Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE ESTACIO DE SÁ Prática de Ensino e Estágio Supervisionado em Docência de Educação Infantil CRISTIANE PEREIRA ALVES PETRÓPOLIS 2017 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ Prática de Ensino e Estágio Supervisionado em Docência de Educação Infantil Relatório exigido como parte dos requisitos para conclusão da disciplina de prática de estágio supervisionado em docência de educação infantil sob a orientação do professor Maria Cristina de Lima que acompanha a aluna Cristiane Pereira Alves/2017.1 EAD Curso: Pedagogia PETRÓPOLIS 2017 SUMÁRIO INTRODUÇÃO.............................................................................................................................04 CAPÍTULO I - CAPÍTULO I - CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA E DO COTIDIANO........06 1.1 – CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA...................................................................................06 1.2 - CUIDAR, EDUCAR E BRINCAR......................................................................................10 CAPÍTULO II - DESENVOLVIMENTO E ANÁLISE DAS ATIVIDADES OBSERVADAS E REALIZADAS.............................................................................................................................12 2.1 – CARACTERIZAÇÃO DA TURMA E DAS ATIVIDADES OBSERVADAS...................12 2.2 – ATIVIDADES REALIZADAS PELO ESTAGIÁRIO........................................................19 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................................21 REFERÊNCIAS...........................................................................................................................23 ANEXO A...................................................................................................................................24 ANEXO B...................................................................................................................................25 4 INTRODUÇÃO O presente relatório de estágio parte da compreensão de que o propósito da escola é que as crianças obtenham os conhecimentos produzidos pela humanidade, ampliem as possibilidades para operá-los, transformá-los e redirecioná-los tendo como meta alocar os avanços da civilização a serviço da humanização da sociedade. Diante disso, o projeto político pedagógico brota da construção coletiva da Educação Escolar. Ele é a tradução maior da organização pedagógica que a escola faz de suas finalidades, a partir das necessidades que lhes estão colocadas diante de recursos humanos e materiais. O projeto político pedagógico ganha coerência e estabilidade à medida que apresenta a realidade na qual se insere, destacando como são organizadas as práticas para trabalhar com sujeitos atenderão, pois, seu enfoque é o eixo principal da organização das práticas pedagógicas que serão adotadas pelo educador. No ensino da Educação Infantil, as instituições se aparelham de forma incisiva com a necessidade social que está culturalmente descrita. No âmbito do currículo, há a significação de como se dará a organização do trabalho pedagógico como explicitação do fazer da escola e do professor, mostrando que sucedem ações ordenadas e amparadas por uma filosofia educacional. E é neste sentido que o professor desempenha papel fundamental, visto que ele organizará o dia a dia das vivências que as crianças terão acesso na Educação Infantil, e bem como os procedimentos que as levarão a atingir maiores níveis de desenvolvimento O relatório de Educação Infantil será realizado na Escola Municipal São Judas Tadeu em uma turma de crianças de 5 anos de idade. O estágio de Educação Infantil está relacionado às ações que envolvem a Docência com o objetivo de observar e analisar o processo de ensino com crianças desta faixa etária. É importante conhecer as especificidades do trabalho pedagógico na Educação Infantil, observar, planejar ações a serem desenvolvidas com as crianças e é importante também refletir sobre a prática pedagógica observada podendo assim gerar problematizações constituindo-se em instrumento de iniciação à pesquisa e ao ensino. A realização do estágio representa uma investigação da realidade. No relatório de estágio será abordado a caracterização do contexto estagiado, a caracterização da escola, a caracterização da turma estagiada, a concepção pedagógica da instituição, a descrição e análise reflexiva das atividades de estágio Educação Infantil, o processo de observação do espaço, das instalações e dos equipamentos. A prática educativa: rotina; A prática educativa: aulas. A prática educativa: 5 materiais, espaços, tempo e adaptação, e também um plano de estágio, e por fim as considerações finais. 