é de queda de 71% no orçamento. Os R$ 6,8 bilhões autorizados para 2017 cairão para R$ 1,9 bilhão no próximo ano.
Área pouco valorizada pela atual gestão, o setor de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações também terá o orçamento de programas importantes bastante reduzido, a exemplo do projeto Ciência, Tecnologia e Inovação, cujo orçamento passará dos R$ 3,2 bilhões deste ano para R$ 1,3 bilhão em 2018, uma queda de 58%.
Nem o turismo é prioridade para o Governo Federal. No programa Desenvolvimento e Promoção do Turismo, a rubrica sofrerá queda de 69%, caindo de R$ 367,8 milhões para R$ 113,5 milhões em 2018. Os cortes em programas do Esporte também foram radicais. Um exemplo é o Esporte, Cidadania e Desenvolvimento, cujo orçamento será reduzido em 65%, caindo de R$ 624,3 milhões para R$ 220,5 milhões.
Pelo menos três programas da agricultura sofreram cortes na proposta orçamentária do Governo. A redução no “Agropecuária Sustentável” é de 57%, uma queda de R$ 729,3 milhões para R$ 316,1 milhões. Já o programa “Defesa Agropecuária” perderá 31% do orçamento, caindo de R$ 19,078 milhões para R$ 13,1 milhões em 2018. Da mesma forma será tratado o “Pesquisa e Inovações para a Agropecuária”. Como o redução de 19% no orçamento, o programa passará da rubrica de R$ 371,7 milhões para R$ 302,6 milhões.

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