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imunologia 12

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BIOSSEGURANÇA NA PRÁTICA 
FISIOTERÁPICA 
HISTÓRICO 
• Semmelweis, em 1840, trabalhando em uma maternidade em Viena 
observou que as pacientes acompanhadas por estudantes 
apresentavam maior incidência de febre puerperal do que aquelas 
acompanhadas por parteiras. Após muitas investigações algo lhe 
chamou a atenção: os estudantes dirigiam-se diretamente das salas 
de necropsia para as enfermarias, com as mesmas roupas e sem 
lavarem as mãos. Procurando resolver a questão, obrigou a todos 
lavarem as mãos em solução de água clorada, não mais permitindo a 
passagem direta das salas de necropsia para as enfermarias. 
• Os resultados em pouco tempo 
 demonstraram redução sensível na 
 porcentagem de febre puerperal. 
• Apesar dos resultados, Semmelweis 
 foi hostilizado por alunos e colegas de 
profissão. 
• Joseph Lister considerado pai da cirurgia moderna, 
pois foi o primeiro a utilizar uma solução de fenol 
como um eficiente agente antisséptico – substâncias 
que destroem ou impedem o crescimento de 
microrganismos em tecido vivo- isso reduziu o número 
de mortes por infecções pós-operatórias. Lister 
comunicou os métodos para esterilização de 
bandagens, compressas cirúrgicas, instrumental 
cirúrgico e assepsia de feridas. Com isso ele introduziu 
a cirurgia asséptica. 
BIOSSEGURANÇA 
 
BIOSSEGURANÇA 
COMO SE PREVINIR DE RISCOS 
BIOLÓGICOS 
• Realizando a higienização correta das mãos 
• Utilizando os equipamentos de proteção 
individual (EPI´s) 
• Adotando boas práticas laboratóriais, 
ambulatóriais e hospitalares 
• Realizando o correto descarte de resíduos 
HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS 
• O que é? 
• Como fazer? 
• Por que? 
• Quando? 
O QUE É HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS? 
• É a medida individual mais simples e menos 
dispendiosa para prevenir a propagação das 
infecções relacionadas à assistência à saúde. 
Recentemente, o termo “lavagem das mãos” 
foi substituído por “higienização das mãos” 
devido à maior abrangência deste 
procedimento. 
 
POR QUE FAZER? 
 • As mãos constituem a principal via de transmissão de microrganismos durante a 
assistência prestada aos pacientes, pois a pele é um possível reservatório de 
diversos microrganismos, que podem se transferir de uma superfície para outra, 
por meio de contato direto (pele com pele), ou indireto, através do contato com 
objetos e superfícies contaminados 
• A pele das mãos alberga, principalmente, duas populações de microrganismos: os 
pertencentes à microbiota residente e à microbiota transitória 
• A microbiota residente é constituída por microrganismos de baixa virulência, como 
estafilococos e micrococos, pouco associados às infecções veiculadas pelas mãos. 
É mais difícil de ser removida pela higienização das mãos com água e sabão, uma 
vez que coloniza as camadas mais internas da pele. 
• A microbiota transitória coloniza a camada mais superficial da pele, o que permite 
sua remoção mecânica pela higienização das mãos com água e sabão, sendo 
eliminada com mais facilidade quando se utiliza uma solução anti-séptica. É 
representada, tipicamente, pelas bactérias Gram-negativas, como enterobactérias 
(Ex:Escherichia coli), além de fungos e vírus. 
 
 
COMO FAZER? QUANDO FAZER? 
 • As mãos dos profissionais que atuam em serviços de saúde podem ser higienizadas utilizando-se: água e sabão, preparação alcoólica e anti-séptico. 
 