6 CAPÍTULO I - CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA E DO COTIDIANO 1.1 – CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA A escola Municipal São Judas Tadeu, fica situada na Rua Mosela, 1445-Petrópolis. A unidade, que é administrada por meio de convênio entre a Mitra Diocesana e a Prefeitura, atende mais de 700 alunos. A escola funciona no horário das seis horas e trinta minutos às dezessete horas e trinta minutos. Os níveis de ensino que a escola atende: Educação Infantil: Primeiro período 4 anos, segundo período 5 anos Ensino fundamental: primeiro ano do primeiro ciclo, segundo ano do segundo ciclo, terceiro ano do terceiro ciclo, quarto ano do quarto ciclo, quinto ano do quinto ciclo. O nível de retenção de alunos é pequeno e a evasão é praticamente inexistente, há grande empenho dos professores, especialista em educação e direção em buscar alternativas para sanar as dificuldades dos alunos, oferecendo a recuperação paralela a todos que apresentam dificuldades de aprendizagem ou defasagem devido a diferente organização do conteúdo em instituições de outras localidades, quando esses alunos vêm transferidos de outras instituições. Os alunos que necessitam de atendimento especializado são encaminhados para avaliação médica, psicológica, fonoaudiológica ou psicopedagógica. Os ex-alunos da escola também são atendidos na mesma para executarem pesquisas e trabalhos em nossa biblioteca. Alguns pais, membros da associação de bairro e outros moradores são colaboradores em atividades promovidas pela escola, projetos, festas e comemorações. Os professores são responsáveis, dedicados, buscam orientação junto a supervisão e em outras fontes para que possam aperfeiçoar o atendimento aos alunos. A escola desenvolve vários projetos com o objetivo de levar os alunos a formar habilidades e competências essenciais para a sua formação integral. HISTÓRICO: A Escola São Judas Tadeu pertence a Rede Municipal de Ensino, conveniada com a Mitra Diocesana de Petrópolis, foi fundada em 1957 por Frei Aniceto Kroker, um padre franciscano que tinha uma enorme visão de futuro e acreditava no poder da Educação. Atualmente possui cerca de 700 alunos divididos em dois turnos, atendendo a educação Infantil, o primeiro segmento do Ensino Fundamental e alunos portadores de necessidades especiais, através de turmas de inclusão. 7LOCALIZAÇÃO: Rua Mosela, 1445 Mosela Petrópolis – RJ CONTEXTO SOCIOECONÔMICO: O atual Bairro Mosela, antes denominado Quarteirão Mosela, é um dos que forma a cidade de Petrópolis, como foi originalmente dividida pelo Major Köeler. Seu nome deriva da região da Mosela, na Alemanha (Moselle em francês e Mosel em alemão) e, obedecendo a diretriz concebida por Koeler quando da distribuição dos colonos pela Cidade, ali foram instalados todos os colonos que provinham daquela região da antiga Prússia. O antigo Quarteirão Mosela é cortado pelo rio do mesmo nome, o Rio Mosela. Na Europa, o Mosela (Moselle em francês, Mosel em alemão e Musel em luxemburguês), é um rio que corre pelo nordeste da França e de Luxemburgo e pelo oeste da Alemanha, tendo uma extensão de 560 Km por célebres vinhedos, desembocando no rio Reno à altura da cidade alemã de Koblenz. Os colonos alemães se instalaram no Quarteirão Mosela, ocupando os Prazos de Terras do nº 801 ao 850, sendo, portanto, 49 famílias, a partir do ano de 1845. Existe em nossa base de dados 82 empresas cadastradas nessa rua. ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO: Infraestrutura • Água filtrada • Água da rede pública • Energia da rede pública • Esgoto da rede pública • Lixo destinado à coleta periódica • Acesso à Internet • Banda larga 8 Dependências • 16 salas de aulas • 66 funcionários • Sala de diretoria • Sala de professores • Laboratório de informática • Sala de recursos multifuncionais para Atendimento Educacional Especializado (AEE) • Alimentação escolar para os alunos • Cozinha • Biblioteca • Banheiro fora do prédio • Banheiro dentro do prédio • Banheiro adequado à alunos com deficiência ou mobilidade reduzida • Sala de secretaria • Banheiro com chuveiro • Refeitório • Despensa • Almoxarifado • Pátio coberto • Pátio descoberto Equipamentos • Computadores administrativos • Computadores para alunos • TV • Copiadora 9 • Equipamento de som • Impressora • Equipamentos de multimídia • TV • Videocassete • DVD • Copiadora • Retroprojetor • Impressora • Aparelho de som • Projetor multimídia (datashow) PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO O Projeto Político Pedagógico da escola esta na perspectiva do planejamento participativo e tem duas grandes contribuições: o rigor teórico metodológico e a participação. No que concerne à participação, está só tem sentido quando existe por detrás uma ética, uma disposição em mudar realmente o que for necessário e não apenas as aparências. Esta se constitui em um direito, mas também um dever de todos os envolvidos no processo educacional na qualidade de sujeitos. O Projeto Político Pedagógico - na sua essência – de um lado se apoia no projeto pessoal do educador, que lhe dá sustentação; de outro deve se abrir para um projeto social mais amplo, que lhe dá sentido. Sabemos que quanto maior a participação na elaboração maior a probabilidade de que as coisas planejadas venham de fato a acontecer. O ponto de partida do projeto é um desejo de mudança, de aperfeiçoamento, de querer algo melhor. O sentido maior do Projeto Político Pedagógico é ser um suporte para a ação transformadora da instituição que planeja, ser o guia da prática, a identidade em ação. Todas as atividades e projetos observados na escola estão pautados no Projeto Político Pedagógico da escola e todos os professores tem conhecimento do mesmo. 10 1.2 - CUIDAR, EDUCAR E BRINCAR As ações do professor junto às crianças são culturalmente e historicamente definidas e baseiam-se em especial na representação que ele faz de seu papel, da concepção de criança e de educação infantil. Nessa escola pude perceber o quanto essa cultura histórica é respeitada. As crianças chegam na escola felizes e são acolhidas com muito carinho pela pela equipe da escola. Assim que chegam fazem um lanche e participam das atividades de rotina do dia. O cardápio é elaborado por uma nutricionista onde são servidas 4 refeições diárias, após a refeição acontece o momento da higiene e do sono. Para que as crianças possam exercer sua capacidade de criar é imprescindível que haja riqueza e diversidade nas experiências que lhes são oferecidas nas instituições, sejam elas mais voltadas às brincadeiras ou às aprendizagens que ocorrem por meio de uma intervenção direta. Para brincar é preciso apropriar-se de elementos da realidade imediata de tal forma a atribuir-lhes novos significados. Essa peculiaridade da brincadeira ocorre por meio da articulação entre a imaginação e a imitação da realidade. Toda brincadeira é uma imitação transformada, no plano das emoções e das ideias, de uma realidade anteriormente vivenciada. No ato de brincar, os sinais, gestos, os objetos e os espaços valem e significam outra coisa daquilo que aparentam ser. Ao brincar as crianças recriam e repensam os acontecimentos que lhes deram origem, sabendo que estão brincando. O principal indicador da brincadeira, entre as crianças, é o papel que assumem enquanto brincam. A brincadeira favorece a autoestima das crianças auxiliando-as a superar progressivamente suas aquisições de forma criativa. Brincar contribui, para interiorização de determinados modelos de adulto, no âmbito de grupos sociais diversos. Nas brincadeiras, as crianças transformam os conhecimentos que já possuem anteriormente em conceitos gerais com os quais brinca. Seus conhecimentos provêm da imitação de alguém ou algo conhecido, de uma experiência vivida na família ou em outros ambientes. É brincando que a criança estabelece os diferentes vínculos entre as características do papel assumido, suas competências e as relações que possuem com outros papéis, tomando consciência disto e generalizando para outras situações. Pela oportunidade de vivenciar brincadeiras imaginativas e criadas por elas mesmas, as crianças podem acionar seus pensamentos para resolução de problemas que lhe são importantes e significativos. 11 Propiciando a brincadeira, portanto, cria-se um espaço no qual as crianças podem experimentar o mundo e internalizar uma compreensão particular sobre as pessoas, os sentimentos e os diversos conhecimentos e as referências. As brincadeiras fazem parte do dia a dia das crianças, hora essas brincadeiras são livres, hora dirigidas. As salas de aula possuem jogos e brinquedos, muitos deles confeccionados pela própria professora. A escola possui um pequeno parquinho para atividades livres. 