USO DE ÁGUA E SABÃO 
• Quando as mãos estiverem visivelmente sujas ou contaminadas com sangue e outros fluidos corporais. 
• Ao iniciar o turno de trabalho. 
• Após ir ao banheiro. 
• Antes e depois das refeições. 
• Antes de preparo de alimentos. 
• Antes de preparo e manipulação de medicamentos. 
• Nas situações descritas a seguir para preparação alcoólica. 
USO DE PREPARAÇÃO ALCOÓLICA 
Indicação 
Higienizar as mãos com preparação alcoólica quando estas não estiverem visivelmente 
sujas, em todas as situações descritas a seguir: 
Antes de contato com o paciente 
Após contato com o paciente 
Antes de realizar procedimentos assistenciais e manipular dispositivos invasivos 
Antes de calçar luvas para inserção de dispositivos invasivos que não requeiram 
preparo cirúrgico 
Após risco de exposição a fluidos corporais 
Ao mudar de um sítio corporal contaminado para outro, limpo, durante o cuidado 
ao paciente 
Após contato com objetos inanimados e superfícies imediatamente próximas ao 
paciente 
Antes e após remoção de luvas (sem talco) 
Outros procedimentos 
Exemplo: manipulação de invólucros de material estéril. 
 
IMPORTANTE: o uso de luvas não substitui a higienização das mãos! 
Uso de E.P.I.s 
• Considera-se Equipamento de Proteção Individual 
-EPI, todo dispositivo ou produto, de uso 
individual utilizado pelo trabalhador, destinado à 
proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a 
segurança e a saúde no trabalho. 
• Esse tipo de cuidado evita ou pelo menos 
minimiza a propagação de microrganismos 
causadores de infecções no ambiente hospitalar, 
protegendo não só o indivíduo, mas a 
coletividade. 
 
Os profissionais da área da saúde estão sujeitos a diversos riscos, sendo esses nas formas 
química, física, biológica e psicossocial. A forma biológica é a principal causa de contaminação 
para esses profissionais, devido o contato direto desses profissionais com sangue e líquidos 
corpóreos, e conseqüente manuseio de materiais perfurocortantes 
 
 Um estudo evidenciou que 46,29%dos 
trabalhadores de enfermagem 
acidentados não utilizavam EPI no 
momento do acidente, e que em 
20,38%das situações não havia 
disponibilidade dos EPIs necessários. 
 
 Infecções hospitalares continuam sendo 
as principais complicações iatrogênicas, 
no entanto, podem ser evitáveis por 
meio da utilização das técnicas de 
esterilização e de anti-sepsia que visam 
atingir o estado de limpeza total 
(completamente livre de germes) 
denominado de estado de assepsia. 
Equipamentos de Proteção individual 
• Gorro (tipo touca); 
• Avental; 
• Luvas; 
• Sapato fechado; 
• Sapatilhas descartáveis; 
• Respirador; 
• Óculos 
EPI 
• Toucas: Deve cobrir todo o cabelo 
e orelhas. 
 Sapato fechado: Evita queda de 
materiais tóxico ou contaminantes 
nos pés. 
• Avental: Evita o contato da pele e roupas pessoais com 
microorganismos do campo de trabalho. Seu uso deve 
ser restrito ao local de trabalho. 
EPI 
EPI 
• Sapatilhas descartáveis: Utilizadas para não levar 
material ou retirar material contaminado para o 
local de trabalho. 
EPI-Respirador 
EPI 
• Óculos: Proteção mecânica 
contra substâncias químicas e 
biológicas. 
Luvas 
Boas práticas 
• Nunca pipete com a boca, nem mesmo água destilada. Use dispositivos de 
pipetagem mecânica. 
• Não coma, beba, fume, masque chiclete ou utilize cosméticos no laboratório. 
• Evite o hábito de levar as mãos à boca, nariz, olhos, rosto ou cabelo, no laboratório. 
• Lave as mãos antes de iniciar o trabalho e após a manipulação de agentes 
químicos, material infeccioso, mesmo que tenha usado luvas de proteção, bem 
como antes de deixar o laboratório. 
• Utilize jalecos ou outro tipo de uniforme protetor, de algodão, apenas dentro do 
laboratório. Não utilize essa roupa fora do laboratório. 
• Não devem ser utilizadas sandálias ou sapatos abertos no laboratório. 
• Utilize luvas quando manusear material infeccioso. 
• Não devem ser usados jóias ou outros adornos nas mãos, porque podem impedir 
uma boa limpeza das mesmas. 
• Mantenha a porta do laboratório fechada. Restrinja e controle o acesso do mesmo. 
Conceitos importantes em 
Biossegurança 
• Limpeza 
– Processo de remoção de material estranho de superfícies e 
objetos. Normalmente feita com água e sabão. 
• Infecção Cruzada 
– É transmitidade paciente para paciente ou paciente para 
profissional e vice-versa. 
• Fômite 
– Qualquer item, exceto alimentos, que possa disseminar 
infecção. Ex: Roupas de cama, vestuário, pratos e talheres. 
 