12 CAPÍTULO II - DESENVOLVIMENTO E ANÁLISE DAS ATIVIDADES OBSERVADAS E REALIZADAS 2.1 – CARACTERIZAÇÃO DA TURMA E DAS ATIVIDADES OBSERVADAS Caracterização da turma estagiada A professora regente da turma tem formação superior e trabalha na área a 15 anos. A sala de aula possui 24 estudantes de 5 anos de idade e a maioria são filhos de moradores e funcionários de estabelecimentos comerciais do próprio bairro. Para a professora a criança e o aluno são seres ativos, cidadãos em formação. Concepção de instituição de Educação Infantil A instituição de educação infantil é um espaço de cuidado e educação, organizado e planejado para atender crianças de 0 a 6 anos. O papel da instituição é ajudar a criança a ser inserida na cultura, compartilhando com a família responsabilidade pela formação humana de seus filhos. Assumir essa nova dimensão das creches e pré-escolas é promover os cuidados necessários a preservação da vida, contribuindo efetivamente para o aprendizado do autocuidado, ligadoas necessidades básicas de alimentação, sono, higiene, saúde. Esse aprendizado se estende até o conhecimento das leis mais gerais que regem a natureza e a cultura, passando essencialmente pelo aprendizado do brincar, exercitado cotidianamente nos jogos de faz- de- conta, que possibilitam a ela a compreensão e a transformação dos demais aspectos. É papel das instituições de Educação Infantil desenvolver todas as demais formas de linguagem, fazendo a mediação entre a criança e a cultura e possibilitando seu acesso às fontes de conhecimento. Concepção de criança Há uma interação entre os aspectos da natureza e da cultura e que, nessa interação, vão se constituindo as especificidades do ser criança numa determinada sociedade. A criança de 0 a 6 anos vive um período evolutivo fundamental, uma vez que 13 seu cérebro apresenta uma grande plasticidade, determinando uma imensa possibilidade de aprender, maior do que em qualquer outro momento de sua vida. A criança é considerada como sujeito e as relações que com ela estabelecemos devem considerar os desejos, as opiniões, a capacidade de decidir, as maneiras de pensar, de se expressar e as formas de compreender o mundo são construídas historicamente na cultura do meio social em que vive. A criança constrói uma história pessoal, que vai se fazendo na cultura familiar e que se define em função da classe social que sua família ocupa, do espaço geográfico que habita, da cor de sua pele, do sexo a que pertence, das especificidades de seu desenvolvimento e das vivencias socioculturais que, em função desses fatores, lhe são oportunizadas. A criança pode ser entendida como um ser que é capaz de construir sua identidade e sua cultura, um ser social. O Papel do professor Conhecer o processo de desenvolvimento das crianças com as quais trabalhamos, desafiando-as e intervindo na sua zona de desenvolvimento proximal, são processos que favorecerem as diversas interações entre as crianças e delas com os adultos, dentro e fora da instituição, propiciando avanços que não ocorreriam espontaneamente. O Papel social da escola adotadas pela instituição estagiada É papel das instituições de Educação Infantil desenvolver todas as demais formas de linguagem, fazendo a mediação entre a criança e a cultura e possibilitando seu acesso as fontes de conhecimento. A creches e pré-escolas devem desempenhar um papel fundamental para possibilitar o desenvolvimento/aprendizagem das crianças. Precisam para tanto, conhecer as crianças concretas que vem para essas instituições, isto é, conhecer os saberes, valores e práticas nos quais elas estão se constituindo, bem como conhecer as especificidades e necessidades dessa faixa etária levando em conta esses conhecimentos na organização de suas propostas pedagógicas. 14 Planejamento do professor • A prática educativa: rotina As crianças do jardim 3 entram na sala de aula às doze horas e trinta minutos, e a saída é as dezessete horas às treze e quarenta e cinco minutos vão para o lanche. Após o lanche tem o recreio de meia hora isto é: quinze minutos para lanchar e quinze minutos para brincar. a segunda feira as crianças brincam na quadra no horário das quatorze horas e trinta minutos às quinze horas e trinta minutos , na terça feira o horário das doze horas e trinta minutos às treze horas e trinta minutos as crianças tem educação física, na quarta-feira no horário das dezesseis horas às dezessete horas as crianças vão brincar no parquinho, na quinta-feira no horário das doze horas e trinta minutos às treze horas e trinta minutos as crianças tem educação física e na sexta feira no horário das quatorze horas e trinta minutos às quinze horas e trinta minutos as crianças assistem DVD. • A prática educativa: aulas ✓ 3 de abril no horário das 15 h às 17 horas, a professora passou uma atividade com a letra U, distribuiu uma folha mimeografada com o desenho de um cacho de uva e pediu para as crianças recortassem das revistas a letra U. Em seguida, solicitou as crianças que colassem a letra U em cada gomo do cacho de uva e depois colorir. ✓ 4 de abril, das 14 às 17 horas, a professora passou uma atividade envolvendo colagem, para colorir e recortar um quebra cabeça. Percebemos que a maioria dos alunos possui uma boa coordenação motora, mas são muito dependentes da professora para realizar as tarefas. Depois ela distribuiu uma folha mimeografada com o desenho de um urso para ligar os pontinhos, colorir e escrever a palavra urso. Todos concluíram essas atividades com sucesso. Depois de realizar as atividades a ajudante do dia auxiliou a professora na organização da sala de aula. Colocaram uma música para que as crianças pudessem relaxar e colou no caderno de recados a tarefa: trazer gravuras com a letra I. ✓ 5 de abril, das 12 h e 30 minutos às quatorze horas e trinta minutos, a professora fez a chamada usando a ficha com o nome. Depois, juntamente com as crianças organizou o calendário. Contou a história do sapo e deu folha em branco para o 15 desenho livre. Fez um cartaz com gravuras da letra I, que as crianças trouxeram de casa. Deu folha mimeografada da borboletinha para colorir e recortar de revistas gravuras de paisagens. ✓ 6 de abril, das 15 h às 17 dezessete horas, a professora fez uma roda com as crianças para brincar de passar o anel, foi muito divertido. Finalizando o dia, distribuiu para as crianças brinquedos para montar. ✓ 7 de abril, das 15 às 17 horas, a professora contou a história do palhacinho. Desenhou o pé de cada criança e colou na folha de sulfite. Depois distribuiu uma folha mimeografada do palhacinho para colorir de lápis de cor ou giz de cera. Fez estrelinhas com papel laminado para as crianças colarem ao lado do palhacinho depois de colorido. ✓ 10 de abril das 15 h e trinta minutos às 17 horas, a professora deu uma atividade envolvendo pintura colagem e textura para desenvolver a coordenação motora das crianças, ela usou uma folha mimeografada com o desenho de um pirulito e pediu que as crianças usassem cola colorida e colassem lã em volta do círculo e também colassem um palito de picolé formando o cabo do pirulito. Brincou de corre cutia na quadra. ✓ 11 de abril das 15 h e 30 minutos às 17, a professora colocou DVD com o filme da branca de neve para as crianças assistirem. ✓ 12 de abril das 15 às 17 horas, a professora colocou a música “Boi da cara preta”, depois deu uma folha mimeografada de um rosto de menina faltando algumas partes do rosto, então ela pediu que as crianças completassem o rosto fazendo o desenho dos olhos, boca nariz etc. Recortar de revista um rosto de menina e colar na moldura (em uma folha de sulfite). ✓ 13 de abril, das 16 às 17 horas, a professora deixou as crianças brincarem com jogos de montar. 16 Durante os dias de estágio, percebi que cabe às instituições de Educação Infantil possibilitar que seus alunos compreendam a não existência de cultura superior ou inferior, certa ou errada e sim culturas diferentes que devem ser respeitadas. Mas, isso só será possível à medida que houver a abertura do olhar para as múltiplas possibilidades que se colocam, pois, para vivermos harmoniosamente em uma sociedade tão plural é preciso respeitar as diferentes culturas que a constitui. Oportunizar, instigar, mostrar, desvendar, construir junto às crianças a importância da literatura, cinema, arte e outras formas de ver, fazer e produzir cultura é papel fundamental de todos que fazem parte de seu universo, de todos queinteragem e fazem parte do seu dia a dia. É importante que todos os envolvidos entendam e respeitem a cultura como algo singular nos contextos de aprendizagem. Então, considerando o caráter educacional exposto acima, reporto-me às Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNEI) quando concebem que o espaço da Educação Infantil, como direito público subjetivo do cidadão, deve possibilitar a todas as crianças, independente de raça, etnia, religião, classe social e gênero uma educação de qualidade, capaz de promover seu desenvolvimento, ampliar seu universo cultural e o conhecimento do mundo físico e social, a constituição de sua subjetividade, favorecer trocas e interações, respeitar diferenças, promover autoestima e bem-estar. Sendo a realidade brasileira tão múltipla, considero importante não só respeitar as diferenças tais como são, como também, torná-las objeto de estudo e pesquisa com as crianças no sentido de conhecer como se constituíram ao longo da história. Na escola estagiada, a professora trabalha muito a relação do grupo e ajuda ao outro. As crianças participam ativamente da atividade e a professora respeita o nível de conhecimento de cada criança estimulando sempre de maneira diferenciada as crianças com mais dificuldade. A avaliação acontece de maneira progressiva sempre partindo do que a criança já sabe e o que ela aprendeu. 17 Em alguns momentos do dia percebi o grupo bastante agitado, tratando os colegas de maneira desrespeitosa e em algumas situações com violência. A professora adota a conduta da conversa e do “pensar no que fez”. 