• Desinfecção 
– Consiste na destruição, remoção ou redução dos microrganismos 
presentes no material inanimado. A desinfecção não implica na 
destruição de todos os microrganismos. 
• Esterilização 
– É o processo de destruição de todas as formas de vida, presentes em 
um material por meio de agentes químicos ou físicos. 
 
• Assepsia 
– Procedimento ou conjunto de procedimentos que visam impedir a 
penetração de microrganismos num local que não os contenha. 
– Conceitualmente, assepsia é a completa ausência de microrganismos 
patogênicos e pode ser obtida pela esterelização. 
• Anti-sepsia 
– Inibição do crescimento em tecidos vivos, através de substâncias 
bacteriostáticas ou bactericidas aplicadas principalmente em 
superfícies cutâneas ou mucosas e em feridas infectadas. 
– É empregada apenas em tecidos vivos enquanto que a desinfecção é 
realizada em superfícies inanimadas 
 
 
Métodos de esterilização 
• Calor seco (estufa): 1h a 170ºC ou 
 2h a 160ºC; 
• Calor úmido (autoclave): 
 Vapor sob pressão. 
– 15 até 30 minutos – 121 – 131ºC. 
– Poder maior de esterilização. 
• Processos Químicos 
– Óxido de Etileno por 4 horas. 
– Glutaraldeído 2% por 10 horas. 
– Solução de Formaldeído 38% por 18 
 horas. 
 
• Radiação 
– Raios Ultravioleta: usados em ambientes de manipulação 
de produtos estéreis (soluções parenterais ou ainda 
quimioterápicos) 
 
Métodos de esterilização 
Descarte de resíduos 
• A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) 
estabeleceu regras nacionais sobre 
acondicionamento e tratamento do lixo hospitalar 
gerado, da origem ao destino (aterramento, 
radiação e incineração) atingindo hospitais, 
clínicas, consultórios, laboratórios, necrotérios e 
outros estabelecimentos de saúde. 
O objetivo da medida é evitar danos ao meio 
ambiente e prevenir acidentes que atinjam 
profissionais que trabalham diretamente nos 
processos de coleta, armazenamento, transporte, 
tratamento e destinação desses resíduos. 
Classificação dos resíduos 
• Grupo A (potencialmente infectantes) - que tenham presença de 
agentes biológicos que apresentem risco de infecção, como bolsas de 
sangue contaminado; 
• Grupo B (químicos) - que contenham substâncias químicas capazes de 
causar risco à saúde ou ao meio ambiente, independente de suas 
características inflamáveis, de corrosividade, reatividade e toxicidade. 
Por exemplo, medicamentos para tratamento de câncer, reagentes para 
laboratório e substâncias para revelação de filmes de Raio-X; 
• Grupo C (rejeitos radioativos) - materiais que contenham radioatividade 
em carga acima do padrão e que não possam ser reutilizados, como 
exames de medicina nuclear; 
• Grupo D (resíduos comuns) - qualquer lixo que não tenha sido 
contaminado ou possa provocar acidentes, como gesso, luvas, gazes, 
materiais passíveis de reciclagem e papéis; 
• Grupo E (perfurocortantes) - objetos e instrumentos que possam furar 
ou cortar, como lâminas, bisturis, agulhas e ampolas de vidro. 
 
Alguns imprevistos não são tão 
imprevisíveis assim. 
• Nós, fisioterapeutas e futuros fisioterapeutas, 
devemos tomar os devidos cuidados para manter 
materiais, aparelhos e macas sempre o mais próximo 
da assepsia possível, contribuindo para a segurança 
dos nossos pacientes. 
• Além dos materiais, não podemos esquecer 
nunca de realizar a higiene pessoal, principalmente das 
mãos. 
• Estas medidas simples, como higienizar as mãos, 
são fundamentais para a prevenção e redução de 
infecções.

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