18 O estágio foi realizado em uma turma de jardim 3, com crianças com idades entre 5 e 6 anos. A turma é composta por 24 crianças, todos moradores da localidade ou filhos de funcionários do comércio local. Observei e vivenciei nessa prática de estágio que os conteúdos trabalhados são definidos pela Secretaria Municipal de Educação. O trabalho é realizado em torno de projetos, que são elaborados no início do ano letivo de acordo com a realidade e necessidade de cada turma, também incluindo no Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola e baseado nos currículos mínimos; já o planejamento é diário incluindo atividade, habilidades e avaliação. As formações são mensais e na maioria das vezes na própria unidade escolar. Os assuntos são relacionados aos procedimentos pedagógicos e trabalhos desenvolvidos na escola, também são estudados os currículos mínimos para ter conhecimento do trabalho desenvolvido. Essas reuniões são sempre comandadas por um pedagogo. Quando as reuniões são realizadas na Secretaria Municipal de Educação há sempre uma palestra para tratar de assuntos pedagógicos relacionados a educação infantil. Percebi que em algumas atividades a professora encontra dificuldades por estar sozinha com o grupo que demanda muitas vezes uma ajuda individual para produzir bem nas aulas e em algumas atividades. Existe essa dificuldade, pois há uma enorme diferença entre teoria e prática, na teoria os métodos utilizados são sempre os melhores, mais atraentes e fáceis de serem colocados em prática, mas isto é apenas na teoria, pois na prática as dificuldades encontradas são inúmeras, falta de materiais, de recursos, de apoio pedagógico, e principalmente, número excessivo de crianças. A professora da turma está focada em ensinar o alfabeto, utiliza música e as vezes palavras soltas que não fazem sentido para criança. Acredito que a agitação e a agressividade das crianças vêm dessa preocupação com o “conteúdo” de alfabetização que a maioria ainda não tem maturidade para assimilar. Ainda sobre linguagem, ressalto a importância de considerarmos a linguagem escrita no cotidiano da Educação Infantil. Lembramos que essa questão deva ser considerada não como prática preparatória para o ensino fundamental, mas sim, como um bem cultural com o qual as crianças devem ter experiências variadas. Vejo no dia a dia a necessidade de uma prática pedagógica que vá além da contação de histórias. Porém, ressaltamos que as duas ações, contação e leitura, devem habitar o cotidiano das crianças tendo em vista as diferenças de seus propósitos. Ao considerar tais diferenças, o professor deve proporcionar às crianças uma ampliação de 19 seu comportamento leitor à medida que para cada uma tenha distintos objetivos. Para tanto, a leitura de bons textos deve ser considerada como atividade permanente realizada pelo professor fomentando assim o gosto pela leitura nas crianças. De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil (DCNEI) o importante é apoiar as crianças, desde cedo e ao longo de todas as suas experiências cotidianas na Educação Infantil no estabelecimento de uma familiaridade com diferentes linguagens, no interesse e curiosidade pelo conhecimento do mundo (p.14). Fica assim evidente que, as propostas pedagógicas das instituições de Educação Infantil precisam organizar o cotidiano com um conjunto de situações que possibilitem às crianças se apropriarem de diferentes linguagens garantindo-lhes o acesso aos bens culturais. 2.2 – ATIVIDADES REALIZADAS PELO ESTAGIÁRIO O estágio teve a duração de 136 horas. A proposta da disciplina é que o estudante orientado pela professora participe de todas as realidades de uma sala de aula. De início pude passar por três turmas diferentes. Duas do nível infantil IV e uma do infantil III. Meu espaço de estágio foi o nível infantil IV-B. Participei de todas as atividades que compõe a rotina daquela turma, dentre elas as aulas de inglês, música e educação física. Quando iniciou o estágio elas estavam terminando uma atividade na qual a mãe e o pai de cada criança com dia agendado faziam memória da história da criança desde a concepção até os dias atuais com fotos, objetos, roupas, brinquedos e acessórios. O que mais me encantou na instituição e no estágio foi perceber a criança como sujeito ativo no processo de formação. As salas de educação infantil são organizadas por espaços dentro de um mesmo ambiente onde as crianças ao seu tempo desenvolve várias atividades e habilidades durante o dia. Os espaços possuem cada um uma característica diferente que estimula à leitura, imaginação, criatividade. Sabendo da intervenção como parte do processo de formação e do estágio observei o que seria novo para as crianças e estando no parque optei por uma atividade realizada em longo prazo na qual eu pudesse acompanhar o processo e observar os resultados até o final do estágio. Como atividade permanente eles jogavam futebol no parque. Possuindo já a estrutura necessária sob a intervenção da estagiária as crianças passaram a ter intencionalidade ao correr e objetivo de ter resultados. Ao início da atividade as crianças não tinham noção de desvio, que é própria da idade, mas aos poucos foram se apropriando dessas noções. As próprias regras do jogo que a princípio 20 se resumiam em chutar a bola no espaço das traves acaba adquirindo sentido como resultado de um trabalho coletivo. Eles já conseguiam correr melhor e tocar um para o outro. A competição como valor maior além da vitória ou derrota era muito interessante. Os times se mesclavam durante o jogo. Com certeza no início não foi tão fácil colocar regras e muitas vezes caiam e se chocavam involuntariamente. Tudo foi questão de tempo. Ainda hoje passando pela instituição podemos reconhecer o sentimento de contentamento das crianças que participaram desta intervenção. Para concluiro estágio realizamos uma atividade com a história “A árvore generosa”, onde pude falar sobre o cuidado e a preocupação com o outro, o quanto é legal ser gentil com os colegas e professores em todas as atividades do dia. As crianças identificaram atitudes que não estavam sendo legais no dia a dia, fizemos uma lista com essas atitudes e uma outra com o que eles poderiam fazer para mudar essas atitudes. Com a tentativa de ilustrar e auxiliada pela professora confeccionamos plaquinhas com frases positivas relacionadas ao cuidar e a generosidade como atividade conclusiva do estágio. Os princípios fundamentais nas Diretrizes anteriormente estabelecidas (Resolução CNE/CEB nº 1/99 e Parecer CNE/CEB nº 22/98) continuam atuais, permanecendo no documento aprovado em 2009 (Revisão das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil). O Art. 6º do documento supracitado afirma que: As propostas pedagógicas de Educação Infantil devem respeitar os seguintes princípios: I) Princípios éticos: da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem comum, ao meio ambiente e às diferentes culturas, identidades e singularidades. II) Princípios políticos: dos direitos de cidadania, do exercício da criticidade e do respeito à ordem democrática. III) Princípios estéticos: da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da liberdade de expressão nas diferentes manifestações artísticas e culturais. Com a atividade apresentada ao final do estágio conseguimos atingir todos os princípios acima citados. 21 CAPITULO III- CONSIDERAÇÕES FINAIS A instituição de educação infantil, é um espaço de cuidado e educação, organizado e planejado para atender crianças de 0 a 6 anos. Essa instituição, por ser histórica, cultural e socialmente constituída, vem, ao longo de sua história, modificando suas funções. No momento atual, em nosso país, ela é reconhecida tanto nos documentos oficiais, como pela sociedade, e até mesmo pelo senso comum, como necessária à formação da criança. O processo de modernização da sociedade ao mesmo tempo que propiciou muitos avanços, trouxe também, inúmeros problemas para os assalariados no que se refere às suas condições de vida, tais como: diminuição da oferta de emprego, comprometimento das relações familiares, distância cada vez maior entre os locais de trabalho e moradia, tudo isso distanciando os pais, cada vez mais da tarefa de educar seus filhos. Para as crianças, da mesma forma que o progresso trouxe o reconhecimento de alguns direitos, trouxe também grandes perdas: a perda da rua como espaço de interações sociais e de brincadeiras, a violência que as isola e brutaliza, o afastamento cada vez maior dos pais, que, na maioria das vezes, só usam o espaço doméstico para dormir, na tentativa de repor as suas energias para a próxima jornada de trabalho, e a entrada definitiva da televisão como o instrumento de pedagogia cultural mais eficiente na sua formação. O papel dessa instituição, nesse contexto, passa a ser determinante, ajudando a criança a se inserir na cultura, compartilhando com a família a responsabilidade pela formação humana de seus filhos. Assumir essa nova dimensão das creches e pré-escolas é promover os cuidados necessários a preservação da vida, contribuindo efetivamente para o aprendizado do autocuidado, ligado às necessidades básicas de alimentação, sono, higiene, saúde. Esse aprendizado se estende até o conhecimento das leis mais gerais que reagem a natureza e a cultura, passando essencialmente pelo aprendizado do brincar, exercitado cotidianamente nos jogos de faz de conta, que possibilitam a ela a compreensão e a transformação dos demais aspectos. Além disso, nesse processo, é papel das instituições de Educação Infantil desenvolver todas as demais formas de linguagem, fazendo a mediação entre a criança e a cultura e possibilitando seu acesso às fontes de conhecimento. Os espaços educativos, como as creches e pré-escolas podem desempenhar um papel fundamental para possibilitar o desenvolvimento/aprendizagem das crianças. Precisam, para tanto, conhecer as crianças concretas que vêm para essas instituições, isto é, conhecer os saberes, valores e práticas nos quais elas estão se constituindo, bem como conhecer as especificidades e 22 necessidades dessa faixa etária, levando em conta esses conhecimentos na organização de suas propostas pedagógicas. A concepção de cuidado educação adotada na educação infantil se apoia no reconhecimento de que para a criança se desenvolver e aprender, em função da extrema dependência motora, afetiva e cognitiva do ser humano e da sua gradativa possibilidade de autonomia, é necessário que a pessoa que trabalha no seu processo de formação atue nas duas direções, ou seja, atendendo às suas necessidades básicas e ao mesmo tempo inserindo-as na cultura. Assim, entende-se que, desde os primeiros meses de vida, nas ações cotidianas, quando o professor dá banho, troca as fraldas, alimenta, coloca para dormir, trata das dores e das manhas das crianças, vai imprimindo nelas uma forma de se relacionar com o mundo e com as pessoas. Quando conversa com a criança, canta, embala, mostra-lhe os objetos que a circundam, nomeia-os, brinca com eles, ensinando-a a brincar e possibilitando que escolha o que deseja, está ensinando a criança uma certa maneira de ver o mundo, dando sentido e significado a tudo que está ao seu redor. Quando organiza o ambiente e os materiais para que desenvolvam as atividades, quando respeita as necessidades de sono, higiene e alimentação e atua no sentido de ensinar à criança o autocuidado, com vistas à construção da autonomia, o adulto está trabalhando com aspectos da vida social indispensáveis à inserção cada vez maior da criança na cultura em que vive. A perspectiva de cuidado e educação deve estar presente no Projeto Político Pedagógico da IEI, permeando todas as ações desenvolvidas. Trata-se de transformar essas ações em uma verdadeira filosofia, que se concretiza no cotidiano, definindo e dando consistência ao trabalho. É compromisso da IEI com as famílias e seu papel em relação as crianças: Cuidar e educar para que se sintam seguras e protegidas, cuidar e educar para que aprendam a respeitar o outro nas suas diferenças, cuidar e educar para que se apropriem, de forma crítica e autônoma, da linguagem, dos valores e costumes da cultura em que estão inseridos, necessários à vida coletiva, cuidar e educar para que construam sua identidade e autonomia, cuidar e educar para que se sintam sempre desafiados e não percam a relação prazerosa com a busca de compreensão do mundo, cuidar e educar para que se sintam bem felizes, cuidar e educar para que as crianças se desenvolvam na sua integridade, tanto nos aspectos cognitivos, quanto afetivos, físicos, sociais, éticos e estéticos, contribuindo com sua formação. 23 REFERÊNCIAS BARBOSA, Maria Carmen Silveira Barbosa. Práticas cotidianas na educação infantil: base para a reflexão sobre as orientações curriculares. Brasília, 2009. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). Lei Federal nº 9.394, de 26/12/1996. _______. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. V. I, II e III. Brasília: MEC/SEF, 1998. 24 ANEXO A Atividade de Intervenção 1 Futebol no Parque Faixa Etária: 4-5 anos Justificativa: Dificuldade de relacionamento em atividades ao ar livre, e cumprir regrasestabelecidas nas brincadeiras. Objetivos: ✓ Reforçar a importância do trabalho em grupo; ✓ Cumprimento de regras; ✓ Inserir nas atividades diárias situações de desvio; ✓ Cuidado com os colegas. ✓ Preocupação com o outro. Como brincar: Usando as regras básicas do jogo a professora incentivará participação das crianças de forma que envolva todas elas. Material: Bola, cartões vermelho e amarelo. 25 ANEXO B Atividade de Intervenção 2 Leitura do livro “ A árvore generosa” Faixa Etária: 4-5 anos Justificativa: O livro foi escolhido após observar que as crianças não tinham respeito, tolerância e atitudes generosas com os colegas e professores. Objetivos: ✓ Reforçar a importância do cuidar; ✓ Entender o que é ser generoso; ✓ Inserir nas atividades atitudes generosas; ✓ Criar uma lista de atitudes que eles observem que não seja legal no grupo; ✓ Criar uma nova lista com as soluções para mudança de comportamento das atitudes que as crianças não consideram legais. Material: Livro, cartolina e papel sulfite.
Compartilhar